Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Olá, estimados alunos!
Hoje veremos O Cisma da Igreja e as Cruzadas Cristãs. E, para esta aula temos os
seguintes objetivos:
Conhecer os motivos que contribuíram para o Cisma da Igreja;
Ser capaz de explicar as distinções entre a igreja latina e grega;
Apreciar a rica história das duas grandes igrejas cristãs.
Conhecer as principais Cruzadas Cristãs.
Descrever as contrições das Cruzadas.
Desejolhes um excelente tempo de estudos!
Com este encontro, chegamos a um dos mais importantes períodos da história da
igreja. Dessa vez, vamos nos ocupar do chamado Cisma da Igreja. Ou seja, a primeira
divisão entre os cristãos, que aconteceu em 1054, quando os dois líderes da igreja
excomungaram um ao outro.
O Cisma da Igreja
De acordo com a BBC de Londres em 2013, o número de Católicos no mundo chegou à
cifra de 1.200 milhões de fiéis. Segundo o informativo (PEW RESEACH CENTER) o
número de fiéis da Igreja Ortodoxa Grega em 2010, os chamados cristãos orientais,
somavam 260 milhões, aproximadamente.
I Cristianismo Ocidental e Oriental
A divisão do Império Romano entre o Ocidente e Oriente havia criado desde sempre o
dualismo latente entre o Ocidente e o Oriente. Havia o mundo latino e o mundo grego,
e as duas metrópoles, Roma e Constantinopla, sedes imperiais. Esse dualismo trouxe
reflexos sobre a igreja também. Por anos, as duas igrejas enfrentaram controvérsias
religiosas entre si, a tal ponto que culminaram com o Cisma do ano de 1054.
O ponto alto dessa divergência veio a ser oficializado com a exposição da bula papal
sobre o altar da Catedral de Santa Sofia, em Constantinopla, em que o Papa de Roma
excomungava Patriarca da Igreja Oriental. Tomando como base o ocorrido, o Patriarca
igualmente excomungou o Papa da Igreja Romana.
Dentre tantas divergências entre as duas sedes do Cristianismo, uma das mais
salientes, foi a constante reivindicação do Papa Romano para que Roma tivesse a
primazia sobre todo o Cristianismo.
Afinal, desde os tempos antigos, Roma era vista como a sede universal da igreja de
Cristo. A igreja ocidental havia gozado de prestigio e poder através dos séculos. Na
Idade Média, o Papa desenvolveu a função de coroar os reis europeus. Por outro lado,
no Oriente, a igreja era submissa ao Imperador sediado em Constantinopla.
II – DISTINÇÕES
Diante de realidades tão distintas, a divisão entre as duas sedes do Cristianismo seria
uma questão de tempo. Que outras diferenças marcaram a ruptura entre as duas
igrejas?
O Cisma da igreja foi marcado por diferenças, tais como raça, língua, modo de pensar,
e valores sociais.
A Igreja do Oriente manteve a cultura grega tanto na fala como na escrita, enquanto a
Igreja Ocidental orientavase pela visão latina, na cultura, na língua e na escrita.
A Igreja Oriental permitia o casamento do clero inferior. No ocidente, o celibato do
clero tornouse obrigatório.
O Clero Oriental usase barba, enquanto no Ocidente, os religiosos podem barbearse.
A Igreja Latina utiliza pão sem fermento para a celebração da eucaristia, enquanto a
Igreja Grega faz uso do pão fermentando.
A Igreja Ocidental faz uso de imagens esculpidas, no Oriente, a arte sacra se expressa
somente por meio de pinturas (iconografias).
A Igreja Oriental tem feito o batismo por imersão, no Ocidente, a aspersão tem
predominância nos ritos batismais.
A Igreja Oriental tem afirmado que o Espírito Santo procede do Pai por meio do Filho.
Enquanto no Ocidente, a Igreja tem crido que o Espírito Santo procede do Pai e do
Filho igualmente.
As duas Igrejas têm celebrado a Páscoa e o Natal, entretanto, em épocas diferentes.
Com o passar do tempo, a cristandade toma consciência da gravidade que o Cisma da
Igreja causou na separação dos cristãos, interrompendo a comunhão entre o Ocidente
e o Oriente. Desde então, a reunião da grande família cristã tornouse através dos
séculos, um dos maiores objetivos dentro do Cristianismo.
III – COMUNHÃO RESTAURADA
Dois encontros:
1965 Passados quase mil anos, a mútua excomunhão entre as igrejas foi finalmente
retirada pelos seus dois representantes, o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, no
dia 7 de Dezembro de 1965.
2014 Um outro encontro simbólico – este mais recente e documentado pela mídia
aconteceu entre o Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu.
Vale a pena conferir esse encontro, Pessoal!
<http://tvuol.uol.com.br/video/papatemencontrohistoricocompatriarcaortodoxo
emjerusalem0402CD9B3870D0815326/ilhatematica11>
Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu – 2014
As Cruzadas Cristãs
Bom, caro/as alunos e alunas, as lutas que marcaram a história da igreja cristã não
aconteceram apenas na dimensão teórica. Elas saíram do campo das ideias e
passaram para campos de guerra, literalmente. Estamos falando do movimento das
cruzadas, que existiu na Idade Média, e embora tenha produzido avanços deixou um
rastro de sangue. Mas tudo “em nome de Deus”. Vamos ver um pouco sobre essa
história.
“Guerra Santa”
Conhecida como “Guerra Santa" ou “Peregrinação”, as Cruzadas tinham como
referência a tentativa de tomar a "terra santa" dos muçulmanos. As cruzadas
baseavamse no envio de tropas ocidentais à Palestina para recuperarem a liberdade
de acesso dos cristãos à Jerusalém.
A guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o
domínio dos turcos seljúcidas sobre esta região considerada sagrada para os cristãos.
Após domínio da região, os turcos passaram impedir ferozmente a peregrinação dos
europeus, através da captura e do assassinato de muitos peregrinos que visitavam o
local unicamente pela fé.
I ESPÍRITO DAS CRUZADAS
A ideia de uma guerra santa, organizada e abençoada pela Igreja, havia tomado a
mente européia. As cruzadas não limitavam a expedições cuja finalidade era a
reconquista e proteção dos lugares santos da Palestina, mas uma empresa para lutar
também contra os muçulmanos que ameaçaram tomar a Europa, e fazer frente a
outros grupos inimigos como, por exemplo: os vândalos pagãos, os prussianos e o
grupo herético dos cátaros.
As cruzadas deram origem às ordens religiosas militares conhecidas como: Cavaleiros
da Espada, Cavaleiros Teutônicos, os Templários e os Hospitálarios.
Os Templários, sediados perto do antigo templo de Jerusalém, tinham por finalidade a
proteção dos peregrinos cristãos e a defesa da Terra Santa. Eram famosos como
símbolos e guardiães dos lugares santos. Os Templários chegaram a ser ricos por meio
de doações dos piedosos.
II CRUZADAS IMPORTANTES
Das várias cruzadas, oito foram consideradas as principais.
1ª Cruzada (1096 a 1099)
Os Templários eram monges e cavaleiros franceses, conhecidos cujo nome lembra o
objetivo da missão de guardar o Templo de Jerusalém. Os Templários conquistaram a
região em que ficava o Templo de Salomão.
Grande em número, os Templários chegaram a reunir 20.000 cavaleiros. Devido a sua
força militar assumiram também o papel de banqueiros – coletando e transportando
riqueza da Europa para a Terra Santa.
2ª Cruzada (1147 a 1149)
Um dos principais nomes da segunda cruzada foi o monge francês Bernardo de
Claraval. A cruzada contava com o apoio de Luis VII da França e Conrado III da
Alemanha.
Apesar de sofrerem muitas derrotas, os cruzados conseguiram por fim chegar à Terra
Santa.
Os cristãos foram derrotados por Saladino I, e os mulçumanos continuaram no
controle dos lugares santos.
3ª Cruzada: (11891191): Foi a Cruzada dos Reis.
Reis que participaram das Cruzadas: Frederico Barba – Roxa. Felipe Augusto, rei da
França e Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra.
A cruzada não conquistou a Terra Santa, mas conseguiu um pequeno acordo que
garantia aos cristãos o direito de visitar o Santo Sepulcro sem serem incomodados.
4ª Cruzada (1201 a 1204)
Uma tragédia em seu propósito, pois os cruzados desistiram da conquista da Terra
Santa, e resolveram fazer cerco a Constantinopla, que ficou sob os seus domínios por
quase 50 anos.
5ª Cruzada (1217 a 1222)
Os cruzados foram à Síria e ao Egito, onde atacaram os Sarracenos, mas os seus
resultados foram praticamente nulos.
6ª Cruzada: (12281229)
Mesmo excomungado pelo Papa, Federico II conduziu um exercito até a Palestina e
conseguiu estabelecer um tratado no qual havia a cessão de Jerusalém, Belém, e
Nazaré. Em Jerusalém, Federico II coroou a si mesmo rei de Jerusalém.
Em 1244, os muçulmanos reconquistaram Jerusalém, que desde então, permanece sob
seus domínios.
7ª Cruzada: (12481254)
Promovida pelo Rei Luis IX da França, a sétima cruzada, não teve êxito. O próprio rei
caiu prisioneiro em mãos de muçulmanos que só escapou depois de pagar alta fiança.
Os cruzados foram derrotados no Egito. Muitos morreram de epidemias causadas pelas
cheias do Rio Nilo.
8ª Cruzada: (12701272)
Como na anterior, a oitava cruzada estava sob a direção de Luis IX e o patrocínio
francês, contando com a participação de Eduardo I, rei da Inglaterra. A cruzada seguiu
a rota africana para chegar à Terra Santa. Luis IX acabou morrendo na Tunísia.
A cruzada foi assolada pela peste e os cristãos foram derrotados no intento de
conquistar a Terra Santa, mas, os cruzados trouxeram novo ânimo para o comércio
Mediterrâneo.
III CONSEQUÊNCIAS
As cruzadas proporcionaram também o renascimento do comércio na Europa. Muitos
cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras
nas rotas comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no
Ocidente. Esses guerreiros inseriram também novos conhecimentos, originários do
Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos.
As Cruzadas aumentaram as tensões e hostilidades entre cristãos e muçulmanos na
Idade Média. Mesmo após o fim das Cruzadas, este clima tenso continuou.
As Cruzadas favoreceram o desenvolvimento de um tipo de literatura voltado para as
guerras e grandes feitos heroicos, os contos de cavalaria. Muitos contos de cavalaria
tiveram como tema principal esses conflitos.
CONCLUSÃO
O ramo mais antigo do Cristianismo, a chamada Igreja Ortodoxa Grega, continua
sofrendo perseguição no mundo muçulmano. Milhares de cristãos têm sido forçados a
abandonarem seus lares e países em busca de liberdade em outras partes do mundo.
Diversos cristãos têm sido executados por milícias islâmicas, em países, como Egito,
Nigéria, Iraque , Síria e Quênia.
Por outro lado, a Igreja Católica Romana tem experimentado a frieza da Igreja nos
países ricos e avançados, e luta por sua hegemonia e sobrevivência em lugares em
que continua viva e forte.
No que se refere às Cruzadas, de acordo com o historiador Dr. F. X. Funk, “as cruzadas
não alcançaram seu principal e imediato objetivo, pois os Santos Lugares ficaram em
poder dos infiéis, mas não obstante o sangue derramado e as energias empregadas
não se perderam em vão... O grande impulso que tomou a vida no Ocidente nessa
época, em todos os ramos: na indústria e no comércio, nas ciências e nas artes,
principalmente na Arquitetura e Artes Plásticas, deve atribuirse, sem dúvida, em
grande parte, a expansão dos grandes ideais e ao contato com a cultura dos gregos e
dos árabes”.
Como viram, sempre houve pessoas bem intencionadas ( ainda que com ações
equivocadas) , e os conflitos não são privilégio do nosso tempo, certo!?
Continue estudando e até nosso próximo encontro!