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Aula 06 ­ O Cisma da Igreja e as Cruzadas Cristãs

Olá, estimados alunos!

Hoje  veremos  O  Cisma  da  Igreja  e  as  Cruzadas  Cristãs.  E,  para  esta  aula  temos  os 
seguintes objetivos:

Conhecer os motivos que contribuíram para o Cisma da Igreja;
Ser capaz de explicar as distinções entre a igreja latina e grega;
Apreciar a rica história das duas grandes igrejas cristãs.
Conhecer as principais Cruzadas Cristãs.
Descrever as contrições das Cruzadas.

Desejo­lhes um excelente tempo de estudos!

Com  este  encontro,  chegamos  a  um  dos  mais  importantes  períodos  da  história  da 
igreja. Dessa vez, vamos nos ocupar do chamado Cisma da Igreja. Ou seja, a primeira 
divisão  entre  os  cristãos,  que  aconteceu  em  1054,  quando  os  dois  líderes  da  igreja 
excomungaram um ao outro.

O Cisma da Igreja
De acordo com a BBC de Londres em 2013, o número de Católicos no mundo chegou à 
cifra  de  1.200  milhões  de  fiéis.  Segundo  o  informativo  (PEW  RESEACH  CENTER)  o 
número  de  fiéis  da  Igreja  Ortodoxa  Grega  em  2010,  os  chamados  cristãos  orientais, 
somavam 260 milhões, aproximadamente.

I ­ Cristianismo Ocidental e Oriental

A divisão do Império Romano entre o Ocidente e Oriente havia criado desde sempre o 
dualismo latente entre o Ocidente e o Oriente. Havia o mundo latino e o mundo grego, 
e as duas metrópoles, Roma e Constantinopla, sedes imperiais. Esse dualismo trouxe 
reflexos  sobre  a  igreja  também.  Por  anos,  as  duas  igrejas  enfrentaram  controvérsias 
religiosas entre si, a tal ponto que culminaram com o Cisma do ano de 1054.

 
 

A  separação  entre  a  Igreja  Latina  (ocidental)  e  a  Igreja  Grega  (oriental)  aconteceu 


formalmente no século XI, mesmo que na prática ela já tivesse acontecido bem antes. 
Por  mais  de  cem  anos,  a  relação  entre  o  Papa  em  Roma  e  o  Patriarca  de 
Constantinopla baseava­se em uma frequente luta por interesses e poder.

O  ponto  alto  dessa  divergência  veio  a  ser  oficializado  com  a  exposição  da  bula  papal 
sobre o altar da Catedral de Santa Sofia, em Constantinopla, em que o Papa de Roma 
excomungava Patriarca da Igreja Oriental. Tomando como base o ocorrido, o Patriarca 
igualmente excomungou o Papa da Igreja Romana.

 
Dentre  tantas  divergências  entre  as  duas  sedes  do  Cristianismo,  uma  das  mais 
salientes,  foi  a  constante  reivindicação  do  Papa  Romano  para  que  Roma  tivesse  a 
primazia sobre todo o Cristianismo. 

Afinal,  desde  os  tempos  antigos,  Roma  era  vista  como  a  sede  universal  da  igreja  de 
Cristo.  A  igreja  ocidental  havia  gozado  de  prestigio  e  poder  através  dos  séculos.  Na 
Idade Média, o Papa desenvolveu a função de coroar os reis europeus. Por outro lado, 
no Oriente, a igreja era submissa ao Imperador sediado em Constantinopla.

II – DISTINÇÕES

Diante de realidades tão distintas, a divisão entre as duas sedes do Cristianismo seria 
uma  questão  de  tempo.  Que  outras  diferenças  marcaram  a  ruptura  entre  as  duas 
igrejas?

O Cisma da igreja foi marcado por diferenças, tais como raça, língua, modo de pensar, 
e valores sociais.

A Igreja do Oriente manteve a cultura grega tanto na fala como na escrita, enquanto a 
Igreja Ocidental orientava­se pela visão latina, na cultura, na língua e na escrita.

A  Igreja  Oriental  permitia  o  casamento  do  clero  inferior.  No  ocidente,  o  celibato  do 
clero tornou­se obrigatório.

O Clero Oriental usa­se barba, enquanto no Ocidente, os religiosos podem barbear­se.

A  Igreja  Latina  utiliza  pão  sem  fermento  para  a  celebração  da  eucaristia,  enquanto  a 
Igreja Grega faz uso do pão fermentando.

A Igreja Ocidental faz uso de imagens esculpidas, no Oriente, a arte sacra se expressa 
somente por meio de pinturas (iconografias).

A  Igreja  Oriental  tem  feito  o  batismo  por  imersão,  no  Ocidente,  a  aspersão  tem 
predominância nos ritos batismais.

A Igreja Oriental tem afirmado que o Espírito Santo procede do Pai por meio do Filho. 
Enquanto  no  Ocidente,  a  Igreja  tem  crido  que  o  Espírito  Santo  procede  do  Pai  e  do 
Filho igualmente.

As duas Igrejas têm celebrado a Páscoa e o Natal, entretanto, em épocas diferentes.

Com o passar do tempo, a cristandade toma consciência da gravidade que o Cisma da 
Igreja causou na separação dos cristãos, interrompendo a comunhão entre o Ocidente 
e  o  Oriente.  Desde  então,  a  reunião  da  grande  família  cristã  tornou­se  através  dos 
séculos, um dos maiores objetivos dentro do Cristianismo.

 
III – COMUNHÃO RESTAURADA

Dois encontros:

1965 ­ Passados quase mil anos, a mútua excomunhão entre as igrejas foi finalmente 
retirada pelos seus dois representantes, o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, no 
dia 7 de Dezembro de 1965.

2014 ­ Um outro encontro simbólico – este mais recente e documentado pela mídia ­ 
aconteceu entre o Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu.

Vale a pena conferir esse encontro, Pessoal!

<http://tvuol.uol.com.br/video/papa­tem­encontro­historico­com­patriarca­ortodoxo­
em­jerusalem­0402CD9B3870D0815326/ilha­tematica­11>

Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu – 2014

As Cruzadas Cristãs
Bom,  caro/as  alunos  e  alunas,  as  lutas  que  marcaram  a  história  da  igreja  cristã  não 
aconteceram  apenas  na  dimensão    teórica.  Elas  saíram  do  campo  das  ideias  e 
passaram  para  campos  de  guerra,  literalmente.  Estamos  falando  do    movimento  das 
cruzadas,  que  existiu  na  Idade  Média,  e  embora  tenha  produzido  avanços  deixou  um 
rastro  de  sangue.  Mas  tudo  “em  nome  de  Deus”.  Vamos  ver  um  pouco  sobre  essa 
história.

“Guerra Santa”

Conhecida  como  “Guerra  Santa"  ou  “Peregrinação”,  as  Cruzadas  tinham  como 
referência  a  tentativa  de  tomar  a  "terra  santa"  dos  muçulmanos.  As  cruzadas 
baseavam­se  no  envio  de  tropas  ocidentais  à  Palestina  para  recuperarem  a  liberdade 
de acesso dos cristãos à Jerusalém.

A  guerra  pela  Terra  Santa,  que  durou  do  século  XI  ao  XIV,  foi  iniciada  logo  após  o 
domínio dos turcos seljúcidas sobre esta região considerada sagrada para os cristãos.

Após  domínio  da  região,  os  turcos  passaram  impedir  ferozmente  a  peregrinação  dos 
europeus,  através  da  captura  e  do  assassinato  de  muitos  peregrinos  que  visitavam  o 
local unicamente pela fé.

I ­ ESPÍRITO DAS CRUZADAS

A  ideia  de  uma  guerra  santa,  organizada  e  abençoada  pela  Igreja,  havia  tomado  a 
mente  européia.  As  cruzadas  não  limitavam  a  expedições  cuja  finalidade  era  a 
reconquista e proteção dos lugares santos da Palestina, mas uma empresa para lutar 
também  contra  os  muçulmanos  que  ameaçaram  tomar  a  Europa,  e  fazer  frente  a 
outros  grupos  inimigos  como,  por  exemplo:  os  vândalos  pagãos,  os  prussianos  e  o 
grupo herético dos cátaros.

As cruzadas deram origem às ordens religiosas militares conhecidas como: Cavaleiros 
da Espada, Cavaleiros Teutônicos, os Templários e os Hospitálarios.

Os Templários, sediados perto do antigo templo de Jerusalém, tinham por finalidade a 
proteção  dos  peregrinos  cristãos  e  a  defesa  da  Terra  Santa.  Eram  famosos  como 
símbolos e guardiães dos lugares santos. Os Templários chegaram a ser ricos por meio 
de doações dos piedosos.

 
II ­ CRUZADAS IMPORTANTES

Das várias cruzadas, oito foram consideradas as principais.

1ª Cruzada (1096 a 1099)

Os  Templários  eram  monges  e  cavaleiros  franceses,  conhecidos  cujo  nome  lembra  o 
objetivo da missão de guardar o Templo de Jerusalém. Os Templários conquistaram a 
região em que ficava o Templo de Salomão.

Grande em número, os Templários chegaram a reunir  20.000 cavaleiros. Devido a sua 
força  militar  assumiram  também  o  papel  de  banqueiros  –  coletando  e  transportando 
riqueza da Europa para a Terra Santa.

2ª Cruzada (1147 a 1149)

Um  dos  principais  nomes  da  segunda  cruzada  foi  o  monge  francês  Bernardo  de 
Claraval.  A  cruzada  contava  com  o  apoio  de  Luis  VII  da  França  e  Conrado  III  da 
Alemanha.

Apesar de sofrerem muitas derrotas, os cruzados conseguiram por fim chegar à Terra 
Santa.

Os  cristãos  foram  derrotados  por  Saladino  I,  e  os  mulçumanos  continuaram  no 
controle dos lugares santos.

3ª Cruzada: (1189­1191): Foi a Cruzada dos Reis.

Reis  que  participaram  das  Cruzadas:  Frederico  Barba  –  Roxa.  Felipe  Augusto,  rei  da 
França e Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra.

A  cruzada  não  conquistou  a  Terra  Santa,  mas  conseguiu  um  pequeno  acordo  que 
garantia aos cristãos o direito de visitar o Santo Sepulcro sem serem incomodados.

4ª Cruzada (1201 a 1204)

Uma  tragédia  em  seu  propósito,  pois  os  cruzados  desistiram  da  conquista  da  Terra 
Santa, e resolveram fazer cerco a Constantinopla, que ficou sob os seus domínios por 
quase 50 anos.

5ª Cruzada (1217 a 1222)

Os  cruzados  foram  à  Síria  e  ao  Egito,  onde  atacaram  os  Sarracenos,  mas  os  seus 
resultados foram praticamente nulos. 

 
 

6ª Cruzada: (1228­1229)

Mesmo  excomungado  pelo  Papa,  Federico  II  conduziu  um  exercito  até  a  Palestina  e 
conseguiu  estabelecer  um  tratado  no  qual  havia  a  cessão  de  Jerusalém,  Belém,  e 
Nazaré. Em Jerusalém, Federico II coroou a si mesmo rei de Jerusalém.

Em 1244, os muçulmanos reconquistaram Jerusalém, que desde então, permanece sob 
seus domínios.

7ª Cruzada: (1248­1254)

Promovida pelo Rei Luis IX da França, a sétima cruzada, não teve êxito. O próprio rei 
caiu prisioneiro em mãos de muçulmanos que só escapou depois de pagar alta fiança. 
Os cruzados foram derrotados no Egito. Muitos morreram de epidemias causadas pelas 
cheias do Rio Nilo.

8ª Cruzada: (1270­1272)

Como  na  anterior,  a  oitava  cruzada  estava  sob  a  direção  de  Luis  IX  e  o  patrocínio 
francês, contando com a participação de Eduardo I, rei da Inglaterra. A cruzada seguiu 
a rota africana para chegar à Terra Santa. Luis IX acabou morrendo na Tunísia.

A  cruzada  foi  assolada  pela  peste  e  os  cristãos  foram  derrotados  no  intento  de 
conquistar  a  Terra  Santa,  mas,  os  cruzados  trouxeram  novo  ânimo  para  o  comércio 
Mediterrâneo. 

III ­ CONSEQUÊNCIAS

As  cruzadas  proporcionaram  também  o  renascimento  do  comércio  na  Europa.  Muitos 
cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras 
nas rotas comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no 
Ocidente.  Esses  guerreiros  inseriram  também  novos  conhecimentos,  originários  do 
Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos.

As  Cruzadas  aumentaram  as  tensões  e  hostilidades  entre  cristãos  e  muçulmanos  na 
Idade Média. Mesmo após o fim das Cruzadas, este clima tenso continuou. 

As Cruzadas favoreceram o desenvolvimento de um tipo de literatura voltado para as 
guerras  e  grandes  feitos  heroicos,  os  contos  de  cavalaria.  Muitos  contos  de  cavalaria 
tiveram como tema principal esses conflitos.

 
 

CONCLUSÃO
O  ramo  mais  antigo  do  Cristianismo,  a  chamada  Igreja  Ortodoxa  Grega,  continua 
sofrendo perseguição no mundo muçulmano. Milhares de cristãos têm sido forçados a 
abandonarem seus lares e países em busca de liberdade em outras partes do mundo. 
Diversos cristãos têm sido executados por milícias islâmicas, em países, como Egito,  
Nigéria, Iraque , Síria e Quênia. 

Por  outro  lado,  a  Igreja  Católica  Romana  tem  experimentado  a  frieza  da  Igreja  nos 
países  ricos  e  avançados,  e  luta  por  sua  hegemonia  e  sobrevivência  em  lugares  em 
que continua viva e forte.

No que se refere às Cruzadas, de acordo com o historiador Dr. F. X. Funk, “as cruzadas 
não alcançaram seu principal e imediato objetivo, pois os Santos Lugares ficaram em 
poder  dos  infiéis,  mas  não  obstante  o  sangue  derramado  e  as  energias  empregadas 
não  se  perderam  em  vão...  O  grande  impulso  que  tomou  a  vida  no  Ocidente  nessa 
época,  em  todos  os  ramos:  na  indústria  e  no  comércio,  nas  ciências  e  nas  artes, 
principalmente  na  Arquitetura  e  Artes  Plásticas,  deve  atribuir­se,  sem  dúvida,  em 
grande parte, a expansão dos grandes ideais e ao contato com a cultura dos gregos e 
dos árabes”.

Como  viram,  sempre  houve  pessoas  bem  intencionadas  (  ainda  que  com  ações 
equivocadas) , e os conflitos não são privilégio do nosso tempo, certo!?

Continue estudando e até nosso próximo encontro!

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