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Técnicas do Yoga

Aplicadas à Hipnose

Rafael José Kraisch


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 2

2 PIZZA YOGA ........................................................................................................................................ 3

3 ASANA ................................................................................................................................................... 4

3.1 Balasana ou Postura da Criança ...................................................................................... 5

3.2 Setu-bandha-sarvangasana ou Postura da Ponte ................................................... 5

3.3 Shavasana ou Postura do Cadáver ................................................................................. 6

4 PRANAYAMA ..................................................................................................................................... 7

4.1 Como Executar o Pranayama ............................................................................................ 7

4.2 Sukha Pranayama ................................................................................................................... 8

4.3 Sama-vritti Pranayama ........................................................................................................ 8

4.4 Vishama-vritti Pranayama ................................................................................................. 9

4.5 Bhramari Pranayama ........................................................................................................... 9

4.6 Bhastrika Pranayama ........................................................................................................ 10

5 MEDITAÇÃO ................................................................................................................................. 11

5.1 Meditação ou Hipnose?..................................................................................................... 11

5.2 Como meditar ........................................................................................................................ 13

5.3 Prática – Mente Plena ........................................................................................................ 14

6 MATERIAL RECOMENDADO ................................................................................................... 16

7 SOBRE O PROFESSOR ................................................................................................................. 17


1 INTRODUÇÃO
O Yoga é um dos principais sistemas filosóficos da Índia, e conta com muitos
milhares de anos (alguns historiadores lhe dão 8.000 anos de idade).

Ao longo desta jornada o Yoga adquiriu e desenvolveu inúmeras ferramentas e


conceitos, que vão desde simples crenças religiosas à práticas físicas complexas, um
louvável conhecimento da psique humana, uma filosofia racional profunda e analítica e
uma concepção terapêutica muito avançada para o corpo e a mente.

Todo este conhecimento pode levar anos para ser entendido, e muito
provavelmente muitas técnicas passarão despercebidas até mesmo para o estudante mais
aplicado.

No entanto, existem conhecimentos que além de serem extremamente simples e


fáceis de serem aplicados, podem muito habilmente serem utilizados fora do contexto da
prática do Yoga, bastando a orientação correta para seu aprendizado.

Aqui vou ensiná-lo técnicas fáceis de serem aprendidas e executadas, que você
poderá utilizar em seus momentos de auto-hipnose para criar um ambiente mental mais
propício e facilitar o relaxamento, ou em seu ambiente terapêutico para aprofundar a
relação de profissionalismo com seu cliente, ou até mesmo nas demonstrações públicas
de hipnose, seja para ajudar a pessoa a se concentrar mais ou até mesmo como “presente
hipnótico” após o processo.

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2 PIZZA YOGA
É importante entender que a visão do Yoga é, de forma geral, sistemática, o que
significa que todos os seus componentes devem trabalhar juntos ou estar presentes para
que aquele sistema seja reconhecido. Quanto a isso gosto de exemplificar com a imagem
de uma pizza.

A pizza é um sistema: você precisa de uma massa, queijo, molho, temperos e um


algo a mais. Se faltar algum destes ingredientes você não está comendo pizza. Pode ser um
alimento gostoso e nutritivo, mas não é pizza.

Com Yoga é mesma coisa. Os antigos tratados do Yoga, como Hatha Yoga Pradipika,
Shiva Samhita, Gheranda Samhita, Yoga Yajnavalkya, Yoga Sutras, etc., são muito enfáticos
quando falam que Yoga engloba diversas práticas e conceitos, não sendo a simples
execução de uma única prática que definirá aquilo como Yoga. Assim, ter muita
flexibilidade ou força não significam nada a não ser que você saiba respirar
adequadamente, que tenha um gerenciamento mental correto, um desejo de auto
aprimoramento ou tenha um profundo respeito pelos seus pais. Note que isso é bem
diferente do que é feito e reconhecido pela grande maioria dos professores atualmente,
onde Yoga é apenas alongar e relaxar!

Desta forma, quero deixar muito claro que o que você estará aprendendo nesta
aula não é Yoga, e sim "técnicas do Yoga", justamente porque ensinar Yoga envolve
muito tempo de prática e estudo.

Estas técnicas poderão ser aplicadas separadamente, com pouca intensidade,


mescladas ou não com outros conhecimentos que o hipnotista possui, deixando um campo
aberto de possibilidades ilimitadas, que servirão para aprofundar ou aperfeiçoar um
estado hipnótico, de redução do estresse, de melhora da autoestima, etc.

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3 ASANA
O Yoga trata principalmente do equilíbrio mental, explicando detalhadamente
como podemos melhorar o equilíbrio e a clareza da mente. Porém, diferentemente de
outras abordagens puramente filosóficas/espiritualistas, no Yoga a separação entre corpo
e mente pode ser encarada como uma coisa puramente didática.

Qualquer praticante experiente consegue perceber as inúmeras nuances


existentes entre uma posição corporal e seu efeito emocional e mental. Por outro lado, é
muito simples observar as reações corporais quando determinados pensamentos ou
sentimentos são trazidos à tona.

Assim, quando nos referimos às posturas corporais no contexto do Yoga estamos


nos referindo simultaneamente ao trabalho físico daquela postura (por exemplo, o
movimento de extensão da coluna) quanto a sua contraparte mental (no caso, a
felicidade).

Neste curso, o enfoque será dado para aquelas posturas simples, de fácil execução,
que poderão ser feitas seguramente mesmo que o hipnotista não as pratique com
regularidade e que possam ser feitas em ambientes pequenos, como a sala de
atendimento. Estas posturas são consideradas restaurativas, ou seja, visam restaurar a
saúde ou equilíbrio da pessoa, utilizando apoios ou ferramentas que facilitem a sua
prática.

Para realizá-las não é necessário aquecimento ou preparação alguma, bastando


uma superfície firme e confortável, numa temperatura agradável. Aconselha-se manter
cada postura por dois ou três minutos (20 a 30 respirações profundas) ou o quanto for
confortável.

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3.1 Balasana ou Postura da Criança

Utilize alguns travesseiros, um


almofadão ou cobertas dobradas desde o
abdômen até a altura da cabeça.

Ajoelhe-se com os joelhos afastados e


pés unidos.

Deite-se sobre o suporte e descanse os


antebraços no chão, mantendo uma das faces
ou a testa apoiada (o que for mais confortável).

Não faça força! Apenas permita que a gravidade empurre o corpo para baixo,
procurando ficar o mais confortavelmente possível.

3.2 Setu-bandha-sarvangasana ou Postura da Ponte

Deite-se de costas no chão, pernas


dobradas e pés próximos aos glúteos, na
largura do quadril. Estenda os braços
lateralmente na direção dos pés e lentamente
suba os glúteos o máximo que puder. Coloque
um apoio na região do sacro (osso grande e
triangular localizado na base da coluna
vertebral).

Enquanto relaxa profundamente, os braços podem ficar paralelos com as pernas,


ou abertos lateralmente como em cruz, ou esticados para trás.

Para sair da postura pressione os dois pés no chão, remova o apoio e desça
lentamente as costas.

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3.3 Shavasana ou Postura do Cadáver

Deite-se no chão. Caso sinta


desconforto na lombar use uma pequena
almofada ou apoio sob os joelhos. Mantenha
as pernas estendidas, afastadas na largura
do quadril. Os dedos dos pés caídos para os
lados e as palmas das mãos viradas para
cima. Não gire a cabeça para o lado.

Mantenha o corpo completamente solto e a respiração naturalmente livre. Utilize


alguma técnica de focalização ou auto hipnose para aprofundar o estado.

Para sair, caia suavemente para um dos lados e use as mãos para se sentar.

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4 PRANAYAMA
No pranayama focalizamos na mudança do padrão respiratório, adequando-o a um
propósito específico.

De forma geral a palavra prana aparece sob inúmeros contextos e significados na


cultura hindu e na tradição do yoga, sendo que é muito comum a interpretação do termo
prana como "alento" ou "energia vital".

Como uma variação da palavra japonesa ki ou chinesa chi o prana seria a "vida" que
permeia tudo, sendo completamente invisível e imperceptível aos sentidos. Por outro
lado, escrituras como o Hatha Yoga Pradipika usam a expressão prana vayu, isto é, o "ar
externo", o ar que inspiramos e expiramos.

Às vezes, a palavra vayu é deixada de lado e só é usada apenas a palavra prana, mas
ainda dentro do contexto ou interpretação como apenas o ar externo.

A prática do pranayama tem muitos efeitos nos planos estrutural, fisiológico e


psicológico. Como a respiração é o “principal” elo que liga o corpo à mente, utilizar uma
respiração consciente por meio das variadas técnicas do pranayama é sinônimo de
controlar a mente.

Com isto o hipnotista tem uma ferramenta de trabalho muito útil, pois ela permite
eliminar as distrações e concentrar a mente para práticas mais avançadas de hipnose e
meditação.

4.1 Como executar o Pranayama

Pranayama é a, de forma simplória, alteração do fluxo respiratório juntamente com


o foco da mente.

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A respiração é, basicamente, um dos maiores segredos da hipnose, porque você
pode unir uma exalação lenta e tranquila (a fisiologia) com uma sugestão hipnótica,
aumentando seu efeito.

4.2 Sukha Pranayama

Sukha significa "fácil", e é uma forma muito simples e confortável para desenvolver
a consciência sobre o processo respiratório. Normalmente as pessoas não têm a mínima
noção da sua respiração.

Para elas, a respiração é um processo tão inconsciente quanto o fluxo sanguíneo.

No entanto, todos os yogis experientes veem uma relação direta entre a


consciência da respiração e a autoconsciência.

Técnica: o iniciante pode começar deitado, mas com a experiência a pessoa fará
tranquilamente isto sentado, em pé ou caminhando. Simplesmente respire, observando e
sentindo toda a respiração, mas, sem controle algum. Apenas deixe a respiração funcionar
normalmente sem modificar o ritmo. Faça pelo tempo que desejar.

4.3 Sama-vritti Pranayama

Sama vritti significa "ondulação igual", isto é, você controla a respiração de modo
que suas fases de inalação e exalação tenham a mesma duração. É excelente para criar um
estado mental propício para o atendimento clínico, além de gerar autocontrole,
estabilidade e equilíbrio emocional.

Técnica #1: preferencialmente sentado, inale contando mentalmente 5 segundos


e exale igualmente em 5 segundos. Com a prática e conforto estes tempos poderão ser
aumentados livremente.

Técnica #2: preferencialmente sentado, inale contando mentalmente 5 segundos.


Agora, segure os pulmões cheios (sem contrair o corpo) por exatos 5 segundos. Exale

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igualmente em 5 segundos. Com a prática e conforto estes tempos poderão ser
aumentados livremente.

Técnica #3: preferencialmente sentado, inale contando mentalmente 5 segundos.


Agora, segure os pulmões cheios (sem contrair o corpo) por exatos 5 segundos. Exale
igualmente em 5 segundos e, com os pulmões completamente vazios, fique mais 5
segundos. Com a prática e conforto estes tempos poderão ser aumentados livremente.

4.4 Vishama-vritti Pranayama

Vishama Vritti significa "ondulação desigual" já que utiliza padrões diferentes


entre as etapas respiratórias. Há uma infinidade de variações deste pranayama, mas vou
citar aquelas que mais terão efeitos no atendimento clínico.

Técnica: é indicada para pessoas que têm problemas cardíacos, pressão alta,
ansiedade, etc. É profundamente relaxante e revigorante. Basta inalar contando o tempo
e exalar no dobro. Assim, se você inalou em 5 segundos, basta exalar calmamente em 10
segundos.

4.5 Bhramari Pranayama

Bhramara significa “zangão” e esta técnica é chamada assim porque na exalação


um som suave e contínuo como o das abelhas é executado. É uma respiração
extremamente simples, relaxante e prazerosa. Pode ser feita deitada ou sentada e produz
resultados imediatos para a prática de meditação, relaxamento ou hipnose. É a prática
ideal para aqueles que possuem insônia.

Técnica: assumindo uma postura confortável, inale longa e profundamente. Não


há necessidade de reter o ar nos pulmões. Mantenha os olhos fechados, lábios e
mandíbulas ligeiramente presas. Solte vagarosamente o ar pelas narinas, imitando o

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suave zumbido das abelhas, até que o ar saia completamente. Respire novamente sem
pressa. Faça esta técnica por cinco minutos.

4.6 Bhastrika Pranayama

Bhastrika significa "fole", pois nesta técnica o ar é forçadamente inspirado e


expirado de maneira curta e rápida. É uma técnica poderosa, que auxilia fortemente o
processo meditativo e pode induzir o transe.

Técnica: aqui o ideal é que a pessoa esteja sentada. Inspire e solte rapidamente
todo o ar. A inspiração seguinte também deverá ser feita rapidamente. Tais respirações
são feitas de forma explosiva, sem profundidade. O corpo não deverá se mexer e o rosto
deverá permanecer tranquilo. Conte mentalmente de 50 a 100 exalações e então respire
uma ou duas vezes normalmente. Isto é um ciclo de Bhastrika. Realize três ou cinco ciclos
completos.

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5 MEDITAÇÃO
Para nós, ocidentais, meditar significa “refletir” a respeito de alguma coisa.

No oriente, meditar é algo bem diferente. É entrar num estado de consciência onde
se torna mais fácil compreender a si mesmo.

Através da meditação vamos prestar atenção e descobrir como funcionamos. Como


agimos em determinadas situações, porque respondemos uma coisa quando gostaríamos
de dizer outra, porque fugimos daquilo que mais queremos, porque vivemos mergulhados
na ansiedade, na depressão e no cansaço quando queremos apenas a tranquilidade.

Grande parte dessa confusão é criada pela mente. Podemos dizer que ela é o
instrumento de nossa consciência e contém a somatória de nossos condicionamentos,
padrões de pensamento, nossa memória e nosso lado racional.

A mente é como um lago agitado. Ao ver a lua refletida nesse lago turbulento
poderíamos supor que a própria lua é algo disforme e agitado, mas estaríamos totalmente
enganados.

Meditar nada mais é do que aquietar os turbilhões dos pensamentos, serenar a


mente para que possamos reconhecer com clareza nossa essência.

Durante esse processo de aquietar a mente nos damos conta de nossos padrões de
pensamento e de ação e, assim, podemos transformá-los.

5.1 Meditação ou Hipnose?

Muitas pessoas relacionam a meditação ao budismo, religião ou espiritualidade.

No entanto, o estado meditativo é algo puramente simples e natural ao corpo e à


existência humana.

Quando dormimos colocamos nosso cérebro num estado de profundo


relaxamento; quando cheiramos algo gostoso é muito comum fechar os olhos para "sentir

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melhor"; quando abraçamos alguém que amamos nós fechamos o olho e quando estamos
em um ambiente quieto e saudável nos sentimos felizes. Assim, a meditação não é uma
exclusividade dos monges, santos, yogis, espiritualistas, etc., mas um direito universal.

Em 1970 uma repórter perguntou ao mestre de meditação Svami Muktananda, se


era necessário trocar de religião para meditar. Ele jocosamente disse - "Você troca de
religião para dormir?"

Dentro desse aspecto, muitas pessoas também me perguntam qual seria a


diferença entre meditação e auto-hipnose.

Para mim, o estado meditativo é exatamente o mesmo daquele que sentimos em


hipnose (ou auto-hipnose), porém, a maneira de “entrar” nestes estados é o que realmente
as diferencia.

Ou seja, para a meditação, o foco deverá ser apenas uma única coisa, isto é, começa
basicamente com o exercício da concentração, onde a meditação seria o estado onde a
mente já não precisaria mais fazer aquela força, mantendo-se exclusivamente “presa” na
coisa específica (que poderia ser um mantra, uma divindade, um ponto físico, etc.).

Para a hipnose, a concentração não precisa ser tão intensa, bastando seguir as
instruções do hipnotista ou o gatilho instalado (âncora) para a auto-hipnose.

De qualquer maneira, o resultado final será exatamente o mesmo, conforme os


estudos a seguir:

1 - Efeitos da meditação sobre o corpo, de acordo com estudos na década de


60, pelo cardiologista Benson:

• Consumo de 17% menos de oxigênio;


• Queda de batimentos cardíacos (de 60 para 03);
• Diminuição do fluxo sanguíneo em quase todas as áreas cerebrais;
• Aumento do fluxo sanguíneo na região do sistema límbico, o chamado
cérebro emocional (responsável pelas emoções, a memória e os ritmos do
coração, da respiração e do metabolismo).

2 - Constatação das universidades americanas Stanford e Columbia:

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• O desempenho antiestresse da meditação acontece porque a mente
aquietada inibe a produção de adrenalina e cortisol – hormônios secretados
nas situações de estresse – ao mesmo tempo que estimula no cérebro a
produção de endorfinas, um tranquilizante e analgésico natural tão
poderoso quanto a morfina e responsável pela sensação de leveza nos
momentos de alegria.

5.2 Como meditar

A prática da meditação, embora simples, requer disciplina e regularidade. Abaixo


estão algumas dicas de como iniciar sua prática de meditação.

1. Escolha um lugar sereno onde você possa sentar-se de maneira confortável


e com a coluna ereta. Pode ser numa cadeira ou no chão com as pernas
cruzadas. Sentar-se sobre uma pequena almofada ajuda a manter as costas
eretas. Use roupas que não apertem nem incomodem;
2. Acender um incenso ou colocar uma música bem suave pode ajudar a criar
um clima de tranquilidade no início. Depois de algum tempo, pode ser que
você prefira dispensá-los;
3. Evite meditar quando estiver com sono ou muito cansado. Você se sentirá
frustrado por não conseguir se concentrar e desanimará de sua prática
diária. Um bom horário para meditar é pela manhã, quando estamos mais
tranquilos e descansados. Porém, isso também é individualizável. Se você
sentir que consegue melhores resultados à noite, escolha esse horário.
4. Comece com dez minutos diários. Coloque um relógio para despertar após
esse tempo, assim sua mente não poderá sabotá-lo fazendo-o acreditar que
já se passaram muito mais que dez minutos.
5. Não se mova durante esse tempo. O corpo é como um pote e a mente é a
água dentro dele. Mover o recipiente faz com que a água também se mova
e, lembre-se, o que você quer é que sua mente permaneça quieta e imóvel.

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6. A atenção deve estar voltada para o objeto da meditação (a respiração, um
símbolo, etc.) sem que isso necessite de grandes esforços. Caso você
disperse, reconduza sua atenção suavemente ao objeto escolhido.
7. Qualquer coisa que aconteça estará bem. Se houver um monte de
pensamentos desfilando pela sua cabeça, se você tiver vontade de chorar ou
de rir, se você achar que nunca vai conseguir se concentrar, tudo bem.
Apenas continue sentado e, sempre que possível, volte a sua atenção para o
objeto sobre o qual está meditando.

5.3 Prática – Mente Plena

Existem centenas, talvez milhares, de técnicas de meditação.

Cada um deve descobrir a que melhor combina consigo e a que produz melhores
resultados. Alguns preferem meditar com mantras, muitos gostam de observar a
respiração e outros usam imagens ou símbolos. Porém, o que essas técnicas têm em
comum é o fato de despertarem o observador passivo.

Eu chamo de observador passivo aquela parte nossa que se mantém distante da


turbulência da nossa vida diária. Ele é como um sábio que olha o vilarejo do alto de uma
colina. Ele vê as pessoas correndo de um lado para outro, as crianças brincando, um
cachorro procurando comida, alguém morrendo, um bebê nascendo, a geada queimando
a colheita e nada disso o afeta. Ele permanece sentado no alto de seu monte, equânime,
pois sabe que a dor ou a alegria brotam da mesma fonte e nenhuma delas é permanente.
O observador passivo sabe que a verdadeira felicidade pertence ao Eu-Superior e que
quando estamos conscientes dele, nada mais nos afeta.

Mas ele também é um grande professor. Se você ficar com alguém 24 horas por dia
observando como ele come, como se veste, como fala e age, como dorme, no final de uma
semana você conhecerá muito dessa pessoa. Assim, se nos observarmos tempo suficiente,
aprenderemos muito a nosso respeito. Aprenderemos como é que funcionamos, como
agem nossos pensamentos e sentimentos, como eles influenciam nossas escolhas, etc.
Quando desenvolvemos o observador passivo, podemos olhar de longe a paisagem de

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nossa vida e encarar os desafios que ela nos propõe com isenção de ânimos, sem deixar
que o emocional nuble nossa percepção. É por isso que é tão fácil aconselhar um amigo
com problemas. Como não estamos envolvidos emocionalmente, temos uma visão
panorâmica da situação e podemos perceber as falhas e as possibilidades que ele não vê.
Quando olhamos as coisas com uma certa distância, entendemos o contexto e os motivos
por trás dos fatos. E, com essa compreensão, podemos encontrar saídas criativas,
podemos ver portas onde antes parecia existir apenas muros.

Sente-se confortavelmente e faça algumas respirações profundas.

Comece a observar os pensamentos que lhe chegam. Tome consciência deles e


deixe que sumam em seguida. Não os evite nem os incentive.

Não dê continuidade a nenhum pensamento. A tendência da mente é fazer


associações. Quando vem o pensamento "preciso pagar uma conta no banco" a mente dá
continuidade: "será que tenho dinheiro suficiente? Se não tiver, posso pedir emprestado
ao fulano. Caso ele não possa emprestar...". E assim vai. Portanto, corte o fio antes que toda
a meada se desenrole.

Tente ver cada pensamento como um quadro estático, como uma cena de um
grande videoclipe que não merece muita atenção.

A mente está representando uma grande peça diante de você. Mas você não é o
protagonista. Você é apenas o expectador. Portanto não se envolva.

Caso haja uma grande confusão de pensamentos fluindo, apenas "olhe" essa
confusão. Não tente controlar seus pensamentos, deixe que eles venham da maneira que
vierem.

Não espere nada de especial da sua meditação: fogos de artifício explodindo diante
de você, deuses e iluminados desfilando, flores de lótus ou luzes maravilhosas. As imagens
que surgem podem ser apenas produto da atividade mental, truques da mente para
distraí-lo. Portanto, continue apenas observando como outro pensamento qualquer. Não
se envolva com a beleza ou beatitude delas. Se elas forem mais que um produto da mente,
você saberá.

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6 MATERIAL RECOMENDADO
Caso você sinta a necessidade de aprofundar os assuntos discutidos neste curso,
recomendo fortemente a leitura dos livros a seguir. Obviamente, todos os outros livros
relacionados ao yoga terão valia, mas alguns livros ou são superficiais demais ou
abrangentes demais.

Os livros que indico lhe ajudarão fortemente em ampliar seus conhecimentos e


desenvolver um pensamento crítico (algo extremamente raro nos dias de hoje,
principalmente no campo da terapia).

1. Yoga para Nervosos - Prof. Hermógenes


2. Mudras que Curam - Sabrina Mesko
3. A Tradição do Yoga - Goerg Feuerstein
4. Meditações - Shakti Gawain
5. A Respiração como Caminho da Cura - Rudiger Dahlke
6. Ansiedade - Augusto Cury
7. PNL para a Vida Diária - João Anatalino
8. O que a Doença quer Dizer - Kurt Tepperwein
9. Poder sem Limites - Anthony Robbins
10. O Poder do Agora - Eckhart Tolle
11. As Sete Leis Espirituais da Ioga - Deepak Chora

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7 SOBRE O PROFESSOR
Rafael José Kraisch, Hipnoterapeuta e Instrutor da
OMNI Hypnosis, instrutor de Yoga e Sócio Fundador do
Níquel Núcleo de Autoconhecimento em Joinville, S.C.

Rafael é um apaixonado pela mente humana desde


sua adolescência, quando, com apenas 11 anos de idade,
descobriu o poder da meditação e da filosofia oriental em
suas aulas de caratê, o que naturalmente lhe conduziu ao yoga.

Antes dos 18 anos já era palestrante e exímio professor, e aos 20 anos já tinha sua
própria escola de yoga, tendo, inclusive, ensinado a história e prática da filosofia hindu
por vários anos em cursos de formação de instrutores de yoga.

Acredita que a mente humana tem a capacidade de encontrar uma solução


imediata e efetiva para seus problemas e que as pessoas não precisam sofrer por anos em
terapias sem fim, gastando fortunas com remédios duvidosos e sendo cobaias de
empresas farmacêuticas.

Com esta visão, estudou e praticou com os melhores profissionais da área, dentro
e fora do Brasil, o que o levou à Alemanha por duas vezes para estudar a Constelação
Familiar diretamente com seu criador, Bert Hellinger e à Suíça com o Hanruedi Wipf a ser
um instrutor da OMNI.

Trabalha em tempo integral como hipnoterapeuta e instrutor de hipnose, onde


utiliza todo o conhecimento da meditação yogi, da visão sistêmica da Constelação Familiar
e das poderosas ferramentas ensinadas pela OMNI, tornando-o reconhecido pela extrema
eficácia nos atendimentos, onde com apenas uma única sessão é capaz de transformar,
completamente, o destino de uma pessoa.

Em seu canal de YouTube (http://bit.ly/YTNiquel), há dezenas de vídeos de


pessoas felizes falando sobre a mudança extraordinária em suas vidas, além de dezenas
de outros vídeos demonstrando o quanto a hipnose poder ser simples de ser aprendida e
segura de ser praticada.

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