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África:

sob outra perspectiva

Quem somos nós?

Fazemos parte do Projeto “Filosofia Africana - Valores civilizatórios para uma educação anti-
racista”, da UEMG de Cláudio. Desde 2017, estudamos a diversidade cultural. Para tanto,
abordamos alguns temas: a cidade, como lugar de (des)encontro das diferenças; a alteridade,
como respeito ao outro enquanto sujeito e a educação, como formação para cidadania.
Inicialmente, o projeto teve como foco a formação de professores. Entretanto, considerando a
importância da temática e necessidade de ampliar o debate, a proposta atual busca envolver
todos os cursos da unidade e os demais interessados.
Esperamos contribuir com a construção de uma sociedade mais justa, questionando as as
desigualdades raciais, combatendo o preconceito pela valorização da Cultura Africana. O
projeto propõe uma reflexão sobre as ações individuais e coletivas.
Este é o objetivo desta série de Fanzines, formada por quatro edições, disponibilizada por
meio virtual. Então, fique de olho! E não deixe de acessar as dicas com links, poesias,
músicas e sugestões de filmes.

BORA
COMEÇAR?!
ATENÇÃO!
Este é o Fanzine nº3 : As
cores da África
Para saber mais, leia o nº 1
e o nº2!

Não percam a última edição!!!


As cores da África

África minha

Eduarda Sá

África do calor e das chuvas


África do pôr do sol e do nascer
África linda e misteriosa
Tens magia sim És tu mãe África
África dos animais És a imensidão do calor
África do verde De ir e ficar
África das flores Do amor e do amar
Tens magia sim E do querer voltar
África da vida Oh África minha
África do amor Aquela onde nasci
África da saudade E que guardo no coração
África de gente simples Tens magia sim
Tens magia sim África minha.

SÁ, Eduarda. África minha. 2015


Disponível no link:
https://bigslam.pt/destaques/africa-
minha-poema-de-eduarda-sa/

O Continente Africano, possui cerca de 30


Diversidade linguística
milhões de km² distribuídos em 54 países,
cobrindo 20,3 % da área total do planeta. É O continente africano é formado por 54 países e 27 deles
o segundo continente mais populoso do apresentam apenas línguas europeias como oficiais (inglês,
francês, português ou espanhol).Atualmente, existem cerca
globo, e apresenta diversidades tanto, de 2092 línguas no continente.
geográficas, sociais, como culturais. Os idiomas europeus chegaram à África por meio da
Vamos conhecer algumas riquezas? colonização, e foi imposta por ser considerada um meio de
dominação. Após a independência das colônias africanas,
foi preciso forjar uma identidade nacional, que unisse o povo.
Assim, a elite africana percebeu que a língua poderia exercer
esse papel unificador, e alguns países resolveram adotar a
língua do antigo colonizador como oficial, pois apresentavam
escrita, gramática, literatura, entre outros fatores linguísticos
definidos. Evitariam problemas ao não ter de optar entre
umas das várias línguas já presentes no seu território,
evitando a valorização e ascensão social do grupo falante da
língua escolhida.
É sempre bom saber!

O novo acordo ortográfico assinado pelos países


Dentre os 27 países, da Comunidade dos Países de Língua
5 adotaram o Portuguesa (CPLP) e que entrou em vigor em 1º
português como de janeiro de 2009, tem o objetivo de unificar as
oficial, sendo Guiné- ortografias, facilitando a circulação de livros e
Bissau, Cabo-Verde, documentos entre os países lusófonos,
São Tomé e Príncipe, contribuindo ainda mais para a solidificação de
Angola e laços e interesses comuns, além de facilitar o
Moçambique. intercâmbio cultural da CPLP.

ESTA FEZ HISTÓRIA!


Njinga a Mbande: a Rainha da Angola
Njinga a Mbande (1581 - 1663), foi uma rainha do
Ndongo e do Matamba, que deixou marca especial na
história da Angola do século XVII. Cresceu sob o
cenário mercantilista europeu, que giravam em torno do
tráfico negreiro, e demostrou ser personalidade notável
antes mesmo de assumir o trono em 1624. Ao ser
mandada, pelo então rei Ngola Mbande (seu irmão),
para Luanda, como embaixadora da paz com Dom
João Correia De Sousa, vice-rei de Portugal, Njinga
demonstra ser uma diplomata nata, inteligente e
astuciosa ganha espaço na liderança, com a morte do
rei em 1624. Rainha, Njinga torna-se uma soberana
excepcional, sendo figura de resistência contra os
projetos coloniais portugueses através de suas
inúmeras habilidades tácticas de guerra e de
espionagem, bem como as características diplomáticas
que promoviam alianças e acordos, seu vasto campo
de conhecimento acerca do comércio e da religião. As
quais, provam a mulher extraordinária que Njinga a
Mbande foi, até 1663, ano de sua morte.

UNESCO. Njinga a Mbande: Rainha do Ndongo e do


Matamba. Série Mulheres na história de África.
Publicado em 2014 pela Organização das Nações
Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura
(UNESCO)
#FICA A DICA Está pensando em viajar? Já pensou em
descobrir a grande diversidade Africana? Acesse
Veja na telinha a história de este link com alguns relatos e fotos sobre
Njinga a Mbande! Filme: viagens a países africanos e fique
Njinga, Rainha de Angola. impressionado!
Um filme biográfico angolano, https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/viage
realizado por Sérgio Graciano e m/noticia/2017/04/leitores-relatam-suas-experiencias-
escrito por Joana Jorge, de em-viagens-na-africa-9768787.html
2013. Distribuição NOS
Lusomundo Audiovisuais.

O Egito te impressiona? Então não deixe de conhecer


mais sobre, veja o documentário O Nascimento de Um
Império: Planeta Egito - Documentário History Channel
Brasil. É só acessar o link: https://www.youtube.com/watch?
v=hf0NNUXjMwY

Todos na África são negros?


Já ouviu falar em África
Branca??????

O continente africano costuma ser dividido em duas partes: “África negra” e


“África branca”, e utiliza com divisor natural o deserto do Saara (o segundo
maior deserto do mundo). A África norte é a “África branca” que é formada
pelo o Egito, a Líbia, o Marrocos, a Argélia, a Tunísia e o Saara Ocidental,
sendo esse último ocupado pelo Marrocos. Alguns autores consideram essa
região como fazendo parte do Oriente Médio ou do mediterrâneo. E a África
subsaariana, geralmente conhecida com “África negra” pelo fato de a maioria
de sua população ser negroide.
Essa divisão geopolítica entre “África branca” e “África negra” expressa a
ideia de um lado os civilizados e do outro os não considerados como
pertencentes ao continente africano, como uma parte que possui história, e
outra parte, dos “bárbaros”, povos sem condições de produzir sua própria
história. Apesar dessa visão distorcida sobre os subsaarianos, esses povos
africanos já apresentavam organização social, com
certo grau de desenvolvimento tecnológico, superando algumas vezes
certas regiões europeias.
Dobet Gnahoré
É uma cantora, dançarina e percussionista nascida
PUR
 TA O na Costa do Marfim, sendo uma das figuras de
LEN
TO! maior destaque na África atualmente. Além de
!! talentosa, Dobet tem beleza e charme que
conquistam, e no palco, demonstra uma intimidade
Mia Couto sem igual, oferecendo verdadeiro espetáculo de
Antônio Emílio Leite Couto, mais música e dança. Já ganhou o Grammy na categoria
conhecido como Mia Couto, nasceu Música Urabana / Performance Alternativa em
em 5 de Julho de 1955 na cidade da 2010. Acesse o link e conheça!
Beira em Moçambique. É filho de
uma família de emigrantes https://www.youtube.com/watch?v=fIfVdkO2IMA
portugueses. Mia Couto tem uma
obra literária extensa e diversificada,
incluindo poesias, contos, romances
e crónicas. É o único escritor
africano membro da Academia
Brasileira de Letras, como sócio
correspondente. Atualmente, é o
autor moçambicano mais traduzido e
divulgado no exterior, as suas obras Bora conhecer a história de
são traduzidas e publicadas em 24 Cheikh Anta Diop?
países. Chegando a ser comparado
a Gabriel Garcia Márquez e
Guimarães Rosa.

Cheikh Anta Diop foi um antropólogo, historiador, que nasceu em 1923 em um vilarejo
senegalês, chamado Caytou. Conhecido como o primeiro africano egiptólogo, em seus
estudos enfatizou as raízes negras das antigas civilizações egípcias, tidas como
origem das culturas Helenísticas que originou a Greco-romana. Muitas indagações
surgiram por meio de percepções de semelhanças culturais das antigas civilizações
egípcias, em relação a cultura da África Negra. Diop, aponta fortíssimos argumentos
para defender sua tese em seus trabalhos científicos, alicerceado nos experimentos
sistematizados que realizou, como o procedimento do radiocarbono, que o antropólogo
utilizou para medir a quantidade de melanina em múmias egípcias e outros. Apesar de
sua contribuição sobre a influência da África negra, Cheikh recebeu muitas críticas de
outros cientistas, em sua obra "Nações e Cultura Negras" publicado, em 1955, na qual
defendia sua tese. Fora considerado alguém a frente de seu tempo, corroborando para
uma visão menos racista do Egito e da origem humana.
Lá vem Filosofia Africana...

A teoria de Cheikh Anta Diop pode ser compreendida sob a ótica da


Filosofia Africana, que aborda como perspectiva a afrocentricidade,
ou centralidade da África. Esta é entendida como agente ou sujeito
dos processos de construção e formação das civilizações, tanto
quanto às demais culturas. O afrocentrismo, destaca a relação entre
a origem cultural europeia, e dominante, no antigo Egito, Africano.
Tal concepção se forma pela semelhança de valores bases entre
ambas as culturas. Defendendo ser este, um fator não considerado
acerca da supremacia europeia. Nessa abordagem, a África (os
africanos, negros e afrodescendentes estão inclusos), busca
equiparar-se a formação e concepção branca. Todavia, visando
ainda valores do Norte global, sobre as condições de vida e
reconhecimento branco. Entretanto, é válido dizer, que estudos
nesse sentido muito corroboraram para valorizar a produção de
conhecimento, cultura e participação da África.

Filosofando... PARA PENSAR 


OU
CRITICAR

PAN-AFRICANISMO
Movimento que se baseia na união
dos povos e países do Continente
Africano de maneira solidária como ETNOFILOSOFIA
meio de luta contra questões de Tido como conjunto de crenças,
discriminação, racismo, preconceito, valores, concepções e costumes
e outros fatores que contribuem africanos, que definem a filosofia
para a visão negativa do Continente africana, sob a perspectiva da
linguagem, uma vez que, as línguas
Africanas refletem todo o pensamento
africano.
NEGRITUDE
Movimento pautado na exaltação
dos valores e cultura africana, por
meio da literatura e estudos como
meio de ir contra a qualquer
resquícios de dominação
Professora orientadora: Maria
colonialista e opressora, que por Antonieta Teixeira
muito tempo buscaram apagar a Bolsistas e Arte gráfica: Daiane
Oliveira e Elisama Pereira
cultura africana PAEx/UEMG 2018

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