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FÍSICA
12.ǡ ano de escolaridade
Ano de escolaridade
12.o Ano
Autores
Luís Cadillon Costa
Fátima Sousa Castro
Nuno Serra Agostinho
Coordenador de disciplina
Luís Cadillon Costa
Ilustração
Patrícia Ferreira Carvalho
Design e Paginação
Esfera Crítica Unipessoal, Lda.
Patrícia Ferreira Carvalho
1ª Edição
Conceção e elaboração
Universidade de Aveiro
2014
Este manual do aluno é propriedade do Ministério da Educação da República Democrática de Timor-Leste, estando proibida a sua
utilização para fins comerciais.
Os sítios da Internet referidos ao longo deste livro encontram-se ativos à data de publicação. Considerando a existência de alguma
volatilidade na Internet, o seu conteúdo e acessibilidade poderão sofrer eventuais alterações. Caso tenha sido inadvertidamente
esquecido o pedido de autorização de uso de algum material protegido por copyright, agradece-se que seja comunicado, a fim de
serem tomadas as providências adequadas.
Índice
Unidade Temática
10
0 Circuitos Elétricos
1 Circuitos elétricos
10 1.1 Componentes elétricos e eletrónicos
12 1.2 Esquematização de um circuito elétrico
13 2 Corrente elétrica
14 3 Diferença de potencial e intensidade da corrente
17 4 Resistência de um condutor e Lei de Ohm
22 5 Resistividade
23 6 Energia elétrica e potência elétrica
26 7 Trocas de energia num circuito elétrico
26 7.1 Lei de Joule
27 7.2 Geradores e recetores
28 APSA A-0.1: A instalação elétrica em casa
29 APL A-0.1: Circuitos com lâmpadas em série e em paralelo
31 APSA A-0.2: Circuito eletrónico
32 APL A-0.2: Lei de Ohm
34 APSA A-0.3: Consumo elétrico doméstico
34 Resumo
35 Questões para resolver
1 Equações dos Circuitos Elétricos
38 1 Circuitos simples com gerador e recetor
38 1.1 Força eletromotriz e potência de um gerador
39 1.2 Resistência interna de um gerador e potência útil de um gerador
42 1.3 Força contraeletromotriz de um recetor
42 1.4 Resistência interna e potência útil de um recetor
45 2 Associação de resistências
49 APL A-1.1: Características de um gerador
50 APL A-1.2: Circuitos com resistências em série e em paralelo
51 Resumo
52 Questões para resolver
2 Campo Elétrico e Campo Magnético
54 1 Carga elétrica. Eletrização por contacto e por influência
56 2 Condutores e isoladores
56 3 Campo elétrico. Lei de Coulomb
65 3.1 Condutor em equilíbrio eletrostático
66 3.2 Energia no campo elétrico
67 4 Potencial elétrico. Superfícies equipotenciais
77 5 Aplicações
77 5.1 Campo elétrico na atmosfera
3
A
78 5.2 Poder das pontas. Sistema de proteção contra relâmpagos
79 6 Campo magnético
79 6.1 Origens do campo magnético
82 6.2 Campo magnético terrestre
83 APSA A-2.1: Eletrização por contacto e por influência
83 APL A-2.1: Superfícies equipotenciais
84 APSA A-2.2: Linhas de campo magnético
85 APL A-2.2: «Poder das pontas»
87 Resumo
87 Questões para resolver
Unidade Temática
94
0 Forças Elétrica e Magnética
1 Ação de campos magnéticos sobre cargas em movimento
98 2 Ação simultânea de campo elétrico e magnético sobre cargas em
movimento
101 3 Aplicações
103 3.1 Motor elétrico
103 3.2 Levitação magnética
104 3.3 Espetrómetro de massa
105 3.4 Experiência de Thomson
106 APSA B-0.1: Acelerador de partículas
107 APSA B-0.2: Razão carga/massa do eletrão
107 APSA B-0.3: Motor Elétrico
108 APL B-0.1: Comboio de levitação magnética
109 APL B-0.2: Acção do campo magnético sobre uma corrente eléctrica
110 Resumo
111 Questões para resolver
1 Indução Eletromagnética
114 1 Efeito magnético da corrente elétrica. Experiência de Oersted
115 2 Indução eletromagnética
116 3 Fluxo magnético
118 4 Força eletromotriz induzida. Lei de Faraday
120 5 Aplicações
120 5.1 Eletroíman
121 5.2 Gerador de corrente elétrica
122 5.3 Transformador
125 5.4 Campainha
4
B
125 5.5 Microfone
127 APSA B-1.1: Experiência de Oersted
127 APSA B-1.2: Experiência de Faraday
128 APL B-1.1: Eletroíman
129 APL B-1.2: Transformadores
130 Resumo
130 Questões para Resolver
Unidade Temática
150
0 Modelo Atómico
1 O núcleo atómico
150 1.1 Constituição do núcleo
150 1.2 Número atómico e número de massa. Nuclido
152 1.3 Energia de ligação nuclear
154 1.4 Estabilidade do núcleo
156 2 Radioatividade
156 Resumo
157 Questões para resolver
1 Origem e Utilização da Radioatividade
158 1 Processos de estabilização dos núcleos radioativos: decaimento
radioativo
162 1.1 Propriedades das emissões
163 1.2 Lei do decaimento radioativo
164 1.3 Tempo de meia vida
5
C
165 1.4 Atividade de uma amostra radioativa
167 2 Fontes naturais e artificiais de radioatividade
168 3 Efeitos biológicos da radiação
169 4 Detetores de radiação ionizante
169 5 Aplicações da radiação ionizante
169 5.1 Na Medicina
170 5.2 Na Arqueologia
170 5.3 Na Indústria
171 APSA C-1.1: Radioatividade
171 APSA C-1.2: Radiação ionizante
172 APSA C-1.3: Energia nuclear
172 Resumo
173 Questões para resolver
174 Glossário
176 Soluções das questões para resolver
180 Tabela periódica dos elementos químicos
6
Introdução
É com satisfação e orgulho que apresentamos o Manual de Física para os estudantes que
vão concluir o ensino secundário.
Pensamos que estudar Física é uma boa forma de assegurar um futuro melhor num mundo
cada vez mais imerso em Ciência e Tecnologia. Sendo a Física uma ciência fundamental, é
importante que os conceitos, teorias e leis sejam explicados de forma clara e agradável para
que a sua compreensão e aplicação se revele eficiente.
Devem ser utilizadas todas as potencialidades deste manual, que vão desde a exposição
teórica dos conteúdos, contextualizados na História da Ciência, até à sua aplicação a novas
situações. Tudo isto é sempre acompanhado da exploração de atividades experimentais,
fundamentais no Ensino e Aprendizagem das Ciências.
Esperamos pois, que esta obra seja um bom contributo para uma aprendizagem mais eficaz
e para o desenvolvimento de um excelente trabalho.
Os autores
7
O b j e t i v o s
0 Circuitos Elétricos
1 Equações dos Circuitos Elétricos
2 Campo Elétrico e Campo Magnético
A-0 Circuitos elétricos
Neste subtema são abordados conceitos intimamente ligados aos
circuitos elétricos, em particular o de intensidade de corrente e o de
diferença de potencial. As aplicações mais comuns de circuitos, e as suas
características são estudadas, para chegar às noções de gerador e recetor
de energia elétrica.
1 Circuitos elétricos
10
Questão resolvida
1. Indique qual o esquema que representa a forma correta para se acender uma lâmpada.
Resolução:
1. O esquema 1, pois liga cada polo da pilha a cada polo da lâmpada.
Componente
Característica Símbolo
eletrónico
Circuitos Elétricos | 11
1.2 Esquematização de um circuito elétrico
Como se esquematiza um circuito elétrico?
Os circuitos podem-se representar por meio de esquemas, fazendo corresponder a cada dispositivo elétrico o
seu símbolo. Exemplos desses dispositivos e respetivos símbolos estão representados na figura 2.
+−
Com estes símbolos pode-se esquematizar, por exemplo, o circuito da lanterna de mão que se mostra na figura
seguinte.
contactos metálicos
do interruptor
anel de vedação
(resistente à água) botão do
revestimento plástico
interruptor
refletor
filamento
da lâmpada
terminal na base
da lâmpada mola metálica
pilhas
conectadas em série
lâmpada
2 Corrente elétrica
+− +−
O que é a corrente elétrica?
pilhas
Chama-se corrente elétrica ao movimento orientado de partículas
Figura 4 – Esquema do circuito da
portadoras de carga elétrica. Os portadores de carga podem ser eletrões lanterna de mão.
ou iões.
Nos metais, a corrente elétrica é um movimento orientado de eletrões
livres. Nas soluções boas condutoras, a corrente elétrica é um movimento A saber:
orientado de iões positivos, num sentido, e de iões negativos, em Uma corrente elétrica é um
movimento orientado de cargas
sentido oposto. elétricas, eletrões ou iões.
+−
Circuitos Elétricos | 13
3 Diferença de potencial e intensidade da corrente
O que é a diferença de potencial?
Quando um corpo capta ou cede eletrões fica eletrizado, ficando
respetivamente carregado negativamente ou carregado positivamente.
Diz-se, então, que cada um desses corpos se encontra a um dado
potencial elétrico.
Considere-se um corpo A, no estado neutro, isto é, com o mesmo número
de cargas positivas e negativas. Num dado momento, recebe eletrões,
passando ao estado A₁, que está carregado negativamente. Este corpo
está a um potencial negativo.
A ± A₁ ±
± ± recebendo ±− ±
eletrões −
± ± ± ±
−
± ± ± ±
± ± −
Figura 6 – A: corpo neutro; A₁: corpo com excesso de carga elétrica negativa.
B ± B₁ +
± ± retirando ± ±
eletrões
± ± + +
± ± ± ±
± +
Figura 7 – B: corpo neutro; B₁: corpo com execesso de carga elétrica positiva.
A saber:
Figura 8 – Voltímetro analógico e voltímetro digital. Um voltímetro mede a d.d.p.
e instala-se em paralelo num
circuito.
O que é a intensidade da corrente elétrica?
A intensidade da corrente, representa-se por I, e é uma grandeza física
que representa a quantidade de carga elétrica, que atravessa a secção
reta de um material, por unidade de tempo.
Circuitos Elétricos | 15
Quando se representa um circuito, o sentido utilizado é o chamado
sentido convencional, que num circuito fechado é o do potencial maior
para o potencial menor, ou seja, do polo positivo para o polo negativo.
Por exemplo, no interior de uma bateria, enquanto as reações químicas
mantiverem a d.d.p. entre os seus polos, haverá uma corrente elétrica a
circular continuamente no circuito.
A figura 10 representa o sentido convencional num circuito.
I (A)
t (s)
Figura 11 – A corrente contínua tem sentido e intensidade constantes.
I (A)
t (s)
+−
A R B
A B
Circuitos Elétricos | 17
O que é um condutor óhmico?
Assim, num condutor que obedece à Lei de Ohm verifica-se que a diferença
de potencial nos seus terminais é diretamente proporcional à intensidade
da corrente que o percorre.
Esta relação é traduzida pela razão:
U (V)
I (A)
Figura 14 – A – Condutor óhmico; B e C – Condutores não óhmicos.
0 0 ×1 1%
Tolerância
1 1 ×10 2%
Multiplicador
2 2 ×100 5%
Segundo algarismo
Primeiro algarismo
3 3 ×10³ 10%
4 4 ×10⁴
5 5 ×10⁵
6 6 ×10⁶
7 7
8 8
9 9
O que é um curto-circuito?
Através da Lei de Ohm, verifica-se que diminuindo muito a resistência, a
intensidade da corrente aumenta muito. No caso limite, se a resistência
for nula, a intensidade da corrente é infinita.
Considere-se o circuito da figura 16. O fio de resistência nula está a curto
circuitar a resistência. Toda a corrente passa pelo fio, e não pela lâmpada,
pois aquele não oferece resistência à sua passagem.
A lâmpada não acende porque a corrente elétrica passa preferencialmente
pelo fio, pois a resistência é teoricamente nula, estabelecendo-se
um curto‑circuito nos terminais da lâmpada. A pilha descarrega-se
Figura 16 – A lâmpada está em
rapidamente. curto‑circuito.
Circuitos Elétricos | 19
Questões resolvidas
1. Uma resistência foi colocada num circuito elétrico, como o da figura seguinte.
Usaram-se diferentes fontes de alimentação e foram registados os valores das diferenças de potencial e
da intensidade da corrente que percorrem a resistência, em cada caso.
1.1. Comprove, a partir dos dados da tabela, que a diferença de potencial e a intensidade da corrente são
diretamente proporcionais.
1.2. Indique o valor da resistência.
1.3. Calcule a intensidade da corrente, se a resistência for submetida a uma d.d.p. de 4,0 V.
1.4. Determine a d.d.p. nos terminais da resistência, para que a intensidade da corrente que a percorre
seja 3,5 A.
1.5. Trace o gráfico I = f(V).
Resolução:
1.1. Duas grandezas são diretamente proporcionais se a razão entre elas for constante. Assim:
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
+− 3,0 A
? L₁
1,0 Ω L₂ ?
L₃ 2,0 A
e: .
Circuitos Elétricos | 21
5 Resistividade
De que depende a resistência elétrica de um condutor?
A resistência de um condutor depende da forma e do material de que é feito.
Verifica-se experimentalmente que a resistência de um material
homogéneo e de secção reta constante, é inversamente proporcional à
área da secção reta, S, e diretamente proporcional ao seu comprimento, l.
S
l
S
2l
Figura 17 – Duplicando o comprimento, duplica a resistência.
S
l
A saber:
Os reóstatos são resistências 2S
variáveis cujo funcionamento se
baseia na variação da resistência l
com o comprimento.
Figura 18 – Duplicando a secção, a resistência passa a metade.
C
A B
Quanto mais comprido for o fio condutor, maior será a sua resistência e
quanto maior for a sua secção menor será a resistência. A constante de
proporcionalidade, ρ, chama-se resistividade, que é uma característica do
material em que é fabricado e a sua unidade SI é o ohm metro, Ω·m.
A resistividade é uma propriedade que depende da temperatura.
Nos metais, a resistividade é tanto menor quanto menor for a temperatura.
Na tabela seguinte apresentam-se valores da resistividade, estabelecidos
a 20 °C, para alguns materiais.
Prata 1,6
Cobre 1,7
Tungsténio 5,5
Ferro 10,0
Manganina 44,0
Cromoníquel 100,0
Questão resolvida
1. Um fio condutor homogéneo e filiforme tem de comprimento 5,0 m e de área de secção reta 6,0 mm².
Quando é submetido a uma d.d.p. de 8,0 V é percorrido por uma corrente de 4,0 A.
1.1. Determine o valor da resistência do condutor.
1.2. Calcule o valor da resistividade do material do fio.
1.3. Se o raio da secção reta do condutor fosse reduzido para metade, o que aconteceria à resistência do
condutor? Justifique.
Resolução:
Circuitos Elétricos | 23
Através da expressão pode-se concluir que:
– para o mesmo tempo de funcionamento, quanto maior for a potência de
um aparelho, maior é a energia que ele transforma;
– quanto maior for o tempo de funcionamento, maior é a energia
transformada.
Questão resolvida
1. Um ferro de engomar de potência 2200 W funcionou durante 30 minutos, ligado a uma tomada
de 220 V.
1.1. Calcule a energia consumida pelo ferro.
1.2. Determine a resistência do filamento de aquecimento.
1.3. Calcule a intensidade da corrente elétrica que o percorre.
Resolução:
1.1. P = 2200 W
Δt = 30 min = 1800 s
E = P Δt + E = 2200 × 1800 + E = 3,960 × 10⁶ J.
1.2. Sabendo que: P = U I e R = U/I então vem: R = U²/P, logo
.
1.3. Como P = U I, substituindo 2200 = 220 × I, vem I = 10,0 A.
Circuitos Elétricos | 25
7 Trocas de energia num circuito elétrico
7.1 Lei de Joule
Quais os efeitos da passagem da corrente elétrica num condutor?
A corrente elétrica num circuito produz diversos efeitos, tal como se
ilustra na figura seguinte.
(C)
(A)
(B)
Figura 20 – Com um circuito semelhante a este, podemos verificar os efeitos químico (em
A), térmico (em C) e magnético (em B) da corrente elétrica.
Questão resolvida
1. Uma lâmpada de resistência 4,0 Ω está instalada num circuito onde a intensidade da corrente é de
200 mA, funcionando durante 10 min.
1.1. Calcule o valor da energia libertada como calor pela lâmpada.
1.2. A energia consumida pela lâmpada é igual, superior ou inferior ao valor calculado na alínea anterior?
Justifique.
Resolução:
1.1. Substituindo os valores na expressão da energia dissipada por efeito de Joule, vem:
E = P ∆t = R I² ∆t = 4,0 × 0,2² × 10 × 60 = 96 J.
1.2. Superior, uma vez que além da energia dissipada como calor há ainda a energia que a lâmpada utiliza
para iluminar, a energia útil.
7.2 Geradores e recetores
Tal como já foi referido, para que circule corrente elétrica num circuito é necessário um gerador. Os geradores
são dispositivos capazes de manter entre os seus terminais uma diferença de potencial.
Os geradores elétricos permitem obter energia elétrica a partir de outras manifestações de energia e podem ser
de diferentes tipos. Os alternadores e os dínamos são dispositivos que utilizam um mecanismo eletromagnético
para a produção de energia elétrica. As pilhas e os acumuladores são dispositivos eletroquímicos que permitem
transformar energia química em energia elétrica.
Os dispositivos que recebem energia elétrica e que a transformam em outras formas de energia são chamados
recetores. Se o recetor for uma resistência pura, a energia elétrica que lhe é fornecida transforma-se apenas em
energia térmica, mas se for, por exemplo, um motor, transforma-se parte em energia térmica, que é dissipada
por efeito Joule, e parte em energia mecânica.
Circuitos Elétricos | 27
APSA A-0.1: A instalação elétrica em casa
Questão-problema: Como eletrificar o modelo de uma casa, compreendendo como se faz a instalação do
fio neutro, do fio de fase, dos interruptores e do corta-circuitos fusível?
Objetivo: Elaboração de um pequeno projeto de eletrificação de uma casa.
Recursos:
• Retângulo de cartão de aproximadamente 30 cm × 40 cm
• Pregos pequenos
• Fio elétrico revestido de duas cores diferentes
• Arame fino
• Fio de cobre
• 1 pilha de 9 V
• 3 lâmpadas
Procedimento:
1. Desenhe no cartão o modelo de eletrificação de uma casa simples, como por exemplo:
interruptor
do quarto
quarto
interruptor
da sala sala fio de fase
d e
fusível fio neutro
f
interruptor c
b a
geral
2. Prenda com os pregos os fios, usando uma cor para o neutro e outra cor para a fase.
3. Use o arame para fazer de interruptor e o fio de cobre para fazer de fusível.
4. Intercale as lâmpadas nos circuitos.
5. Ligue a pilha aos fios que saem para o exterior.
6. Feche cada interruptor separadamente e depois todos em conjunto.
7. Interprete o que observa.
8. Discuta a função do fusível.
Questões pré-laboratoriais:
1. Qual é a grandeza física que está relacionada com o brilho de uma lâmpada?
2. Esquematize um circuito com duas lâmpadas em série e outro com as lâmpadas em paralelo.
3. Coloque em cada circuito anterior dois amperímetros e dois voltímetros.
Recursos:
• 1 pilha
• fios de ligação
• crocodilos
• 2 lâmpadas diferentes
• 1 amperímetro
• 1 voltímetro
Procedimento:
1. Proceda à montagem dos circuitos A, B e C representados na figura seguinte.
Circuitos Elétricos | 29
3. Intercale o amperímetro em vários pontos dos dois circuitos.
+−
+−
L₁ L₂
+−
L₁ L₂
+−
L₁
L₂
+−
L₁
L₂
+−
L₁
L₂
A B C D A B C D A B C D
L₁ L₂ L₁ L₂ L₁ L₂
+− +−
L₁ L₁
L₂ L₂
Questões pós-laboratoriais:
1. Tire conclusões sobre a intensidade da corrente num circuito com uma lâmpada e com duas em série.
2. Tire conclusões sobre a intensidade da corrente num circuito em série e em paralelo.
3. Tire conclusões sobre a d.d.p. num circuito em série e em paralelo.
4. Compare a intensidade e a d.d.p. nos circuitos em série e em paralelo.
Recursos:
• Cartazes com imagens de vários circuitos eletrónicos.
Procedimento:
1. Analise a imagem de cada circuito.
2. Identifique os elementos que o constituem.
3. Esquematize o circuito.
Circuitos Elétricos | 31
4. Discuta as aplicações do circuito.
Questão-problema: Lei de Ohm: o que acontece à intensidade de corrente que percorre uma resistência,
quando aos seus terminais se altera a diferença de potencial?
Objetivo: Verificação experimental da Lei de Ohm.
Questões pré-laboratoriais:
1. Como se instala um amperímetro num circuito?
2. Como se instala um voltímetro num circuito?
Procedimento:
1. Proceda à montagem do circuito esquematizado.
+−
Questões pós-laboratoriais:
1. À medida que se aumenta a d.d.p., como varia a intensidade da corrente?
2. Que relação existe entre a resistência do condutor e a razão ?
3. Construa a gráfico U = f(I) e tire conclusões.
4. Será que a temperatura se manteve constante durante a experiência?
5. De acordo com a Lei de Ohm como se classifica a resistência?
Circuitos Elétricos | 33
APSA A-0.3: Consumo elétrico doméstico
Procedimento:
1. Faça uma lista dos recetores elétricos utilizados na sua habitação.
2. Durante uma semana, registe o número de horas de funcionamento de cada um desses aparelhos.
3. Registe o valor da potência dos aparelhos.
4. Calcule o valor da energia total “consumida” durante a semana, em kW·h.
5. Compare o valor obtido com o gasto efetuado.
6. Apresente soluções para diminuir o gasto energético.
Resumo
(A) (B)
A
4. Considere o circuito esquematizado na figura
B
seguinte. D D
C
Identifique os componentes do circuito, representados
D
pelas letras A, B, C, D, e E.
Circuitos Elétricos | 35
5. Calcule a grandeza física assinalada com as letras X e Y, em cada circuito elétrico esquematizado.
X 15 A
7A
Y 6V
X X
(F)
(D) (E)
X
X 350 V
Y 5A
3Ω 100 Ω X
7V 5V
7. Um fio de cobre (ρ = 1,7 × 10⁻⁸ Ω·m) com 1,4 mm de diâmetro pode transportar uma intensidade
máxima de 6,0 A.
7.1. Calcule a resistência elétrica do fio, se ele tiver 20 m de comprimento.
7.2. Determine o valor máximo da d.d.p. que se pode aplicar nos extremos do fio, nas condições da
alínea anterior.
9. Um aparelho elétrico, com uma resistência de 300 Ω, funciona durante 5 minutos e é percorrido por
uma intensidade de corrente de 5,0 A. Calcule:
9.1. A potência do aparelho.
9.2. A energia fornecida ao aparelho.
10. Um relógio de parede funciona com uma associação de 4 pilhas de 1,5 V cada uma, e uma corrente
de intensidade 30 mA. Determine:
10.1. A potência do relógio.
10.2. A energia consumida pelo relógio durante um ano de funcionamento (365 dias), em:
10.2.1. Unidades SI;
10.2.2. kW·h.
11. Uma lâmpada de 40 W é ligada a uma tomada cujos terminais estão à d.d.p. de 220 V. Calcule:
11.1. A intensidade da corrente que passa pelo filamento da lâmpada.
11.2. A resistência do filamento da lâmpada.
11.3. A energia consumida pela lâmpada no mês de agosto, se estiver acesa, em média, 3,5 h por dia, em:
11.3.1. Unidades SI;
11.3.2. kW·h.
D
10 kΩ
10 V C
1 kΩ
Circuitos Elétricos | 37
A-1 Equações dos Circuitos Elétricos
Neste subtema são estudados alguns circuitos elétricos simples, incluindo
várias aplicações. Dá-se ainda ênfase às características ideais e reais
de geradores e recetores, terminando com a associações de várias
resistências em circuitos.
A saber:
A f.e.m. de um gerador indica A f.e.m. expressa-se, no Sistema Internacional, em volt, V.
a energia que ele transfere
por unidade de carga que o Assim, a indicação de, por exemplo, 9 V numa pilha refere-se à sua f.e.m.,
atravessa.
e significa que a pilha é capaz de transferir 9 J de energia para o circuito,
por cada carga de 1 C que a atravessa.
Figura 22 – Pilha de 9 V.
ε I Δt = R I2 Δt + r I2 Δt
U
A função linear U = f (I) designa-se curva característica do gerador. A reta,
tem ordenada na origem ε, e declive negativo r.
ε
Sendo a potência útil do gerador dada por:
Pu = ε I – r I²
Questões resolvidas
1. Uma bateria, de força eletromotriz 15,0 V, quando é ligada a uma resistência, apresenta nos seus
terminais uma diferença de potencial de 10,0 V e fornece uma corrente de intensidade 5,0 A.
1.1. Calcule:
1.1.1. A potência da bateria.
1.1.2. A resistência da bateria.
1.1.3. A energia útil fornecida ao circuito, em 2 minutos de funcionamento.
1.2. Trace o gráfico da tensão nos terminais da bateria em função da intensidade da corrente que a
percorre.
1.3. Estabelecendo um curto-circuito, ligando um fio condutor de resistência desprezável aos terminais
da bateria, qual passa a ser:
U (V)
15,0
0 15,0 I (A)
2. Uma pilha cuja resistência interna é de 0,5 Ω fornece energia a uma resistência externa de 10 Ω.
Sabendo que a d.d.p. nos terminais da pilha é de 20 V, determine:
2.1. A intensidade da corrente no circuito.
2.2. A f.e.m. da pilha.
2.3. A potência da pilha.
2.4. A potência útil da pilha.
Resolução:
2.1. Ugerador = Uresistência = 20 V
Pela Lei de Ohm I = U/R ⟺ I = 20/10 ⟺ I = 2,0 A.
2.2. U = ε – r I ⟺ 20 = ε – 0,5 × 2,0 ⟺ ε = 21 V.
2.3. P = ε I ⟺ P = 21 × 2,0 ⟺ P = 42 W.
2.4. Pu = U I ⟺ Pu = 20 × 2,0 ⟺ Pu = 40 W.
(ε', r')
ε I Δt = ε' I Δt + r' I² Δt + r I² Δt
A saber:
Num recetor ideal não
ε'
puramente resistivo, como um
I motor, a resistência interna é
nula (r‘ = 0) e a f.c.e.m. é igual à
Figura 26 – Curva característica do recetor. tensão nos terminais do recetor.
12,0
9,0
6,0
3,0
Determine:
1.1. A f.c.e.m. do recetor.
1.2. A resistência interna do recetor.
1.3. A energia dissipada, por efeito de Joule, durante 5 minutos no recetor, quando este é percorrido por
uma corrente de 4,0 A.
Resolução:
1.1. A d.d.p. nos terminais do recetor é dada por U = ε' + r‘ I
Verifica-se através do gráfico que a ordenada na origem é 6,0 V. Então ε' = 6,0 V.
1.2. Como U = ε' + r‘ I e substituindo os valores de um ponto do gráfico, por exemplo, I = 2,0 A e U = 9,0
V, obtém-se r‘ = 1,5 Ω.
1.3. Ed = r‘ I² Δt ⟺ Ed = 1,5 × 4,0² × 300 ⟺ Ed = 7,2 × 10³ J.
2. Um motor elétrico, cuja resistência interna é de 3,5 Ω, está ligado a uma tomada de 220 V e é atravessado
por uma corrente elétrica de 4,0 A.
Determine:
2.1. A f.c.e.m. do motor.
2.2. A energia útil transformada pelo motor durante 20 minutos de funcionamento.
Resolução:
2.1. Como U = ε' + r' I e substituindo os valores 220 = ε' + 3,5 × 4,0 vem ε' = 206 V.
2.2. Eu = ε' I ∆t ⟺ Eu = 206 × 4,0 × 1200 ⟺ Eu = 988,8 kJ.
R₁ R₂ R₃
A B
Figura 27 – Associação de resistências em série.
R₁
R₂
A R₃ B
R₂
R₁
A R₃ B
R₁ R₂
A R₃ B
I I
R₁ I R₂
Req
I
Figura 32 – Resistência equivalente.
A saber: U₁ = R₁ I e U₂ = R₂ I
O valor da resistência A diferença de potencial aos terminais de Req é:
equivalente, numa associação
em série, é igual à soma das U = Req I
resistências associadas.
Como U = U₁ + U₂ vem
U = U₁ + U₂ = R₁ I + R₂ I ⟺ Req I = (R₁ + R₂) I ⟺ Req = R₁ + R₂
Conclusão:
A saber:
Numa associação de resistências em série, a resistência equivalente é
Associando resistências em
série, aumenta-se a resistência igual à soma das resistências associadas.
equivalente.
Req = R₁ + R₂ + R₃ + …..
I₁ R₁
I
I₂ R₂
Req
I
Figura 34 – Resistência equivalente.
e
A saber:
O inverso da resistência
Substituindo em I = I₁ + I₂, vem equivalente é igual à soma
dos inversos das resistências
associadas em paralelo.
Conclusão:
Numa associação de resistências em paralelo, o inverso da resistência
equivalente é igual à soma dos inversos das resistências associadas.
A saber:
+ ... Associando resistências em
paralelo, diminui-se a resistência
equivalente.
1,2 Ω 10 Ω
A 3Ω B
15 Ω
Resolução:
⟺ Req2 = 2,8 Ω
ReqAB = 1,2 + 2,8 ⟺ Req = 4,0 Ω.
1.2. É a intensidade total. Aplicando a Lei de Ohm R = U/I ⟺ 4,0 = 12/I ⟺ I = 3,0 A.
15 V
R R
1Ω
Resolução:
2.1. A resistência equivalente vai ser apenas R, pois as outras duas estão em curto-circuito e portanto a
corrente elétrica não passa por elas.
Req = R = 10 Ω.
2.2. .
Questões pré-laboratoriais:
1. Quais são as grandezas que caracterizam um gerador?
2. Quando se utiliza um reóstato, como se poderá determinar a sua resistência a partir das medições
de U e I?
Recursos:
• 1 pilha de 9 V
• fios de ligação
• crocodilos
• reóstato
• 1 amperímetro
• 1 voltímetro
• 1 interruptor
Procedimento:
1. Proceda à montagem do circuito esquematizado.
9V R
Questões pré-laboratoriais:
1. Esquematize um circuito com três resistências em série e outro com as resistências em paralelo.
2. Coloque em cada circuito anterior dois amperímetros e dois voltímetros.
Recursos:
• 1 fonte de alimentação
• fios de ligação
• crocodilos
• 3 resistências elétricas
• 1 amperímetro
• 1 voltímetro
Procedimento:
1. Proceda à montagem de um circuito com três resistências em série.
2. Intercale no circuito um amperímetro e um voltímetro nos terminais da associação.
3. Registe os valores obtidos nos aparelhos.
4. Intercale sucessivamente o voltímetro entre cada resistência.
5. Registe os valores obtidos.
6. Proceda à montagem de um circuito com três resistências em paralelo.
Questões pós-laboratoriais:
1. Tire conclusões sobre os valores obtidos das intensidades da corrente e da diferença de potencial.
Resumo
• Um gerador elétrico é caracterizado pela f.e.m., que representa a energia que ele transfere por unidade
de carga que o atravessa, e pela resistência interna.
• Um recetor é caracterizado pela f.c.e.m., que é a energia que ele recebe e transforma noutras formas,
por unidade de carga que o atravessa, e pela resistência interna.
• O valor da resistência equivalente, numa associação em série, é igual à soma das resistências associadas,
Req = R₁ + R₂ + R₃ + ... .
• Numa associação de resistências em série, a intensidade da corrente que percorre cada resistência é a
mesma, I₁ = I₂ = …, e a diferença de potencial nos terminais das resistências é igual à soma das diferenças
de potencial nos terminais de cada resistência, U = U₁ + U₂ + … .
• O inverso da resistência equivalente é igual à soma dos inversos das resistências associadas em paralelo,
+ ... .
• Numa associação de resistências em paralelo, a diferença de potencial nos terminais de cada resistência
é a mesma, U = U₁ = U₂, e a intensidade da corrente que percorre o circuito principal é igual à soma da
intensidade da corrente que atravessa cada uma das resistências, I = I₁ + I₂+ … .
1. Determine a resistência que se deve ligar em paralelo com uma de 3 Ω para obter uma resistência
equivalente de 1,5 Ω.
R₁ = 75 Ω R₂ = 75 Ω
G
4. Quando se liga um voltímetro a uma pilha mede-se 9,00 V. Se a pilha alimentar um circuito com uma
lâmpada mede-se 8,60 V e a intensidade da corrente que percorre o circuito é 0,30 A. Determine:
4.1. A resistência interna da pilha.
4.2. A resistência da lâmpada.
4.3. A potência dissipada pela lâmpada.
R₁ = 9,0 Ω
I
ε = 110 V R₂ = 9,0 Ω
r₁ = 1,0 Ω
Rx
Determine:
9.1. A f.e.m. do gerador.
9.2. A resistência interna do gerador.
9.3. O valor da resistência exterior que estava ligada ao gerador quando o amperímetro do circuito
marcava 400 mA.
A B A B A B
A B
indutor induzido
Figura 38 – Os eletrões do condutor são atraídos pelo indutor.
fio de seda
contrapeso
q₂
r →
F
Princípio da sobreposição
Considerando um sistema constituído por várias cargas, se a carga Q
estiver sujeita à interação de várias outras cargas, q₁, q₂, q₃, …, qn, a força
resultante que atua sobre Q é igual à soma vetorial das forças exercidas
por cada uma das cargas.
→ → → → →
F r = F ₁ + F ₂ + F ₃ + …. F n
Q q₁
→
F₁
→ →
F₂ Fr
A saber:
A força sobre uma carga,
resultante da ação de várias
q₂ cargas, é igual à soma vetorial
das várias forças individuais.
Figura 41 – Aplicação do príncipio da sobreposição.
1. Três cargas estão colocadas nos vértices de um triângulo equilátero, no vazio, como mostra a figura.
Considere Q₁ = 2,0 μC, Q₂ = 3,0 μC e Q₃ = -3,0 μC.
Calcule a intensidade da resultante das forças que atuam na carga Q₁ devido à presença das outras cargas.
Q₂
10 cm Q₁
Q₃
Resolução:
1. Desenhe-se a força elétrica a que está sujeita a carga 1, devido à presença de Q₂ e Q₃. Atente-se ao
sentido das forças, dados os sinais das cargas.
Q₂
L = 10 cm Q₁
→ →
F ₁⁄₃ F ₁⁄₂
→
Fr
Q₃
e faça-se a carga q₂ = +1, isto é, uma carga unitária positiva. Neste caso a
força sobre esta carga é
Esta força, que se exerce sobre a carga pontual unitária chama-se campo
→
elétrico. Portanto, uma carga q, dentro de um campo elétrico E , fica
→
sujeita a uma força , F ,
→ →
F=qE
→
E
→
E
+Q
P →
E₁
Q₁ →
E₂ →
E
Q₂
→
Figura 45 – O campo elétrico, E , resultante da contribuição de cargas pontuais.
As figuras seguintes mostram as linhas de campo criadas por duas cargas elétricas pontuais:
– com o mesmo sinal e de módulos iguais
+q +q
Figura 46 – Linhas do campo elétrico criado por duas cargas elétricas pontuais, positivas e de igual módulo.
+q −q
Figura 47 – Linhas de campo do campo elétrico criado por duas cargas elétricas pontuais, de módulos iguais e sinais contrários -
dipolo elétrico.
1. Duas cargas iguais e de sinais contrários, com uma distância constante entre si constituem um dipolo.
T
−Q +Q S
a⁄₂ a⁄₂
α
E
E−
α
−Q +Q
a⁄₂ a⁄₂
ou seja
+Q −Q
Questões resolvidas
→ →
1. Um protão, é abandonado, em repouso, no ponto A do campo elétrico uniforme, E = −1,5 × 10³ eγ V·m⁻¹,
representado na figura.
Considere a massa do protão 1,673 × 10⁻²⁷ Kg e a sua carga 1,6 × 10⁻¹⁹ C.
A
y
→ 0
E x
2. Duas esferas eletrizadas foram suspensas, por fios inextensíveis e de massas desprezáveis, de um
mesmo ponto, e colocadas numa região onde existe um campo elétrico uniforme.
As esferas têm carga de igual módulo, 3,2 × 10⁻⁹ C, e têm sinais contrários. A massa de cada esfera é 3,0
g e o fio tem comprimento 30 cm. Considere g = 10 m·s².
60°
2.1. Desenhe o diagrama de forças que atuam em cada uma das esferas.
2.2. Calcule o módulo do campo elétrico na região referida.
Resolução:
2.1. Fe = força elétrica
Fc = força atração das cargas
P = peso
T = tensão no fio
T T
60°
Fe Fc Fc Fe
P P
Fc = K ; Fc = ; Fc = 1,0 × 10⁻⁶ N
Fe = 1,0 × 10⁻⁶ + 3,5 × 10 ⁻² cos 60° ; Fe = 1,8 × 10⁻² N
Fe = q E; 1,8 × 10⁻² = 3,2 × 10⁻⁹ E; E = 5,5 × 10⁶ V·m⁻¹.
E=0
E=0 E=0
A saber:
Num condutor em equilíbrio
eletrostático, o campo elétrico
no seu interior é zero.
Figura 51 – Gaiola de Faraday.
B
1
A
q
A saber:
A força elétrica é uma força 2
conservativa.
Figura 52 – Trabalho realizado pela força elétrica é independente da trajetória.
→
Sendo a força elétrica, F e, uma força conservativa, o trabalho realizado é
simétrico da variação da energia potencial elétrica,
W →Fe = −ΔEpe
+Q +q
No caso de uma carga pontual +Q, como se mostra na figura 54, o trabalho
realizado pelo campo elétrico para levar a carga até ao infinito é positivo,
pois a carga unitária é positiva e portanto a tendência é ser repelida para
o infinito. O potencial é positivo no ponto A.
A
+₁
B
+₁
Figura 54 – Potencial é o trabalho para levar uma carga q = + 1 até ao infinito.
Q>0
A saber:
Potencial num ponto é o
trabalho realizado ao levar uma r
carga pontual unitária positiva
desde esse ponto até ao infinito. Figura 55 – O potencial elétrico é positivo quando a carga é positiva (Q > 0).
v r
A saber: Q<0
O potencial elétrico criado por
uma carga pontual positiva,
é positivo, e diminui com a
distância.
O potencial elétrico criado por Figura 56 – O potencial elétrico é negativo quando a carga é negativa (Q < 0).
uma carga pontual negativa, é
negativo, e diminui em módulo,
com a distância. A unidade do potencial elétrico no Sistema Internacional é o joule por
coulomb, que se designa por volt, V.
e
podemos escrever:
→
WA→B(F e) = q (VA − VB)
Questões resolvidas
1. Um eletrão, e, está colocado num ponto A, no campo dum dipolo elétrico, de cargas +q e –q, separadas
de uma distância a.
A
d
Å
20
+q −q B
1.1. Qual será o trabalho realizado se o electrão fizer uma volta circular de raio d, partindo do ponto A e
voltando ao mesmo ponto?
1.2. Determine o trabalho realizado ao levar o eletrão no caminho circular de A para B.
. Note-se que sendo o eletrão uma carga negativa, o trabalho realizado pelo
campo do dipolo a levar esse eletrão de A para B é negativo. Significa que é necessário fornecer energia
exterior, pois o eletrão não tem tendência para ir para B. Repare que em B o potencial é negativo.
2. Um dipolo elétrico está colocado ao longo do eixo xx, como se mostra na figura.
−q O +q S
a x=b x
Calcule o trabalho efetuado pelo campo elétrico, ao trazer uma carga +Q desde o infinito até ao ponto S,
em x = b.
Resolução:
2. Usando o Princípio da Sobreposição, calcule-se o potencial em S. O potencial no infinito é nulo.
Q A Q A
B B
VA > VB VA < VB
(a) (b)
Figura 58 – (a) Superfícies equipotencias e linhas de um campo elétrico criado por uma
carga pontual positiva. (b) Superfícies equipotencias e linhas de um campo elétrico
criado por uma carga pontual negativa.
1. O campo elétrico representado na figura é criado pela carga Q, de módulo 4,0 × 10⁻⁶ C e as superfícies
equipotenciais S₁ e S₂ têm raios, respetivamente r₁ = 10 cm e r₂ = 20 cm. Uma linha de campo está
representada por a.
B
y
S₂
S₁
A
C Q x
a D
→
E
A
B →
E
E=0
→
E
→
E
→
E
superfícies
equipotenciais
→
E C
→
q F₁
A B
d
→
Figura 62 – O campo elétrico, E , que aponta no sentido dos potenciais decrescentes, é
perpendicular às superfícies equipotenciais.
q>0 →
v₀ →
E
→
Fe
→
Fe
→
v₀ →
E
e
60 mm
0 x
elétrico na região entre as placas.
B
1.2. Uma partícula, de massa, m = 1,0 mg e carga, q = −1,0 μC, é
abandonada na placa B, sem velocidade inicial. 1m
y
∆y
0 x
B
superfícies
equipotenciais
200 V
1m
100 V
→
1m E
0V
superfície terrestre
Figura 65 – Campo elétrico na atmosfera, junto à Terra.
200 V
100 V
0V
para-raios
ligação à terra
terra
6 Campo magnético
A saber:
Uma agulha magnética é
um pequeno íman artificial,
que pode rodar em torno do
seu centro. É utilizada para
orientação, pois em qualquer
lugar na Terra, que não tenha
ímanes nem objetos de ferro ou
Figura 71 – Ímanes. aço nas proximidades, orienta-se
segundo a direção norte-sul.
S N
→
B
Figura 75 – Solenóide.
norte geográfico
Figura 76 – Os polos magnéticos da Terrra estão "trocados" em relação aos polos do íman.
O campo magnético terrestre assemelha-se, por isso, a um dipolo magnético e pode ser visualizado em termos
de um conjunto de linhas de força que saem de um extremo do íman, chamado polo norte e reentram no outro
extremo, o polo sul. O eixo desse dipolo magnético faz um ângulo aproximado de 11,5o com o eixo de rotação da
Terra, fenómeno que é conhecido por declinação magnética.
eixo de rotação
norte magnético norte geográfico
plano da órbita
12° da Terra
11,5°
linha perpendicular ao
23,5° plano de órbita da Terra
Questão-problema: Como se comporta um fio de água quando se aproxima deste um corpo eletrizado?
Objetivos: Exploração de experiências simples de eletrização. Distinção entre a eletrização por contacto
e a eletrização por influência.
Recursos:
• Barra de plástico ou esferográfica de plástico
• Vareta de vidro
• Pedacinhos de papel e penas
• Pano de lã
• Fio de água a correr
Procedimento:
1. Eletrize, por fricção, uma barra de plástico, e observe o efeito quando se aproxima de corpos leves ou
um fio de água a correr.
2. Eletrize, por fricção, uma vareta de vidro, e observe o efeito quando se aproxima de corpos leves ou
um fio de água a correr.
Questões pré-laboratoriais:
1. Como varia o potencial elétrico ao longo de uma linha de campo?
2. Como varia o potencial ao longo de uma superfície equipotencial?
Recursos:
• Voltímetro
• Fios elétricos com pontas de prova
• Tina de vidro com água salgada
• Duas placas de cobre
Procedimento:
1. Coloque a tina com água salgada por cima do papel.
2. Fixe as placas no interior da tina, em dois lados paralelos.
Questões pós-laboratoriais:
1. Faça um esquema da situação e represente as linhas de campo.
2. Analise os valores medidos e desenhe, no esquema, as superfícies equipotenciais.
Recursos:
• Limalha de ferro
Procedimento:
1. Coloque um plástico por cima de cada íman.
2. Pulverize com limalha de ferro.
3. Visualize das linhas de campo magnético.
4. Coloque bússolas à volta dos imanes e de fios com corrente elétrica e verifique o que acontece.
Questões pré-laboratoriais:
1. Explique o significado do “poder das pontas”.
Recursos:
• Voltímetro
• Fios elétricos com pontas de prova
• Tina de vidro com água salgada
• Duas placas de cobre com um orifício
• Dois pregos metálicos com rosca
• Duas porcas
• Fonte de tensão
• Folha de papel quadriculado
Procedimento:
1. Fixe, com uma porca, um prego a uma das placas.
2. Coloque a tina com água salgada por cima do papel.
3. Fixe as placas, uma delas com o prego, no interior da tina, em dois lados paralelos.
Questões pós-laboratoriais:
1. Faça um esquema de cada situação e represente as linhas de campo.
2. Analise os valores medidos e desenhe, no esquema, as superfícies equipotenciais.
3. Explique o funcionamento do para-raios.
• A eletrização pode ser feita por fricção, por contacto ou por influência.
• A Lei de Coulomb traduz a força de interação entre duas cargas elétricas pontuais, e é dada por
→
• O campo elétrico, E , é a força que se exerce sobre uma carga pontual unitária. Uma carga q, dentro de
→ →
um campo elétrico fica sujeita a uma força F = q E .
→
• As linhas de campo são sempre tangentes ao campo elétrico, E , indicam a direção e o sentido do campo
e nunca se cruzam.
→
• O campo elétrico, E , uniforme tem o mesmo módulo, direção e sentido em todos os pontos do espaço.
• Um condutor encontra-se em equilíbrio eletrostático se nele não existir um movimento de cargas
elétricas.
→
• O trabalho realizado pela força elétrica, F e , é simétrico da variação da energia potencial elétrica,
W
F→e = −ΔEpe.
• O potencial elétrico, num ponto de um campo criado por uma carga pontual q, é igual à energia
A B
x
30 cm
Determine a posição (x) onde deve ser colocada uma carga Q₃ = 2Q₁ para ficar em equilíbrio sob a ação
somente de forças elétricas.
3. A figura mostra duas cargas com o mesmo módulo e sinais opostos, colocadas a uma distância 2a,
formando um dipolo elétrico.
E₄
E₅ E₃
E₁ E₂
P
+q −q
a a
→
Qual o vetor que representa corretamente o campo elétrico resultante E , produzido por essas cargas num
ponto P, a uma distância d?
+Q
4. Um objeto metálico carregado positivamente, com carga +Q, é aproximado
−Q
de um eletroscópio de folhas, que foi previamente carregado negativamente
com carga igual a −Q.
Qual das seguintes afirmações está correta?
A. À medida que o objeto se for aproximando do eletroscópio, as folhas
abrem mais.
B. À medida que o objecto se for aproximando, as folhas permanecem como
estavam.
C. Se o objeto tocar o terminal externo do eletroscópio, as folhas devem fechar- se.
d d
Sabendo que o potencial elétrico em B vale 20 V e o vetor campo elétrico em C tem módulo 20 N/C,
determine:
distanciadas de 2 cm.
7.1. Classifique a trajetória descrita pela partícula no interior do campo.
7.2. Calcule a diferença de potencial entre as placas.
7.3. Determine a diferença de potencial entre o ponto de incidência no campo elétrico e o ponto de
colisão numa das placas.
II. O campo elétrico nos pontos externos está orientado para fora do condutor.
III. O módulo do campo elétrico no ponto A é maior do que no ponto B.
IV. As linhas de campo são perpendiculares à superfície do condutor.
Marque a alternativa correta.
a) Apenas I é verdadeira.
b) Apenas I e II são verdadeiras.
c) Apenas a IV é verdadeira.
d) Apenas III e IV são verdadeiras.
e) Todas as afirmações são verdadeiras.
f) Todas as afirmações são falsas.
10. Um protão penetra com energia cinética 2,4 × 10⁻¹⁶ J numa região extensa de um campo elétrico
uniforme, cuja intensidade é 3,0 × 10⁴ V·m⁻¹. A trajetória descrita é retilínea, com a partícula a inverter o
sentido do movimento após percorrer uma distância d.
Sabendo-se que a massa do protão é 1,67 × 10⁻²⁷ kg e a sua carga é 1,6 × 10⁻¹⁹ C, determine:
10.1. O valor de d.
10.2. O tempo gasto para percorrer a distância d.
Se |Q| > |−q| , o campo elétrico produzido por essas cargas anula-se num ponto situado:
a) À direita da carga positiva.
b) À esquerda da carga negativa.
c) Entre as duas cargas e mais próximo da carga positiva.
d) Entre as duas cargas e mais próximo da carga negativa.
13. A figura mostra um arranjo de placas metálicas paralelas. As placas 2 e 3 possuem um furo nos centros.
1 2 3 4
0,03 m 0,03 m 0,03 m
12 V 12 V
Classifique em Verdadeira (V) ou Falsa (F) cada uma das afirmações seguintes:
A. O potencial da placa 4 é igual ao da placa 1.
B. O campo elétrico entre as placas 1 e 2 tem sentido da placa 2 para a placa 1 e o seu módulo vale 400 V/m.
14. Uma esfera metálica tem carga elétrica negativa de módulo igual a 3,2 × 10⁻⁴ C. Sendo o módulo da
carga do eletrão igual a 1,6 × 10⁻¹⁹ C, pode-se concluir que a esfera contém:
A. 2,0 × 10¹⁵ eletrões.
B. Um excesso de 2,0 × 10¹⁵ eletrões.
C. 2,0 × 10¹⁰ eletrões.
D. Um excesso de 2,0 × 10¹⁰ eletrões.
15. A figura representa duas placas metálicas paralelas de comprimento L = 1,0 × 10⁻² m entre as quais
é criado um campo elétrico uniforme, vertical, perpendicular às placas, dirigido para baixo e de módulo
E = 1,0 × 10⁴ V·m⁻¹.
y
L
x
→
V
Um eletrão incide no ponto O, com velocidade horizontal v = 1,0 × 10⁷ m/s, percorrendo a região entre
as placas.
(Dados: massa do eletrão = 9,1 × 10⁻³¹ kg; carga do eletrão = −1,6 × 10⁻¹⁹ C)
Calcule:
15.1. O módulo da força elétrica que atua no eletrão e indique a direção e o sentido.
15.2. O tempo que o eletrão leva para emergir da região entre as placas.
15.3. O deslocamento vertical que o eletrão sofre ao percorrer a sua trajetória na região entre as placas.
15.4. As componentes horizontal e vertical da velocidade do eletrão, no instante em que ele emerge da
região entre as placas.
Perpendicular à
Direção velocidade e ao campo Do campo elétrico Do campo gravítico
magnético
Intensidade Fm = q v B sen α Fe = q E Fg = m g
Tabela 3 – Características das forças magnética, elétrica e gravítica.
94
→
F m (q > 0)
→
B
q α
→
v
→
F m (q < 0)
Figura 78 – Determinação da força magnética, a partir dos vetores →
v e B→. Fazendo rodar
→ →
o vetor v sobre o vetor B , um saca-rolhas progride para cima. Se a carga fosse negativa
o sentido é contrário.
→
Fm
indic →
ador v
polegar
dio →
mé B
ou
vetor aponta para cá do plano do papel
ou
vetor aponta para lá do plano do papel
Nota:
Figura 80 – Notação para indicação do sentido de vetores perpendiculares ao plano do
papel. Para indicar o sentido de um
vetor perpendicular ao plano
do papel, usa-se a convenção
A força magnética que atua sobre uma partícula com carga q: ilustrada na figura 80.
1. Represente os vetores velocidade, campo magnético e força magnética que se exerce sobre uma
partícula carregada, em movimento, nas várias situações apresentadas.
A. O campo magnético é perpendicular ao plano do papel, apontando para trás desse plano. A velocidade
é positiva no eixo yy. A carga da partícula é positiva.
B. A velocidade e o campo têm sentido negativo no eixo xx. A carga é negativa
C. A força magnética encontra-se no plano do papel no sentido positivo do eixo xx, e é aplicada sobre
→
uma partícula com carga negativa. O campo magnético B é perpendicular ao plano do papel apontando
no sentido positivo do eixo zz.
D. A força magnética é perpendicular ao plano do papel, no sentido positivo do eixo zz. A velocidade da
partícula é no sentido negativo do eixo yy. A carga da partícula é negativa.
Resolução:
1.
→ → →
y → B B B
v →
B →
v →
Fm
→
Fm
z x → → →
v → →
Fm=0 v Fm
Que trajetória terá uma partícula carregada com carga q, e massa m, quando lançada numa região
→?
onde existe um campo magnético uniforme, B
→
Como foi referido, a força magnética, F m, que atua sobre uma partícula com carga elétrica q, lançada numa região
→
onde existe um campo magnético uniforme tem sempre direção perpendicular a → v e B . Para a força resultante
a atuar sobre a partícula ser apenas a força magnética, supõe-se que a massa da partícula é tão pequena que o
seu peso é desprezável. Assim, pode-se considerar três situações:
1 – Partícula lançada num campo magnético uniforme com a mesma direção do campo.
Neste caso, os vetores velocidade e campo magnético têm a mesma direção, e portanto o produto vetorial
→ → → → → →
v × B = 0 . Logo F m= q →
v × B = 0 . Pela Primeira Lei de Newton, a partícula move-se com movimento retilíneo
uniforme, pois a sua aceleração é nula.
→
v
→
v
→
Fm
→
Fm
B→
B→
→ →
O raio da trajetória pode ser obtido aplicando a Segunda Lei de Newton, F r = F m,
→
v
?
→
B
→
movimentos:
v
→
→
vy – movimento retilíneo uniforme na direção de →
vy e B;
→ →
vx – movimento circular uniforme no plano definido por →
v x e F m.
B→
→
A sobreposição de um movimento retilíneo e uniforme na direção de B e
→
de um movimento circular uniforme no plano perpendicular a B origina
Figura 83 – Partícula lançada
obliquamente ao campo magnético. um movimento cuja trajetória é helicoidal, como se mostra na figura 83.
→
v
q
x
→
E
y
B→
→
B → →
B Fe
++++++++++++++ →
→ → v
v B
−−−−−−−−−−−−−− − − − − − − −
d −−−−−−− →
Fm
→
EH
Figura 85 – Princípio de funcionamento da sonda de Hall.
o que permite usar este efeito, por exemplo, para medir campos
magnéticos. A diferença de potencial VH, que se pode medir com um
voltímetro, é proporcional ao campo magnético B.
Os dispositivos que usam este princípio para medir o campo magnético
chamam-se sondas de Hall.
1. Pretende-se analisar uma amostra com carga negativa, um anião, com massa m. Coloca-se o anião
→
em repouso, junto à placa 1, que fica sujeita a um campo elétrico uniforme E . O campo elétrico acelera
o anião, levando-o a passar através do orifício O para uma região onde existe um campo magnético
→
uniforme B , descrevendo a trajetória semicircular de raio R.
y 1 2
O
→
v
z x
R
→ →
E B
,
sendo t o tempo que o ião demora a atingir a placa 2, e d a distância entre as placas.
→ →
v B
3 Aplicações
Qual é a força que se exerce sobre um condutor percorrido por
uma corrente elétrica quando colocado num campo magnético?
A corrente elétrica resulta do movimento de cargas. Assim, um condutor
percorrido por uma corrente, na presença de um campo magnético, fica
também sujeito a uma força magnética.
Considere-se um fio condutor retilíneo, como se mostra na figura 86, →
B
de comprimento elementar ∆l, percorrido por uma corrente elétrica de
→ → →
intensidade I, imerso num campo magnético B . O vetor elementar ∆ l, v
orientado no sentido da corrente, permite definir o elemento de corrente
→ l
l ∆ l. A força magnética a que fica sujeito este elemento de corrente será
Figura 86 – Condutor sujeito a força
→ → → magnética.
F m= l ∆ l × B
Aqui, de novo, o produto vetorial permite definir a força magnética que:
• é perpendicular ao campo magnético e ao fio;
• a sua grandeza depende do módulo do campo magnético, do
comprimento do fio, da intensidade da corrente elétrica e do ângulo
→
formado pela tangente ao fio no ponto considerado e pelo vetor B .
O módulo da força é então
Fm = l ∆l B sen α
em que α é o ângulo entre o campo magnético e o fio condutor.
→
2. Uma partícula de carga q e massa M, desloca-se com velocidade v , numa região do espaço sujeita a
campos elétrico e magnético uniformes. Sabendo-se que a resultante das forças aplicadas sobre a carga
é nula, indique a relação entre as direções dos campos elétrico e magnético.
Resolução:
2. O campo magnético é perpendicular ao campo elétrico.
→
Fm
→ q
B →
→ v
E
→
Fe
I l B = m₁ g, portanto . Para a força ser para baixo, o campo tem que ser para lá da folha.
à anterior. Estas duas forças dão origem a uma binário que faz rodar um Figura 87 – Funcionamento do motor
elétrico.
conjunto de fios.
3.2 Levitação magnética
Levitação ou leveza, do latim levis, é o processo com o qual se consegue
manter um corpo suspenso numa posição estável, mediante o uso de
forças exercidas, sem contacto com o corpo.
Dos vários tipos básicos de levitação magnética, refere-se a levitação
eletromagnética.
Levitação Eletromagnética
A levitação eletromagnética é aquela em que um corpo ferromagnético
é mantido suspenso pela força de um eletroíman. Sobre o corpo atuam
a força da gravidade e a força magnética, resultante do campo gerado
pela corrente que circula numa bobina, que é controlada em função da
distância entre o corpo e o eletroíman. Este equilíbrio é instável, uma
vez que, qualquer variação mínima na corrente ou na distância causará a
queda ou atração do corpo.
9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
3.4 Experiência de Thomson
Em 1897, o físico inglês Joseph John Thomson identificou o eletrão, e
determinou pela primeira vez a razão carga/massa do eletrão.
Thomson utilizou um tubo no interior do qual se encontrava um gás a
baixa pressão. Este, ionizado por uma tensão elevada, produzia cargas
positivas, iões, que se dirigiam para o cátodo, e negativas, eletrões, que
eram atraídas pelo ânodo.
O ânodo tinha uma pequena abertura, para o feixe de eletrões passar, até
colidir com um ecrã fluorescente, visualizando-se um ponto luminoso. Na
altura pensava-se que se tratavam de raios que partiam do cátodo, daí o
nome do aparelho como tubo de raios catódicos.
No interior desse tubo criou-se um campo elétrico perpendicular a um Joseph John Thomson (1856-1940)
campo magnético.
+ +
−
−
cátodo
+ + p'
y
p
−
z x −
Numa segunda fase, para que o feixe de eletrões não sofra qualquer desvio, aplicou-se um campo magnético. A
intensidade deste era regulada, sendo a velocidade dada por , para se conseguir o equilíbrio Fe = Fm.
O valor obtido por Thomson para um eletrão foi de 1,7 × 10¹¹ C·kg⁻¹, sendo o valor conhecido atualmente
1,759 × 10¹¹ C·kg⁻¹. Este valor era muito superior ao valor de qualquer razão conhecida para iões, o que
evidenciou que a massa da nova partícula era muito pequena.
Com a medição da carga do eletrão, por Robert Millikan, foi possível determinar pela primeira vez a massa
do eletrão. Millikan obteve para a carga do eletrão o valor 1,6 × 10⁻¹⁹ C, pelo que a massa do eletrão seria
me = 9,1 × 10⁻³¹ kg.
Recursos:
• Computador com acesso à Internet
• Manuais
Procedimento:
1. Selecione informação relevante sobre aceleradores de partículas.
2. Identifique os principais centros de investigação de Física de Partículas.
3. Mencione alguns dos avanços da Física nos nossos dias que têm por base os aceleradores de partículas.
Recursos:
• Manuais
• Computador com acesso à Internet
Procedimento:
Em 1897, o físico inglês Joseph John Thomson realizou uma experiência utilizando um tubo no interior do
qual se encontrava um gás a baixa pressão, tubo de raios catódicos, ao qual era aplicado simultaneamente
campos elétricos e magnéticos.
1. Mencione o que observou J. J. Thomson, aquando da realização da sua experiência.
2. Deduza, utilizando as leis da eletricidade e do magnetismo, a razão entre a carga e a massa das
partículas no feixe.
Recursos:
• Manuais
• Computador com acesso à Internet
Procedimento:
Os motores elétricos são máquinas que transformam a energia elétrica em energia mecânica, sendo a
base do funcionamento de muitos eletrodomésticos. Alguns motores operam com corrente contínua
(CC/DC), outros requerem corrente alternada (CA/AC).
1. Descreva como se transforma a energia elétrica em energia mecânica num motor elétrico.
2. Caracterize motores elétricos tendo por base a corrente com a qual operam.
Questões pré-laboratoriais:
1. Identifique a origem da força que provoca a levitação do comboio.
2. Represente o diagrama das forças que atuam sobre o comboio de levitação magnética.
I
Recursos:
• Anel condutor N
• Iman
• Fonte de tensão
S
Procedimento:
1. Faça a montagem experimental e planifique o modo de realização da experiência.
2. Ligue a fonte de tensão ao anel, e observe o comportamento do anel.
3. Registe o valor de tensão e o afastamento do anel em relação à sua posição inicial.
Questões pós-laboratoriais:
1. Identifique e represente as forças aplicadas sobre o anel condutor.
2. Caracterize a força que provoca a levitação do anel condutor.
3. Relacione a tensão com o afastamento do anel em relação à sua posição inicial.
Questão-problema: Como se caracteriza a força que se exerce sobre um condutor percorrido por uma
corrente elétrica quando colocado num campo magnético?
Objetivo: Quantificação da força magnética que se exerce num condutor percorrido por uma corrente,
quando imerso num campo magnético.
Questões pré-laboratoriais:
1. Como se caracteriza a força que se exerce sobre um condutor percorrido por uma corrente elétrica
quando colocado num campo magnético?
2. Que grandezas se devem medir para calcular a força que se exerce sobre um condutor percorrido por
uma corrente elétrica quando colocado num campo magnético?
Recursos:
• Balança magnética
• Fonte de tensão
• Reóstato
• Amperímetro
• 2 Imanes
• Massas de aproximadamente 0,1 g
Procedimento:
A balança magnética permite medir a força a que fica sujeito um condutor quando percorrido por uma
corrente, dentro de um campo magnético.
A E
T
N S N S
B
F
Uma corrente percorrendo o condutor no percurso AEFB fica sujeito a uma força por ação do campo
existente entre os ímanes. Entre A e B o material usado é isolante, por exemplo plástico. A força exercida
no fio é equilibrada com uma massa colocada em T, e a balança só está apoiada em A e B.
A
V
2. Coloque os ímanes de modo a que a força exercida no fio seja de cima para baixo.
3. Equilibre a balança com massas na barquinha T.
4. Repita o ponto anterior para cinco correntes diferentes.
Questões pós-laboratoriais:
1. Faça um gráfico de m = f (I).
2. Tire conclusões.
Resumo
• Uma carga em movimento numa região onde existe um campo magnético fica sujeita a uma força
→ →
magnética, se a direção de v e B não for a mesma.
• A força magnética é perpendicular ao plano formado pelos vetores velocidade e campo magnético.
• A força elétrica é paralela à direção do campo elétrico, e a força magnética é perpendicular à direção
do campo magnético.
• A força elétrica atua sempre sobre uma carga, independentemente da sua velocidade, mas a força
magnética só atua sobre uma carga se esta estiver em movimento.
• Um condutor percorrido por uma corrente, na presença de um campo magnético, fica sujeito a uma
força magnética, se a direção da corrente e do campo forem diferentes.
→
1. Uma partícula, de carga q e massa m, é lançada com velocidade v , perpendicularmente a um campo
→
magnético B , descrevendo um círculo de raio R. Se a partícula descrever um círculo com o dobro do raio,
qual a nova velocidade?
3. Na figura mostra-se a trajetória de um eletrão com carga q = −1,6 × 10⁻⁹ C e velocidade v = 7,5 × 10⁴ m/s,
numa região do espaço onde existem um campo magnético e um campo elétrico, uniformes,
perpendiculares entre si. Determine o valor do campo elétrico, sabendo que B = 2 × 10⁻³ T.
→ R
E
q
→
v
→
B
4. Com o objetivo de estudar que trajetória terá uma partícula carregada com carga q e massa m, quando
→
lançada numa região onde existe um campo magnético uniforme, B , um grupo de alunos fez incidir
um feixe de eletrões no cento de um alvo numa região onde não existe campo magnético. De seguida,
→
estabeleceram um campo magnético uniforme, B , vertical para cima, como mostra a figura.
Indique em que região do alvo vão agora incidir os eletrões.
C
→ 1
B B
0 2
3 A
4
rões
e elet D
feixe d
→
6. Caracterize a trajetória de um eletrão animado de velocidade v ₀, em cada uma das seguintes situações:
→
6.1. Entra num campo elétrico uniforme, E , perpendicularmente à direção do campo.
→
v₀
→
E
→
6.2. Entra num campo magnético uniforme, B , perpendicularmente à direção do campo.
→
v₀
→
B
7. A figura seguinte representa duas placas horizontais S e S´, entre as quais existe um campo elétrico
uniforme.
Uma partícula de massa m = 3,0 × 10⁻²⁶ kg e carga q = -3,2 × 10⁻¹⁹ C, inicialmente em repouso na posição
O junto da placa S, atinge a placa S´ com velocidade 3,0 × 10⁵ m·s⁻¹ e sai pelo orifício P.
Considere desprezável a ação da força gravítica.
s O
10 cm
s'
P Q
9. Numa região do espaço onde existe um campo magnético uniforme de 0,35 T, um protão move-se
perpendicularmente a este segundo uma trajetória circular de raio 14 cm.
Determine o valor da velocidade do protão.
10. A velocidade de entrada num espetrómetro de massa pode ser controlada através de um seletor de
velocidade colocado entre a fonte e a câmara, como se mostra na figura 90 do manual. Considere que um
protão se move na direção do eixo dos xx, num seletor de velocidades, sujeito aos campos cruzados com
→
E = 3 × 10⁵ kV/m e B = −0,3 ĵ (T). Determine o módulo da velocidade do protão para que não sofra desvio.
11. Calcule os raios das trajetórias para um eletrão e um protão animados de velocidade 3 × 10⁷ m·s⁻¹,
→
quando entram perpendicularmente num campo magnético B , de intensidade 0,5 T. Considere
mp = 1,67 × 10⁻²⁷ kg, qp = + 1,60 × 10⁻¹⁹ C, me = 9,11 × 10⁻³¹ kg, qe = −1,60 × 10⁻¹⁹ C.
Hans Christian Oersted (1777-1851) Observou ainda que o campo magnético aumentava com o valor da
corrente elétrica, mas diminuía com a distância a essa corrente.
I I
A B A B A B
S N
S N
N S
A saber:
Uma corrente elétrica induz à Oersted verificou assim, que a corrente elétrica pode produzir fenómenos
sua volta um campo magnético.
semelhantes aos verificados com ímanes, isto é, em ambos os casos é
Quanto maior for a intensidade
da corrente elétrica mais intenso produzido um campo magnético.
é o campo magnético.
A saber:
O movimento relativo entre
um íman e uma bobina cria
correntes induzidas.
O sentido do movimento relativo
entre um íman e uma bobina
Figura 94 – Indução eletromagnética. altera o sentido da corrente
induzida.
A deflexão só ocorre quando a corrente elétrica que percorre a bobina Quanto maior a rapidez do
movimento relativo entre um
está a aumentar ou a diminuir. íman e uma bobina, maior é a
intensidade da corrente induzida.
→
B
α
n̂
Figura 95 – Fluxo do campo magnético através duma superfície.
Questões resolvidas
1. A espira da figura tem a forma de um quarto de círculo, e área 10 cm². Encontra-se imersa num campo
magnético B = 2 T. Calcule o fluxo em cada uma das orientações ilustradas.
1.1.
→
B
30°
→
n
→
B
60°
→
n
Resolução:
1.1. ΦB = B S cos α = 2 × 10 × 10⁻⁴ × cos 30° = 1,7 mWb.
1.2. ΦB = B S cos α = 2 × 10 × 10⁻⁴ × cos 60° = 1,0 mWb.
2. Uma espira condutora com área 20 cm² encontra-se num campo magnético uniforme de 1,5 T. Calcule
o fluxo magnético através da espira, se as linhas de campo:
2.1. Forem perpendiculares ao plano da espira.
2.2. Fizerem um ângulo de 60° com o plano da espira.
2.3. Fizerem um ângulo de 0° com o plano da espira.
Resolução:
→
2. Numa região do espaço onde existe um campo magnético uniforme B , o fluxo magnético, ΦB, através
de uma espira que delimita uma área S é:
ΦB = B S cos α
2.1. ΦB = 1,5 × 20 × 10⁻⁴ × cos 0° = 3 mWb.
2.2. ΦB = 1,5 × 20 × 10⁻⁴ × cos 30° =2,6 mWb.
2.3. ΦB = 1,5 × 20 × 10⁻⁴ × cos 90° = 0 Wb.
Para que o fluxo magnético varie, pelo menos uma destas condições tem
que se verificar:
– o campo magnético variar;
– a área delimitada pela espira sujeita ao campo magnético variar;
– o ângulo entre o plano definido pela espira e o campo magnético variar.
1. Uma bobina com 10 espiras de raio 2 cm, encontra-se numa região em que existe um campo magnético,
como o representado na figura.
→
B
90°
A intensidade do campo magnético varia com o tempo, de acordo com o gráfico representado.
1.1. Determine o fluxo do campo magnético que
B (T)
atravessa a bobina no instante t = 10 s.
0,7
1.2. Determine o valor da f.e.m. induzida na
0,6 bobina.
0,5 Resolução:
0,4 1.1. ΦB = 10 × 0,6 × π × (2 × 10⁻²)² × cos 0° =
0,3 7,5 × 10⁻³ Wb.
0,2 1.2. A força eletromotriz induzida na bobina é
0,1 , pelo que o seu módulo é:
εi = 10 × π × (2 × 10⁻²)² × 0,04 = 0,5 mV.
0 2,5 5 7,5 10 t (s)
2. Considere uma espira quadrada, de perímetro 12 cm, colocada numa região onde existe um campo
magnético uniforme, cuja intensidade é 1 T. Determine o fluxo magnético através da espira quando esta
é posicionada perpendicularmente às linhas de campo magnético.
Resolução:
2. O ângulo formado entre as linhas de campo magnético e a reta perpendicular à espira é α = 0
ΦB = B S cos α
ΦB = 1 × (3 × 10⁻²)² × cos 0° = 9 × 10⁻⁴ Wb.
5.1 Eletroíman
Os eletroímanes são constituídos essencialmente por uma bobina,
que é um enrolamento de fio, eletricamente isolado em torno de um
núcleo de ferro macio, como se mostra na figura 97. Quando a corrente
elétrica percorre a bobina, cria-se um campo magnético, magnetizando
o núcleo de ferro, tornando-o num íman, capaz de atrair, por exemplo,
limalha de ferro.
Figura 98 – Enquanto passa a corrente elétrica, o núcleo, que é a barra de ferro, está
magnetizado e atrai a a limalha de ferro.
NORTE
SUL
dínamo
íman
bobina
fios de ligação
à lâmpada
Figura 100 – Dínamo de bicicleta.
fusível
ignição
bateria
painel de
motor de arranque instrumentos
alternador
correia do alternador
Figura 103 – Alternador de automóvel. Figura 102 – Localização do alternador e da bateria num automóvel.
5.3 Transformador
Nos sistemas de produção de energia, como por exemplo, uma central
hidroelétrica, é necessário aumentar a tensão de saída do gerador, para
que as perdas por efeito de Joule durante o transporte sejam minimizadas.
Depois, para a sua utilização é necessário fazer o inverso, isto é, diminuir
a tensão. Os transformadores são os dispositivos que permitem fazer o
aumento ou diminuição da tensão e por isso fundamentais na cadeia de
transporte e distribuição de energia.
Questão resolvida
1.2.1. , logo U₂ = 22 V.
5.5 Microfone
Num microfone ocorre a transformação de um sinal sonoro num sinal
elétrico. O microfone de indução é constituído por um íman permanente
fixo, uma bobina móvel que envolve o íman e uma membrana ligada à
bobina, como se mostra na figura.
tela de proteção
membrana
íman fixo
cone
bobina móvel
íman
membrana móvel
apoios fixos
íman
bobina ligada à membrana móvel
terminal da bobina
Figura 110 – Altifalante.
Recursos:
• Manuais
• Computador com acesso à Internet
• Agulha magnética
• Fio condutor
• Pilha
Procedimento:
Hans Christian Oersted descobriu que uma agulha magnética colocada junto de um fio condutor se desviava
da sua posição de alinhamento com o campo magnético terrestre, quando passava a corrente elétrica.
1. Descreva como proceder para reproduzir a experiência de Oersted.
2. Caraterize o comportamento de uma agulha magnética na proximidade de um íman e na proximidade
da corrente elétrica.
Recursos:
• Manuais
• Computador com acesso à Internet
Procedimento:
Michael Faraday descobriu que um íman, movimentando-se em relação a um enrolamento de fio,
produzia nele uma corrente induzida.
Questões pré-laboratoriais:
1. Descreva o funcionamento de um eletroíman.
2. Identifique uma aplicação dos eletroímanes.
Recursos:
• Pilha de 9 V
• Pregos de ferro macio, sendo dois iguais, dois com diâmetros diferentes e o mesmo comprimento, e
dois com comprimentos diferentes e o mesmo diâmetro
• Fios condutores com isolamento, com espessuras e comprimentos diferentes
• Clips
Procedimento:
1. Enrole o fio condutor no prego.
2. Retire o isolamento nas pontas do fio condutor.
3. Ligue cada uma das pontas a um polo da pilha.
4. Aproxime o prego de um conjunto de clips.
5. Proceda da mesma forma, usando:
– pregos com comprimentos e diâmetros diferentes;
– fios condutores com comprimentos diferentes;
– fios condutores com espessuras diferentes.
Questões pós-laboratoriais:
1. Identifique os fatores que afetam a força de um eletroíman.
Questões pré-laboratoriais:
1. Como é constituído um transformador?
2. Identifique o papel dos transformadores no transporte de corrente elétrica.
Recursos:
• Gerador de sinal
• Voltímetro
• Chapas laminadas
• Fio condutor de cobre envernizado
• Suportes em cartão
• Fita-cola isolante
Procedimento:
1. Escolha a tensão de alimentação que o transformador irá receber
no seu enrolamento primário.
2. Projete um transformador em que a tensão no secundário seja o
dobro da do primário.
3. Construa o primário, enrolando o fio condutor, sempre no mesmo
sentido, de modo a que as voltas fiquem ajustadas sobre o suporte
em cartão.
Núcleo de ferro
4. Proceda da mesma forma para o enrolamento do secundário.
5. Monte as chapas laminadas para formar o núcleo, de acordo com
Primário Secundário
a figura.
6. Monte os enrolamentos na chapa.
7. Meça a tensão de entrada e a tensão de saída.
Questões pós-laboratoriais:
1. Verifique as razões entre os números de espiras e entre as tensões no primário e secundário.
1. Numa região do espaço onde existe um campo magnético de intensidade 0,02 T, colocou-se uma espira
retangular de área igual a 0,12 m². Sabendo-se que o plano definido pela espira é perpendicular às linhas
de campo magnético, determine o fluxo magnético através da espira.
4. Uma bobina com 100 espiras circulares de raio 10 cm é colocada numa região onde existe um campo
magnético uniforme que varia com o tempo, como mostra o gráfico. O plano de cada espira faz um ângulo
de 30° com a direção do campo.
B (T)
0,0005
0,0004
0,0003
0,0002
0,0001
0 1 2 3 4 5 t (s)
Calcule:
4.1. O fluxo magnético nos instantes 0 s, 1 s e 5 s.
4.2. O módulo da força eletromotriz induzida nos seguintes intervalos de tempo: [0;5] e [3;5].
5. Para demonstrar a lei de indução de Faraday, um professor idealizou uma experiência simples. Construiu
uma espira retangular, com um fio de resistência total R = 5 Ω. Fez atravessar um fluxo magnético Φ,
perpendicularmente ao plano da espira, cujo comportamento em função do tempo t, é descrito pelo
gráfico seguinte.
Φ (T·m²)
100
50
0 2 4 6 8 10 12 14 t (s)
9. Na figura representa-se uma espira semicircular de raio R, no interior de uma região onde existe um
→
campo magnético uniforme B .
→
B
R ω
9.1. Em que posição, relativamente às linhas de campo, se deve colocar a espira, para que o fluxo
magnético que a atravessa seja máximo?
9.2. Se a espira rodar no interior do campo, com uma velocidade angular ω, deduza uma expressão para
o módulo da f.e.m. induzida.
10. Um fio de cobre de resistividade ρ, tem secção S. Foi dobrado de modo a formar uma espira quadrada
de lado d, como mostra a figura.
y
→
B
x
z
No momento t = 0 s, a espira começa a mover-se no sentido positivo do eixo xx, entrando num campo
→
magnético constante, B = B0�̂ para x > 0.
→
10.1. Se a espira se deslocar com velocidade constante v = 2î, deduza a(s) expressão(ões) para a força
eletromotriz induzida (t > 0).
10.2. Indique o sentido da corrente induzida na espira, justificando.
10.3. Calcule a corrente induzida e esboce o seu gráfico em função do tempo.
10.4. Repita a alínea 10.1., para o caso em que a espira se desloca com movimento uniformemente
acelerado, de aceleração a e velocidade inicial nula.
1 Movimentos ondulatórios
O movimento ondulatório, ou movimento por ondas, é aquele que
resulta da propagação de uma perturbação. Há múltiplos exemplos no
dia a dia deste fenómeno, como por exemplo, uma onda que se propaga
na água, o som que se propaga no ar, uma onda eletromagnética que se
propaga no espaço.
Questão resolvida
campo elétrico
tico
A saber: agné
p om
O campo elétrico e o campo cam dir
eçã
od
magnético propagam-se, num ep
rop
plano que é perpendicular à aga
ção
direção de propagação - as
ondas eletromagnéticas são
ondas transversais.
Figura 111 – Propagação de uma onda eletromagnética.
2 Transmissão de informação
a b
A B
fonte de
alta tensão
Figura 112 – Equipamento utilizado por Hertz para emitir e receber ondas
eletromagnéticas. Do lado direito está o respetivo esquema.
(A) (B)
Fonte de
tensão
Faíscas
2.2 Transmissão de sinal
Grande parte das tecnologias presentes no nosso quotidiano, a rádio, a
Guglielmo Marconi (1874–1937) televisão, os telemóveis, os mais variados controlos remotos, os telefones
sem fios, o GPS, etc., fazem uso de ondas eletromagnéticas. Tendo
em conta a especificidade de cada aparelho, e o número crescente de
tecnologias, foi necessário definir bandas de frequência.
A figura 115, mostra o espetro eletromagnético, com a inclusão de
algumas dessas tecnologias.
e
lit
té
sa
de
ho ões
ç
rm sta
s
ve , e
ra ar
el
nf rad
re as,
s
ei
le HF
do nd
óv
te U
si
ce -o
m
F, TV
ue ro
UH M,
c
AM
Aq mi
TV o F
o
o
rn
di
di
Rá
Rá
Fo
Frequência (HZ) 10 10² 10⁴ 10⁶ 10⁸ 10¹⁰ 10¹² 10¹⁴ 10¹⁶ 10¹⁸ 10²⁰ 10²²
Infravermelho
Micro-ondas
Ultravioleta
Luz Visível
Raios X
Raios Y
Banda
Rádio
Questão resolvida
1. A voz humana mantém-se inteligível, numa faixa de frequências muito reduzida. É frequente limitá-la
a uma banda de frequências compreendida entre os 300 e 3400 Hz. Calcule, no vazio, o comprimento de
onda de radiações eletromagnéticas com as frequências limite para a voz humana ser reconhecida pelas
pessoas que a ouvem.
Resolução:
1.
V (V)
t (s)
Figura 116 – Sinal analógico. Sequência contínua de tensão em função do tempo gerada
num microfone.
4 A saber:
Uma vez que o sinal original é
3
arredondado para um nível de
2 quantificação, é acrescentado
um erro. Este erro é chamado de
1 Erro de Quantificação.
Quanto maior o número de
0 t₁ t₂ t₃ t (s) níveis, menor será o Erro de
Quantificação.
Figura 117 – Sinal analógico.
A saber: 1
1 0 1 1 1 1 0 1 1
Questão resolvida
sinal digital
Figura 120 – O sinal digital é mais imune ao ruído do que o sinal analógico.
Recursos:
• Manuais
• Computador com acesso à Internet
Procedimento:
Em 1888, Hertz publicou num jornal as suas experiências com circuitos oscilantes e um rapaz novo,
adolescente, leu o artigo enquanto estava de férias nos Alpes. A descoberta de Hertz deu-lhe uma ideia:
por que não utilizar as ondas geradas pelo oscilador de Hertz para transmitir sinais? O jovem italiano
Guglielmo Marconi, notável inventor, era esse rapaz, e assim que voltou a Itália tentou pôr a sua ideia
em prática.
1. Elabore um esquema legendado da experiência de Hertz.
2. Explique o aparecimento de corrente e faíscas no segundo circuito.
3. Descreva a ideia de Marconi.
4. Explique o motivo de ser obrigatório a presença de uma estação de rádio nos navios depois da
divulgação dos trabalhos de Marconi.
5. Apresente o resultado da pesquisa aos colegas.
• O campo elétrico e o campo magnético propagam-se, num plano que é perpendicular à direção de
propagação - as ondas eletromagnéticas são ondas transversais.
• Um sinal analógico caracteriza-se pela sua variação contínua com o tempo.
• Um sinal digital possui valores discretos.
• A modulação é um processo no qual um sinal é transformado por ação de uma onda portadora, para
depois ser transmitido.
• Nos processos de modulação mais comuns, os sinais podem ser modulados em amplitude, AM (do
inglês Amplitude Modulation), ou em frequência, FM (do inglês Frequency Modulation), para transportar
informação.
• Na modulação em amplitude, a amplitude da onda portadora é modificada pelo sinal correspondente à
informação, permanecendo a frequência constante.
• Na modulação em frequência, a frequência da onda portadora é modificada pelo sinal correspondente
à informação, permanecendo a amplitude constante.
2. A modulação em frequência consiste em fazer variar a frequência da onda portadora de acordo com a
amplitude do sinal que contém a informação. A figura representa duas ondas.
(A) (B)
2.1. Indique a que tipo de modulação foi submetido cada uma das ondas portadoras.
2.2. Esboce o sinal transmitido por cada uma das ondas.
2.3. Refira uma vantagem da modulação em frequência.
t t
(A) (B)
X X
t t
(C) (D)
4. As estações de rádio em FM utilizam portadoras entre cerca de 88 MHz a 108 MHz. Determine os
comprimentos de onda limite destas ondas portadoras.
0 Modelo Atómico
1 Origem e Utilização da Radioatividade
1.1 Constituição do núcleo
Como é constituído o núcleo de um átomo?
Os átomos dos elementos químicos são constituídos por protões, neutrões
e eletrões.
Os protões são partículas com carga elétrica positiva, os neutrões não têm
carga elétrica e os eletrões têm carga elétrica negativa.
Os protões e os neutrões encontram-se na região central dos átomos, no
núcleo, e os eletrões giram à volta do núcleo.
A saber: Os átomos são neutros porque têm igual número de cargas elétricas
O núcleo de um átomo é positivas, os protões, e de cargas elétricas negativas, os eletrões.
constituído por protões e por
neutrões. Se um átomo ganhar eletrões origina um ião negativo e se perder eletrões
transforma-se num ião positivo.
150
Sendo:
X → símbolo químico
A → número de massa
Z → número atómico
Questões resolvidas
Número Massa
Elemento Símbolo
atómico, Z atómica (u)
Neutrão 0 1,008665
Protão ou 1 1,007825
Trítio 1 3,016050
Questão resolvida
ΔE/nucleão =
Região de máxima
Energia de ligação por nucleão (MeV)
estabilidade
9 ⁵⁶Fe
⁶¹Ni
8 ¹⁹⁹Hg
¹²C ²³⁸U
7 ⁴He
1 ²H
Questão resolvida
1. Calcule a energia de ligação por nucleão para o nuclído , sabendo que a sua massa atómica é
14,00324 u, a massa do protão é 1,007825 u, a massa do neutrão é 1,008665 u e que 1 u equivale a
1,66054 × 10⁻²⁷ kg.
Resolução:
1. ΔE = (Zmp + Nmn − ) c²
ΔE = (6 mp + 8 mn − ) c²
ΔE = (6 × 1,007825 + 8 × 1,008665 − 14,00324) × 1,66054 × 10⁻²⁷ × (3 × 10⁸)²
ΔE = 1,689 × 10⁻¹¹ J
ΔE/nucleão = 1,206 × 10⁻¹² J/nucleão.
Resumo
5. Determine a energia de ligação por nucleão para o trítio , sabendo que a sua massa atómica é
3,016049 u, a massa do protão é 1,007825 u, a massa do neutrão é 1,008665 u e que 1 u equivale a
1,66054 × 10⁻²⁷ kg.
160
150
140
130
120
110
100
90
80
70
90 Linha Z = N
60
50
40
30
Estáveis 20
Desintegração β⁺
Desintegração β⁻ 10
Desintegração α
Z
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Decaimento alfa
Este decaimento consiste na emissão de uma partícula α, que é um núcleo
de um átomo de hélio, constituído por dois protões e dois neutrões.
Este decaimento pode ser representado esquematicamente pela seguinte
equação genérica:
→ +
Portanto, o núcleo que se formou, Y, diminuiu duas unidades no número
atómico e quatro unidades no número de massa, em relação ao núcleo
original, X.
→ +
Figura 125 – Exemplo de decaimento α.
A saber:
O decaimento α ocorre, principalmente, em núcleos de maior massa,
Uma partícula α é um núcleo de
nos quais a força nuclear forte não é capaz de manter unidos os protões hélio.
e os neutrões.
Decaimento beta
O decaimento β ocorre em núcleos que têm um número excessivo ou
insuficiente de protões ou neutrões para serem estáveis. Neste decaimento
um núcleo decai espontaneamente emitindo um eletrão ou um positrão,
que é a antipartícula do eletrão.
A emissão de um eletrão designa-se por decaimento β⁻ e a emissão de um
positrão, designa-se por decaimento β⁺.
→ +
Figura 126 – Exemplo de decaimento β⁻.
(positrão)
ν
A saber: (neutrino)
→ + γ
Portanto, não há alteração nem do número atómico nem do número de
massa e os raios gama libertados são eletricamente neutros, radiação
eletromagnética de frequência elevada, superior à dos raios X.
Os decaimentos α e β são normalmente acompanhados da emissão de
raios γ, quando o nuclido formado fica num estado excitado e decai para → +γ
Questão resolvida
Tipos de Radiação
Propriedades α β γ
Núcleos de átomos de
Natureza Eletrões ou positrões Radiação eletromagnética
hélio
Pouco penetrante:
podem ser absorvidas por Altamente penetrantes:
Bastante penetrante:
uma folha de papel, pela podem ser atenuadas por
Podem ser absorvidas por
Poder penetrante pele ou por uma espessura uma espessura de 25 mm
uma espessura de 5 mm de
de alguns centímetros de de chumbo ou por uma
alumínio.
ar. parede de betão.
γ
papel alumínio chumbo
Figura 129 – Comparação do poder de absorsão das partículas α e β e da radiação γ por
diferentes materiais.
γ
β
α
fonte campo
radioativa magnético
Figura 131 – Comparação do desvio das partículas α e β
e da radiação γ por um campo magnético.
A saber:
A expressão radiação ionizante
não só é usada para certas
1.2 Lei do decaimento radioativo radiações eletromagnéticas
como para a emissão de
partículas.
Como decaem os núcleos?
Os núcleos de uma amostra radioativa desintegram-se aleatoriamente.
Não se sabe exatamente quando um certo núcleo se vai desintegrar, mas
conhece-se a probabilidade de ocorrência desse processo.
À medida que o tempo passa, o número N de núcleos radioativos presentes
numa amostra vai diminuindo de acordo com a relação seguinte que
traduz a Lei do Decaimento Radioativo.
N = N₀ e ⁻λt
Onde:
N₀ é o número de núcleos radioativos iniciais, e λ a constante de
decaimento.
A constante de decaimento, λ, é uma característica da substância e
indica a probabilidade, por unidade de tempo, de ocorrência de um dado
processo radioativo.
N₀
e⁻¹N₀
0 τ t
Figura 132 – Decaimento exponencial de um núcleo
radioativo: τ = é o tempo médio de vida.
1. Uma amostra de fósforo-32 contém inicialmente 4,4 × 10⁸ átomos. A constante de decaimento do
fósforo-32 é 4,8 × 10⁻² por dia.
Calcule o número de átomos que a amostra contém ao fim de 5 dias.
Resolução:
1. N = N₀ e ⁻λt
N = 4,4 × 10⁸ e⁻⁴,⁸ × ¹⁰⁻² × ⁵
N = 3,5 × 10⁸ átomos.
N₀
N₀/2
N₀/4
N₀/8
N₀/16
0 T¹⁄₂ 2T¹⁄₂ 3T¹⁄₂ 4T¹⁄₂ t
Figura 133 – Evolução do decaimento de um elemento radioativo.
O tempo médio de vida, τ, também chamado período de decaimento, é o inverso da constante de decaimento:
τ=
Substituindo t = τ na Lei do Decaimento Radioativo, vem:
N = 0,367 N₀
O que significa que, o período de decaimento é o tempo que a amostra radioativa demora a reduzir-se a cerca
de 37 % da sua composição inicial.
1. O carbono-14 é usado para determinar a idade dos fósseis. A análise de um esqueleto revelou que a
quantidade de carbono-14 era, aproximadamente igual a �⁄� da quantidade normal.
Sendo o T¹⁄₂ do carbono-14 de 5730 anos, calcule há quantos anos terá morrido.
Resolução:
1. Demorou 5730 anos para decair para metade da quantidade inicial, mais 5730 anos para diminuir
para metade de metade, ou seja um quarto da quantidade inicial, mais 5730 anos para diminuir
para metade de um quarto, ou seja para um oitavo da quantidade inicial. Portanto, terá morrido à
3 × 5730 anos = 17190 anos.
R= = λ N₀ e⁻λt ⟺ R = λ N
e traduz a rapidez com que a desintegração ocorre.
A unidade de atividade no Sistema Internacional é o becquerel, cujo símbolo é Bq.
1 Bq corresponde a 1 decaimento por segundo.
Questões resolvidas
1. Uma amostra radioativa, cuja constante de decaimento, λ, é 1,386 × 10⁻² s⁻¹, contém 8,6 × 10¹² átomos.
Calcule:
1.1. A atividade da amostra no início.
1.2. O tempo de meia vida.
1.3. A atividade da amostra após 100 s.
Resolução:
1.1. A atividade está relacionada com a constante de decaimento e com o número de átomos presentes
num determinado instante:
R=λN
R₀ = 1,386 × 10⁻² × 8,6 × 10¹²
R₀ = 1,2 × 10¹¹ Bq.
T¹⁄₂ = ⇔ T¹⁄₂ = 50 s.
1.3. Ao fim de 50 s a atividade da amostra reduz-se a metade, ao fim de 100 s reduz-se a um quarto do
valor inicial:
2. Em 1902, Marie e Pierre Curie conseguiram separar do minério de urânio a primeira quantidade
substancial de rádio, um decigrama de RaCl₂ puro. O rádio era o isótopo radioativo ²²⁶Ra, que tem um
tempo de meia vida de 1600 anos.
2.1. Calcule o número de núcleos de rádio que eles isolaram.
2.2. Determine a taxa de decaimento da amostra, em desintegrações/s e em Curies.
Nota: A unidade Curie (abreviadamente Ci) foi adotada em homenagem aos Curie, que receberam, em 1903, o Prémio Nobel
de Física pelos seus trabalhos nos fenómenos de radiação. 1 Curie é igual a 3,7 × 10¹⁰ desintegrações/s.
Resolução:
2.1. Consultando a Tabela Periódica: Ar(Ra) = 226 e Ar(Cl) = 35,453
Então, a 1 mol de RaCl2 corresponde à massa de: 226 + 2 × 35,453 ≈ 297 g
e 1 mol de RaCl₂ contém 6,02 10²³ núcleos de ²²⁶Ra
Portanto:
297 g ---------- 6,02 × 10²³ núcleos ²²⁶Ra
0,1 g ------------ x
x = 2,03 × 10²⁰ núcleos ²²⁶Ra.
2.2.
R = λ N e como T¹⁄₂ =
Então, R = (ln2/T¹⁄₂) N e substituindo,
R = (0,693/1600) 2,03 × 10²⁰
R = 8,79 × 10¹⁶ desintegrações/ano
Como 1 ano = 3,16 × 10⁷ s,
R = (8,79 × 10¹⁶)/(3,16 × 10⁷) = 2,78 × 10⁹ desintegrações/s
1 Ci = 3,7 × 10¹⁰ desintegrações/s então
R = (2,78 × 10⁹)/(3,7 × 10¹⁰) = 0,075 Ci.
Nota:
Estas radiações ionizantes existem no planeta Terra desde a sua origem. As radiações cósmicas
são partículas altamente
As estrelas, compostas inicialmente por hidrogénio, são a primeira fonte energéticas, principalmente
da radiação cósmica que a Terra recebe. protões, eletrões, neutrões,
mesões, neutrinos, núcleos leves
e radiação gama provenientes
do espaço sideral. A energia
Os processos de síntese dos elementos químicos, que ocorrem nas destas radiações é muito alta,
da ordem de centenas de MeV
estrelas, são as fontes destas radiações. A produção destes elementos a GeV.
químicos ocorre na fase de “explosão da supernova”, nas estrelas cuja
massa é superior à do Sol. Neste acontecimento, com a duração média de
dois segundos, é sintetizada a maioria dos núcleos instáveis conhecidos,
que ao evoluírem para configurações mais estáveis, libertam o excesso de
energia armazenada nos seus núcleos.
A saber:
Quanto às fontes artificiais, criadas pelo Homem, enquadram-se os
A atmosfera terrestre exerce
reatores nucleares usados na indústria, os equipamentos de diagnóstico e um papel de blindagem para
os habitantes, atenuando e
aplicações médicas, além de alguns equipamentos elétricos.
absorvendo as radiações.
Questão resolvida
1. Uma pessoa recebe uma energia de 50 J de uma fonte radioativa. Sabendo que até 1 Gy não há danos
sérios nos tecidos, determine a massa mínima da pessoa para que a dose recebida não seja perigosa.
Resolução:
1. D = , logo m = 50 kg.
5.1 Na Medicina
A mais importante aplicação da radiação ionizante é, sem dúvida,
na Medicina, quer no diagnóstico, quer no tratamento do cancro ou
outras doenças.
5.2 Na Arqueologia
Como podem os isótopos radioativos ser úteis em Arqueologia?
É possível determinar a idade dos fósseis a partir de material radioativo,
conforme já foi referido anteriormente.
O carbono-14, isótopo radioativo natural do elemento carbono é produzido
continuamente na atmosfera, entrando no processo de fotossíntese e
por isso todos os seres vivos o possuem na sua composição geral. A sua
absorção através do consumo de alimentos, compensa, a quantidade que
é perdida devido ao decaimento radioativo do isótopo. Em caso de morte,
a absorção cessa abruptamente e, daí em diante só ocorre o decaimento
em taxas fixas.
Sabe-se que o tempo de meia vida do carbono-14 é de 5730 anos. Este
é o tempo que o carbono-14 leva para transformar metade dos seus
átomos em carbono-12. A datação de um fóssil pode ser feita com base
na percentagem determinada do carbono-14 em relação ao carbono-12
presenta na matéria viva, sem decomposição.
Outros elementos, isótopos radioativos, como o chumbo-210 e o
potássio-40 também são usados na datação de rochas. O cloro-36
e o trítio, H-3, são utilizados para medir a idade da água do solo.
5.3 Na Indústria
Qual é a utilidade da radioatividade na Indústria?
O controlo de qualidade de texturas e soldas em tubos, chapas metálicas
e peças fundidas é frequentemente realizado usando radiografias obtidas
com raios X de alta energia ou radiação gama de média e alta energia.
Utilizam-se fontes de radiação gama, como o irídio-192, césio-137
e cobalto-60.
Recursos:
• Manuais
• Computador com acesso à Internet
Procedimento:
1. Elabore uma pesquisa sobre a história da descoberta da radioatividade.
2. Construa cartazes para divulgação dos trabalhos desenvolvidos.
Recursos:
• Manuais
• Computador com acesso à Internet
Procedimento:
1. Elabore uma pesquisa sobre as aplicações da radiação ionizante na Medicina, na Arqueologia e na
Indústria.
2. Sistematize os resultados num relatório.
Recursos:
• Manuais
• Computador com acesso à Internet
Procedimento:
1. Elabore uma pesquisa sobre as vantagens e desvantagens das aplicações da energia nuclear.
2. Construa cartazes para divulgação dos trabalhos desenvolvidos.
Resumo
1. O núcleo do átomo emite uma partícula α, originando um núcleo do elemento X; que por sua vez,
emite uma partícula β⁻, originando um núcleo do elemento Y.
Determine o número atómico e o número de massa das partículas X e Y.
4. Uma amostra de ¹²⁸I contém 2,0 × 10¹⁰ átomos radioativos. Sendo o tempo de meia vida desse isótopo
de 25 minutos, calcule o número de átomos que decaem por segundo.
5. O radão é um gás de origem natural, cujos átomos se desintegram originando outros elementos
também radioativos causando todos eles exposição do Homem às radiações ionizantes. Todos os seus
isótopos têm tempos de meia vida extremamente curtos e emitem radiação α, transformando-se em
polónio. Sabendo que o tempo de meia vida do polónio-218 é de 3 minutos, determine a massa de
polónio necessária para a fonte radioativa ter uma atividade de 1 GBq.
174
Número de massa – Número de partículas do núcleo
de um átomo.
Portadora – Sinal de alta frequência que é modulado
para conter a informação do sinal a transmitir.
Potência elétrica – Energia elétrica por unidade de
tempo.
Potência dum gerador – Soma da potência útil do
gerador mais potência dissipada no gerador.
Radioatividade – Fenómeno que ocorre quando
um núcleo não estável se transforma noutro, mais
estável, por emissão de partículas ou de radiação
eletromagnética.
Reóstato – Resistência variável.
Resistividade – Propriedade elétrica intrínseca de um
material, a partir do qual se pode calcular a resistência.
Resistência equivalente – Resistência única que pode
substituir uma associação de resistências.
Solenóide – Conjunto de espiras paralelas que, quando
percorridas por uma corrente, criam um campo
magnético uniforme no seu interior.
Sinal analógico – Sinal que tem uma variação contínua
com o tempo.
Sinal digital – Sinal discreto no tempo.
Superfície equipotencial – Lugar geométrico dos
pontos que estão ao mesmo potencial.
Tensão elétrica – Unidade de grandeza escalar que
determina a diferença de potencial entre dois pontos.
Transformador – Equipamento elétrico estático que,
por indução eletromagnética, transforma tensão
entre dois ou mais enrolamentos, sem mudança de
frequência.
Glossário | 175
Soluções das questões para resolver
Unidade A – Subtema 1
L₂
1. R = 3 Ω
3.3. No A brilham mais porque a corrente que passa
2.1. I = 0,080 A
nas lâmpadas é maior
2.2. I = 0,16 A
4. A – Fonte de alimentação; B – Amperímetro;
3. U = 19 V
C – Interruptor; D – Lâmpada; E - Voltímetro
4.1. r = 1,3 Ω
5. A) X = 5 A; B) X = 8 A, Y = 15 A; C) X = 4 V; D) X = 12 V,
Y = 12 V; E) X = 15 V; F) X = 3,5 A 4.2. R = 29 Ω
176
8.1. ε' = 6,7 V Unidade B – Subtema 0
8.2. U₁ = 8,8 V; U₂ = 6,8 V; U₃ = 2,0 V 1. Deve ter o dobro da velocidade, uma vez que
9.1. ε = 4,5 V
9.2. r = 3,8 Ω 2.1. O campo magnético deve ser perpendicular à
9.3. R = 7,5 Ω folha e dirigido para lá desta
2.2. Y tem carga nula e Z carga positiva
3. E = 150 V/m
Unidade A – Subtema 2
4. No segmento OB, usando a regra do saca-rolhas ou
1. C da mão direita
2. x = 0,10 m 5.1. A massa do protão é maior que a massa do
3. E₂ eletrão. Por isso, o raio maior é descrito pelo protão,
4. C dado que . Logo, a trajetória 1 é a do protão e
5.1. VC = 10 V a trajetória 2 do eletrão
5.2. EB = 80 N/C 5.2. Para lá do papel
6.1. VA > VB, pois aponta no sentido dos potenciais 6.1. O eletrão passa a descrever uma trajetória
decrescentes parabólica com sentido contrário ao campo, pois a
6.2. W = 4,8 × 10⁻⁴ J força resultante é a força elétrica e como a carga é
→ →
negativa, então F e tem sentido oposto a E
7.1. Parabólica na direcção da placa B
6.2. O eletrão passa a descrever uma trajetória circular
7.2. VA – VB = 1 × 10² V
no plano perpendicular ao plano do papel, pois a
7.3. VO – VB = 50 V
força resultante é a força magnética, que é para cá do
8. e)
plano do papel
9. d = 6,0 m e Q = −2,0 × 10⁻⁶ C
7.1. E = 4,2 × 10⁴ V·m⁻¹, com direção vertical, sentido
10.1. d = 0,050 m de baixo para cima
10.2. t = 1,87 × 10⁻⁷ s →
7.2.1. B tem direção perpendicular ao plano do
11. b) papel e sentido para cá
―
12. T = 20 N 7.2.2. PQ = 0,10 m
13. A – V; B – V; C – V; D – V; E – V; F – F 8. A afirmação I é falsa pelo facto de a carga elétrica
14. b) nem sempre sofrer ação de uma força magnética. Para
uma carga elétrica lançada paralelamente às linhas de
15.1. Fe = 1,6 × 10⁻¹⁵ N; Direção do eixo yy e sentido
campo, a força magnética é nula. O mesmo acontece
positivo do eixo yy
para uma carga em repouso
15.2. t = 1,0 × 10-9 s
A afirmação II é verdadeira, pois cargas elétricas
15.3. Δy = 8,8 × 10-4 m
em campos elétricos sofrem sempre a ação de uma
15.4. vX = 1,0 × 107 m/s e vy = 1,8 × 106 m/s
força elétrica
A afirmação III é verdadeira, pois a força magnética é
sempre perpendicular à velocidade da carga
Unidade C – Subtema 1
1. X tem número atómico 90 e tem número de
massa 234
Y tem número atómico 91 e tem número de massa 234
2.1. λ = 5,5 × 10⁻³ s⁻¹
2.2. N = 8,7 × 10⁷ átomos
2.3. t = 6,3 min
3.1. t = 40 dias
3.2. τ = 28,9 dias e λ = 3,46 × 10⁻² dia⁻¹
4. 9,2 × 10⁶ átomos
5. m = 9,41 × 10⁻¹⁴ kg.
6. t = 440 anos, logo a madeira usada na construção é
de cerca de meados do século XVI
180
Cooperação entre:
Ministério da Educação de Timor-Leste | Camões - InsƟtuto da Cooperação e da Língua |
Fundação Calouste Gulbenkian | Universidade de Aveiro