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Resistência Cristã
Olá, Pessoal!
À semelhança das outras aulas, nesta vamos conversar sobre três temas de peso. Por
meio dos textos propostos e da dinâmica da aula, queremos que você possa:
conhecer a história dos monges;
diferenciar os tipos de monasticismo;
descrever as contribuições do movimento;
saber como surgiu o Islamismo;
informarse objetivamente a respeito da expansão do Islamismo;
aprender sobre a forma de organização da igreja para fazer a resistência cristã.
O tempo passa muito rapidamente, Pessoal!
Vamos tratar também sobre o surgimento do islamismo e a resistência cristã.
Espero que você aprecie o estudo de hoje!
INTRODUÇÃO
A vida ascética cristã é tão antiga como a Igreja de Jesus Cristo. Desde o princípio
existiram pessoas que abraçavam uma vida de plena imitação de Cristo. Já era comum
o estilo de vida celibatário, a vida exclusiva de oração, o exercício de obras de
misericórdia.
Nos três primeiros séculos da Igreja, havia homens e mulheres que sem abandonarem
a sociedade, reuniamse ordinariamente numa espécie de vida comunitária. À luz de
Mateus 19:12, comprometiamse em guardar a vida de castidade. No entanto, essas
mesmas pessoas continuavam a viver no seio da comunidade cristã, viviam em suas
casas e administravam seus bens.
Na alta sociedade romana – cristã dos séculos IV e V a vida ascética já tinha adeptos
até mesmo na aristocracia. Casais como: Paulino de Nola e Terasia se desfizeram de
suas fortunas para assumir uma vida como fiéis discípulos de Cristo. Um dos pais da
Igreja, São Jerônimo, tradutor da Vulgata, serviu como diretor espiritual e professor de
Bíblia de nobres senhoras romanas, tanto em Roma como também na Palestina.
Ao derredor de 320, um número crescente de cristãos eremitas habitava regiões da
Síria e do Egito. Muitos viviam sós, em cavernas ou cabanas. Nos domingos, eles
costumavam se reunir aos outros eremitas para orarem juntos. A santidade dos
eremitas (anacoretas) atraía a outros, que adotavam esse estilo de vida.
Diversas foram às causas que levaram ao surgimento do monasticismo. Uma das
principais delas tinha a ver com o desejo de salvação. A vida separada da sociedade
comum parecia um caminho mais seguro de salvação do que a vida numa sociedade
cuja igreja agora oficial, vinha se tornando fria e nominal.
O monasticismo é uma clara reação à baixa qualidade vida e testemunho resultante da
oficialização do Cristianismo como religião do Império Romano, que levou à igreja
massas de pessoas oriundas de todas as partes.
DESENVOLVIMENTO
1 Antonio (250356), considerado o fundador do monasticismo.
Nasceu no Alto Egito. Aos 20 anos quando seus pais faleceram, ele herdou os bens da
família. Foi nesta época que, participando de uma liturgia, ouviu as palavras de Jesus:
“Vai vende tudo que tens, distribui o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu;
então vem e me segue.” Marcos 10:21.
Estas palavras atingem Antonio, que vende sua herança, coloca sua irmã em um
convento e passa a viver como emérita. O tipo de vida monástica anacoreta, aquela
caracterizada pelo silencio, separação e solidão, veio a ser atribuída a Antônio.
Sua vida de santidade deu – lhe tamanha reputação que outros passaram a viver perto
dele em várias cavernas. Como nunca organizou esses seguidores numa comunidade,
cada pessoa praticava a vida ascética de eremita em sua própria caverna. Os
anacoretas, que viviam isolados ou em grupos de dois ou de três, dedicavamse à
oração, à penitência e ao trabalho manual. Uma vez por semana, isso é aos Domingos,
dirigiamse a uma igreja para assistir aos ofícios religiosos.
“A maior obra dos homens é esta: ser capaz de manter seus pecados diante
de Deus e estar preparado para a tentação até o último suspiro.” (Antonio)
A fama de Antonio foi tamanha, que o próprio Imperador Constantino e seus filhos
escreveram – lhe pedindo conselhos. Acredita – se que ele morreu quando tinha 105
anos de idade. Apesar de não ser estudado, Antonio possuía uma mente vigorosa e
uma memória retentiva. Era uma pessoa humilde e jovial, com radiante amor para
com Deus, alguém simpático e cortês com as pessoas que o procuravam.
Atanásio, bispo de Alexandria escreveu uma biografia, (A Vida de Santo Antonio), em
aparente reconhecimento de sua importância no mundo de sua época.
Percebeu como a questão da espiritualidade sempre foi controversa?
Bom, se você se interessou pela vida de Santo Antônio e quer conhecer mais sobre ele
e seu estilo de vida, consulte sua biografia, escrita por Santo Atanásio. Basta acessar
https://sumateologica.files.wordpress.com/2010/02/atanasio_vida_de_santo_antao.pd
f
2 Pacômio, (286346)
Nascido no Egito é considerado predecessor do monasticismo cenóbio, aquele em que
as pessoas vivem em comunidade. Atribuise a ele a introdução no monasticismo da
vida comum e do conceito de obediência a um superior religioso.
Os monges pacomianos viviam juntos em grandes comunidades que contavam com
milhares de membros. Por causa do numero de mosteiros e da certa independência
existente, vieram a precisar da elaboração de uma regra, que pudesse orientar a vida
religiosa. Como uma norma, a Regra de São Pacômio, constituiuse um elemento
essencial da instituição monástica.
Por ocasião da morte de Pacômio em 346, já existiam 10 mosteiros e um convento no
sul do Egito.
O monasticismo egípcio deu forma a dois tipos de vida ascética. O primeiro chamouse
anacoreta, e o segundo cenóbio, ou cenóbico. O monasticismo surgido no Egito haveria
de constituir um capitulo especial sobre a história dos monges, tão relevante na
história do cristianismo.
3 Bento de Núrsia (480 – 547), pai do monasticismo ocidental.
O pai do monasticismo ocidental foi Bento, da região italiana de Núrsia. Bento foi
alguém insatisfeito com a vida pecaminosa da igreja, especialmente em Roma. Como
tantos outros, ele também se retirou para viver como um eremita, numa caverna não
muito longe de Roma por volta do ano 500.
Fundou seu primeiro mosteiro na região Italiana do Subíaco, organizada na forma de
cenóbio, como os mosteiros do Egito de Pacômio.
O segundo mosteiro foi estabelecido em Monte Cassino em 529, na forma do anterior.
Aqui, Bento, já era uma homem mais amadurecido e experiente. A vida no mosteiro
era mais organizada e intensa, os monges viviam sob a direção de um abade, e
dividiam o tempo entre oração litúrgica, chamada: (lectio divina) e o trabalho manual.
Perto do final da vida, São Bento organizou a famosa Regra de São Bento. A regra não
surgiu do nada, antes apresenta inspiração e influencias de outras regras anteriores,
como as de: Pacômio, Basílio e Santo Agostinho.
REGULA BENEDICTI = Regra de São Bento, escrita no século VI, a Regra é um
conjunto de normas e preceitos que regulam a vida de uma comunidade monástica. A
regra é posta em prática pela pessoa de um abade.
Foto: Mosteiro de São Bento, Recife, PE.
4 Monges Missionários: (Séculos VI – VIII).
Os monges, principalmente os Anglo – Saxões, foram missionários no início da Idade
Média. Eles eram enviados a todas as terras com a finalidade de fundar novos
mosteiros. Através deles, muitas tribos bárbaras se converterem ao Cristianismo.
Patrício (389461) é considerado o evangelizador da Irlanda. Nascido na Inglaterra em
389, sua história é um caso à parte. Filho de família cristã e influente. Patrício foi
escravizado na Irlanda por seis anos, de onde fugiu para a sua terra natal. Chamado
para ser missionário, ele entendeu que Deus o fazia retornar a Irlanda. De volta, ele,
concentra suas atividades na evangelização dos lideres das tribos. Através deles,
diversos reis se tornaram cristãos, esses garantiam proteção para o avanço do
Evangelho. Atribuise a ele a conversão de quase 100 mil Irlandeses.
A Irlanda foi um celeiro de missionários. Seus monges partiram para espalharem a
mensagem cristã em regiões onde o Cristianismo não era conhecido. Columba (521
597) deixou a Irlanda e fundou um mosteiro na ilha de IONA, ESCOCIA. Columba
tornouse um dos maiores missionários da história da igreja.
Por volta do século VII os monges evangelizam a Alemanha. Um dos principais
missionários foi o monge inglês, Bonifácio, (672754). O nome verdadeiro de Bonifácio
era Winfrid. Seu principal campo missionário foi na Alemanha, onde estabeleceu
mosteiros
Agostinho (+604) foi enviado a Canterbury, Inglaterra, onde fundou uma das obras
beneditinas mais famosas daquele país. Nascido em Roma, Itália. Agostinho era monge
beneditino e foi enviado à Inglaterra pelo papa Gregório Magno. No ano de 597,
Agostinho acompanhado de 40 monges partiu em missão para a Inglaterra. Antes do
final do ano, milhares de pessoas haviam se convertido à fé cristã, dentre eles, o
famoso rei Etelberto. Agostinho é considerado o apóstolo da Inglaterra, foi o primeiro
Arcebispo de Cantuária, (Canterbury).
Mesquita Domo da Rocha em Jerusalém, Israel
Estamos tratando de diferentes formas de piedade, de espiritualidade; estamos
conhecendo pessoas que marcaram o próprio tempo em virtude de suas práticas
religiosas – alguns até sendo bastante radicais.
Assim, é oportuno passarmos para um tópico de grande importância na história atual.
Acredito que você tem acompanhado a mídia, que nos informa diariamente a respeito
de questões relacionados ao mundo muçulmano, em especial a sua religião: o
Islamismo. Estudaremos ainda a respeito do método de organização da igreja para
fazer frente ao grande avanço islamismo na Europa, que tinha tomado parte da
Espanha e de Portugal.
Isto não é novidade: o mundo muçulmano está presente diariamente nas manchetes
dos jornais e televisões. Grande parte da mídia divulga a violência quase sempre
atrelada a extremistas islâmicos. O assunto é amplo e de grande importância, aqui
iremos estudálo apenas do ponto de vista histórico e religioso.
I – O ISLAMISMO
A Religião Islâmica é a segunda maior do mundo. Segundo a estatística, há um bilhão
e duzentos milhões muçulmanos em todos os continentes.
Recentemente, cerca de 700 peregrinos muçulmanos morrerem recentemente durante
a peregrinação anual a Meca, na Arábia Saudita. Apesar de não ser o único, esse é o
maior acidente que causa a morte de tantas pessoas.
O surgimento do Islamismo é um dos principais acontecimentos no inicio da Idade
Média. O Islamismo ou Maometismo surgiu entre os séculos VI e VII na Arábia,
Oriente Médio, cerca do século VII, num período quando a Igreja trabalhava para
conquistar os povos bárbaros.
Maomé, é o maior e o único profeta da Religião Mulçumana, nasceu em Medina e
faleceu em Meca no ano 632. Daí a importância dessas cidades como centros de
peregrinações muçulmanas.
Quem foi Maomé? (570632)
Era um pastor de ovelhas e também guia de cavernas e mercador, Maomé, é o profeta
de Alá, a quem o anjo Gabriel apareceu para transmitir a revelação divina.
Maomé como comerciante viajava em caravanas de camelos, e certamente conviveu
com Judeus e Cristãos, de quem absorveu diversos ensinamentos e históricas bíblicas.
Aos 46 anos de idade, ele fundou o Islamismo, uma religião que combinava visões
religiosas aos ambiciosos objetivos militares.
As revelações foram mais tarde registradas no livro sagrado do Alcorão. O Alcorão tem
como ponto central o Testemunho, que quer dizer, a existência de único Deus, Alá. Por
conseguinte, Maomé é o profeta de Alá. A crença nesses dois testemunhos e também a
sua afirmação torna a pessoa em muçulmana.
Além disso, os muçulmanos contam com quatro outros pilares da fé, que são: orar
cinco vezes ao dia, dar esmolas aos pobres, jejuar do nascer ao por do sol durante o
mês de Ramadã e viajar em peregrinação a Meca.
A Religião Islâmica dá a entender que o seu principal objetivo é ganhar o favor de Alá
por meio da obediência e da prática religiosa.
Ensinamentos Religiosos
O islamismo não reconhece nenhuma equivalência entre Deus e Jesus Cristo. No
Alcorão, Jesus, o Nazareno é mencionado 14 vezes, descrito apenas como um profeta
notável, mas não tão importante como Maomé. Para a religião, Jesus Cristo não
poderia ser o filho de Deus. Pois só existe um Deus, e ele se chama Alá, superior a
todos, para ter um filho. Cristo não foi crucificado, mas levado por deus ao paraíso.
O Alcorão admite a existência de anjos bons e maus e um céu onde existe o
sensualismo.
Você já “deu uma olhada” no Alcorão? Já leu algum trecho? Você é um acadêmico de
teologia, então faça isso agora mesmo, apenas para ter uma rápida perspectiva do
texto sagrado do Islamismo, ok. Basta um click!
O ALCORÃO SAGRADO http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/alcorao.pdf
ALCORÃO http://www.culturabrasil.org/zip/alcorao.pdf
Muçulmanos em Oração
Expansão
Após a morte de Maomé em 632, os muçulmanos expandiram com rapidez através de
outros povos e nações. A expansão do islamismo aconteceu em grande parte em
território cristão. De início, os muçulmanos não forçaram os cristãos a converterem –
se à sua religião, porque, como os Judeus, os Cristãos eram um povo de um livro só,
quer dizer, a Bíblia, que é o livro sagrado das três religiões, primeiro dos Judeus,
depois dos Cristãos, e em parte dos muçulmanos. Contudo, a aparente tolerância
religiosa, estava atrelada ao pagamento de tributos.
Conquista de Território Cristão
A religião muçulmana conquistou e dominou as regiões cristãs do Norte da África. A
chamada África Latina terminou por extinguirse após séculos de dolorosa agonia.
Cartago, a cidade de Santo Agostinho, teve o Cristianismo totalmente eliminado.
A perda do Norte da África foi um golpe devastador para o Cristianismo. Alexandria e
Cartago eram considerados importantes centros teológicos. Através do Egito existiam
inumeráveis mosteiros e cabanas de eremitas.
A Espanha foi conquistada pelos mouros muçulmanos, por volta de 711. A presença
muçulmana na península Ibéria, (Espanha e Portugal) duraria quase oito séculos.
II RESISTÊNCIA CRISTÃ
A cristianização da França haveria trazer uma renovação ao Cristianismo que vinha
sendo dilapidado pelo Islamismo no Oriente Médio e também na África. Como então é
que a França se tornou cristã?
O líder dos Francos, Clovis, casouse com uma cristã e se converteu à sua fé em 496,
dai a conversão do reino franco ao Cristianismo. O Franco mais influente foi Carlos
Martel, que derrotou os Muçulmanos, quando eles tentavam invadir o território franco
em 732. A vitória foi decisiva para a preservação do Cristianismo Ocidental.
Império de Carlos Magno / Carolíngio
Carlos Magno (742814), rei dos francos veio a ser coroado Imperador pelo Papa Leão
III. Mas quem era Carlos Magno? Era neto de Carlos Martel, que após a morte de seu
pai, Pepino o Breve em 768, foi feito rei dos Francos.
Carlos Magno foi considerado um grande guerreiro que aumentou consideravelmente
as possessões do reino. Seu domínio estendeuse por toda a França, Bélgica, Holanda,
parte da Alemanha, Áustria, Itália, Hungria e até parte da Espanha.
A influência de Carlos Magno para o Cristianismo foi grande, ao ponto de contribuir
para o fortalecimento do Cristianismo em terras Anglo – Saxônicas e até mesmo na
Frísia. Devido a sua importância, o Papa Leão III o coroou Imperador de Roma na
Catedral de São Pedro no ano de 800. Seria essa uma tentativa de ressuscitar o
Império Romano Ocidental caído em 476? A coroação de Carlos Magno aconteceu
quase três séculos depois da queda do Império. Em grande parte, a coroação de
Carlos Magno tinha como propósito a criação de um Império a partir das nações
européias consideradas cristãs.
A coroação imperial viria a sancionar o feito inegável de que Carlos Magno havia
chegado a ser praticamente o soberano do Ocidente cristão e que baixo ao seu
domínio se encontrava o continente europeu. Durante esse período fortaleceuse o
entendimento que o Papa era o braço de Deus, fazendoo responsável pelo cuidado
espiritual do povo. O Imperador era a outra autoridade de Deus, instituído para
garantir a segurança e o bem estar físico dos homens.
Com a morte de Carlos Magno em 814, o Império Carolíngio deixou de existir.
CONCLUSÃO
Esta aula ampliou nosso conhecimento acerca do monasticismo, da história da religião
islâmica, desde o seu surgimento até aos dias atuais, e da resistência cristã.
Quanto ao islamismo, tratase da segunda maior religião do mundo em franco
crescimento, presente em quase todo o mundo, inclusive no Brasil, onde vem
ganhando cada vez mais adeptos.
Que a Paz esteja sobre cada um!
Por hoje, vamos ficando por aqui.
Até nosso próximo encontro.