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SOCIEDADE
A sociedade Viking propriamente dita era composta por três principais classes, em
um arranjo piramidal de poder:
1. Jarls: Ocupando o topo da pirâmide, os Jarls eram os líderes e os membros mais ricos
da comunidade. Suas fortunas vinham de herança (terras) ou como recompensa em
batalhas vencidas. O título ´Konungr´ (Rei) era dado ao jarl que era o chefe de uma
comunidade e o seu poder variava dentro dos domínios Vikings: enquanto alguns reis
controlavam pequenas ou grandes extensões territoriais, outros governavam mais
pessoas do que limites específicos de terra. Mas todos os reis dependiam do suporte dos
outros jarls e do resto da comunidade.
MULHERES VIKINGS
Existe também o duradouro debate sobre a atuação das mulheres Vikings nas
guerras. É fato de que, já no início da Idade Média, existiam narrativas em poesias e
retratos em artes sobre poderosas mulheres Vikings lutando junto com os homens. Apesar
disso, em geral, a atuação de mulheres Vikings nas guerras sempre foi considerada como
fruto de um fenômeno Mitológico, fomentado pelo culto às Valquírias. Só que esse
pensamento mudou radicalmente com um novo estudo publicado recentemente na
American Journal of Physical Anthropology (Ref.22).
Essa descoberta, além de abrir uma nova visão para a sociedade Viking, também
chama a atenção para que historiadores e arqueólogos tomem cuidado com
generalizações referentes à ordens sociais em sociedades antigas.
LEIS
Todos na sociedade Viking seguiam estritas leis que guiavam seus comportamentos
dentro das comunidades, onde cada uma destas possuía uma assembleia conhecida
como ´thing´ (uma espécie de parlamento e corte combinados). Anualmente, todos os
Vikings - exceto os escravos e exilados - atendiam a essas assembleias para resolverem
problemas e disputas. E como a maior parte dos Vikings não sabiam ler nem escrever até
o século XII, suas leis eram transmitidas e consultadas oralmente, existindo até mesmo
um indivíduo em específico cuja função era memorizar essas leis e preservá-las para
futuras consultas. Dentro das things, esses oradores recitavam em alto e bom som as leis.
- Feuds: Se um homem era morto, sua família podia se sentir no direito de vingá-lo (sendo
que isso podia levar a intermináveis ciclos de vingança).
- Duels: Algumas disputas podiam ser acertadas em duelos. Quem vencia (geralmente
quando o primeiro sangue tocava o solo) estava com a razão, já que os Deuses
privilegiavam o homem certo.
- Fines: Em disputas, a parte ofensora ou criminosa podia pagar uma multa para
compensar seus danos, algo que deveria ser feito em público e na presença de
testemunhas.
- Outlaw: Em casos de graves crimes, uma pessoa podia ser exilada, perdendo todos os
seus direitos e obrigada a viver em ambiente selvagem, longe da comunidade. Os
exilados podiam ser mortos por qualquer um, sem que o ato resultasse em penalidades.
ECONOMIA
Três moedas de prata Vikings datando do início do século IX, encontradas na Suécia e
possivelmente feitas em Hedeby, na Dinamarca; repare que duas delas mostram figuras
de barcos longos Vikings
A casa dos Deuses Nórdicos era Asgard, a qual era repleta de salões e palácios.
O mais esplêndido salão era Valhalla, onde ficavam os bravos e habilidosos guerreiros.
Esses respeitáveis guerreiros eram tragos para Asgard pelas Valquírias, as quais eram
lindas mulheres guerreiras que cavalgavam cavalos voadores. As famosas Auroras
Boreais (resultantes da interação do campo magnético da Terra com os ventos solares,
produzindo coloridos rastros luminosos no céu) eram vistas pelos Vikings como um sinal
de que as Valquírias estavam cavalgando pelos céus. Em Valhalla, os guerreiros
treinavam para o Ragnarok, a batalha final que iria destruir o Cosmo. De dia, esses
guerreiros lutavam e treinavam entre si, destruindo seus corpos com os golpes de
machados e espadas. À noite, seus corpos eram curados e eles bebiam e festejavam com
Odin (o chefe dos Deuses e, junto com os seus dois irmãos, criador dos nove mundos no
Universo).
Em torno do ano de 1000 d.C., os Vikings começaram a se acomodar em várias das
regiões onde tinham invadido, e a maior parte deles começaram a parar de adorar os
Deuses Nórdicos e passaram a adotar o Cristianismo. O abandono da religião pagã foi um
processo que ocorreu de modo diferente entre os reinos escandinavos e a Islândia: na
Noruega, na Suécia e na Dinamarca, ao contrário da Islândia - onde a conversão ocorreu
de forma pacífica, permitindo o culto doméstico aos deuses pagãos no início sem punição
-, esse processo foi imposto por seus respectivos monarcas, alguns dos quais usaram de
violência para tal. Quem teve grande papel de importância na conversão dos Vikings para
o Cristianismo foi o Rei da Noruega Olaf Tryggvason, entre os anos de 995 e 1000,
usando métodos brutais de conversão em muitos casos - destruindo templos pagãos e
matando aqueles que resistiam. Aliás, Leif Erikson foi um dos convertidos por Olaf. No
geral, esses processos de conversão originaram-se principalmente de considerações
políticas, não apenas religiosas.
CONVERSÃO DA ISLÂNDIA
De acordo com um recente estudo publicado no periódico Climate Change
(Ref.35), as memórias transmitidas da maior erupção vulcânica ocorrida na Islândia - logo
após a ocupação da região pelos Nórdicos e Celtas - foram usadas via um poema
apocalíptico para favorecer a conversão da ilha para o Cristianismo entre os séculos X e
XI.
Com a ajuda de análises do núcleo de grandes camadas de gelo e dos anéis de
árvores antigas, pesquisadores da Universidade de Cambridge, Reino Unido, e da
Universidade de Genebra, Suíça, conseguiram datar com grande exatidão e
confiabilidade a massiva erupção do vulcão Katla conhecida como 'Eldgjá' (na verdade,
um gigantesco fluxo de lava, um tipo raro e prolongado de erupção vulcânica na qual uma
enorme quantidade de lava engole a paisagem e é acompanhado por um nevoeiro de
gases sulfurosos): início no verão de 939 até, no mínimo, o outono de 940. Com isso, os
pesquisadores encontraram que o mais celebrado poema Voluspá do período medieval da
Islândia - o qual descreve o fim dos deuses pagãos e a chegada de um novo e único deus
- faz menção em detalhes da erupção e usa suas memórias para estimular o
enraizamento do Cristianismo da ilha.
O mais massivo fluxo de lava do Eldgjá ('garganta de fogo') ocorreu ao longo de
uma fissura de 75 km de extensão associada ao vulcão Katla - o qual encontra-se sob a
capa de gelo Mýrdalsjökull - e afetou profundamente a parte sul da Islândia dentro de um
século de ocupação da ilha pelos Vikings e pelos Celtas ao redor do ano de 874. Estima-
se que 19,6 quilômetros cúbicos de lava foram derramados, algo suficiente para cobrir
toda a Inglaterra até o tornozelo.
As consequências dessa grande erupção está relatada em vários textos antigos, e
são corroboradas pelas análises dos núcleos de gelo e anéis de árvores antigas. Primeiro,
um nevoeiro de partículas sulfurosas se espalhou ao longo da Europa, tornando a visão
do Sol mais avermelhada e enfraquecida de acordo com descrições em crônicas
Irlandesas, Germânicas e Italianas do mesmo período. O segundo efeito, de maior
impacto, foi a mudança climática disparada pela erupção, com a enorme camada de
partículas lançadas na atmosfera diminuindo a quantidade de luz solar alcançando a
superfície e levando a um significativo resfriamento em diversas partes do mundo,
trazendo as mais baixas temperaturas registradas nos últimos 1500 anos. Em 940, as
temperaturas no verão caíram uma média de 2°C na Europa Central, na Escandinávia,
em partes do Canadá, Alasca e Ásia Central.
De acordo com as crônicas medievais, as pessoas sofreram muito após a atividade
colossal do Eldgjá. Do Norte da Europa até o Norte da China, pessoas experienciaram
longos e duros invernos, e grandes secas no verão-primavera. Doenças e grandes
mortalidades nos rebanhos se espalharam rapidamente, e a fome era vista em várias
regiões, deflagrando grandes taxas de mortalidade humana em partes da Alemanha,
Iraque e China. Na Islândia, os impactos devem ter sido mais do que severos, e o
celebrado poema medieval Voluspá ('A profecia da profeta') parece dar a impressão dos
efeitos da erupção na ilha, retratando os efeitos climáticos associados.
O texto na Voluspá, o qual deve ter sido escrito em torno do ano de 961, prediz o fim
dos deuses pagãos e a vinda de um novo e singular deus; em outras palavras, a
conversão da Islândia para o Cristianismo, este o qual fincou de vez sua raiz na região na
virada do século XI (kristnitaka) - a partir, provavelmente, de uma parte da população
Celta já Cristã desde o início de ocupação da ilha. Nele, é descrito como o deus pagão
Odin traz de volta à vida uma profeta, a qual manifesta a visão de que o panteão dos
antigos deuses estava chegando ao fim, um momento que seria marcado por uma série
de eventos, incluindo um onde o Sol seria engolido por um monstruoso lobo.
Nesse sentido, essa imagem apocalíptica traga pelo poema vem para marcar o
furioso fim do mundo dos antigos deuses, usando as memórias do evento vulcânico para
assustar as pessoas e facilitar a aceitação das novas mudanças culturais e religiosas
sendo impostas.
Aliás, na saga Kristni ('a história da conversão'), escrita no século XIII, um dos
eventos chaves para esse processo foi a chegada repentina de um homem reportando
que a lava de uma erupção vulcânica estava ameaçando a terra de um dos líderes da
ilha, Þóroddr of Ölfus, o qual estava evidentemente no lado Cristão. Quando os pagãos
afirmaram que isso era uma resposta de descontentamento dos deuses, um outro
poderoso líder apontou para a dramática paisagem de Pngvellir no lado pagão e
perguntou: "Do que os deuses estavam furiosos quando a lava na qual estamos apoiado
aqui e agora estava queimando?". Isso indica claramente que os eventos de conversão
ocorreram com a ajuda das erupções vulcânicas na Islândia, com os 'fogos'vulcânicos
possivelmente sendo associados com as torturas do Inferno no Cristianismo.
INVASÕES VIKINGS
- Avanço militar: No século VIII, os Vikings viram suas tecnologias de guerra sendo
aprimoradas cada vez mais, incluindo suas embarcações longas, armas, armaduras e
estratégias de combate. Isso pode ter sido o incentivo e segurança que precisavam para
iniciar ataques em terras estrangeiras.
- Cobiça e glória: Alguns historiadores acreditam que as invasões Vikings poderiam ser
um meio para os jarls conseguirem riqueza fácil e aumentarem sua influência e poder.
Outros historiadores também acreditam que o desejo de aventuras e glórias pode ter sido
um componente adicional nesse sentido.
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