Você está na página 1de 6

1.

Definição de ácidos e bases

Os ácidos e as bases são duas importantes classes de compostos químicos


apresentando grande importância no dia-a-dia, estando envolvidas em
processos vitais, na agricultura, na indústria e no meio ambiente (Russel,
1994).

Estes compostos químicos possuem diversas definições, porém foi somente no


final do século XX que surgiram as primeiras ideias bem sucedidas que
relacionavam estrutura química com propriedades ácidas e básicas. Dentre
elas estão às definições de Arrhenius, Bronsted-Lowry e Lewis.

1.1. Definição de Arrhenius:

Foi à primeira definição de ácidos e bases, apresentada pelo sueco S.A.


Arrhenius por volta de 1884, no qual:
Ácidos são todas as substâncias que em solução aquosa sofre ionização,
produzindo como cátion, apenas o íon H +.

Bases são todas as substância que em solução aquosa, sofre dissociação


iônica, libertando como ânion, apenas o íon OH –, chamado de hidroxila.

1.2. Definição de Bronsted-Lowry:

Proposto independentemente pelo dinamarquês J.N. Bronsted e inglês T.M.


Lowry em 1923, foi demonstrado que não há dependência em solventes ou em
dissociações iônicas para que as substâncias sejam classificadas como ácidos
ou bases. Então foi defendido que:

Ácidos são todas espécies químicas, moléculas ou íons, capaz de ceder


prótons (H+ ).

Bases são todas espécies químicas, moléculas ou íons, capaz de receber


prótons (H+ ).
A reação de um ácido com uma base é um processo de troca de prótons, no
qual o produto ácido também é capaz de doar seu novo próton recém-adquirido
para outro receptor. Nesse caso essas reações são reversíveis, em que o ácido
produz uma base e uma base produz um ácido, assim forma um par conjugado
ácido-base (Lavorenti, 2002).

1.3. Definição de Lewis:

Foi estabelecida pelo americano G.N. Lewis em 1916, porém sua teoria só foi
aceita a partir de 1923, no qual estendeu a definição de ácidos e bases além
dos conceitos de Bronsted-Lowry. De acordo sua teoria:

Ácidos são todas as espécies químicas, moléculas ou íons, capaz de receber


pares de elétrons para formar ligações dativas.

Bases são todas espécies químicas, moléculas ou íons, capaz de ceder pares
de elétrons para formar ligações dativas.
2. Conceito e medição de pH e sua implicação em propriedades de ácidos
e bases

O pH (potencial hidrogeniônico) foi poposta por Soren Sorensen em 1909


sendo a representação de uma escala que varia de 0 a 14 indicando se uma
solução é ácida (pH<7) ), neutra (pH=7), ou básica (pH>7). O pH neutro só tem
valor pH = 7 a 25ºC, o que implica variações do valor medido conforme a
temperatura.

O pH expressa concentrações muito pequenas de íons hidrogênios em


soluções aquosas, sendo inversamente proporcional à esta concentração de
H+, dessa forma é definida como, pH=-log[H+ ].

Fonte: Sabadin, 2013.

3. Solubilidade e condutividade de ácidos e bases

Segundo Usberco e Salvador (2002) a maior parte dos ácidos inorgânicos


comuns são solúveis em água; já as bases são solúveis apenas de metais
alcalinos e NH4OH, pouco solúveis o Ca(OH)2, Sr(OH)2 e Ba(OH)2 e as
demais bases são insolúveis.

Os ácidos só conduzem corrente elétrica em solução aquosa. O grau de


ionização de um ácido é a relação entre o número de moléculas ionizadas e o
número total da de moléculas dissolvidas.
Quando maior o grau de ionização maior a condutibilidade. Quando (alfa) for
maior igual a 50% são fortes (bons eletrólitos0, 5%<(alfa)<50% moderados e
(alfa)menor igual 5% são fracos(maus eletrólitos).

As bases só conduzem corrente elétrica em solução aquosa e quando


fundidas. A força das bases pode ser relacionada com a sua solubilidade:
quanto maior for a solubilidade de uma base, maior será o seu grau de
dissociação e ela será considerada uma base forte (bons eletrólitos),com
exceção do hidróxido de amônio (NH4OH) que é uma base solúvel e fraca. No
entanto, se a base for pouco solúvel, o seu grau de dissociação será menor e
ela será considerada fraca (maus eletrólitos).

5. Neutralização

Segundo Fogaça (2014), pela teoria de Arrhenius o ácido libera em meio


aquoso como único cátion o hidrogênio (H +), enquanto a base libera como
único ânion a hidroxila (OH-); portanto, quando colocados para reagir, o H + do
ácido reage com o OH- da base esses íons neutralizam-se, formando a água
um sal.

As reações de neutralização podem originar três tipos de sais: neutros, ácidos


ou básicos. Isso acontece porque podem ocorrer dois tipos de neutralização, a
total e a parcial.

A neutralização total ocorre quando a quantidade de cátions H + provenientes do


ácido é igual à quantidade de ânions OH - provenientes da base. Neste caso
sempre são formados sais neutros, dessa forma a reação ocorre entre ácidos e
bases em que ambos são fracos ou, então, ambos são fortes.
Fonte: Feltre, 2004.

A Neutralização parcial ocorre quando a quantidade de cátions


H+ provenientes do ácido não é a mesma quantidade de ânions
OH- provenientes da base. Dessa forma, a neutralização não ocorre por
completo e, dependendo de quais íons estão em maior quantidade no meio, o
sal formado pode ser básico ou ácido.

Na reação (I) o ácido libera apenas um cátion H+, a base libera dois ânions
OH-. Assim, os ânions OH-não são neutralizados totalmente e é formado
um sal básico, que também é chamado de hidróxissal.

(I): HCl + Mg(OH)2 → Mg(OH)Cl + H2O

Na reação (II) ácido que liberou mais íons (3) que a base (1). Assim, os cátions
H+ não foram totalmente neutralizados e um sal ácido foi originado, que
também é denominado de hidrogenossal.

(II): H3PO4 + NaOH → NaH2PO4 + H2O

Os sais ácidos também podem ser formados através de reações de


neutralização entre um ácido forte (HCl, HNO 3, HClO4 etc.) e uma base fraca
(NH3, C6H5NH2 - anilina - etc.). Por outro lado, os sais básicos podem ser
formados em reações de neutralização entre um ácido fraco (CH 3COOH, HF,
HCN etc.) e uma base forte (NaOH, LiOH, KOH etc.).

Referencias
BARBIERI, Fernando. Práticas de química. UNIP-S.J. dos Campos. São Paulo, 2009. Disponível
em:< http://slideplayer.com.br/slide/89718/>. Acesso em: 24 Março 2016, ás 14h40min.

BERNARDES, Celene. pH-Sistemas tampões. PUC-Campinas. São Paulo, 2009. Disponível em:<
http://ftp-acd.puc-campinas.edu.br/pub/professores/ceatec/celene.bioquimica/medicina
%202%C2%BA%20periodo%20cardio/aula-8-pH-sistemas%20tamp%C3%B5es.pdf>. Acesso em:
24 março 2016, ás 10h00min.

FELTRE, Ricardo. Química: Química geral. 6ª Edição. São Paulo: Moderna, 2004. Volume 1.

FOGAÇA, Jennifer. Reações de Neutralização. Manual da química. Rio de Janeiro, 2014.


Disponível em:< http://manualdaquimica.uol.com.br/quimica-inorganica/reacoes-
neutralizacao.htm>. Acesso em: 24 março 2016, ás 18h34min.

LAVORENTI, Arquimedes. Conceitos de ácidos e bases. ESALQ/USP. São Paulo, 2002. Disponível
em:< http://www.lce.esalq.usp.br/arquimedes/Atividade04.pdf>. Acesso em: 24 março 2016,
ás 08h00min.

RUSSELL, John. Química geral. 2ª edição. São Paulo: Makron Books, 1994. Volume 1.

SABADIN, Vitor. Manutenção em eletrodo de pH. Mecatrônica atual. São Paulo, 2013.
Disponível em:< http://www.mecatronicaatual.com.br/educacao/1102-manuteno-em-
eletrodo-de-ph>. Acesso em: 24 março 2016, ás 09h12min.

USBERCO, João; SALVADOR, Edgard. Química: Volume único. 5ª Edição. São Paulo: Saraiva,
2002.

Você também pode gostar