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CONTROLE DE RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO

Controle da administração. O controle da administração é interno e externo.


O controle interno, realizado pela própria administração, dá-se por homologação,
aprovação, revogação, ou anulação. Na homologação só se confere o ato no aspecto da
legalidade. Na aprovação, além da legalidade, observa-se também o mérito do ato, ou
seja, a sua conveniência e oportunidade.

Na revogação suprime-se o ato administrativo por motivo de conveniência e


oportunidade e também em razão dos fatos relevantes supervenientes. A anulação dá-se
no caso de defeito do ato jurídico ou vício da legalidade.

O controle externo da administração é realizado pelo Poder Legislativo, com o auxílio


dos Tribunais de Contas, bem como pelo Poder Judiciário (quanto provocado).

Instrumentos para a provocação do Judiciário são, por exemplo, o mandado de


segurança, a ação popular, ação civil pública etc.

O prejudicado pode ingressar diretamente em juízo, sem necessidade de esgotamento


prévio de qualquer instância administrativa. Não há, no nosso sistema, o chamado
contencioso administrativo. “A lei não excluíra da apreciação do Poder Judiciário lesão
ou ameaça de direito”.

Mas o Judiciário não pode adentrar o mérito do ato administrativo, ou seja, a sua
oportunidade ou conveniência, aspectos esses, de competência exclusiva do
administrador.

Não pode o Judiciário rever os atos interna eorporis dos órgãos administrativos
colegiados, que dizem respeito a sua organização interna, salvo no que se refere ao
exame da legalidade.

CONTROLE LEGISLATIVO
Os administrativistas costumam levantar no Texto Constitucional os diversos casos em
que o Poder Legislativo tem faculdades que lhe permitem interferir na Administração.
No entanto, do ponto de vista de uma análise mais apurada e precisa da matéria, é
importante discriminar entre aqueles meios que podem ser destinados especificamente a
exercer um controle do ato administrativo, portanto que pressupõem a existência de um
ato, e aquelas outras formas de interpenetração que transcendem o mero exame da
regularidade do ato administrativo, para chegarem ao ponto de encerrar um verdadeiro
condomínio, digamos assim, de competência sobre uma determinada matéria.

De fato, hoje, as atividades dos Poderes Executivo e Legislativo apresentam-se


interpenetradas, é dizer, de muitas destas atividades são cumpridas pelo Poder
Executivo e parte pelo Poder Legislativo, e é certo que em razão desta divisão resulta
sempre um possibilidade de evitar-se o arbítrio, como ensinam as lições consagradas de
Montesquieu. Contudo, não nos parece que esses meros controles inter-orgânicos sejam
matéria propriamente do direito administrativo, e sim mais condizentes com área do
direito constitucional. Assim acontece com a possibilidade do Poder Legislativo até
mesmo julgar o Presidente da República por crime de responsabilidade, mas seria
deslocar esse tipo de preocupação que nos tem detido no estudo do controle e focalizar
um instituto desta ordem, que é um controle que transcende o próprio ato para ir de
encontro a um julgamento sobre a pessoa e a sua possibilidade de permanecer no cargo
público.

Em outros casos, o Poder Legislativo exerce uma verdadeira colaboração com o Poder
Executivo, porque ambos estão irmanados no mesmo afã, no mesmo desiderato, de
encontrar de encontrar a pessoa certa para o lugar certo. Daí então dão-se os diversos
casos em que as nomeações necessitam de aprovação congressual. Assim como acorre
com outros atos em que esta interligação é freqüente, tais como: a autorização do
Congresso Nacional para declarar a guerra, celebrar a paz, a aprovação e intervenção
federal ou de estado de sítio, autorização para desmembramento e incorporação de áreas
em Estados-Membros e Territórios. E, de outro lado, existe aquela aprovação conjunta
de nomes, como é o caso de embaixadores e ministros do Supremo Tribunal Federal,
que uma vez indicado o nome pelo presidente da República essa indicação depende de
aprovação por parte do Poder Legislativo.

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