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Aula 01 ­ O Mundo na Época de Cristo e Contribuições do Judaísmo 

na Formação do Cristianismo
 

I ­ Boas Vindas!
Prezados  alunos,  sejam  bem  vindos  à  disciplina:  História  do  Cristianismo  I.   
Primeiramente, gostaria que cada um de vocês fizesse uma rápida apresentação de si 
mesmo no espaço destinado ao fórum de apresentação.  Se você já tem uma formação 
superior, favor mencionar o curso. Aguardo a participação de todos!

II – Objetivos
Nossa primeiraaula tem os seguintes objetivos:

Introduzir o estudo da História do Cristianismo;
Conhecer os fatores que colaboram para o advento do Cristianismo;

Ser  capaz  de  relacionar  as  principais  contribuições  dos  povos  para  com  o 
Cristianismo;

Relacionar  as  principais  contribuições  do  Judaísmo  para  a  formação  do 


Cristianismo;
Conhecer  os  aspectos  religiosos  do  Judaísmo,  que  estão  presentes  no 
Cristianismo;

Entender o sentido da relação histórica do Judaísmo com o Cristianismo.
 

III – Materiais Utilizados:
Faremos uso de diversos recursos de ensino, tais como: leitura do texto da unidade de 
estudo, leitura reflexiva da Bíblia, leitura e análise de textos, análise de filme e vídeo 
pertinentes ao Judaísmo, exame de passagens bíblicas e vídeos ilustrativos.

IV – Desenvolvimento da Aula:
A  aula  será  expositiva,  complementada  pela  leitura  e  análise  de  textos  que  serão 
indicados  ao  final  de  uma  seção  de  tópicos.  Durante  a  aula,  iremos  assistir  a  alguns 
vídeos  selecionados  de  acordo  com  os  tópicos  de  estudo.  Por  fim,  vocês  serão 
encorajados a participarem dos fóruns, que abrem espaço para perguntas, respostas, 
comentários e opiniões.

Pronto para começar?

Então, vamos aos estudos de hoje!

 
O Mundo Grego – Romano
O  mundo  antigo  foi  preparado  para  receber  Jesus  Cristo,  que  veio  na  plenitude  dos 
tempos, quando todas as coisas tinham sido dispostas de tal modo, pela mão do Pai, 
que na vinda do Filho obteve pleno êxito.

O Cristianismo não veio ocupar um vácuo. Na época do seu surgimento, populavam na 
mente humana concepções várias do universo, da religião, do pecado, da recompensa 
e punição.  O Cristianismo tinha que defrontar­se com diversas perspectivas a respeito 
da vida e do mundo ao mesmo tempo, encontrar o seu lugar onde pudesse semear a 
nova mensagem.

1 – O Império Romano

Jesus  Cristo  nasceu  num  mundo  dominado  pelo  Império  Romano.    A  maioria  dos 
povos,  habitantes  do  mediterrâneo  eradominado  pela  cultura  romana.  Em  Roma 
estava centralizado o governo de todo o território,exercido pelo Imperador, autoridade 
máxima de todo o Império. O Império Romano era o mundo civilizado da época, seus 
cidadãos  desconheciam  a  Índia  e  a  China,  nações  antigas,  cujos  povos  eram  vistos 
como tribos selvagens de povos semicivilizados.

A  unidade  das  nações  mediterrâneas  do  Império  Romano  era  resultado  da  forte 
presença  do  exército  que  mantinha  a  Paz  Romana,  fazendo  com  que  seus  habitantes 
fossem  leais  ao  Imperador  de  Roma.    Como  consequência  da  Paz,  havia  progresso 
entre  os  povos.  Por  exemplo:  o  comércio  prosperou,  a  comunicação  entre  as  nações 
aumentou pela construção de estradas e do aumento da navegação marítima.

O Império Romano, permitia às províncias a preservação da sua cultura, da sua língua 
e, até certo ponto, da sua religião. Cada província contava com um governo regional, 
limitado ao ambiente local, reconhecido pelo Imperador Romano.

Falando  no  Império  Romano,  assistam  ao  documentário  que  se  encontra  no  site 
indicado:

Construindo um Império – Roma,  HistoryChannel

<https://www.youtube.com/watch?v=liMvesSFM0A>

2 – A Cultura Grega
O  povo  grego  destacou­se  no  mundo  antigo  por  uma  grande  diversidade  de 
contribuições que influenciam o avanço da civilização do Império Romano.  O  próprio 
Cristianismo  veio  a  ser  influenciado  pelo  pensamento  grego.Os  Gregos  foram 
considerados  conquistadores  ao  lado  dos  Romanos.  Enquanto  Roma  conquistava  os 
povos, Atenas conquistava as mentes dos povos. Daí a importância do termo chamado 
mundo grego – romano.

Os gregos contribuíram com o avanço da civilização em diversas áreas, por exemplo: 
no  comercio  internacional,  na  vida  intelectual,  através  da  filosofia,  através  da  língua 
grega (koiné), e por meio do pensamento religioso politeísta.  Da filosofia, sobretudo, 
veio a grande contribuição grega para a formação do pensamento teológico cristão.

Os grandes filósofos gregos foram: Sócrates, Platão e Aristóteles.

1  –  Sócrates  (470­399  AC):  ensinava  que  o  objetivo  primeiro  do  pensamento  é  a 


explicação  do  próprio  homem  e  não  a  do  universo.  O  tópico  de  investigação  mais 
importante  é  a  conduta  do  ser  humano,  ou  seja,  a  moral.  Foi  Sócrates  quem  disse: 
“conheça­te a ti mesmo.”

2  –  Platão  (427  –  347  AC):  O  mais  místico    e  espiritual  dos  filósofos  gregos. 
Ensinava que a alma existia antes do corpo e por isso é independente dele e não está 
sujeita  à  deterioração.  Sua  concepção  da  imortalidade  da  alma  da  qual  o  corpo  não 
participa,  apesar  de  não  ser  tão  desenvolvida  como  a  dos  Hebreus,  conduzia  o 
pensamento nessa direção e abriu o caminho para o Cristianismo.  Para ele, as formas 
passageiras do mundo visível não fornecem conhecimento real, mas conhecimento das 
“ideias”,  que  são  arquétipos  ou  padrões  universais  e  imutáveis  existentes  no  mundo 
espiritual  invisível.    Platão  cria  que  a  salvação  consiste  na  reconquista  da  visão  da 
bondade e da beleza interna.

3 – Aristóteles (384 – 322AC)

Menos místico do que Platão, Aristóteles cria que o mundo invisível era uma verdadeira 
realidade.  Afirmava  que  as  mutações  do  mundo  exigem  a  presença  de  uma  força 
pensante que é imutável.

As  mudanças  do  mundo  exigem  o  impulso  de  um  “primeiro  motor”,  que  é  imóvel. 
Aristóteles  apresenta  este  argumento  para  a  existência  de  que  Deus  veio  a  tornar­se 
célebre  na  teologia  eclesiástica.    Este  motor  age  com  inteligência  e  propósito; 
portanto, Deusé o princípio e o fim do processo de desenvolvimento do mundo.

Tudo tranquilo até agora?

Bom, você deve estar se perguntando: E as contribuições do judaísmo?!

É  sobre  este  assunto  que  vamos  falar.  E  como  leitura  introdutória  a  respeito  da 
Religião Judaica,indicamos um texto muito esclarecedor, em que o autor apresenta:

Judaísmo emsuaslinhasgerais;
judaísmo no século I e

judaísmo moderno.
 

Dê uma pausa, pegue material para anotações pessoais, clique no link indicado e boa 
leitura, ok!

A religião judaica, Bruno Glaab

<http://www.estef.edu.br/brunoglaab/wp­
content/uploads/2011/08/Juda%C3%ADsmo­22.pdf>
 

O que você achou do texto?

Agora  que  você  já  o  leu,  vamos  avançar  mais  um  pouco  em  nosso  conhecimento 
quanto  às  contribuições  do  Judaísmo,  povo  e  lócus  do  nascimento  e  também  do 
desenvolvimento  originário  daqueles  que  vieram  a  ser  chamados  de  seguidores  de 
Jesus  Cristo.  Sobre  essa  temática,  alguns  tópicos  são  de  grande  relevância.  Vamos  a 
eles!

1 – Monoteísmo
O Judaísmo é religião de um único Deus e isto tem sido assim, desde o início.  O lema 
bíblico  diz:  “Ouve,  Israel  o  Senhor,  nosso  Deus,  é  o  único  Senhor.  Amarás,  pois,  o 
Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alam e de toda a tua força.” 
Deuteronômio 6:4­5.

A  religião  Judaica  está  fundamentada  na  Lei  de  Deus.    Ex.  20:1­17  e  Ex.  22:20.    O 
monoteísmo de Israel era uma oposição à prática politeísta tão comum entre as nações 
pagãs,  principalmente  o  Egito.  Os  antigos  habitantes  da  terra  de  Canaã  eram 
politeístas.

O Judaísmo surge em contraste a tudo o que existia no mundo de sua época, a religião 
é  construída  num  sólido  monoteísmo  espiritual.    Todas  as  vezes  que  os  Judeus 
regressavam  dos  cativeiros  em  terras  estrangeiras,  não  praticaram  mais  a  idolatria 
comum entre as nações.

Moisés  teve  um  papel  singular  no  sentido  de  ligar  o  povo  de  Israel  ao  único  e 
verdadeiro  Deus.  A  adoração  dos  Judeus  é  voltada  ao  Deus  Supremo  e  não  a  uma 
divindade de natureza local.

2 – Congregação
A  aliança  que  Deus  fez  com  Abraão  veio  a  ser  estendida  à  toda  a  sua  descendência, 
quer  dizer  ao  povo  de  Israel.    Deus  não  seria  um  Deus  particular,  familiar,  elitista  e 
restrito, mas um Deus comprometido por meio de aliança com um povo em particular 
a  que  Ele  elegera.  Os  seguintes  textos  bíblicos  falam  dessa  eleição.    Gen.  12:1­9; 
13:14­18; 15:1­21; 17:9­14; e 26:1­6.

Desde o começo da história, o Deus de Israel tem sido chamado de IAHWEH (JEOVÁ), 
que  quer  dizer  o  Senhor.  Significa  que  a  religião  de  Israel  baseia­se,  desde  os 
primórdios,  na  memória  de  uma  experiência  histórica  interpretada  e  correspondida.   
Israel  acreditava  que  JEOVÁ,  O  Senhor  seu  Deus,  o  havia  levado  desde  o  Egito  pelo 
poder de sua onipotência e que, mediante uma aliança, o havia constituído seu povo. 
A aliança implicava na aceitação da Soberania de JEOVÁ.

3 – Livro Sagrado
Dentre  todas  as  contribuições  dos  Judeus,  é  possível  que  essa  seja  a  maior.  Dos 
Judeus,  vem  todo  o  Antigo  Testamento,  dividido  em:  Lei  (  Pentateuco),  Profetas, 
Escritos,  (  Salmos,  Provérbios,  Jó,  Cânticos,  Rute,  Lamentações  Eclesiastes,  Ester, 
Daniel, Esdras, Neemias, e Crônicas.

O  Antigo  Testamento  foi  escrito  de  1400  a.C  –  400  a.C  por  mais  ou  menos  trinta 
autores diferentes entre si, em sua grande parte na Língua Hebraica. O material mais 
comumente  usado  era  o  pergaminho,  talvez  pela  sua  qualidade  e  também 
durabilidade.  As  versões  do  Antigo  Testamento  que  se  tornaram  conhecidas  dos 
Cristãos foram desde o inicio, a Septuaginta e a Vulgata Latina.  

A Septuaginta = É uma tradução do Antigo Testamento Hebraico para a Língua Grega, 
sob o patrocínio de Ptolomeu Filadelfo ao redor de 285 a.C – 264 a.C.

A Vulgata Latina = É uma tradução do Antigo Testamento para o Latim, sob o trabalho 
elaborado do monge católico, São Jerônimo ao redor de 382 d.C.

4 – Revelação
Os escritores do Antigo Testamento não faziam uma distinção formal entre a revelação 
geral e a revelação especial. Deus era conhecido em parte por todas as suas operações 
no mundo físico e também na consciência humana.

Devido  à  psicologia  dos  hebreus  era  difícil  encontrar  no  Antigo  Testamento  qualquer 
apoio  do  conceito  moderno  de  revelação  natural  ou  geral.  Para  os  Judeus,  o  ser 
humano,  sem  qualquer  orientação  divina,  seria  incapaz  de  descobrir  nas  obras  da 
natureza, provas satisfatórias da existência de Deus. 

5 – Profecia
O  que  dá  à  profecia  do  Antigo  Testamento  a  sua  qualidade  singular  é  a  riqueza  da 
revelação divina por intermédio de seus maiores vultos, os profetas.  Esses, não eram 
homens  perfeitos,  nem  precisam  ser  idealizados  para  aumento  de  sua  glória.  Eram 
homens que conheciam a sua intima fraternidade com Deus, aos quais era transmitido 
algo do Espírito do Senhor.

Os  profetas  eram  homens  que  contemplavam  o  mundo  à  luz  do  tinham  visto  no 
coração de Deus, eram homens que falavam porque eram constrangidos, e não porque 
queriam  falar.  Aos  profetas,  Deus  impusera  a  obrigação  de  transmitir  a  Sua 
mensagem.    Entregavam  a  palavra  relevante  não  somente  às  necessidades  da  hora, 
mas de importância permanente para os seres humanos.

6 – Sinagoga
A  origem  da  Sinagoga  remonta  ao  tempo  do  exílio.  A  Sinagoga  consistia  na 
congregação local de Judeus de certa religião, que funcionava sob a presidência de um 
grupo  de  “anciãos”  que  tinham,  muitas  vezes,  um  “príncipe”  por  chefe.    Os  anciãos 
tinham a autoridade para excomungar e punir os Judeus culpados de alguns delitos.

O ofício religioso da sinagoga era simples e qualquer Judeu poderia assumir a liderança 
da  sinagoga.  No  início,  o  príncipe  era  encarregado  de  organizar  o  programa  religioso 
que  consistia  de:  oração,  leitura  da  Lei  e  dos  Profetas,  tradução  do  que  foi  lido, 
exposição de uma mensagem (tipo sermão) e a bênção sacerdotal.

7 – O Messias
Os  Judeus  têm  vivido  sob  a  esperança  da  vinda  do  Messias,  o  enviado  de  Deus  para 
redimir o povo de Israel. A expectativa da vinda do Messias preparou o caminho para 
que  o  Cristianismo  nascesse  exatamente  no  seio  do  povo  Judeu,  onde  surgiram  os 
primeiros seguidores de Jesus Cristo.

 Em síntese, as principais contribuições do Judaísmo para com o Cristianismo incluem: 
a sinagoga, a esperança messiânica, a crença no monoteísmo, a lei moral e a literatura 
sagrada do Antigo Testamento.

Vamos fazer uma pausa para um vídeo!

Sabemos  que  algumas  pessoas  são  mais  visuais,  certo.  Então,  selecionamos  um 
documentário  muito  bom  sobre  a  História  dos  Judeus  no  Brasil.  Assista­o,  faça  suas 
anotações e amplie seu conhecimento sobre esse tema tão intrigante!

História dos judeus no Brasil
<https://www.youtube.com/watch?v=6KHj6CKA8VQ>

Conclusão
Estamos finalizando este encontro, e creio que foi possível aprendermos que diversos 
povos,  suas  culturas  e  religiões  prestaram  valiosas  contribuições  na  formação  do 
Cristianismo. Dentre tantos, destacamos os Romanos, os Gregos e os Judeus.

Vimos  também  que  as  bases  do  mundo  greco­romano  serviram  para  o  avanço  da 
jovem  igreja  cristã  que,  nascida  originalmente  na  Judeia,  cresceu  ese  expandiu  por 
todo o mundo.

Agora, sabemos um pouco melhor que o Cristianismo, em seu nascimento, encontrou 
um  mundo  organizado,  tanto  pela  política  romana  como  pelo  pensamento  grego, 
importantes  contribuições  desses  povos  que  permitiram  a  mensagem  do  Evangelho 
crescer sobre um solo fértil.

Espero  que  você  tenha  gostado  desta  unidade  de  estudo.  Na  próxima,  vamos  nos 
ocupar de Jesus Cristo e Seus Discípulos e também da Igreja.

Por hoje é só, Pessoal!

Até a próxima aula!

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