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Temas para o ENEM 2010 – 31 de outubro – (Professor: Vanderson Caliari)

1- Internet : Delimitação 1: Inclusão ou exclusão digital: como fazer das novas


tecnologias – principalmente o computador e a internet – um meio para a promoção social
do indivíduo? Delimitação 2 : como evitar as armadilhas da internet? Para não cair na
rede / Internet: vantagens e desvantagens / Os perigos da rede – fraudes, aliciamento,
pirataria, pedofilia, romances perigosos ou impossíveis. Delimitação 3: o modo como a
internet mudou os relacionamentos no mundo contemporâneo ( O real pelo virtual /
Amizade, namoro , amor no contexto virtual)– (Ler : reportagem de capa da revista Veja:
“Sozinhos.com?” – 8 de julho de 2009) Delimitação 4: Bullying e Cyberbullying: uma
praga (epidemia) do mundo real e virtual. Delimitação 5: A internet atrapalha a escrita e
a leitura? ( Tema da espcex 2008: “A Internet facilitou o acesso à informação, mas
também restringiu a capacidade de reflexão das pessoas.”);
2- Violência e preconceito contra a mulher no século XXI (ler sobre: Lei Maria da Penha/
O voto feminino completa 77 anos dia 3 de novembro de 2010 / Pesquise sobre a história
do preconceito contra as mulheres e os principais problemas ainda enfrentados por elas
na atualidade: violência – cargos e salários inferiores aos dos homens, por exemplo.)
3- A lei (a polêmica) sobre “Palmadinha educativa” – O princípio da liberdade na
formação do indivíduo / Os pais devem continuar com o direito de educar ( ou corrigir) os
filhos castigos físicos ou violência, por mais branda que ela seja, como é o caso da
conhecida “palmadinha”? ;
4- Patriotismo só com o futebol? -Evidencie razões positivas (para sermos patriotas,
ufanistas, termos orgulho do Brasil: Floresta amazônica / Flora e fauna exuberantes e
diversificadas / Recursos hídricos – temos 12% de toda a água potável do mundo – 70%
do “Aquífero Guarani”/ Petróleo – a descoberta do Pré-sal/ Grande quantidade de terras
agricultáveis para a produção de etanol e biodiesel / Vamos sediar a Copa do Mundo em
2014 e as Olimpíadas em 2016 /Somos a 8ª potência econômica mundial / Somos um país
cordial, alegre, democrático e pacífico, com um litoral maravilhoso, sem catástrofes
ambientais- maremoto, terremoto, vulcões, enfim, “Somos gigantes pela própria
natureza” ; e negativas ( para a tristeza, decepção em relação ao nosso país: desigualdade
social, má distribuição de renda, fome, miséria , violência, corrupção, saúde e educação de
baixa qualidade.) – Mas no final do texto posicione-se de forma otimista, certo?
Para você pensar: o Brasil é o país do futuro ou esse tão esperado “futuro” já chegou, já
“se transformou em presente?”;
5-2010 - Ano Internacional da Biodiversidade;
6-O trabalho escravo no Brasil: uma realidade intrigante;
7- Pedofilia: uma vergonha mundial-(Ler sobre: CPI da Pedofilia);
8- Exploração sexual de crianças e adolescentes;
9- Gravidez na adolescência;
10- Redução da maioridade penal (20 anos do ECA–Estatuto da Criança e do
Adolescente);
11- Jovens no crime (no tráfico): a culpa é de quem?(“Educai as crianças, para que não
seja necessário punir os adultos”)- Pitágoras(cerca de 570-490 a.C.) / Delinqüência juvenil,
principalmente a violência praticada por jovens de classe média e alta;
12- Toque de recolher protege juventude e sociedade?
13- O uso de drogas – lícitas (álcool, cigarro); ilícitas / Jovens, drogas e violência/ Quem
compra drogas financia a violência/ Legalização, descriminalização das drogas;
14- A lei , projeto “Ficha limpa” -Corrupção (Limpeza ética na política);
15- O Esporte: uma possibilidade de transformação social /um caminho para a cidadania
- O Brasil sediará a Copa de 2014 e poderá sediar as Olimpíadas de 2016;
16- A importância da participação do jovem na política;
17- Doação de órgãos: um gesto nobre / uma questão de generosidade;
18-Paz no trânsito! / Quais os caminhos para se conquistar um trânsito consciente, mais
seguro e menos violento? / Trânsito e violência: a Lei Seca ( irresponsabilidade dos jovens/
Carteira de habilitação a partir dos 16 anos)/ O outro lado que as propagandas de bebidas
alcoólicas não mostram;
19- Televisão Brasileira completa 60 anos – (O papel da televisão: entretenimento,
informação... /Vale tudo na luta pela audiência: apelo à violência, nudez, cenas de sexo,
exploração de dramas pessoais, imagens bizarras? Há necessidade de controle, censura?
A postura e o gosto do telespectador.
20- José Saramago (o único escritor de Língua Portuguesa a receber o Prêmio Nobel de
Literatura) morreu em julho de 2010. (ler sobre seus principais pontos de vista.)
21- Vinicius de Moraes – 30 anos da morte de um dos grandes poetas do modernismo- e
também compositor e letrista da Bossa nova;
22- Brasília 50 anos – a história da construção da capital brasileira;
23- Saúde: um direito de todos / O que fazer para melhorar a saúde no Brasil?/ O desafio
da saúde no Brasil: atendimento digno à população e eficácia nos momentos de crise;
24- Opinião sobre a proibição do fumo em locais públicos fechados;
25- Igualdade social e políticas de inclusão / Fome: um mal sem cura?(Programas – “Fome Zero”
– “Bolsa Família”, “Pro uni”, “Cotas” “Fies”, entre outros);
26- Clonagem terapêutica: “os fins justificam os meios”? * (* Nicolau Maquiavel, nasceu
em Florença, Itália, em 3 de maio de 1469;
27- Ciência e Religião: o antigo embate;
28- AIDS: a prevenção é o melhor caminho;
29- Direitos Humanos;
30- A responsabilidade da educação familiar na formação de futuros cidadãos / Violência
dentro de casa / Conflito familiar ;
31- Cotas / Racismo
32- Escassez de água;
33- A Descoberta de petróleo no pré-sal( dia 3 de outubro é o dia do petróleo brasileiro)/ As novas
matrizes energéticas, limpas e renováveis, em substituição ao petróleo/ Biocombustíveis (Biodiesel: toda a
situação gerada pela alternativa de energia ao petróleo, entre elas, a situação de desconforto com os
Estados Unidos)
34- Transposição do Rio São Francisco;
35- O lixo e a reciclagem;
36- Aquecimento global;
37- Língua portuguesa (a partir de 2009, os livros didáticos já vêm com as alterações ortográficas
que visam a unificar a língua usada em todos os países que falam português. Há também interesse
político, já que a língua está sendo pleiteada para se tornar oficial na ONU)
38- Inclusão de pessoas portadoras de deficiência;
39- Aborto;
40- Escolha profissional: vocação ou interesse financeiro?;
41- Consumismo: ter ou ser? / “Compro; logo, existo”;
42- Culto ao corpo;/ A ditadura da beleza;
43-Voluntariado (no PAN, na Copa e nas Olimpíadas, por exemplo);
44- Educação de qualidade: um desafio nacional – A própria mudança no Enem como tema
45- Falência do sistema carcerário e suas conseqüências;
46- Desemprego/ Desafios do 1º emprego;
47- Reforma agrária;
48- Impunidade no Brasil;
49- Desarmamento;
50- Urbanização e sistema viário das grandes cidades08 de novembro Dia Mundial do Urbanismo /
Tema unicamp - procurar
51- Paz: um sonho impossível / uma utopia? 2009 - Ano Internacional da Reconciliação -Em 20 de
novembro de 2006, a Assembléia Geral das Nações Unidas decidiu proclamar o ano de 2009 como o Ano
Internacional da Reconciliação. A resolução 61/17 expressa a determinação em concretizar os processos de
reconciliação nas sociedades afetadas ou divididas por conflitos, descrevendo tais processos como necessários
para o firme estabelecimento da paz duradoura.
A Assembléia convidou os governos das sociedades em conflitos, organizações internacionais e não-governamentais
para apoiarem os processos de reconciliação nestas regiões conflitantes. Além disso, convidou-os a implementar
programas culturais, educacionais e sociais adequados para promover o conceito de reconciliação, incluindo a
realização de conferências e seminários e a disseminação da informação sobre este assunto.

Entenda as competências avaliadas na redação do Enem


O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) exige que o candidato redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo, cujo tema se relacione a questões sociais,
políticas, culturais e/ou científicas, a partir de uma situação-problema. É automaticamente desconsiderada para correção pela banca avaliadora a redação que se afastar
do tema proposto ou for de encontro aos direitos humanos e à cidadania.

São cinco as competências avaliadas na prova de redação, conforme se verifica a seguir:


1. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita
Você não precisa escrever como Machado de Assis ou Gilberto Dimenstein! Porém, é necessário demonstrar um conhecimento mínimo de regras básicas de escrita na
nossa língua, supostamente aprendidas em 11 anos ou mais de escolaridade.
Por exemplo, atentar para a pontuação é essencial, pois uma vírgula ou ponto final no lugar errado pode comprometer o sentido do seu texto e dificultar a compreensão
por parte do leitor (no caso, o avaliador da banca de correção). Além do sentido, é importante lembrar que o respeito às normas gramáticas, ainda que não seja o
requisito mais importante na construção do sentido do texto, demonstra algum grau de conhecimento a respeito da língua e isso pode contar a seu favor.
2. Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto
dissertativo-argumentativo
A compreensão da proposta de redação já é o primeiro passo para que você possa se sair bem na prova, uma vez que o desenvolvimento do tema apresentado torna-se
muito mais tranqüilo e não há o risco de seu texto ser desconsiderado pela banca de correção. Além de disso é preciso lembrar de que se trata de um texto em prosa (ou
seja, você não pode escrever um poema), do tipo dissertativo-argumentativo, o que significa adotar um posicionamento crítico e reflexivo diante de determinada
questão ou expressar sua opinião de modo claro e coerente.
Para isso, é essencial valer-se de seu conhecimento de mundo, uma vez que se torna muito mais difícil elaborar um texto sobre algo que você nunca ouviu falar. Daí a
importância da leitura de textos diversificados, sobretudo os jornalísticos, para que você tenha o que dizer em sua redação.
3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista
Não basta apresentar dados e informações ou mesmo expressar sua opinião ou expor argumentos se você não for capaz de selecionar, dentre estes, aqueles que de fato
apresentam pertinência com o tema proposto.
Ademais, além de uma seleção criteriosa de dados, informações e argumentos, é primordial saber organizar as idéias a partir deles e apresentar a sua interpretação para
a situação-problema em questão, estabelecendo relações lógicas e coerentes e fazendo a sua leitura da realidade, a fim de demonstrar seu ponto de vista em relação ao
tema proposto.
4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos lingüísticos necessários para a construção da argumentação
Além da seleção adequada dos argumentos, conforme ressaltado no item anterior, faz-se necessário organizá-los no texto de modo lógico e coerente. Para isso, é
fundamental utilizar os chamados elementos de coesão textual e/ou os organizadores argumentativos, como, por exemplo, advérbios, locuções adverbiais e conjunções,
estabelecendo relações adequadas entre termos e também entre os parágrafos, sobretudo no desenvolvimento do texto, a fim de que o sentido seja construído de
maneira clara e objetiva.
É preciso, ainda, saber utilizar um repertório lingüístico ou vocabular adequado ao tema e aos objetivos do texto. Isso não significa, em hipótese alguma, valer-se, de
maneira desenfreada, de termos e/ou expressões considerados mais rebuscados ou eruditos a fim de impressionar a banca de correção.
Lembre-se de que os membros dessa banca são professores de português e já estão bastante acostumados às táticas e "truques" dos candidatos. De nada adianta valer-se
desse tipo de artifício para impressioná-los. Assim, é fácil perceber que o vocabulário escolhido deve ser simples e direto e atender aos objetivos do texto.
5. Elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural
Partindo-se de uma proposta de redação que apresenta uma situação-problema, é possível concluir que toda a construção da argumentação deve ter como objetivo a
apresentação de possíveis soluções para a questão levantada. A solução, ou soluções, porém, deve resultar de uma relação lógica e coerente com os argumentos,
opiniões, informações e dados apresentados no desenvolvimento.
Ademais, embora seja muito difícil que isso ocorra - até porque muitas formas de preconceitos e/ou desrespeito aos valores humanos recebem hoje algum tipo de
sanção legal -, é aconselhável cautela diante de seu posicionamento a respeito de determinadas questões consideradas o calcanhar-de-aquiles das sociedades
contemporâneas. Por exemplo, o preconceito racial, social e/ou religioso, a prática de tortura ou a apologia à violência de qualquer espécie.
A razão é óbvia: idéias e/ou concepções retrógradas e pouco ortodoxas acerca desses temas vão contra as muitas conquistas, sociais, políticas e culturais sedimentadas
depois de décadas ou até mesmo séculos de luta por justiça social e respeito à integridade humana.

10 Dicas para uma boa redação


1. Mantenha-se atualizado em relação aos grandes problemas brasileiros (sociais, políticos, culturais, ambientais etc.), lendo revistas e jornais. Só assim você
enriquecerá seu repertório de informações e argumentos para opinar, de forma consistente, sobre o tema proposto.
2. Procure conhecer o modelo de redação do ENEM, tomando contato com as propostas dos exames anteriores e, se possível, desenvolva essas propostas a título de
exercício. Peça que seu professor de língua portuguesa avalie seu desempenho.
3. Na hora da prova, leia com a máxima atenção a proposta apresentada, procurando entender o que dizem os textos que a compõem. Lembre-se de que esses textos não
podem ser ignorados no desenvolvimento de sua redação.
4. Ao desenvolver seu texto, você deve fazê-lo por meio de uma dissertação argumentativa e não de uma narração. Evite escrever em forma de diálogo.
5. Use a língua escrita culta, ou, em outras palavras, o português escrito padrão. Evite, pois, a linguagem popular ou a gíria.
6. Ao redigir seu texto, além de expor informações e argumentos, procure se posicionar diante da situação-problema presente na proposta.
7. Faça antes um rascunho e, na hora de passar a limpo seu texto, proceda a uma boa revisão.
8. Desenvolva seu texto com coerência e de forma bem articulada. Esses dois aspectos também serão avaliados e receberão nota.
9. Não se esqueça de incluir em seu projeto de texto uma proposta de solução para o problema tratado no texto, conforme recomenda a competência 5.
10. Escreva no mínimo 15 linhas e use uma letra legível.
* Professor da área de Filosofia e Língua Portuguesa do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) e consultor especial para a Redação do Enem

GRADE DE CORREÇÃO
(ENEM )
COMPETÊNCIA 1 - DEMONSTRAR O DOMÍNIO DA NORMA CULTA DA LÍNGUA

Domínio precário da norma culta, com graves e freqüentes desvios gramaticais, de escolha de registro e de
convenções da escrita.

Domínio razoável da norma culta, com desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita,
pouco aceitáveis nessa etapa de escolaridade.

Bom domínio da norma culta, com pontuais desvios gramaticais e de convenções da escrita.

Muito bom domínio da norma culta, com raros desvios gramaticais e de convenções da escrita.

ASPECTOS DA NORMA CULTA A SEREM CONSIDERADOS:

A- ADEQUAÇÃO DE REGISTRO

_ formal/coloquial

_variante adequada ao tipo de texto e à situação de interlocução

B. NORMA GRAMATICAL

_sintaxe de concordância, regência e colocação

_pontuação

_flexão

C_CONVENÇÕES DA ESCRITA

_escrita das palavras ( ortografia/acentuação)

_maiúsculas e minúsculas

COMPETÊNCIA 2
COMPREENDER A PROPOSTA DE REDAÇÃO E APLICAR CONCEITOS DAS VÁRIAS ÁREAS DE
CONHECIMENTO PARA DESENVOLVER O TEMA, DENTRO DOS LIMITES ESTRUTURAIS DO TEXTO
DISSERTATIVO/ARGUMENTATIVO.

Desenvolvimento tangencial do tema e apresentação embrionária do tipo de texto dissertativo/argumentativo; ou


desenvolvimento tangencial do tema e domínio razoável do tipo de texto dissertativo-argumentativo; ou
desenvolvimento razoável do tema e apresentação embrionária do tipo de texto dissertativo-argumentativo.

Desenvolvimento razoável do tema, a partir de considerações próximas do senso comum e domínio precário do
tipo de texto dissertativo.

Desenvolvimento razoável do tema e domínio razoável do tipo de texto dissertativo-argumentativo.

Bom desenvolvimento do tema, a partir de um repertório cultural produtivo e de considerações que fogem ao
senso comum, e bom domínio do tipo de texto dissertativo-argumentativo.

ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS:


A- TEMA

_autoria: compreensão do tema, articulação de diferentes perspectivas para defesa de um ponto de vista.

_informatividade.

_utilização de conceitos de várias áreas.

_citações, alusões, analogias, exemplificações, dados e informações.

ESTRUTURA

_introdução, desenvolvimento, conclusão

_encadeamento e progressão temática.

COMPETÊNCIA 3:
SELECIONAR, RELACIONAR E INTERPRETAR INFORMAÇÕES , FATOS, OPINIÕES E ARGUMENTOS
EM DEFESA DE UM PONTO DE VISTA.

1-Apresenta informações, fatos e opiniões precariamente relacionados ao tema proposto.

2- Apenas apresenta informações, fatos e opiniões, ainda que pertinentes ao tema proposto, ou limita-se a
reproduzir os argumentos da proposta de redação.

3-Seleciona informações, fatos , opiniões , argumentos pertinentes ao tema proposto, organizando-os e


relacionando-os de forma pouco consistente em relação ao seu projeto de texto.

4-Seleciona, organiza e relaciona de forma consistente, informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao
tema proposto em defesa do ponto de vista defendido em seu projeto de texto.

ASPECTO A SER CONSIDERADO: COERÊNCIA

COMPETÊNCIA 4:
DEMONSTRAR CONHECIMENTO DOS MECANISMOS LINGÜÍSTICOS NECESSÁRIOS PARA A
CONSTRUÇÃO DA ARGUMENTAÇÃO.

1-Desarticulação das partes do texto.

2-Articulação precária das partes do texto, devido a problemas freqüentes na utilização de recursos coesivos.

3-Articulação razoável das partes do texto, com problemas eventuais na utilização dos recursos coesivos.

4-Boa articulação das partes do texto, sem problemas graves na utilização de recursos coesivos.

ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS:

_Coesão lexical: sinônimos, hiperônimos, repetição, reiteração, etc.

_Coesão gramatical: ( uso de conectivos, tempos verbais, pontuação, seqüência temporal, relações anafóricas,
conectores intersentenciais, interparágrafos, intervocabulares, etc.

COMPETÊNCIA 5:
ELABORAR PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA, MONSTRANDO RESPEITO AOS
VALORES HUMANOS E CONSIDERANDO A DIVERSIDADE SOCIOCULTURAL.

1-Não elabora explicitamente uma proposta.

2-Esboça alguma idéias que podem ser o núcleo de uma proposta, respeitando os valores humanos e
considerando a diversidade sociocultural.

3-Elabora proposta genérica de intervenção sobre a problemática desenvolvida, respeitando os valores humanos e
considerando a diversidade sociocultural.
4-Elabora proposta específica , mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade
sociocultural.

Exemplos de textos do professor:


Texto 1 (Drogas):
Sugestões de título: Drogas: um mal invencível? / Drogas: uma questão de inteligência

São milhares as vidas humanas que se perdem ou se destroem em decorrência do uso de


drogas. É preciso reconhecer, em função disso, que as estratégias dos governos e dos
organismos internacionais para combater a crescente desenvoltura do narcotráfico têm colhido
mais fracassos que sucessos. Gastam-se bilhões de dólares anualmente na repressão ao tráfico;
em contrapartida, o consumo cresce em todo o mundo. Então, será mesmo possível superar esse
flagelo que tanto atormenta a humanidade?
Não se trata de tarefa simples, por certo. O tema do vício e das drogas mobiliza toda sorte
de emoções. De um lado, jovens descobrindo a vida, movidos pela curiosidade, que os
impulsiona a experimentar novas sensações e prazeres da forma mais imediata possível. De
outro, famílias desesperadas e, por vezes, destruídas, sem saber direito o que fazer. Nesse
conturbado contexto, há uma triste realidade: a distância entre o prazer e as lágrimas é quase
sempre muito curta. O pior é que alguns só descobrem isso quando é tarde demais.
Infelizmente, as drogas têm um enorme poder de sedução. Em meio à pressa do mundo
moderno, aos problemas, aos conflitos pessoais, existenciais, elas funcionam como uma válvula
de escape, um meio fácil pelo qual se pode fugir e sentir prazer instantâneo, mesmo que seja
efêmero e fantasioso. E isso, certamente, não é uma característica apenas do mundo
contemporâneo. Muitos povos antigos, segundo relatos históricos, conheciam e utilizavam
ervas alucinógenas em rituais religiosos, o que acontece ainda hoje em algumas culturas
consideradas mais primitivas. Assim, milhares de anos de convivência do homem com as
drogas parecem dar razão ao poeta modernista Thomas Stearns Eliot: “O gênero humano não
consegue suportar muita realidade”.
No entanto, embora essa seja uma verdade aparentemente inquestionável, não podemos
esmorecer, nem desistir de lutar contra as drogas; e não será impossível se considerarmos que a
maioria das pessoas não precisa delas para dar sentido à vida ou se sentir mais feliz. Entretanto,
infelizmente, durante a passagem da infância para a vida adulta, surge um grande empecilho,
pois costuma se manifestar o que os especialistas chamam de “onipotência juvenil”: o jovem
acredita ser imune a qualquer perigo e não consegue avaliar os riscos de suas ações, ficando,
desse modo, muito mais vulneráveis.
Portanto, para vencermos essa difícil batalha, será preciso apostar na prevenção, afinal,
pelo menos até hoje, nenhuma lei, por si só, foi eficaz. Pessoas conscientes, bem informadas
são capazes de lidar melhor com o prazer, sem ser pela destruição de si mesmas ou pela dos
outros. Para tanto, deveremos construir uma sociedade menos ingênua, que não acredite que o
Estado dará conta de tudo. Todos são, direta ou indiretamente, responsáveis. Nesse sentido,
além de continuar investindo na repressão ao tráfico, precisaremos educar melhor nossas
crianças, para que consigam, em todas as fases da vida, mesmo diante da iminente possibilidade
de obter prazer com as drogas, pensar racionalmente nos efeitos destrutivos do vício e dizer
não. É uma questão de inteligência, de evolução e é por isso que nós conseguiremos.
Vanderson Caliari – 23 de agosto de 2007

Texto 2 (Redução da maioridade penal):


Maioridade penal

Em função dos inúmeros crimes cometidos por crianças e adolescentes — principalmente


devido ao duplo assassinato, de um jovem casal de namorados, praticado por um menor, no
interior de São Paulo — ficou em evidência novamente um assunto bastante polêmico: a
redução da maioridade penal.
Segundo aqueles que defendem essa idéia, seria fundamental reduzir a maioridade, já que
a falta de punição justa e eficiente tem contribuído para o aumento da violência na faixa etária
inferior a 18 anos. Além disso, muitos dizem que se o governo considera esses mesmos
adolescentes capazes de eleger líderes políticos para comandar nosso país, teriam também, sem
dúvida, condições para compreender e assumir as conseqüências de um crime. E, ainda,
conforme alguns especialistas, ato infracional — termo técnico usado para se referir às atitudes
ilícitas praticadas por menores — é igual a crime e, portanto, deve ser punido com igual rigor,
independente da idade.
Outros, entretanto, pensam que precisamos apostar no potencial de recuperação desses
jovens, a fim de que sejam mais facilmente reinseridos na sociedade. Ressaltam também que a
atual estrutura do sistema carcerário brasileiro, além de não ter condições para suportar um
número maior de detentos, poderia fazer com que muitos desses adolescentes, se não houvesse
uma separação adequada, recebessem uma carga extremamente negativa, o que prejudicaria
ainda mais o processo de recuperação. Além do mais, contrariando os que são a favor,
acreditam que um jovem com idade inferior a 18 anos, apesar das amplas informações
divulgadas pela mídia, não tem maturidade, discernimento para entender a gravidade e as
conseqüências de um comportamento criminoso.
Dessa maneira, diante de tantas opiniões divergentes, percebe-se o quanto é difícil nos
posicionarmos categoricamente em relação a esse assunto. Embora haja essa dificuldade, o bom
senso deve prevalecer. As famílias das incontáveis vítimas desses menores merecem justiça.
Cometer atos de violência tão bárbaros e permanecer no máximo três anos numa unidade de
tratamento — ainda com a possibilidade de fugir e ficar impune, como temos visto inúmeras
vezes pela televisão — é vergonhoso, indecente. Porém, é preciso, antes de criar ou alterar leis,
que o governo, além de implantar verdadeiramente o Estatuto da Criança e do adolescente, faça
o sistema prisional brasileiro cumprir seu papel, porque, do contrário, as sentenças dadas aos
menores infratores não farão diferença alguma.

Texto 3 (Cotas nas Universidades):


Uma questão de Justiça / Para que ninguém seja enganado

A deficiência da educação no Brasil é algo bastante notório. Nesse contexto, entretanto,


se focalizarmos as classes menos favorecidas, certamente perceberemos que a situação é muito
mais problemática. Em função disso, o presidente encaminhou ao Congresso Nacional o projeto
de lei que institui o Sistema Especial de Reservas de Vagas para alunos de escolas públicas,
incluindo um percentual mínimo destinados àqueles auto-declarados negros ou indígenas. Tal
fato, evidentemente, tem gerado discussões acaloradas.
Os opositores do projeto defendem a idéia de que, se o governo garantisse escolas de boa
qualidade, essa política de cotas não precisaria ser implementada. Argumentam também que os
alunos cotistas não conseguiriam, tendo em vista a preparação insuficiente que tiveram,
acompanhar o nível das aulas na universidade. Além disso, dizem que esse sistema é
discriminatório – considerando que os alunos mais privilegiados socialmente não podem ser
penalizados por isso – pois, ao tentar corrigir erros históricos cometidos contra os menos
favorecidos, o governo estaria praticando outros: conceder privilégios inconstitucionais.
Em contrapartida, especialistas afirmam que a elitização do ensino superior é hoje a face
desigual e injusta da comunidade universitária. Ademais, os que se posicionam favoravelmente
ao projeto sustentam a tese de que ele, além de devolver a esperança aos alunos mais carentes,
vai impulsionar a melhoria da qualidade nas escolas públicas, já que haverá maior dedicação,
competição e cobrança nesse contexto. E, ainda, acreditam que esse sistema é necessário para,
pelo menos, diminuir a enorme desigualdade social construída ao longo de séculos em nossa
sociedade.
Desse modo, percebe-se como tal projeto realmente divide opiniões. No entanto se
levarmos em consideração que a intenção do governo é promover a inclusão social e reparar
injustiças históricas seculares, será bastante razoável apoiá-lo, mesmo que ainda contenha
falhas. É óbvia a necessidade de melhorar a qualidade do ensino público, para que as cotas não
sejam, num futuro próximo, mais necessárias. Mas enquanto não for possível conquistar a tão
sonhada qualidade no Ensino Fundamental e Médio, bem como construir mais universidades –
a fim de ampliar o número de vagas no 3º grau – esse projeto será uma reparação, uma questão
de justiça.

Exemplo de conclusão contra as cotas:


Desse modo, percebe-se como tal projeto realmente divide opiniões. No entanto é preciso
entender que, embora a tentativa do governo seja louvável, além de propor uma solução
paliativa, está também, certamente, seguindo um caminho equivocado: reparar falhas do
passado cometendo outras. A melhor maneira de corrigir o atual quadro da educação brasileira
é, obviamente, igualar o ensino das escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio ao das
privadas, tornando mais justo o processo seletivo do Vestibular. É preciso, ainda, ampliar o
número de vagas no 3º grau, pois só assim, depois dessas medidas de longo prazo, ninguém
estará mais sendo enganado.

Texto 4 (Desarmamento):
Um passo fundamental

O Estatuto do Desarmamento, aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente em


dezembro de 2003, trouxe à tona uma relevante discussão para a sociedade brasileira: banir as
armas contribuirá para a diminuição da violência? Nesse contexto, a complexidade e a
diversidade dos argumentos são enormes, o que exige,
certamente, bastante discernimento para encontrar a resposta mais sensata.
Os grupos pró-armas alegam que a lei garante ao cidadão o direito de defender a vida e a
família, e a arma seria o principal instrumento para realizar essa defesa. Além disso, sabendo
que as pessoas estão proibidas de portar armas, afirmam que os criminosos se sentirão mais
seguros para agir. Dizem também que se o Estado não é competente — nem mesmo onipresente
— para garantir a segurança de todos, não poderia proibir o meio mais eficaz para que cada um
tentasse alcançá-la.
Em contrapartida, pela ótica desarmamentista, a arma banaliza a vida, pois situações
conflituosas — como brigas em bares, boates, discussões em família ou entre vizinhos — que
poderiam ficar em socos, chutes e pontapés, acabam, por causa da presença de uma arma, em
assassinatos. Além do mais, os que abominam tal instrumento, baseiam-se em estatísticas
comparativas, como estas que foram divulgadas pela revista Superinteressante, em junho de
2004: “Com só 2,8% da população mundial, somos donos de 11% dos homicídios por armas de
fogo do planeta”, e 88,4% dos homicídios ocorridos no Brasil, também segundo a revista, são
praticados por esse mesmo instrumento. E ainda revelam que armas legais abastecem o
mercado ilegal, já que, seja pelo roubo ou pela compra, acabam parando, muitas vezes, nas
mãos dos bandidos.
Embora haja tantas idéias paradoxais, vê-se claramente a necessidade de que todos
definam uma posição e contribuam para que a violência, pelo menos, diminua em nosso país. É
preciso para isso, antes de tudo, um “desarmamento de espíritos”. Devemos refletir melhor
sobre o modo como estamos resolvendo nossos conflitos, nossas insatisfações ou indignações e,
assim, por mais difícil que seja a situação, procurar sempre uma via mais pacífica. E, por fim,
reconhecermos, independente do interesse de vender armas ou de promover a autodefesa, que a
presença de uma arma de fogo — em uma situação de violência — potencializa a possibilidade
de ocorrer um assassinato. Nesse sentido, o Estatuto do Desarmamento é um passo
fundamental.

Texto 5 (Desarmamento):
Armas: instrumentos da violência

No dia 23 de outubro de 2005, parte da população brasileira será submetida a algo inédito
no mundo: o plebiscito do desarmamento. As regras serão as mesmas de uma eleição para
presidente. Todos os que estão aptos a votar e obrigados pela lei deverão responder à seguinte
pergunta: “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?”
Considerando a proximidade da data e as escassas discussões, através de veículos de
comunicação mais acessíveis, percebe-se que o evento realmente não se diferenciará em quase
nada de uma eleição política: diversas pessoas, desprovidas de informação – e portanto
despreparadas– irão às urnas responder a uma pergunta tão importante para o nosso país. É, sem
dúvida, uma situação preocupante.
Muitos não sabem, por exemplo, que o Brasil, com apenas cerca de 3% da população do
planeta, entre 192 países existentes hoje no mundo, é o lugar onde mais se mata por arma de
fogo. Segundo estatísticas recentes, ocorrem 55 mil assassinatos por ano em nosso país. E
dessas mortes, só em 2004, 38 mil foram através desse instrumento. Tais informações são
imprescindíveis para se tomar uma decisão mais consciente, pois revelam uma obviedade:
quanto mais armas entre nós, maiores são as possibilidades de ocorrer um assassinato.
Os que se opõem ao desarmamento alegam que a arma é o meio mais eficiente para
assegurar a legítima defesa, prevista na constituição. Porém, estão alheios – ou pelo menos
parecem estar – ao fato de que os criminosos sempre têm a seu favor o elemento surpresa.
Assim, arma que está em casa ou no carro, quase sempre escondida, dificilmente será acionada
com maior rapidez do que aquela que já está nas mãos do bandido. Nesse sentido, conforme um
dado da revista Superinteressante, de junho de 2004, quem reage a um assalto utilizando uma
arma tem “57% mais chance de morrer ou se ferir”.
É claro que o desarmamento não é a única solução para acabar com a violência. É
preciso também, urgentemente, amenizar a desigualdade social, tornar os sistemas de justiça e
segurança públicas mais eficientes. O Estado deve cumprir seu papel social de garantir a
segurança e promover a dignidade humana, pois só assim alcançaremos uma convivência mais
pacífica e harmoniosa. Mas, em relação à iniciativa do governo de desarmar a população, cabe
muito bem uma máxima bastante sensata: se não fazer tudo é ruim, pior ainda é se omitir e não
fazer nada.

Texto 6 (Violência urbana):


Educação equivocada: violência sem limites

Muitos explicam a violência urbana em função da pobreza, da miséria. Mas há


manifestações de violência que não nascem do estômago vazio, das restrições e adversidades
sociais.
O capitalismo, modelo político que prega a busca pelo lucro infinito, sobrevive de
fabricar desejos, ilusões. É preciso, para sua vitalidade, que as pessoas estejam sempre
insatisfeitas com o que são ou com o que têm e, assim, que tudo seja transitório, descartável. O
problema é que, infelizmente, tais características estão migrando até para as relações humanas.
Ocorre, em função disso, nas últimas décadas, um processo contínuo de desumanização. Muitas
pessoas estão perdendo a sensibilidade, os valores permanentes da moral, da ética, do bom
senso, do respeito ao outro. É a moléstia do consumismo afetando todos. Nesse contexto, a vida
está cada vez mais banalizada: as pessoas ou são um empecilho para conquistar o que se deseja
ou simplesmente um objeto de consumo como outro qualquer que pode ser descartado.
Nesse sentido, os atos bárbaros de violência cometidos por jovens de classe média-alta –
como no caso do índio Galdino e, mais recentemente, no espancamento da empregada
doméstica Sirlei – têm uma relação com essas idéias. Isso porque muitas famílias confundem
amor e educação com a simples satisfação material de seus filhos, aceitando o consumo
desenfreado, esquecendo de transmitir os valores éticos, de explicar que o mundo não é um
grande parque de diversões ou um mega shopping, onde tudo e todos podem ser consumidos e
descartados. Assim, sob a luz desse paradigma equivocado, muitas crianças chegam à juventude
desequilibras emocionalmente, sem condições de respeitar regras e pessoas, por causa da
própria permissividade dos pais, porque estes, certamente, não souberam impor limites.
Mas o que fazer então com esses jovens nascidos em “berço de ouro”, que cresceram sem
aprender a respeitar a sociedade, as leis, as pessoas. É certo que não bastará apenas ficarmos
perplexos quando a televisão mostrar mais um trágico episódio. Além da punição exemplar, é
óbvio, será necessário ir muito mais adiante. As famílias desses jovens, que têm o privilégio de
uma vida digna, precisarão entender que amar e educar também significa dizer não, também
significa, desde as fases iniciais da vida, transmitir os valores mais nobres que denotam, em
síntese, o respeito ao próximo. Do contrário, depois, não adiantará apenas pedir desculpas à
sociedade ou chorar na porta de uma delegacia.

Tema: Violência urbana (Exemplos de introdução)


Introdução 1:
A violência urbana já chegou aos limites do absurdo. É um cenário trágico que acaba
produzindo números espantosos. De acordo com estatísticas recentes, o Brasil é o 4º lugar do
mundo em assassinatos; só perde para países que estão em estado de guerra civil: África do Sul,
Colômbia e El Salvador. São 55 mil assassinatos por ano.
Introdução 2:
A violência urbana no Brasil já chegou aos limites do absurdo. Segundo especialistas, os
motivos mais evidentes que justificam o aumento desse grave problema estão relacionados à
corrupção policial, à ineficiência do sistema carcerário, a um sistema judiciário moroso e
incompetente e, além disso, aos diversos problemas sociais existentes.

Introdução 3 (seguida do texto completo)


Texto 7(violência urbana):
Quando todos saem perdendo
Entre os mais graves e complexos problemas brasileiros, a violência urbana constitui,
sem dúvida, um mal que parece indissolúvel. A corrupção policial, a ineficiência e morosidade
da justiça, a incompetência do sistema carcerário e as inúmeras adversidades sociais são
questões que, infelizmente, comprovam isso.
É preciso reconhecer que muitos agentes da lei, ao invés de combater a criminalidade,
acabam se envolvendo com ela. Diversos são os policiais corruptos que, por exemplo, cedem ao
suborno de bandidos, sob o pretexto dos baixos salários e das péssimas condições de trabalho.
A verdade, porém, é que faltam princípios éticos — honestidade, bom caráter, respeito à
profissão que exercem e à sociedade que, apesar de tudo, ainda deposita certa confiança neles.
Quando agem assim, contribuem com o tráfico de drogas, com o crime organizado e se tornam,
sem dúvida, direta ou indiretamente, responsáveis pela violência em nosso país.
A pouca eficiência da Justiça brasileira também colabora significativamente para o
aumento desse problema. Além de haver um número insuficiente de juízes, a legislação penal
permite ao réu uma infinidade de recursos que protelam a decisão judicial e, segundo
estatísticas, os processos ficam 90% do tempo nos cartórios. Tudo isso gera uma sensação de
impunidade e muitos, impacientes e revoltados, fazem justiça com as próprias mãos. Assim,
não é difícil perceber que a falta de punição rápida, adequada estimula o surgimento de novos
criminosos e, conseqüentemente, o crescimento dos atos bárbaros de violência, já que a maioria
deles acredita que dificilmente serão ou ficarão presos.

Quando ocorre a prisão, infelizmente, outro problema acontece. Isso porque o sistema prisional
não consegue, em boa parte dos casos, cumprir seu papel. Seja pela pouca escolaridade ou pela
inexperiência profissional, quando o detento finaliza a pena, as portas da prisão são abertas,
mas as da sociedade continuam fechadas. Sofre preconceito, não consegue uma fonte honesta
de renda e, desse modo, desestimulado, sem perspectiva alguma, procura encontrar novamente
na prática de crimes, na qual a vida é assustadoramente banalizada, a sobrevivência digna que o
próprio Estado deveria lhe oferecer.
Ainda convém ressaltar que o caminho da violência é escolhido por muitos indivíduos
sem nenhum histórico policial. Isso porque diversas pessoas, também em função das
adversidades sociais, como no caso dos ex-detentos, entram em desespero. Nesse contexto, sem
acesso a uma vida digna, esse caminho se torna uma das poucas alternativas para enfrentar
tantas privações, como, por exemplo, o desemprego, a falta de boas escolas, de bons hospitais e,
às vezes, até a restrição alimentar: algo capaz de conduzir o ser humano aos instintos mais
primários, de luta pela sobrevivência, nos quais a vida do outro pode não ter valor algum.
Esse trágico cenário acaba produzindo números espantosos. De acordo com estatísticas
recentes, o Brasil é o 4º lugar do mundo em assassinatos; só perde para países que estão em
estado de guerra civil: África do Sul, Colômbia e El Salvador. São 55 mil assassinatos por ano.
Portanto, percebe-se que, para vencermos essa difícil batalha, será preciso, além de líderes
políticos competentes, que saibam atacar incansavelmente todas as causas desse terrível mal,
uma sociedade que se dedique à cultura do altruísmo, da solidariedade, para aprender a
conviver urgentemente de forma pacífica e harmoniosa. Do contrário, todos nós sairemos
perdendo.

Texto 8(violência urbana- A partir do tema do ITA 2009):

Tema – ITA - 2009


Violência urbana: um problema de todos nós
Enfrentar a violência urbana no Brasil se tornou um desafio complexo, pois as fontes
desse mal são inúmeras e, pior, parecem indissolúveis. Esse problema tem transformado nosso
país num ambiente de insegurança, medo e, até mesmo, terror, já que a vida é constantemente
banalizada.
Segundo dados recentes, de todos os assassinatos cometidos no mundo 10% ocorrem no
Brasil; ou seja, são aproximadamente 50 mil homicídios por ano: números absurdos, que nos
colocam, estatisticamente, entre as nações que se encontram em estado de guerra civil. Nesse
contexto assustador, quem pode, é claro, procura se proteger de todas as formas. O crescimento
da quantidade de condomínios fechados e da utilização de câmeras, cercas elétricas, grades,
cães ferozes, seguranças, carros blindados, entre outros recursos/ por exemplo, são o reflexo do
comportamento de uma minoria rica desesperada. E o pior é que muitos, alheios a essa
realidade que submete a todos, acreditam que conseguirão desfrutar a vida em uma redoma de
vidro, isolados e protegidos pela utópica segurança que o dinheiro pode comprar, como se
pudessem viver numa espécie de blindagem permanente. Mas quando saírem às ruas – seja para
o trabalho, estudo ou lazer – estarão, em diversas situações, tão expostos( frágeis e vulneráveis)
quanto qualquer cidadão sem nenhum centavo no bolso.
É óbvio que todos têm o direito de tentar garantir a proteção que o Estado, por meio
dos agentes da lei, não consegue proporcionar, tanto pela negligência quanto pela clara
incapacidade de ser onipresente. No entanto, é óbvio também que acreditar e apostar só nisso
representa, no mínimo, ingenuidade ou, até mesmo, egoísmo e alienação. Isso porque a
participação da elite no enfrentamento da violência tem uma importância inquestionável, pois o
que existe em excesso para alguns significa, não raro, o básico que falta para milhares de
pessoas que vivem em situação de extrema miséria. Talvez seja por isso que muitos, não
suportando a exclusão social, na qual há todo tipo de restrição, procurem equivocadamente no
crime e, por conseguinte, na prática da própria violência a dignidade que o Estado, unido ao
bom senso e altruísmo dos mais ricos, deveria oferecer.
Todavia não pode ser apenas isso. Embora a atuação eficaz dos governantes, para melhor
distribuir a renda, bem como o envolvimento e a generosidade dos mais privilegiados
socialmente tenham um papel relevante, será preciso muito mais. Como acreditar na diminuição
da violência, por exemplo, se a polícia não é confiável, considerando que muitos policiais são
corruptos e praticam atrocidades? Se a Justiça, além de tardar, falha constantemente? Se o
tráfico de entorpecentes se tornou fonte de renda; e o uso, assim como a manutenção do vício,
razão para que a vida do outro não signifique nada? Se em torno de 70% do ex-detentos
reincidem na vida criminosa? Se alguns ainda apostam na ideia de que a posse de uma arma
pode evitar a violência e não, pelo contrário, potencializá-la? Como ter esperanças de que esse
mal será superado, quando incontáveis famílias, desestruturadas emocionalmente, confundem
educação para os seus filhos com a pura e simples satisfação material?
Tais questões, certamente, parecem barreiras intransponíveis. Contudo, se nós seres
humanos já evoluímos em tantos aspectos, ainda é possível acreditar na transformação desse
contexto tão assustador. Precisamos manter a esperança de que a vida em sociedade pode ser
mais harmoniosa e pacífica. Precisamos, ainda, refletir sobre o modo como estamos resolvendo
nossos conflitos, a fim de que ninguém mais, seja em qual for a situação, aposte na violência
como um caminho para solucionar problemas. Não adiantará simplesmente tentar fugir ou se
esconder em fortalezas residenciais. Será fundamental cada indivíduo contribuir como puder,
independente de sua condição social, já que a violência se tornou, sem dúvida, um problema de
todos nós.

Texto 9 (problemas de São Paulo)


Caos em São Paulo

Os habitantes da cidade de (1)São Paulo passam diariamente por algumas dificuldades,


pois o (2)trânsito está cada vez mais congestionado, (3)assaltos ocorrem a todo instante e, além
disso, os índices de (4)poluição estão chegando a níveis altíssimos.
A estrutura física dessa grande cidade não acompanhou proporcionalmente o crescimento
populacional e, por conseqüência, número de veículos circulando. O resultado mais óbvio disso
é um trânsito extremamente caótico. Os períodos chuvosos e os constantes acidentes também
contribuem para o agravamento desse problema. Só para se ter uma idéia, em alguns momentos
críticos, os congestionamentos chegam a ultrapassar 100 quilômetros.
Outra preocupação que tanto atormenta os paulistanos são os altos índices de violência.
Para muitos, a miséria é a principal responsável pela maioria dos assaltos, entre outros crimes,
praticados nessa metrópole. *Isso porque diversas pessoas, diante de um contexto social
adverso, no qual o governo não cumpre com as obrigações constitucionais básicas – moradia,
emprego, saúde e educação – entram em desespero e vêem nos furtos e roubos (na vida ilícita)
(criminalidade) o único caminho para sobreviverem. Mas não é só isso. É óbvio (evidente,
claro, lógico) que o crime organizado e o tráfico de drogas são fatores que também explicam
toda insegurança vivida em São Paulo ( nesse conturbado contexto).
* Isso porque diversas pessoas entram em desespero. Sem acesso a uma vida digna, os
assaltos se tornam uma das poucas alternativas para enfrentar tantas privações, como, por
exemplo, o desemprego e, às vezes, até a restrição alimentar.(: algo capaz de conduzir o ser
humano aos instintos mais primários, de luta pela sobrevivência, nos quais a vida do outro pode
não ter valor algum.)
Ainda convém lembrar que a poluição diminui consideravelmente (bastante) a qualidade
de vida nesse gigantesco pólo industrial. Muitos empresários, que visam apenas ao lucro, não se
preocupam com o meio ambiente (a degradação ambiental, o bem comum). Assim, boa parte
das indústrias lança gases e dejetos tóxicos, contaminando, principalmente, o ar e a água. A
imensa frota veicular (O intenso tráfego de veículos), por sua vez, amplia (intensifica) esse
quadro fatídico. Além disso, (Como se já não bastasse,) a poluição sonora e visual também
contribuem ( ajudam a / colaboram ) para transformar o cotidiano dos paulistas num estressante
desafio.
(Parágrafo de uma aluna – Cláudia Castilho) A grande concentração de fábricas,
juntamente com a enorme frota veicular, emite diversos gases poluentes na atmosfera, fazendo
com que a qualidade do ar torne-se péssima. As indústrias também poluem os rios e o solo,
devido ao destino indevido de seus resíduos. Além disso, a poluição sonora e visual são
freqüentes nesse cenário metropolitano.
Dessa forma, percebe-se claramente como a vida dos habitantes da maior metrópole da
América do Sul é muito conturbada (Portanto, pode-se perceber claramente como esses
habitantes metropolitanos vivem num caos urbano). Tal situação só será invertida ( pelo menos
minimizada) quando houver vontade política (real interesse político). Nesse sentido, (Sob essa
perspectiva) a participação (ou envolvimento) populacional, inquestionavelmente, contribuirá
para uma mudança profunda nesse cenário. Afinal, trânsito organizado, harmonia social e
ambiental são sempre o resultado de uma ação coletiva e não apenas de governantes.

Exemplos de introdução (Sistema carcerário)

1- O sistema carcerário brasileiro não consegue, na maior parte dos casos, devolver à
sociedade homens regenerados. A ineficiência desse sistema ocorre, principalmente, devido à
corrupção, à ociosidade dos presos e, ainda, à superlotação nas celas.
2- É inegável que as prisões brasileiras não conseguem cumprir seu papel. Só para se ter
uma idéia, segundo dados referentes a 2007, sabe-se que aproximadamente 70% dos presos,
após o cumprimento da pena, reincidem na vida criminosa.
3- A pena de prisão, que parece à maioria de nós algo natural para segregar os
criminosos, surgiu há 200 anos (a partir do século XIX). Infelizmente, pelo menos no caso
brasileiro, mesmo depois de tanto tempo, tal procedimento ainda não alcançou a eficiência
esperada.

Texto 10 (Sistema Carcerário – Texto completo)


Por uma sociedade mais pacífica / Um sistema falido

O sistema carcerário brasileiro não consegue, na maior parte dos casos, devolver à
sociedade homens regenerados. A ineficiência desse sistema ocorre, principalmente, devido à
corrupção, à ociosidade dos presos e, ainda, à superlotação nas celas.
A corrupção é a principal responsável pela continuidade do crime dentro do sistema.
Além dos próprios parentes, muitos profissionais que têm contato direto com os presos
facilitam a entrada de objetos ilícitos como drogas, celulares e até armas. Isso, certamente,
torna quase impossível a recuperação do detento. E, pior ainda, faz com que muitas unidades
prisionais se tornem centros de comando do crime organizado.
O tempo que os presidiários passam à toa nesse contexto (durante o cumprimento da
pena) também é um sério agravante. A ociosidade provoca a sensação de inutilidade, tristeza,
depressão, diminuindo ainda mais as chances de regenerar o indivíduo apenado. (Seja pela
pouca escolaridade ou pela inexperiência profissional, quando o detento finaliza a pena, as
portas da prisão são abertas, mas as da sociedade continuam fechadas. Sofre preconceito, não
consegue uma fonte honesta de renda e, desse modo, desestimulado, sem perspectiva alguma,
procura encontrar novamente na prática de crimes, na qual a vida é assustadoramente
banalizada, a sobrevivência digna que o próprio Estado deveria lhe oferecer.) Prova disso é que,
segundo a CPI do sistema carcerário, realizada no ano passado, cerca de 70% dos ex-detentos
reincidem na vida criminosa. Por isso, a inserção de atividades – educacionais,
profissionalizantes, culturais e esportivas – é imprescindível, pois desse modo seria muito mais
fácil o processo de ressocialização. (pois desse modo conseguirão mais facilmente conviver em
sociedade, respeitando regras, leis e pessoas)
Como se tudo isso não bastasse, a quantidade excessiva de presos (a população
carcerária) já ultrapassou o limite tolerável, tornando o sistema muito mais um depósito de
seres humanos do que um local onde alguém consiga se recuperar. São 422 mil presos e um
déficit de 185 mil vagas, conforme os dados da CPI. Há celas comportando mais do que o triplo
da capacidade prevista pela lei. Tal situação submete-os a condições desumanas, nas quais
ocorre até revezamento para dormir. Tudo isso gera revolta e se torna, obviamente, o principal
motivo para as rebeliões: talvez o único meio de reivindicarem os direitos humanos.
Diante desse contexto tão trágico (crítico) e perigoso, não é difícil compreender porque
as prisões brasileiras não cumprem seu papel com a esperada eficiência. Parece, na verdade,
impossível reverter esse quadro, principalmente se considerarmos a inércia da maioria dos
políticos e diretores de presídio. Se por um lado a necessidade de construir mais unidades
prisionais é óbvia, por outro a reforma do código penal e a maior eficácia da justiça também
deve ser. É preciso, acima de tudo, devolver aos detentos, embora tenham desrespeitado as leis,
a dignidade, a fim de que todos possam conviver em uma sociedade mais pacífica.

Texto 11(Corrupção no Brasil)


Precisamos evoluir
O Brasil está enfrentando novamente uma grave crise política. Em 1992, o então
presidente Fernando Collor de Melo sofreu o processo de “Impeachment” devido a denúncias
de corrupção. Agora, o ex-torneiro mecânico que chegou à presidência está submerso num
cenário vergonhoso para todos nós. E o pior – e mais temeroso – é que essa crise não é só
política. É também uma crise de valores fundamentais ao desenvolvimento de uma nação.
É inegável que o poder tem a capacidade de transformar as pessoas e, na maioria das
vezes, negativamente. Quanto mais se tem poder, mais tênue e irrelevante parece ficar a ética,
detentora dos valores mais nobres, imprescindíveis ao ser humano, que deveriam nortear o
comportamento, principalmente, daqueles que têm a honra e o privilégio de governar nosso
país. Entretanto, infelizmente, não é o que os fatos têm nos revelado.
O que aconteceu na era Collor – denúncias de corrupção e tráfico de influências contra
ele e seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias – deveria ter sido uma lição definitiva.
Mas não foi. O “mensalão”, suposto esquema de pagamento de mesada a deputados da base
aliada do governo em troca de apoio político, é uma prova irrefutável de que o passado não tem
sido uma lição para se meditar, mas sim para se reproduzir: uma trágica paródia do sábio
conselho de Mário de Andrade, nome consagrado da literatura brasileira.
Nesse contexto fatídico, a corrupção de alguns, que não conseguem se manter íntegros no
exercício do poder, acaba prejudicando a todos. Segundo a revista Veja, 25 de maio de 2005, a
economia brasileira perde, em função disso, de 3% a 5% do PIB por ano, o equivalente a cerca
de 72 bilhões de reais. O uso ilícito do dinheiro público, portanto, além de atrasar ainda mais o
desenvolvimento do país, contribui para que ele continue sendo um dos campeões mundiais em
concentração de renda e desigualdade social.
É preciso mudar esse quadro. Mas a lentidão e ineficiência da justiça – responsável por
boa parte da impunidade – a falta de fiscalização, o nepotismo, a ambição desmedida e a má
vontade política parecem barreiras intransponíveis. Se colocarmos holofotes sobre a história,
não será difícil percebermos que a corrupção é algo inerente à fraqueza da condição humana e,
por isso, exterminá-la totalmente seria um ideal utópico. Ainda assim, não se pode esmorecer e
perder a esperança, pois isso significaria desistir de nós mesmos, da nossa capacidade de
aprender e evoluir.
Professor: Vanderson Caliari – 11 de setembro de 2005

Texto 12 (sobre o tema do Enem – 2004)


Liberdade de expressão e respeito: uma combinação possível
Há, em nosso país, em função do comportamento abusivo e antiético da mídia em geral,
uma preocupação com a qualidade dos serviços prestados ( ou: Há, em nosso pais, uma
preocupação com a qualidade da mídia em geral, em função do comportamento antiético e
abusivo da maioria dos sistemas de comunicação.). Diante disso, muitos se perguntam se
existe mesmo a possibilidade de garantir a liberdade de expressão sem desrespeitar o público.
No âmbito escolar, sem dúvida, é possível promover cidadania à população, a fim de que
todos conquistem conhecimento e discernimento. Muitos programas televisivos, por exemplo,
que apelam para a violência e cenas de sexo, só existem em função da grande audiência
alcançada. Assim, quanto mais cultura e informação as pessoas tiverem, menor será a chance de
tais programas continuarem no ar. Teremos uma seleção natural, conquistada pela capacidade
crítica de boicotar o mau gosto e a péssima qualidade de diversos diretores de televisão.
.
O poder Judiciário também tem um papel fundamental, pois a falta de punição adequada
tem transformado a liberdade de expressão — um direito indiscutível
— em excessos escandalosos. Parece que há no Brasil, devido ao golpe militar de 1964, um
enorme medo e uma grande aversão com relação à censura. No entanto,
não podemos permitir que isso nos cegue, impedindo-nos de exigir que a má qualidade e os
abusos da mídia, de um modo geral, sejam submetidos às leis vigentes na justiça brasileira. Ora,
se a liberdade de expressão é um direito constitucional, a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas também deve ser, mas infelizmente não é o que tem acontecido.
.
Assim, percebe-se claramente que as informações podem ser transmitidas livremente, se
forem respeitados os limites impostos pela moral e pelo bom senso. Apesar disso, sabemos que
a relação entre a mídia e o público dificilmente será harmoniosa. Isso porque, além dos
interesses dos grupos de comunicação serem em grande parte individualistas, os sistemas
educacional e judiciário não têm exercido seu papel de forma adequada.

Texto 13 (Clonagem humana)


“Pressa: inimiga da perfeição”

A humanidade, mais uma vez, está diante de uma enorme polêmica: a clonagem humana.
Muitas perguntas surgiram e poucas foram respondidas até agora. Porém, as respostas ainda não
satisfizeram completamente os questionamentos já abordados.
Os defeitos genéticos, como a distrofia muscular; as diversas doenças que podem
aparecer; o envelhecimento precoce; o procedimento que deverá ser adotado com o clone
depois de tais problemas surgirem — já que em relação aos animais utiliza-se uma injeção letal
para acabar com o sofrimento ou eliminar o resultado mal sucedido de uma experiência — são
alguns dos principais empecilhos que desafiam os cientistas. Com tantas incertezas, com tantas
possibilidades de dar errado ou trazer ao mundo mais dor e angústia, percebe-se que a pressa
para clonar o ser humano tem muito mais a ver com marketing, fama e enriquecimento pessoal
dos interessados do que com a possibilidade de conceder a pais inférteis a alegria de ter um
filho; ou, ainda, com a solução das mazelas que afetam— ou podem afetar — a todos nós.
Entretanto, mesmo com toda a força ideológica das religiões, sabe-se que é praticamente
impossível frear os avanços científicos na medicina ou em qualquer outro campo. Dessa forma,
submetidos a um futuro inelutável, incoercível, é preciso deixar de lado a ganância, a
curiosidade excessiva e começarmos a refletir sobre as seguintes questões: por que e quando
clonar o ser humano? não seria mais inteligente, por enquanto, continuarmos apenas com os
testes em animais? Parece que a obviedade exige de nós, antes de tal ousadia, a solução de
outros problemas , como a fome, por exemplo, que existe, infelizmente, não pela falta de
tecnologia ou de alimentos, mas devido ao enorme egoísmo daqueles que poderiam, de forma
mais justa e igualitária, distribuir as riquezas produzidas por todos nós.
Assim, embora os questionamentos continuem, a humanidade, livre das preocupações
menores e voltada para o bem-estar de todos, sem exceção, poderá usufruir mais
produtivamente das inúmeras vantagens que o bom senso e a inteligência possibilitam.
OBS.: grifado, o resumo do texto ( direcionado para alunos da UFES) Vanderson Caliari –
27/08/2001

Texto 14 (Futebol)
Futebol: alienação?

Para Karl Marx, um ativo cientista político do século XIX, a religião é o ópio do povo.
No entanto, Raymond Aron, filósofo político francês (séc. XX), parodiando Marx, disse que o
marxismo é o ópio dos intelectuais. Já Cláudio de Moura e Castro, na revista Veja de 13 de
novembro de 1996, aproveitando essas idéias, chegou à seguinte conclusão: “...nos Estados
Unidos o ópio do povo é mesmo ir às compras”. Porém, se também quiséssemos dialogar com
esses pensamentos, contextualizando-os em nossa realidade, poderíamos dizer: o futebol é o
ópio do povo brasileiro.
Muitos dizem que os brasileiros são alienados. Basta uma Copa do Mundo para
esquecerem — e pararem de discutir — problemas graves do Brasil como a corrupção, por
exemplo. Além disso, ainda esquecem de que época de Copa é também época de eleições para
presidente.
O Brasil é um país subdesenvolvido e, por isso, enfrenta vários problemas como, por
exemplo, a miséria de boa parte da população, o desemprego, a falta de moradia, a violência e o
comportamento corrupto de vários políticos. Diante de um contexto tão adverso, não é difícil
compreendermos que a alienação é uma característica praticamente natural desse país e de
tantos outros que padecem das mesmas mazelas.
A angústia, a frustração, a falta de perspectivas, enfim, o pessimismo podem levar o ser
humano ao desespero. O salário baixo, as contas atrasadas, o dinheiro que nunca sobra para um
momento de lazer são exemplos das diversas razões de uma tristeza constante que acompanha
boa parte da população brasileira.
No Arcadismo, estilo literário do século XVII, os poetas, diante da turbulência das
grandes cidades, da agitação e insegurança provocadas pela Revolução Industrial, buscavam um
refúgio bucólico, idealizavam o ambiente campestre como um lugar cheio de paz e harmonia,
onde a felicidade era possível. Já o poeta modernista Manuel Bandeira, desejava ir embora para
Pasárgada, um lugar imaginário também idealizado: “Vou-me embora pra Pasárgada / lá sou
amigo do rei / lá terei a mulher que quero / na cama que escolherei”
Parece-nos então — e com bastantes justificativas — que o ópio, o refúgio bucólico, a
Pasárgada do povo brasileiro é realmente o futebol. No entanto, tal comportamento, que projeta
a possibilidade de ser feliz em algo falacioso, é comum ao ser humano, já que a felicidade plena
e constante parece inatingível para a esmagadora maioria dos simples mortais. Talvez seja por
isso que nosso saudoso Tom Jobim, um dos criadores da Bossa Nova, tenha poeticamente
desabafado: “Tristeza não tem fim, felicidade sim”. O poeta T. S. Eliot disse algo interessante
que também justifica o comportamento nostálgico ou fugidio de quem sofre: “O gênero humano
não consegue suportar muita realidade”. É por isso que o futebol no Brasil causa tanta euforia,
tanta alegria, com uma intensidade muito maior do que em vários outros lugares. Temos sede
de felicidade, precisamos encontrá-la a todo custo, nem que seja no sucesso dos outros, nem
que seja na vitória de uma seleção de futebol.
O problema, infelizmente, é que muitos se tornam verdadeiros técnicos, craques em
analisar questões futebolísticas, mas desprezam, sem nenhuma preocupação, as questões sociais
intimamente relacionadas com o que há de mais essencial: a sobrevivência. Muitos precisam
entender que se a opinião da torcida pode influenciar, modificar, às vezes, a opinião do técnico;
com muito maior êxito a crítica, a exigência, a cobrança — consciente e persistente — podem
mudar a postura ilícita e corrupta de boa parte de nossos líderes políticos. Todavia, é preciso
coragem, interesse, é preciso abandonar o pensamento cômodo de que a culpa é só do
presidente. É óbvio que a culpa não é só dele, pois o silêncio de um povo insatisfeito eterniza
no poder o líder incompetente.
Desse modo, submetidos historicamente a um país subdesenvolvido e cheio de
paradoxos, não podemos ser apenas patriotas, torcedores, que ficam sentados na arquibancada.
Devemos sim é entrar em campo, driblando algumas regras ideológicas se preciso for e, é claro,
virar o jogo. Assim, simultaneamente, como jogadores e juízes, poderemos decidir várias
partidas; e o voto, sem dúvida, poderá ser uma arma, uma espécie de cartão vermelho para
expulsar de campo aqueles que jogam desonestamente.
Vanderson Caliari – 02/07/2002

Texto 15 (Fome):
Fome: um mal sem cura?

A fome e a desnutrição crônica são problemas mundiais, que ocorrem tanto em países
desenvolvidos quanto em subdesenvolvidos. Esse problema tem sua origem principal no
desinteresse – ou egoísmo – da maior parte dos líderes políticos e, conseqüentemente, na injusta
distribuição de renda.
Muitos acreditam que a fome exista em razão da insuficiência de alimentos, mas estão
enganados. Um recente relatório da ONU – Organização das Nações Unidas – revelou que a
produção alimentícia ainda é satisfatória para promover uma dieta adequada para todos os seres
humanos. É indiscutível que a explosão demográfica dos dois últimos séculos foi assustadora –
antes de 1900 não havíamos chegado a 2 bilhões de habitantes; hoje, já ultrapassamos 6,5
bilhões – porém, as mortes provocadas pela fome ou pela carência nutricional acontecem
devido ao enorme egoísmo daqueles que poderiam de algum modo contribuir: os governantes,
principalmente das nações mais ricas, e a parte mais privilegiada da sociedade.
O modelo capitalista também é uma forte fonte de explicação para entendermos as causas
desse problema. A busca pelo lucro infinito nesse modelo político, ao longo das décadas, vem
concentrando cada vez mais riquezas nas mãos de uma minoria. Essa postura tem, sem dúvida,
submetido populações inteiras a um mal que corrói silenciosamente, pois, quando não mata de
forma rápida por inanição, abre campo para que a morte venha gradativamente através de
diversas doenças que se instalam facilmente em organismos debilitados.
Sendo assim, não é difícil compreendermos por que esse problema está presente em todo
o mundo, inclusive atingindo diversos habitantes de países ricos, conforme estatísticas da ONU.
Nesse contexto, tão vergonhoso para nós todos, é preciso acreditar que há uma cura.
Campanhas como a iniciativa em 1993 pelo sociólogo Herbert de Souza (“Ação da Cidadania
contra a Miséria e pela Vida”) e, atualmente, o programa “Fome Zero” do governo Lula são
demonstrações práticas de que é possível, pelo menos, de início, amenizar o sofrimento de
milhares de pessoas. Portanto, altruísmo, vontade política e organização são palavras-chave
para vencermos esse terrível mal.

Texto 16 (Fome):
Um problema de todos nós

Muitos imaginam, usufruindo uma mesa farta, que a fome é um problema distante, que
atinge uma pequena parcela da população. Mas, o que parece mais óbvio, é que ela, direta ou
indiretamente, atinge a todos nós.
Conforme dados recentes divulgados pelo governo brasileiro, existem cerca de 23
milhões de pessoas, em nosso país, vivendo abaixo da linha da pobreza e, sem dúvida, muitos
passando fome. É claro que dificilmente alguém morre por inanição, porém diversos são os que
morrem em conseqüência de uma alimentação insuficiente ou inadequada. Nesse contexto, tão
humilhante, vergonhoso, muitos, excitados pela imperiosa vontade de se alimentar, acabam
submetidos aos instintos mais primários e, como qualquer animal faminto, lutam pela
sobrevivência como podem. Isso explica, em parte, tanta violência vivida pela sociedade atual.
É preciso ajudar essas pessoas, não pela pura e simples constatação de que se voltem
contra nós com uma conduta violenta, mas – e principalmente – porque somos seres humanos
capazes de nos sensibilizarmos com o sofrimento alheio e, além disso, de encontrar prazer na
satisfação do outro. O modelo capitalista, no qual se prega a busca pelo lucro infinito, parece
estar influenciando negativamente o comportamento humano. Muitos estão preocupados apenas
consigo mesmos e essa visão egoísta poderá impossibilitar, ainda mais, uma convivência
pacífica.
Sendo assim, percebe-se que esse mal realmente é um problema de todos nós. Segundo
estatísticas da ONU (Organização das Nações Unidas), há alimentos suficientes para todos.
Portanto, se a fonte existe e não é por falta de comida, é preciso vontade política, é preciso que
nos sensibilizemos. O programa “Fome Zero” implantado pelo atual governo é,
inquestionavelmente, um excelente começo. A esperança é a de que saibamos aproveitar essa
oportunidade, independente de com quanto cada um consiga contribuir.

Texto 17 (Clonagem terapêutica):


Clonagem terapêutica: os fins justificam os meios?

Em meio às questões éticas, jurídicas e morais que giram em torno da clonagem


terapêutica, há uma que remete a um longínquo embate: aquele que defronta ciência e
religião. Alguns cientistas pensam que o mais importante é a legalização imediata dessa
nova técnica, porém, sob a ótica de boa parte das religiões, tal procedimento é
inadmissível.
Para a maioria dos religiosos, a clonagem terapêutica desrespeita o que há de mais
importante entre nós: a vida, já que ela começaria no momento da concepção. Isso
porque, pelo menos por enquanto, a fim de que o procedimento dê certo, os embriões,
criados artificialmente para que células-tronco sejam retiradas, seriam descartados em
seguida. Outra idéia, que reforça essa visão contrária , refere-se à necessidade de
amadurecimento (aprimoramento) do processo, considerando que as técnicas ainda são
muito incipientes. Testes realizados em camundongos, que apresentaram alguns
resultados negativos – desenvolvimento de tumores – comprovam isso.
Diversos cientistas, no entanto, pensam diferente#: a vida só começaria a partir do
14º dia, quando ocorrem os primeiros indícios de formação do sistema nervoso central.
Segundo eles, se a vida termina com a morte cerebral, ela só teria início com o surgimento
do cérebro e, desse modo, ao utilizar os embriões antes desse dia não cometeriam
nenhuma infração ética. Outro aspecto fundamental # consiste na iminente possibilidade
de curar # diversas doenças, que tanto atormentam a humanidade, bem como poder
devolver # os movimentos àqueles que sofrem com a tetra ou paraplegia. Além disso,
dentro desse paradigma #, ainda que os preceitos religiosos contrários a esse novo recurso
médico mereçam respeito, não podem ser imposições para todos, principalmente, porque
o Estado é laico e, assim, deve primar pela democracia, pelo direito ao livre arbítrio.
Embora haja tantas idéias divergentes, em relação à terapia celular, os fins podem sim
justificar os meios. Isso porque, pelo mesmo nesse caso, o mais importante não é
necessariamente quando a vida começa, mas sim o direito à escolha. Ora, se a própria
natureza nos fragiliza ou nos submete a tantas adversidades e ao mesmo tempo nos
presenteia com a capacidade de superá-las, não usufruir disso é, no mínimo, ingênuo e
contraditório. Mesmo assim, considerando que tal procedimento científico ainda é
bastante incipiente, o melhor caminho é o da cautela, do bom senso, a fim de que as
pessoas, que já estão sofrendo tanto, não sejam tratadas com desrespeito. Até mesmo
porque, também nesse contexto, a pressa não é amiga da perfeição.
Vanderson Caliari – 10/07/2009

Texto 18 (Violência no trânsito – “Lei Seca”):


EXEMPLO DE INTRODUÇÃO 1 (Com dados estatísticos):
Por um trânsito mais humano e pacífico / Por um trânsito mais consciente e pacífico / Paz no
trânsito: um enorme desafio
Os acidentes de trânsito em nosso país chegaram a níveis assustadores. São milhares de
vidas desperdiçadas todos os anos nas estradas brasileiras. Só para se ter uma idéia, segundo
estatísticas referentes a 2007, foram 35 mil mortes em função desse problema.

EXEMPLO DE INTRODUÇÃO 3 (Com alusão histórica):

Há mais de dois séculos, na França, Nicolas J. Cugnot criou algo que mudou a vida das
pessoas: o automóvel. Embora tal invenção tenha sido indiscutivelmente revolucionária,
naquela época jamais se imaginou que essa criação tão útil também traria tantos problemas para
o mundo contemporâneo.

EXEMPLO DE INTRODUÇÃO 2 (Dentro do esquema 1):


Entre os diversos problemas brasileiros, os acidentes de (1) trânsito certamente se
destacam. Segundo especialistas, as principais causas (2-E) estão relacionadas às péssimas
condições das estradas, à imprudência e imperícia dos motoristas, desrespeito às leis,
principalmente a irresponsabilidade de dirigir alcoolizado.

INÍCIO DO TEXTO (Segundo parágrafo):

As irregularidades na malha rodoviária do país têm uma parcela de culpa na ocorrência


dos acidentes (3-E). Conforme a CNT – Confederação Nacional do Transporte – 74% das
rodovias apresentam deficiências. Buracos na pista, sinalização insuficiente ou encoberta pela
vegetação, falta de acostamento são, muitas vezes, responsáveis por tragédias (4-E) (se
tornam, muitas vezes, desafios que exigem dos condutores uma atenção redobrada – uma
concentração bem mais intensa). Se considerarmos que o Brasil tem uma das maiores cargas
tributária do mundo, não será difícil perceber que, pelo menos no setor rodoviário, (E - malha
rodoviária) os problemas são proporcionais à negligência política.
É importante ressaltar também o comportamento imprudente de muitos motoristas.
Ultrapassagens indevidas (arriscadas), alta velocidade, desrespeito às sinalizações,
principalmente ao sinal vermelho, entre tantas infrações acabam transformando (5) o trânsito
num desafio que, não raro, termina em tragédia (num perigo iminente). Prova disso é que
grande parte dos acidentes (6-E) está relacionada à imperícia e imprudência dos condutores.
(Prova disso é que estatísticas recentes revelaram que 90% a 95% dos acidentes decorrem de
fatores humanos, entre eles a imperícia e a imprudência).
O consumo de álcool seguido da direção de um veículo é, certamente, das principais
imprudências (7-E), a que mais se destaca. Sabe-se que, aproximadamente, 60% das
fatalidades (8-E) estão associadas à utilização de bebidas alcoólicas, (Sociedade Brasileira de
Atendimento Integrado ao Traumatizado). Recentemente, com a implantação da “Lei Seca” —
que prevê tolerância zero para esse tipo de irresponsabilidade — essa realidade (9) já sofreu
transformações bastante positivas. Depois da modificação na lei, o Ministério da Saúde revelou
uma considerável diminuição no número de vítimas de acidentes automobilísticos (10).
Entretanto, se as fiscalizações não continuarem com a mesma intensidade, é bem provável que
os resultados não permaneçam tão satisfatórios, haja vista que a repentina mudança de
comportamento não está relacionada, necessariamente, só com a conscientização, mas também
com o receio de sofrer penalizações.
Assim, considerando tais aspectos, não é difícil compreender que a diminuição dos
acidentes de trânsito (11) representa um enorme desafio. Para superá-lo, certamente, será
preciso investir (apostar) na prevenção. Nesse sentido, pais e educadores são imprescindíveis,
pois têm o importante papel de transmitir às crianças e aos jovens valores fundamentais, como
responsabilidade, respeito, tolerância, ou seja, todos aqueles intrínsecos à ética e à cidadania. É
imprescindível também (ainda) a atuação constante do Estado, principalmente no que diz
respeito à fiscalização (12), para que as leis (13) sejam realmente aplicadas com rigor e sem
acepção de pessoas. Esses são caminhos que, provavelmente, nos conduzirão a um trânsito
(14) mais consciente, humano e pacífico. (Esses são caminhos que, provavelmente,
humanizarão o trânsito, tornando-o mais consciente e pacífico).

Texto 19 ( Voto – tema do Enem 2002):


Voto: exercício da cidadania
Depois de muitos anos de regime militar - muita luta, censura, exílio, tortura e até
assassinatos - o voto livre e direto se tornou o maior símbolo da democracia no Brasil. É
através dele que podemos escolher nossos governantes, por isso, # representa algo tão
imprescindível. Mas, infelizmente, muitos eleitores desprezam essa conquista,
desrespeitando todo o esforço histórico para que pudéssemos exercer esse direito.
É inegável que o voto, a cada eleição, tem o poder de transformar nosso país,
considerando que # podemos eleger os representantes mais aptos. Entretanto, seja por
falta de informação, criticidade ou até mesmo desinteresse, diversas pessoas acabam
escolhendo políticos despreparados e, o que é mais grave, corruptos. Assim, boa parte do
dinheiro proveniente dos impostos é desviada ilicitamente, impedindo o crescimento de
setores essenciais para a população viver com dignidade, como educação, saúde,
alimentação, emprego, moradia, segurança, transporte, entre tantos outros aspectos.
Devemos considerar também que, tão importante quanto ir às urnas # é, durante o
mandato dos líderes escolhidos, exercer plenamente a cidadania. Isso significa, sem
dúvida, fiscalizar, exigir, denunciar, enfim, assumir uma postura que impeça qualquer
atitude corrupta e, ao mesmo tempo, atinja o principal objetivo do voto:um país mais
digno, no qual os líderes incompetentes, desonestos sejam afastados do poder com punição
exemplar e, principalmente, onde as riquezas sejam distribuídas de forma igualitária.

Dessa forma, percebe-se que as transformações de que o Brasil necessita dependem,


inevitavelmente, do voto consciente, mas não pode ser apenas isso. Será preciso – antes,
durante e depois das eleições – inibir práticas comuns em nosso país: compra de votos,
boca de urna, demagogia, abuso de poder, corrupção, entre tantos outros atos ilícitos.
Será necessário também manter uma vigília constante. Isso porque, principalmente no
âmbito político, a ideia de que “quanto mais alto se está, mais difícil é manter o
equilíbrio” parece realmente uma constatação irrefutável.

Texto 20 ( Tema: Bullying e cyberbullying ):


Tema – Bullying e cyberbullying: uma praga do mundo real e virtual

Título – Bullying: perigo iminente


Entre os diversos temas que preocupam pais, professores e autoridades políticas de um
modo geral, o bullying tem, nos últimos anos, recebido uma atenção especial. Isso por que suas
consequências são gravíssimas e, considerando a utilização da internet, ganharam dimensões
para as quais parece não haver mais controle.
Enfrentar esse problema é, certamente, um grande desafio, já que suas causas estão
relacionadas a características bastante comuns em crianças e adolescentes: a diversão que, não
raro, envolve o sofrimento do outro e a necessidade de se sentir superior ou se destacar perante
os colegas. São brincadeiras de mau gosto e nada inocentes, que envolvem intimidação,
humilhação, agressão moral e física, além de prejuízos materiais. Estes, por sua vez, são os
termos mais usados para nacionalizar essa palavra de origem inglesa. E o pior é que, se
encontram prazer em tais atitudes, dificilmente serão convencidos a mudarem de
comportamento.
Embora o bullying, e mais recentemente o cyberbullying – quando a internet se torna um
recurso para essa prática – ocorram também em outros contextos, envolvendo adultos, é com o
público infanto-juvenil que as preocupações se intensificaram. Medo, angústia, isolamento,
desânimo, depressão, baixo rendimento, fobia escolar e, até mesmo, em casos extremos,
suicídio constituem os principais danos para aqueles que são submetidos a esse tipo de
violência, que tem ocorrido com maior frequência no âmbito escolar.
Com a popularização da internet, os horizontes desse mal se expandiram. No mundo
virtual, muitos internautas se sentem livres e protegidos pelo anonimato, para praticarem todo o
tipo de crueldade. É o já conhecido cyberbullying. Nesse contexto, as redes sociais, entre outros
meios, são utilizadas com objetivos escusos, muito semelhantes aos do bullying. A diferença
principal é que, no espaço virtual, é difícil identificar o agressor e, além disso, a violência pode
ocorrer de modo ininterrupto.
Diante desse cenário preocupante, vê-se a urgente necessidade de combater essa prática
tão perigosa e repugnante. Para isso, a participação de pais e professores é imprescindível.
Além da prevenção - desde a idade mais inicial possível, tanto no âmbito familiar quanto
escolar – será preciso incentivar as vítimas a denunciarem, bem como punir de forma exemplar
os que insistem nesse tipo de comportamento. Será preciso ainda que os valores nobres, que se
resumem no respeito ao próximo, sejam resgatados, a fim de que os mais jovens,
principalmente, compreendam a importância deles para uma convivência harmoniosa e feliz, na
qual as diferenças jamais fomentem ou justifiquem qualquer tipo de violência.

Texto 21 ( Tema: Preservação ambiental e desenvolvimeto


-Tema Enem 2001):

Texto – Tema Enem 2001

A natureza tem recursos para suprir a necessidade humana, mas não a sua avidez.

O grande problema do mundo é que o homem aprendeu a controlar a natureza antes de aprender
a controlar a si mesmo.

O mundo tornou-se perigoso porque o homem aprendeu a controlar certas forças da


natureza antes de aprender a controlar a si próprio.
Introdução 1:
A preservação ambiental constitui, atualmente, uma das maiores preocupações da
humanidade. Entretanto( ainda assim – apesar disso a relação que o homem estabelece com a
natureza( ainda) não é harmoniosa. *Nesse sentido, pelo menos até agora, nosso próprio
desenvolvimento tem sido o maior desafio, já que é difícil imaginá-lo sem destruir o meio em
que vivemos. ( *Nesse sentido, pelo menos até agora, é difícil imaginar o desenvolvimento
humano desvinculado da depredação do meio em que vivemos.)
Introdução 2:
Continuar se desenvolvendo sem destruir a natureza, certamente, constitui um dos
maiores desafios do mundo contemporâneo. Nesse sentido, é preciso responder uma questão
imprescindível: como harmonizar tantos interesses em conflito?

Conclusão:
Assim, percebe-se que — embora já existam esforços relevantes em prol do
desenvolvimento sustentável — a paisagem poeticamente retratada por Gonçalves Dias, em sua
famosa “Canção do Exílio”, está perdendo de uma forma cada vez mais acelerada sua
exuberância. Para impedirmos essa evolução tão destrutiva será preciso investir em educação
ecológica, afim de que pais e professores tenham êxito na formação de cidadãos éticos, capazes
de usufruir com mais sabedoria dos recursos naturais. Além disso, a atuação comprometida e
responsável dos líderes mundiais é de vital importância, bem como intensificar a fiscalização e
aplicação de pesadas multas.

(poderá apenas, caso ações mais ousadas não forem colocadas em prática, ser imaginada pelas
gerações futuras.)

Texto 22( Tema: Inclusão digital ):


Exemplo de introdução:

Embora estejamos em plena era da tecnologia da informação – na qual a internet


se tornou uma ferramenta de valor imensurável – muitos recursos ainda estão distantes
da realidade de uma significativa parcela da população em nosso país. Prova disso é que,
segundo dados recentes, ( ou ... cerca de apenas 14% dos brasileiros entre 15 e 20 anos têm
acesso a computador.) sabe-se que mais de 70% dos brasileiros sequer tiveram
oportunidade de acessar a grande rede mundial de computadores.

Exemplo de conclusão:

Assim, embora já tenham ocorrido alguns avanços em relação à inclusão digital,


percebe-se que nosso país ainda está distante do ideal. Será preciso maior interesse
político, a fim de que os investimentos aumentem, objetivando, pelo menos, diminuir o
analfabetismo digital, bem como tornar financeiramente mais acessível as novas
tecnologias de informação — especialmente o computador e a internet. A atuação de pais
e professores também é imprescindível, já que não basta apenas uma máquina, é preciso,
obviamente sabedoria para manuseá-la em benefício próprio e do coletivo. Do contrário,
será apenas uma forma moderna de entretenimento ou de gastar o tempo com futilidades
e, pior, submetendo principalmente os mais ingênuos a todos os riscos presentes no
mundo virtual.
Coletânea sobre alguns temas:

Assunto: Internet
Jovens separados do mundo virtual
Jornal Hoje - 21 de Agosto de 2006
Os jovens do Brasil e um grande desafio: superar o abismo que separa a maioria do mundo virtual. Temos 18 milhões de
cidadãos com idade entre 15 e 20 anos. Apenas 2,5 milhões têm acesso ao computador.
Um dia especial na vida de Lidiane. Aos 18 anos, pela primeira vez, ela toca num computador. Ela faz parte de uma
estatística preocupante. Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas aponta que apenas 14,18% dos brasileiros de 15 a 20 anos de
idade têm acesso à computador. Quando se trata de acesso à internet, o número não chega 10%.
Em lugares como o distrito de Alegria, sertão do Ceará, nenhum jovem tem contato com o computador. Mesmo assim, eles
têm consciência de que só o acesso à tecnologia pode levá-los para o mercado de trabalho. "Tem muita gente aí com dez anos que
mora na cidade grande e já lida com muita coisa assim", disse Pedro Gomes de Sousa, estudante.
Mas, a pequena Tejuçuoca - cidade cearense de 20 mil habitantes, é uma exceção. Os jovens ganharam uma ilha digital com
cinco computadores - pagam R$ 0,50 por uma hora de internet. "Qualquer hora do dia a gente vem, dá uma passadinha aqui e faz o
trabalho direitinho", contou Aline Marques, estudante de 16 anos.
Trabalho que é difícil até mesmo nas metrópoles. Uma escola pública de Fortaleza não tem nenhum computador para os
alunos. "Eu vou sempre à lan house porque é o único meio que eu encontro de fazer meus trabalhos, me comunicar", afirmou Mariane
Oliveira Lima, de 18 anos.
Quando o acesso dos jovens aos computadores é facilitado e incentivado dentro das instituições de ensino, eles acabam
mostrando que têm potencial não só para aprender rápido, mas, também para utilizar a informática no desenvolvimento de
tecnologias. É o que acontece em um laboratório do Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará.
Os estudantes criaram até um sistema de alarme para detectar o furto de cabos elétricos. Quem vê Aline desenvolvendo placas
de computadores nem imagina que só no laboratório ela teve o primeiro contato com computador. "A gente vai tendo contato, vindo
aqui todo dia, mexendo e vai perguntando o que a gente não sabe e assim vai", disse Aline Torres, estudante de 18 anos.
Na periferia de Fortaleza, jovens que conseguiram se formar em informática fundaram uma cooperativa que presta serviços
para empresas. O dinheiro arrecadado é investido em cursos gratuitos e projetos para levar o computador até as casas.
Os irmãos Francivaldo e Carlos Alberto estão entre os moradores que pagam à cooperativa R$ 30 por mês para ter um micro
com internet banda larga. Depois de um ano o computador é deles. “Isso eleva o meu nível à um patamar bastante alto", admitiu
Carlos Alberto Matos.
Oportunidade que a maioria dos jovens ainda espera: entrar no mundo virtual para mudar a própria realidade.

Desigualdades reais e virtuais


07 de Agosto de 2007 -Joranl Hoje ( Bianka Carvalho)
Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira aponta as diferenças regionais e sociais entre os internautas. E essas diferenças são
enormes. Hoje, 22,5 milhões de pessoas têm computador em casa, mas nem todos acessam a internet. Por exemplo: os ricos usam a
rede mundial dos computadores dez vezes mais que os pobres. A saída para facilitar o acesso digital a todos, de acordo com os
especialistas, seriam as escolas e os centros gratuitos de informática.
Livros, jornais e revistas. Para Verônica Paiva, o universo da informação se resume a isso. Nada de tecnologia. Computador e
internet fazem parte de uma realidade em que ela não se sente incluída. “Como é que eu irei desempenhar, desenvolver o meu
trabalho sem estar sabendo nada da internet“, pergunta a desempregada.
O mapa da discriminação digital aponta que 14,7% dos brasileiros com dez anos ou mais têm internet em casa e 21% se
conectaram ao mundo virtual nos últimos três meses antes da pesquisa, em 2005. Por regiões, Norte (4,9%) e Nordeste (5,7%)
apresentam o menor número de residências com internet, seguidas do Centro-Oeste (13,7%), Sul (18,6%) e Sudeste (20,8%).
A análise da pesquisa mostra que as políticas públicas que deveriam promover a democratização digital acabam, pelo
contrário, reforçando a exclusão. Os centros de acesso gratuito à internet , por exemplo. Eles foram criados para universalizar as
possibilidades, trazendo para a rede mundial de computadores e para o mundo on-line as pessoas que não podem pagar por isso.
Acontece que esses centros são usados cinco vezes mais pelos ricos do que pelos pobres.
Segundo a renda familiar e a cor, de maneira geral, os mais ricos (58,7%) usam dez vezes mais a internet que os mais pobres
(5,7%). A pesquisa também revela que os brancos (28,3%) usam duas vezes mais a internet que os negros (13,3%).
Nas escolas públicas, o uso da informática ainda é bastante limitado. A média é de um computador para cada cem alunos. Já
Liliana Santana, de 21 anos, não viu nada de internet quando estava no colégio. “Meu conhecimento de computador é zero. Menos de
zero”, diz. “As políticas deveriam ser políticas mais coletivas que individuais. Políticas de acesso gratuito, políticas de estímulo
coletivo ao acesso”, acredita o coordenador da pesquisa, Julio Jacobo.
• Inclusão Digital é a democratização do acesso às tecnologias da Informação, de forma a permitir a
inserção de todos na sociedade da informação. É também simplificar a sua rotina diária, maximizar o
tempo e as suas potencialidades. Um incluído digitalmente não é aquele que apenas utiliza essa nova
linguagem, que é o mundo digital, para trocar e-mails, mas aquele que usufrui desse suporte para
melhorar as suas condições de vida.

• De acordo com PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) o país encerrou 2004 com 16,6%
de domicílios com computador. Dentre essas, 12,4% estavam ligados à internet.
• O PNAD concluiu também que a expansão dos computadores e do acesso à internet, foi superior à dos
demais bens duráveis, como geladeira ou máquina de lavar.

Somente colocar um computador na mão das pessoas ou vendê–lo a um preço menor não é, definitivamente,
inclusão digital. É preciso ensiná–las a utilizá–lo em benefício próprio e coletivo.
Questão sobre inclusão digital proposta no site oficial do Enem:
A sociedade atual testemunha a influência determinante das tecnologias digitais na vida do
homem moderno, sobretudo daquelas relacionadas com o computador e a internet. Entretanto,
parcelas significativas da população não têm acesso a tais tecnologias. Essa limitação tem pelo
menos dois motivos: a impossibilidade financeira de custear os aparelhos e os provedores de
acesso, e a impossibilidade de saber utilizar o equipamento e usufruir das novas tecnologias. A
essa problemática, dá-se o nome de exclusão digital.
No contexto das políticas de inclusão digital, as escolas, nos usos pedagógicos das tecnologias de
informação, devem estar voltadas principalmente para
(A) proporcionar aulas que capacitem os estudantes a montar e desmontar computadores, para
garantir a compreensão sobre o que são as tecnologias digitais.
(B) explorar a facilidade de ler e escrever textos e receber comentários na internet para
desenvolver a interatividade e a análise crítica, promovendo a construção do conhecimento.
(C) estudar o uso de programas de processamento para imagens e vídeos de alta complexidade
para capacitar profissionais em tecnologia digital.
(D) exercitar a navegação pela rede em busca de jogos que possam ser “baixados”
gratuitamente para serem utilizados como entretenimento.
(E) estimular as habilidades psicomotoras relacionadas ao uso físico do computador, como
mouse, teclado, monitor etc.

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