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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB

CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA


QUÍMICA GERAL II – POLO MARACANAÚ
Elias dos Santos Gonçalves
Magno de Menezes Rocha

PRÁTICA DE CINÉTICA QUÍMICA: FATORES QUE


INFLUENCIAM NA VELOCIDADE DAS REAÇÕES QUÍMICAS

Maracanaú, 18 de novembro de 2017


SUMÁRIO

1 – Introdução ....................................................................................... 2

2 – Objetivos ......................................................................................... 4

3 – Material utilizado ............................................................................. 4

4 – Procedimento experimental ............................................................ 5

5 – Resultados e discussões ................................................................ 6

6 – Conclusão ....................................................................................... 8

7 – Pós – laboratório ............................................................................. 9

8 – Bibliografia ..................................................................................... 11

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INTRODUÇÃO

A velocidade com que as reações químicas ocorrem, justamente o


objeto de estudos da chamada Cinética Química, é questão das mais
fundamentais, não apenas do ponto de vista da investigação científica dos
fenômenos naturais, mas do ponto de vista prático, e constitui-se em um dos
mais significativos tópicos da Química. Não apenas muitas reações químicas
conduzidas nas indústrias para a produção de substâncias de larga utilização
no mundo moderno, mas também as reações que ocorrem nos organismos
vivos, incluindo-se o homem, são úteis (ou mesmo vitais) apenas porque
ocorrem em intervalos de tempo compatíveis com os interesses econômicos ou
com a própria vida. A todo instante, catalisadores naturais (as enzimas) tornam
as velocidades de toda uma série de processos metabólicos compatíveis com
as necessidades dos nossos organismos.

Constituindo-se num dos três “pilares” da Físico-Química, a Cinética


Química procura, dentre outras coisas, elucidar a natureza íntima das reações,
no tocante às etapas envolvidas em sua ocorrência (os chamados mecanismos
de reação).

A Cinética Química trata das velocidades e dos mecanismos das


reações químicas.

Dentre os fatores que afetam as velocidades das reações químicas,


podemos citar:

 A natureza dos reagentes e produtos;

 A concentração das espécies reagentes;

 A temperatura e a pressão;

 A superfície de contato entre os reagentes;

 A presença de catalisadores.

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As reações químicas ocorrem mediante colisões moleculares entre as
espécies reagentes. O número de colisões é proporcional à concentração das
espécies no meio reacional. Portanto, em um meio homogêneo, ou seja, em
uma fase, espera-se que a velocidade de reação aumente, com o aumento da
concentração das espécies reagentes. Em reações químicas heterogêneas, ou
seja, aquelas que ocorrem em mais de uma fase, a área de contato e,
consequentemente, maior velocidade de reação. O aumento da temperatura
geralmente aumenta a velocidade da reação, pois fornece mais energia para
que a reação ocorra.

O estudo da cinética química é relevante, tanto para o controle das


velocidades dos processos químicos, quanto para o esclarecimento dos
mecanismos pelos quais as reações químicas ocorrem. Como já se falou,
algumas reações devem ser tornadas mais rápidas, para serem viáveis
economicamente. Outras reações devem ser tornadas o mais lentas possível,
como é o caso do controle de processos oxidativos e do controle do
crescimento de fungos e outros microrganismos que degradam os alimentos.

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OBJETIVOS

Investigar e constatar através da experimentação os principais fatores


que influenciam as velocidades das reações químicas, quais sejam: a
temperatura, a superfície de contato, a concentração dos reagentes e os
catalisadores.

MATERIAL UTILIZADO

 Reagentes:

Soluções de Sulfato de Cobre (CuSO4): Concentrações: 1 M, 0,1 M e 0,01 M;

Iodeto de Potássio (KI);

Água oxigenada (H2O2);

Detergente;

Água destilada;

Comprimido de Sonrisal (dividido em 4 partes iguais);

Batata;

Pregos de ferro.

 Materiais de laboratório:

Becker de 100 ml;

Proveta graduada;

Tubos de ensaio;

Almofariz e pistilo;

Barbante;

Balança de precisão digital.

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PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1º Experimento: Verificação da influência da temperatura na velocidade


de uma reação química.

Mediu- se com a proveta graduada 50 ml de água a temperatura ambiente


(normal) e despejou-se no Becker devidamente identificado. Em seguida
mediu-se 50 ml de água previamente fervida a 100° C e despejou-se em outro
Becker previamente identificado.

Em seguida, mergulhou-se em cada Becker ¼ de Sonrisal, cronometrou-se o


tempo e observou-se o resultado.

No Becker com água na temperatura ambiente o Sonrisal levou 27,07s para se


dissolver por completo, enquanto que no Becker com água a 100° C, o Sonrisal
levou 15,05s para se dissolver.

2º Experimento: Verificação da influência da superfície de contato na


velocidade de uma reação química.

Mediu-se com a proveta graduada 20 ml de água destilada e despejou-se em


um Becker. Repetiu-se a operação e despejou-se em outro Becker.

Em um Becker mergulhou-se ¼ de Sonrisal e cronometrou-se o tempo.


Observou-se que o Sonrisal levou 44,66s para se dissolver por completo.

No outro Becker mergulhou-se o Sonrisal, desta vez triturado, e cronometrou-


se o tempo. Observou-se que o Sonrisal triturado levou 19,99 s para se
dissolver por completo.

3º Experimento: Verificação da influência da concentração de reagentes


na velocidade de uma reação química.

Mediu-se com a proveta graduada 20 ml de solução aquosa de Sulfato de


Cobre (CuSO4) à concentração de 0,01 M, 0,1 M e 1 M respectivamente e
despejou-se em três Beckers devidamente identificados.

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Pesou-se previamente na balança de precisão digital os pregos de ferro antes
de serem mergulhados nas soluções.

Mergulhou-se em cada Becker um prego de ferro amarrado a um barbante e


cronometrou-se o tempo de 5 minutos e observou-se o resultado.

Depois pesou-se novamente os pregos na balança de precisão digital.

4º Experimento: Verificação da influência de um catalisador na velocidade


de uma reação química.

Mediu-se com a proveta graduada 5 ml de água oxigenada (H 2O2),


completando-se com água até atingir 20 ml e despejou-se o conteúdo em um
Becker. O mesmo procedimento foi realizado mais duas vezes.

No primeiro Becker foram acrescentadas 20 gotas de Iodeto de Potássio (KI),


no segundo alguns pedaços de batata crua e no terceiro, alguns pedaços de
batata cozida. Acrescentou-se nos três Beckers detergente e observou-se o
resultado.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados obtidos podem ser vistos a seguir:

Temperatura

Nos dois Beckers onde foram colocadas as frações dos comprimidos de


Sonrisal, observamos como a temperatura interfere diretamente na velocidade
das reações. No béquer com água quente numa temperatura de 100°C, o
tempo que o comprimido levou para ser consumido foi de 15,05s. No béquer
com água na temperatura ambiente de 20°C, o tempo foi de 27,07s. Então
quanto maior a temperatura, menor é o tempo para a reação ocorrer.

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Superfície de contato

No Becker onde foi colocado o Sonrisal não triturado, o tempo que o


mesmo levou para ser consumido foi de 44,66s, enquanto que no Becker onde
foi colocado o Sonrisal triturado esse tempo foi de 19,99s. Portanto, onde a
superfície de contato é menor, o tempo para a quebra das moléculas também é
menor resultando no aumento da velocidade da reação.

Concentração

Para verificar como a concentração de uma solução interfere na


velocidade da reação, três pregos foram colocados em soluções de sulfato de
cobre nas seguintes proporções:

1° - CuSO4 0,01M;

2° - CuSO4 0,1M;

3° - CuSO4 1M.

Após os três pregos ficarem mergulhados por 5min em cada uma das
soluções, pôde-se observar que no béquer onde a concentração era maior, a
reação ocorreu mais rapidamente do que no béquer com concentração menor.
Onde a concentração era maior, a reação ocorreu mais rapidamente em
relação aos outros recipientes com a concentração menor.

Catalisador

No primeiro caso H2O2 + KI + H2O + detergente, a adição de peróxido de


hidrogênio, detergente e iodeto de potássio provocou uma velocidade de
reação ainda maior na decomposição da água oxigenada.

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No segundo caso H2O2 + Batata crua + H2O + detergente, sabemos que
o peróxido de hidrogênio se decompõe lentamente em um sistema aberto,
conhecida como fotoquímica que ocorre espontaneamente sob a ação da luz. A
batata contém uma enzima chamada catalase que é quem provoca o aumento
na velocidade da reação química de decomposição da água oxigenada em
água e oxigênio molecular.

No terceiro caso H2O2 + Batata cozida + H2O + detergente, a água


oxigenada praticamente não se decompõe nos alimentos cozidos. Isso
acontece porque a catalase se transforma em outra substância quando é
aquecida, processo conhecido como desnaturação da enzima. Esta nova
substância não catalisa a decomposição da água oxigenada.

CONCLUSÃO

Para se completarem, as reações químicas levam diferentes intervalos


de tempo, que dependem das características dos reagentes e produtos e das
condições de efetivação da reação.

Outro motivo para investigar as velocidades de reação é o entendimento


da maneira de ocorrência das reações químicas. A observação da modificação
da velocidade de uma reação em resposta à mudança das condições do
sistema reacional pode levar ao entendimento do que está acontecendo no
nível molecular.

Conclui-se, portanto que, não existe uma velocidade geral para todas as
reações químicas, cada uma acontece em sua velocidade específica. Algumas
são lentas e outras são rápidas, como por exemplo, a oxidação (ferrugem) de
um pedaço de ferro.

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Através dos principais fatores que interferem na velocidade das reações,
comprovamos que a temperatura, a superfície de contato, a concentração e o
catalisador interferem diretamente na velocidade das reações, no caso do
experimento tivemos reações rápidas e lentas variando a temperatura, assim
como na concentração, observando a aderência do cobre no prego em
determinado tempo a partir da concentração e nos catalisadores, reações
rápidas de decomposição.

PÓS – LABORATÓRIO

1 - Se adicionássemos ao primeiro procedimento um Becker com água gelada


velocidade da reação no mesmo diminuiria, pois quando diminuímos a
temperatura do sistema, diminuímos também a agitação das partículas
reagentes e fornecemos menos energia cinética para elas. Com isso, menos
colisões ocorrerão e com menos energia, diminuindo a quantidade de
partículas que reagirão e, consequentemente, diminuindo a velocidade da
reação.

  Para que uma reação se processe é preciso satisfazer algumas


condições, como a de que as partículas devem se chocar eficazmente e com a
energia mínima necessária, que é denominada de energia de ativação.

2 – A superfície de contato. Uma reação química ocorre em virtude das


colisões entre as partículas da superfície do material, assim, quanto maior for a
superfície de contato dos reagentes envolvidos, maior será a taxa de
desenvolvimento da reação e vice-versa.

Isso significa que com uma superfície de contato maior, haverá mais
partículas entrando em colisão e aumentará a probabilidade desses choques
serem efetivos, ou seja, de resultarem na quebra das ligações dos reagentes e
na formação de novas ligações, originando os produtos.

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Isso pode ser verificado em casos como quando colocamos um
comprimido efervescente intacto em um recipiente com água, e em outro frasco
com água colocamos um comprimido transformado em pó, observaremos que
o que foi adicionado em pó reagirá bem mais rápido, pois os grãos oferecem
maior superfície de contato com a água.

3 - No recipiente onde a concentração de CuSO 4 era maior, a velocidade da


reação também foi maior. Um aumento na concentração dos reagentes acelera
a reação, pois haverá um maior número de partículas dos reagentes por
unidade de volume, aumentando a probabilidade de ocorrerem colisões
efetivas entre elas.

Assim, o aumento da concentração dos reagentes faz com que se tenha


uma maior quantidade de partículas ou moléculas confinadas num mesmo
espaço. Isso aumenta a quantidade de choques entre elas e aumenta também
a probabilidade de ocorrerem colisões eficazes que resultem na ocorrência da
reação. O resultado é que a reação ocorre com maior rapidez.

4 – Os catalisadores utilizados no procedimento 4 foram o Iodeto de Potássio


(KI) e a catalase da batata. O detergente foi adicionado para observarmos o
processo de formação do gás oxigênio O 2 durante a reação. O que foi
verificado com a formação de bolhas.

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BIBLIOGRAFIA

DE SOUZA, A. A.; DE FARIAS, R. F. Cinética química: teoria e prática.


Campinas, SP: Editora Átomo, 2008.

EBBING, D. D. Química geral. 5ª Ed., v. 2. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1998.

CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4ª Ed. Porto Alegre: AMGH,


2010.

BROWN, T. L. et al. Química, a ciência central. 9ª Ed. São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2005.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23ª Ed. rev. e atualizada.


São Paulo: Cortez, 2007.

DE ANDRADE, M. M. Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação:


noções práticas. 7ª Ed. São Paulo: Atlas, 2008.

http://www.brasilescola.uol.com.br/ Acesso em 22 nov 2017.

http://www.ebah.com.br/ Acesso em 22 nov 2017.

http://www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/ Acesso em 22 nov 2017.

http://www.pontociencia.org.br/ Acesso em 22 nov 2017.

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