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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA CIVIL


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

TATIANE BONFIM BREGINSKI

ANÁLISE DE ILUMINÂNCIA EM BIBLIOTECAS FARÓIS DO SABER


NA CIDADE DE CURITIBA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA
2016
TATIANE BONFIM BREGINSKI

ANÁLISE DE ILUMINÂNCIA EM BIBLIOTECAS FARÓIS DO SABER


NA CIDADE DE CURITIBA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil, da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Campus
Curitiba.

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Eduardo


Catai

CURITIBA
2016
Ministério da Educação
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Campus Curitiba - Sede Ecoville
Departamento Acadêmico de Construção Civil
Curso de Engenharia de Produção Civil

FOLHA DE APROVAÇÃO

ANÁLISE DE ILUMINÂNCIA EM BIBLIOTECAS FARÓIS DO SABER NA CIDADE DE


CURITIBA

Por

Tatiane Bonfim Breginski

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade


Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, defendido e aprovado em 22 de junho de 2016, pela
seguinte banca de avaliação:

Rodrigo Eduardo Catai, Dr.


Orientador
UTFPR

Rosemara Santos Deniz Amarilla, MSc.


UTFPR

Massayuki Mário Hara, MSc.


UTFPR

UTFPR - Deputado Heitor de Alencar Furtado, 4900 - Curitiba - PR Brasil


www.utfpr.edu.br secretariadacoc@gmail.com telefone DACOC: (041) 3279-4500

OBS.: O documento assinado encontra-se em posse da coordenação do curso.


AGRADECIMENTOS

É difícil recordar todas as pessoas que ajudaram, de alguma forma, na


elaboração deste trabalho, então cito as pessoas que estiveram mais presentes e
que mais contribuíram, sem desmerecer os não citados, que por menor que tenha
sido a contribuição foi de extrema importância, seja na forma de um conselho, uma
dica, um gesto de apoio, aqui fica a todos um muito obrigado.
Ao orientador, Rodrigo Eduardo Catai, pela paciência, pelas dicas, ideias e
toda a orientação prestada para este trabalho.
Aos meus pais, Ciro e Herminia, por todo o amor, paciência e ajuda. Ao meu
irmão, Rodrigo, pela disposição, ânimo e força para ajudar sempre que foi
necessário.
Ao meu namorado, Antony, por toda dedicação, apoio, carinho e paciência
prestados não apenas para a elaboração deste trabalho, mas em todos os
momentos.
A Sophie, Lina, Ana, Thais e Dani pela disposição integral e todo
companheirismo e distração ofertados. Aos meu amigos e colegas, por apoiar a
ideia e estarem sempre dispostos a ajudar de alguma forma.
A Laysa, pela companhia e grande ajuda nas medições nos Faróis e
também na elaboração do trabalho.
As funcionárias dos Faróis que sempre nos receberam muito bem e estavam
dispostas a ajudar no que fosse necessário.
Aos professores do DACOC e colegas de curso, pela ajuda e conhecimento
repassado e à Universidade Tecnológica Federal do Paraná, pela oportunidade de
fazer parte de um ótimo grupo de pesquisadores e o reconhecimento que nos é
dispensado.
Enfim, a todos que de alguma maneira ajudaram na elaboração trabalho.
RESUMO

BREGINSKI, Tatiane, B. Análise de Iluminância em Bibliotecas Faróis do Saber


na cidade de Curitiba.2016. 31f. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia
Civil), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba,2016.

A iluminância é um item essencial para o bom funcionamento de qualquer ambiente


de estudo. Neste trabalho é analisada a iluminância de cinco bibliotecas Faróis do
Saber da cidade de Curitiba/PR para comparação com o recomendado pelas
normas ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 e ABNT NBR 5413:1992, normas
referentes à iluminação, e também para comparação com os valores obtidos no
trabalho de conclusão de curso de Ladeia et al. (2006), com o objetivo de propor um
modelo de um ambiente com mais conforto e propício para o estudo e a leitura e
com isso aumentar o interesse da comunidade. A metodologia deste trabalho
também se baseia no trabalho de Ladeia et al. (2006) e no recomendado pela norma
NBR 5413. Nas medições verificou-se que as bibliotecas estão em desacordo com o
estabelecido nas normas para esses ambientes, com diferenças entre um farol e
outro. Ao final das medições, são propostas possíveis mudanças para a melhoria da
iluminância desses Faróis do Saber.

Palavras-chave: Iluminância, Bibliotecas, Conforto.


ABSTRACT

BREGINSKI, Tatiane, B. Illuminance Analysis in Libraries Faróis do Saber in


Curitiba. 2016. 31f. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Civil),
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2016.

The illuminance is an essential item for the proper functioning of any environment.
This paper analyzes the illuminance of five libraries "Faróis do Saber" of Curitiba / PR
and obtained values are compared with the standards recommended by ABNT NBR
ISO / CIE 8995-1: 2013 and NBR 5413, current regulations regarding lighting, and
also for comparison with the values obtained by Ladeia et al. (2006), in order to
propose a model of an environment with more comfort and conducive for study and
reading and thus increase the interest of the community. The methodology of this
work is also based on the work of Ladeia et al. (2006) and recommendations by NBR
5413. In measurements it was found that the libraries are not in accordance with the
standards prescribed for these environments, with differences between one libraries
and another. After measurement it is proposed possible changes for improving the
illuminance of these libraries.

Keywords: Illuminance, Libraries, Comfort.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Espectro Eletromagnético. ........................................................................ 15!


Figura 2 – Eficiência luminosa conforme tipo de lâmpada. ....................................... 16!
Figura 3 - Ilustração de vetores que representam a direção da emissão de lúmens.17!
Figura 4 – Comparação entre Luminância e Iluminância. ......................................... 18!
Figura 5 – Representação da superfície aparente e do ângulo considerado para
cálculo da Luminância. .............................................................................................. 19!
Figura 6 – Lâmpada fluorescente tubular e sua composição básica......................... 23!
Figura 7 – Lâmpadas fluorescentes compactas. ....................................................... 24!
Figura 8 – Corte e plantas do Térreo e Mezanino de um Farol do Saber. ................ 31!
Figura 9 – Luxímetro Instrutherm LD 300. ................................................................. 32!
Figura 10 - Planta Pavimento Térreo com locação dos pontos de medição. ............ 34!
Figura 11 – Planta Mezanino com locação dos pontos de medição. ........................ 35!
Figura 12 - Valores médios de iluminância Farol Fernando Pessoa. ........................ 38!
Figura 13 - Pavimento Superior Farol Fernando Pessoa. ......................................... 40!
Figura 14 - Valores médios de iluminância Farol Albert Einstein. ............................. 42!
Figura 15 - Pavimento Inferior Farol Albert Einstein. ................................................. 44!
Figura 16 - Valores médios de iluminância Farol Luís de Camões. .......................... 45!
Figura 17 - Pavimento Superior Farol Luís de Camões. ........................................... 47!
Figura 18 - Valores médios de iluminância Farol Rocha Pombo............................... 48!
Figura 19 - Valores médios de iluminância Farol Castro Alves. ................................ 51!
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Cores e seus respectivos coeficientes de reflexão................................. 20!


Quadro 2 – Cores e coeficientes de reflexão recomendados para ambientes de
trabalho. ..................................................................................................................... 21!
Quadro 3 – Efeitos psicodinâmicos das cores nos seres humanos. ......................... 21!
Quadro 4 – Valores mínimos de Iluminância e limites de ofuscamento. .................. 28!
Quadro 5 – Valores mínimos recomendados de Iluminância. ................................... 29!
Quadro 6 – Valores recomendados de Iluminância................................................... 36!
Quadro 7 – Valores recomendados de Iluminância................................................... 37!
Quadro 8 – Quantidade e potência das luminárias por andar do farol Fernando
Pessoa. ...................................................................................................................... 38!
Quadro 9 – Média das medições do farol Fernando Pessoa e recomendações das
NBRs. ........................................................................................................................ 39!
Quadro 10 – Quantidade e potência das luminárias por andar do farol Albert
Einstein. ..................................................................................................................... 41!
Quadro 11 – Média das medições do farol Albert Einstein e recomendações das
NBRs. ........................................................................................................................ 42!
Quadro 12 – Quantidade e potência das luminárias por andar do farol Luís de
Camões. .................................................................................................................... 45!
Quadro 13 – Média das medições do farol Luís de Camões e recomendações das
NBRs. ........................................................................................................................ 46!
Quadro 14 – Quantidade e potência das luminárias por andar do farol Rocha Pombo.
................................................................................................................................... 48!
Quadro 15 – Média das medições do farol Rocha Pombo e recomendações das
NBRs. ........................................................................................................................ 49!
Quadro 16 – Quantidade e potência das luminárias por andar do farol Castro Alves.
................................................................................................................................... 50!
Quadro 17 – Média das medições do farol Castro Alves e recomendações das
NBRs. ........................................................................................................................ 51!
Quadro 18 – Resumo das medições de todos os Faróis e recomendações das
NBRs. ........................................................................................................................ 53
SUMÁRIO

1! INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 9!
1.1.! OBJETIVOS ...................................................................................................... 10!
1.1.1.!OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 10!
1.1.2.!OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................ 10!
1.2.! JUSTIFICATIVAS .............................................................................................. 10!
2! FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 12!
2.1.! BIBLIOTECAS ................................................................................................... 12!
2.2.! ILUMINAÇÃO .................................................................................................... 13!
2.2.1.!DEFINIÇÕES ................................................................................................... 14!
2.2.1.1.!ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL ........................................................................... 22!
2.3.! LIMITES DE CONFORTO ................................................................................. 26!
2.3.1.!NORMA ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 ..................................................... 27!
2.3.2.!NORMA ABNT NBR 5413 ............................................................................... 28!
3! METODOLOGIA ................................................................................................... 30!
3.2.1.!DESCRIÇÃO DO EQUIPAMENTO UTILIZADO .............................................. 32!
3.2.2.!DESCRIÇÃO DA REALIZAÇÃO DAS MEDIÇÕES E DOS AMBIENTES ....... 33!
4! RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 36!
5! CONCLUSÕES ..................................................................................................... 54!
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55!
ANEXO A .................................................................................................................. 58!
9

1 INTRODUÇÃO

Uma edificação deve satisfazer diversas exigências de desempenho


ambiental para propiciar conforto e bem-estar para seus ocupantes. Entre os fatores
que influenciam o desempenho ambiental de uma edificação, destaca-se a
iluminação.
Apesar de ser fundamental para proporcionar conforto visual, a iluminação
também apresenta uma forte influência no estado de humor e na sensação de bem-
estar dos indivíduos. Em um ambiente de leitura e estudo, como as bibliotecas Farol
do Saber, a iluminação assume um papel ainda mais importante e significativo para
seus usuários.

Tendo seu nome e sua arquitetura inspirados na Biblioteca de Alexandria, a


principal biblioteca do mundo antigo, que se localizava ao lado do Farol de
Alexandria, os Faróis do Saber são pequenas bibliotecas públicas localizadas em
diversos bairros de Curitiba. Hoje são 45 bibliotecas espalhadas pela cidade, sendo
a primeira inaugurada em 1994. Elas funcionam, em sua maioria, em apoio às
escolas municipais, com um acervo médio de 5 mil livros e com acesso à internet 1.
As bibliotecas Farol do Saber são de grande importância e significado para a
cidade, tanto do ponto de vista social, como biblioteca de apoio às escolas
municipais, como também culturalmente, sendo pontos de referência na cidade por
sua arquitetura ousada e suas cores marcantes: azul, vermelho e amarelo, sendo
possível avistá-las de longe.
Com o intuito de assegurar o bem-estar e a qualidade do ambiente dos
usuários dessas bibliotecas, pretende-se, com esse trabalho, verificar se a
iluminação dessas bibliotecas está de acordo com o recomendado pela norma ABNT
NBR ISO/CIE 8995-1:2013 e também pela norma ABNT NBR 5413:1992 e, caso não
esteja, propor melhorias simples e eficazes.

1
http://www.escola-curitiba.com/farois.htm
10

1.1. OBJETIVOS

1.1.1. Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo geral analisar a iluminância de bibliotecas


Faróis do Saber da cidade de Curitiba, Paraná.

1.1.2. Objetivos específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são:

• Comparar o valores obtidos nas medições com os valores estipulados


de Iluminância da norma ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 e da
ABNT NBR 5413:1992;

• Verificar se a iluminância está de acordo com o recomendado pelas


normas para cada ponto e atividade determinada;

• Comparar com os valores do trabalho realizado por Ladeia et al. em


2006;

• Propor soluções para melhoria da qualidade da iluminancia do


ambiente estudado.

1.2. JUSTIFICATIVAS

A qualidade da iluminação é fundamental para áreas de estudo,


influenciando no aprendizado. No caso de bibliotecas, escritórios e escolas, a
iluminancia deve ser muito bem analisada e planejada ainda na fase de projeto.
Ladeia et al. (2006) analisaram cinco bibliotecas Faróis do Saber em Curitiba
quanto ao ruído e à iluminação e constataram que a iluminância era ineficaz em
diversos pontos de medição.
11

Com base nesse trabalho, teve-se a ideia de repetir essa análise para
verificar se os Faróis continuam com uma iluminação insatisfatória para as
atividades nele realizadas, utilizando a norma ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 que
complementa a ABNT NBR 5413:1992, utilizada por Ladeia et al. (2006), que foi
lançada em 2013, data posterior a pesquisa realizada.
Em visita a algumas bibliotecas Faróis do Saber foi possível observar que,
apesar de terem sido criados com o intuito de serem pontos de referência cultural e
de pesquisa para a comunidade, com o tempo essas bibliotecas têm deixado de ser
um ambiente para estudo e, de acordo com informação de funcionários que lá
trabalham, tournou-se cada vez mais uma biblioteca destinada somente a
empréstimos de livros.
Com base na constante diminuição do interesse da população por essas
bibliotecas e visando o bem-estar e maior conforto de seus usuários, justifica-se o
desenvolvimento dessa pesquisa para confirmar se as condições de iluminação
estão contribuindo para a redução de interesse e, caso estejam, propor melhorias
para atrair a comunidade.
Os resultados e as sugestões desta pesquisa também podem auxiliar a
Prefeitura Municipal de Curitiba para a construção de novos Faróis do Saber, assim
como para a reforma dos Faróis existentes que possuam a mesma planta que os
Faróis analisados neste trabalho, tornando-os mais agradáveis e atrativos para a
população.
12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. BIBLIOTECAS

A história das bibliotecas antecede até mesmo a história do livro e teve início
no momento em que a humanidade começou a dominar a escrita. A história é
marcada por guerras, censura, incêndios, abandono, enfim, pura resistência ao
conhecimento. As bibliotecas, porém, continuam renascendo das cinzas. As
primeiras bibliotecas de que se tem notícia são as bibliotecas "minerais", cujo acervo
era de tabletes de argila. Apenas depois vieram os rolos de papiros e pergaminhos,
e somente mais tarde, fabricado pelos árabes, o papel, e assim, o livro propriamente
dito e as bibliotecas como existem hoje (CANFORA, 1989).
A biblioteca mais antiga de que se tem notícia até hoje é a biblioteca de
Ebla, encontrada em 1975 na Mesopotâmia, cujo acervo era todo de placas de argila
datadas de 2500 a.C. (MARTINS, 1998). Porém, a biblioteca mais famosa, e mais
antiga, ao menos da forma como imagina-se bibliotecas hoje é a biblioteca de
Alexandria, no Egito. A fonte de inspiração para a arquitetura dos Faróis do Saber.
Entre os séculos III a.C. e IV d.C., Alexandria reinou, às margens do
mediterrâneo, como centro cultural mundial. Sua famosa biblioteca continha
praticamente todo saber da Antiguidade, reunindo cerca de 700 mil rolos de papiro e
pergaminhos. Todo esse saber foi perdido em um incêndio de causas ainda
controversas. Porém, hoje existe uma biblioteca em sua homenagem próxima ao
local da biblioteca original, fundada em 2002, a Bibliotheca Alexandrina (PHILLIPS,
2010).
Outras bibliotecas também foram de grande importância na história, como as
judaicas, em Gaza, a de Hattusa, na Anatólia e a biblioteca de Pérgamo, que foi
incorporada a biblioteca de Alexandria, antes de sua destruição. Os gregos também
possuíam bibliotecas, porém elas eram bibliotecas particulares dos filósofos e
teatrólogos. Somente a partir do século XVI as bibliotecas passaram a ter como
característica a democratização da informação, sendo acessíveis ao público
(CASTELLS, 2002).
13

No Brasil, as primeiras bibliotecas foram as dos colégios jesuítas, porém,


esses foram expulsos em 1759 por razões políticas. Em 1810 houve a transferência
do acervo da biblioteca da Ajuda de Lisboa para o Rio de Janeiro, criando a Real
Biblioteca. Posteriormente foi comprada pelo Império do Brasil e seu nome mudou
para Biblioteca Imperial e Pública da Corte e, a partir de 1876, passou a se chamar
Biblioteca Nacional (MORAES, 2006).
A primeira biblioteca pública brasileira foi fundada na Bahia em 1811 pelo
Oitavo Conde dos Arcos. Em 1912, ela foi destruída durante o bombardeio de
Salvador, promovido pelo presidente Hermes da Fonseca. Sua imensa
documentação histórica virou cinzas (SANTOS, 2010).
Assim como as bibliotecas possuem um papel importante para o
desenvolvimento de uma sociedade, o seu ambiente e o conforto que ele
proporciona também tem a sua importância. Para a iluminação desses ambientes,
existem alguns conceitos importantes que serão abordados nesse trabalho.

2.2. ILUMINAÇÃO

O surgimento da iluminação artificial teve início quando o homem começou a


dominar o fogo. Essa foi a principal fonte de iluminação até o século XIX, através de
velas e lamparinas que utilizavam algum tipo de combustível.
Desde o início de século XIX, diversos inventores tentaram criar uma fonte
de luz baseada em energia elétrica. Humphry Davy, em 1802 criou a primeira fonte
luminosa com um filamento de platina. Porém, somente em 1879, Thomas Alva
Edison, um inventor e cientista norte-americano desenvolveu a primeira lâmpada
elétrica incandescente viável economicamente. Antes dele, outros vinte e um
inventores haviam criado lâmpadas incandescentes não viáveis economicamente
(TRIVELATTO, 2006).
A partir de então, novas lâmpadas mais econômicas e eficientes vêm
surgindo. Em 1938 o engenheiro mecânico e eletrotécnico sérvio Nikola Tesla
inventou a lâmpada fluorescente, que emite mais energia eletromagnética em forma
de luz do que calor, sendo de duas a quatro vezes mais eficientes que as lâmpadas
14

incandescentes com uma durabilidade cerca de dez vezes maior, gerando uma
economia de cerca de 80% (HARRIS, 2011).
À medida que a iluminação artificial foi se desenvolvendo, também se
desenvolve a maneira com que a iluminação dos ambientes é estudada, planejada e
executada.

2.2.1. Definições

Geralmente, as fontes de luz não servem para serem vistas, mas sim para
iluminar e tornar outros objetos visíveis (SCHMID, 2005). Iluminar um local não se
resume apenas em fornecer uma determinada quantidade de luz, mas sim criar
condições para que as atividades dentro daquele local sejam feitas de forma
confortável e eficiente. Por isso, é importante entender como a iluminação funciona
(FIORINI, 2006).
Luz é o termo dado à radiação eletromagnética capaz de produzir sensações
visuais (OSRAM, 2003). Essas radiações, para serem visíveis ao olho humano,
devem ter comprimento de onda entre 380 e 780 nanômetros (nm). Esse intervalo
está compreendido entre as radiações ultravioletas e infravermelhas, que não são
visíveis pelo olho humano (NUNES, 2006). É possível observar o esquema de
comprimentos de onda na Figura 1.
15

Figura 1 - Espectro Eletromagnético.


Fonte: BARTOLOMEU (2003).

O Fluxo Luminoso (Φ), segundo Pais (2011), é a quantidade total de energia


radiante (W) emitida por uma fonte luminosa num dado intervalo de tempo (t). Esse
fluxo é emitido radialmente em todas as direções e medido logo na saída da fonte.
Sua unidade é lúmem (lm) (Equação 1).

! (Equação 1)
!=
!

Já Iluminância é, de uma forma simples, é a quantidade de luz dentro de um


ambiente. Apesar de não poder ser vista, ela pode ser medida por meio de um
Luxímetro.
Também chamada de Iluminamento, a Iluminância (E) nada mais é que o
Fluxo Luminoso (Φ), ou seja, a luz irradiada por uma determinada fonte, como o sol
ou uma lâmpada, distribuída em uma determinada superfície (S), em uma
determinada área localizada a certa distância dessa fonte (FIORINI, 2006). Sua
unidade é lúmem por metro quadrado (lm/m²), ou seja, lux (Equação 2).
16

!
!= (Equação 2)
!

Eficiência luminosa (η) é a quantidade de energia radiante (W) que é


convertida em luz, ou seja, em Fluxo Luminoso (Φ). Uma fonte ideal teria toda a sua
energia radiante convertida em lux, porém, toda fonte de luz converte uma parte
dessa energia em energia térmica. Esse é o parâmetro que permite comparar o
melhor rendimento entre duas fontes de luz (PEREIRA, 2003). Uma comparação
entre as eficiências de determinados tipos de lâmpadas pode ser observada na
Figura 2.

Figura 2 – Eficiência luminosa conforme tipo de lâmpada.


Fonte: EMPALUX (2015).

A eficiência de uma determinada fonte em produzir luz é dada pela Equação


3 e sua unidade é lúmen por watt (lm/w).

!
!= (Equação 3)
!

Intensidade Luminosa (I), segundo Piloto Neto (1982) é o Fluxo Luminoso


(Φ) emitido por uma fonte apenas em uma determinada direção, ou seja, em um
17

determinado Ângulo (ω). Geralmente as fontes luminosas não emitem uma mesma
quantidade de luz na mesma direção. A unidade de intensidade é Candela (Cd)
(Figura 3) (Equação 4).

!=
!
(Equação 4)
!

Figura 3 - Ilustração de vetores que representam a direção da emissão de lúmens.


Fonte: PEREIRA (2006).

Luminância (L) ou também o brilho de uma superfície iluminada ou fonte de


luz, é, de outra forma, a intensidade luminosa emitida, transmitida ou refletida por
unidade de superfície. É através da luminância que é possível enxergar. Ela
depende tanto do nível de Iluminamento quanto das características de reflexão da
superfície. Sua unidade é Candela/m² (cd/m²) . Ela pode ser calculada por meio da
Equação 5 (FIORINI, 2006). É possível observar uma comparação entre Luminância
e Iluminância na Figura 4.

!
! = !×!"#$ (Equação 5)

Onde,
L é a Luminância, em cd/m²;
18

I é a Intensidade Luminosa em cd;


α é o ângulo considerado em graus e
A é a área projetada em m².

Figura 4 – Comparação entre Luminância e Iluminância.


Fonte: OSRAM (2003).

Um esquema mostrando os parâmetros de cálculo da Luminância está


exposto na Figura 5.
19

Figura 5 – Representação da superfície aparente e do ângulo considerado para cálculo da


Luminância.
Fonte: OSRAM (2003).

A Temperatura de Cor (T), segundo Fiorini (2006), é o que determina a


aparência de cor da luz. As lâmpadas mais amarelas têm uma temperatura de cor
mais baixa, abaixo de 3000K, enquanto o das lâmpadas mais azuis violeta têm alta
temperatura de cor, acima de 6000K.
Na maior parte dos casos, as lâmpadas quentes, ou amarelas, são
relacionadas com o nascer e o pôr do sol, por isso tornam o ambiente mais
aconchegante, sendo utilizadas com maior frequência em salas de estar e quartos.
Já as lâmpadas com alta temperatura de cor, também conhecidas como lâmpadas
frias, são preferivelmente utilizadas em ambientes onde é necessário um maior
estímulo para executar atividades, como por exemplo escritórios e cozinhas
(FIORINI, 2006).
Ainda de acordo com Fiorini (2006), na Europa já existem em alguns
escritórios luminárias que funcionam com uma composição de lâmpadas halógenas
e fluorescentes, ou seja, quentes e frias. Durante a manhã ela funciona como
quente, vai tornando-se fluorescente ao longo do dia e ao final do dia volta a ser
halógena, o que reduz o estresse e propicia um maior conforto e um maior
rendimento durante o período de trabalho.
20

Por isso também, segundo a projetista de iluminação Rosane Haron, citada


por Fiorini (2006), as lanchonetes costumam possuir uma iluminação fria para induzir
o cliente a consumir rápido e sair do local. Enquanto restaurantes possuem uma
iluminação mais quente, tornando o ambiente aconchegante, deixando assim o
cliente à vontade para permanecer no ambiente por tempo indeterminado a fim de
consumir mais.
Assim como a escolha das lâmpadas, a escolha dos materiais, móveis e das
cores do ambiente também tem forte influência na iluminância, devido aos seus
diferentes coeficientes de reflexão ou refletância (MIGUEL, 2006). Os coeficientes
de refletância de determinadas cores está exposto no Quadro 1.

Cor Refletância (%)

Branco Teórico 100

Amarelo 70

Verde Limão 60

Rosa 60

Laranja 50

Azul Claro 50

Cinza Neutro 30

Verde Oliva 25

Vermelho 20

Azul Turquesa 15

Violeta 5

Preto Teórico 0

Quadro 1 – Cores e seus respectivos coeficientes de reflexão.


Fonte: Resumido e adaptado de PEREIRA (2003).

Já no Quadro 2 observa-se os diferentes coeficientes de reflexão e


recomendações de cores para as diferentes partes do ambiente de trabalho.
.
21

Superfícies Cores Refletâncias

Teto Branco ou cores mais claras 0,6 - 0,9

Paredes Cores claras 0,3 - 0,8

Plano de trabalho Opacas e semelhantes às 0,2 - 0,6


paredes

Piso Mais escuras que parede e teto 0,1 - 0,5

Quadro 2 – Cores e coeficientes de reflexão recomendados para ambientes de trabalho.


Fonte: MIGUEL (2006).

Juntamente com os efeitos na luminosidade do ambiente, e até devido a isso,


as cores do ambiente também possuem uma forte influência psicológica no ser
humano (BARTOLOMEU, 2003). As cores e suas sensações estão listadas no
Quadro 3.

Cor Efeito psíquico

Cores Escuras • Opressivas;

• Cansativas;

• Absorvem luz;

• Difíceis de manter limpas.

Cores Claras • Frescas

• Acolhedoras

• Difundem mais luz

• Motivam limpeza

Cores frias • Sensação de aumento do


recinto

Cores quentes • Sensação de diminuição do


recinto

Quadro 3 – Efeitos psicodinâmicos das cores nos seres humanos.


Fonte: BARTOLOMEU (2003).
22

2.2.1.1. Iluminação Artificial

Atualmente existem vários tipos de lâmpadas disponíveis, que se diferenciam


por vários aspectos, como: intensidade luminosa, cores de reprodução, eficiência
energética, composição física, método para emitir a luz, finalidades específicas,
preços, entre outros (TEIXEIRA FILHO, 2012).
Apesar da grande diversidade, três tipos são considerados principais: as
incandescentes, as fluorescentes e a LED.

i) Lâmpadas Incandescentes

Inventadas em meados de 1879, essas lâmpadas possuem uma composição


bastante simples, sendo basicamente compostas de base, bulbo e filamento. Seu
funcionamento se dá por meio de passagem da corrente elétrica pelo filamento
(normalmente de tungstênio). Esse filamento aquece, podendo chegar à temperatura
de 3.000 °C e irradia a luz. Esse processo acaba produzindo muito calor (90 a 95%).
Somente de 5% a 10% da energia é transformada em luz, o que acaba resultando
num processo pouco eficaz e caro (CORRÊA, 2009). Por isso, sua eficiência
energética é bastante baixa, variando entre 10 e 20 lm/W. Sua vida útil também é
baixíssima, com média de 1.000 horas úteis, chegando a 3.000 horas úteis em
casos especiais (TEIXEIRA FILHO, 2012).
Segundo a Portaria MME/MDC/MDIC nº 1.007, de 2010, está proibida a
fabricação e a comercialização de lâmpadas incandescentes no Brasil.
Estabelecimentos comerciais que ainda tenham lâmpadas incandescentes com
potência de 41W até 60W estarão sujeitos à multa. A troca das lâmpadas
incandescente no Brasil começou em 2012, com a proibição das lâmpadas
incandescentes com potência superior à 150W.

ii) Lâmpadas Fluorescentes

Nikola Tesla, um inventor sérvio nascido em 1856, foi quem criou a lâmpada
fluorescente, que foi introduzida no mercado consumidor em 1938. As lâmpadas
fluorescentes são lâmpadas de descarga com vapores de mercúrio, compostas de
um filamento, um tubo de vidro cilíndrico preenchido com um gás nobre, (na maior
23

parte das vezes o argônio) e superfície interna coberta de pó fluorescente (fósforo)


(FERREIRA, 2014).
O processo de descarga entre dois eletrodos e o gás faz com que o vapor de
mercúrio emita raios UV, que em contato com a fluorescência emite luz visível. A cor
da luz pode variar conforme o tipo de fluorescência utilizada, o que garante grande
flexibilidade de usos desse tipo de lâmpada (OSRAM, 2003).
Para que essa lâmpada funcione, a existência de um reator e de um “starter”
(dispositivo de partida) é indispensável, afinal é através desses dispositivos que a
parte elétrica do processo ocorre. Normalmente as luminárias adequadas para esse
tipo de lâmpada possuem os dispositivos, possibilitando a troca da lâmpada. Além
disso, a lâmpada também necessita de pinos conectores para que ela seja
encaixada na luminária (TEIXEIRA FILHO, 2012). A composição básica da lâmpada
tubular é mostrada na Figura 6.

Figura 6 – Lâmpada fluorescente tubular e sua composição básica.


Fonte: HARRIS (2011).

Existe também a lâmpada fluorescente compacta, conforme a Figura 7, que


funciona basicamente da mesma forma que a tubular, porém em dimensões
bastante reduzidas. Seu reator e starter são integrados à lâmpada. A maioria possui
o mesmo padrão de bocal da lâmpada incandescente, favorecendo sua utilização e
sendo o tipo de lâmpada mais comum no mercado atualmente (TEIXEIRA FILHO,
2012).
24

Figura 7 – Lâmpadas fluorescentes compactas.


Fonte: IVOMAX (2016).

As vantagens em se utilizar esse tipo de lâmpada estão em seu baixo


consumo energético, (cerca de 80% a menos que das incandescentes comuns), alta
eficiência energética (65 lm/W), pois converterem mais energia em luz do que em
calor, e maior durabilidade (cerca de 7500 horas). Podem ser aplicadas em diversas
situações, desde o uso doméstico até o industrial como iluminação geral. Por isso,
tem muitas vantagens se comparada com as lâmpadas incandescentes e seu uso
(ELEKTRO, 2014).

iii) Lâmpadas LED

LED é uma sigla do inglês para Light Emitting Diode (Diodo Emissor de Luz).
Diodo nada mais é que um material semicondutor. Um semicondutor é a base de
qualquer dispositivo eletrônico. Tem sua condutividade controlada através do
processo de dopagem, que é a adição de outros materiais em camadas do cristal
semicondutor (FERREIRA, 2014).
No caso dos LEDs normalmente encontramos um material condutor chamado
arseneto de alumínio e gálio (AlGaAs). Dopando-se com fósforo, a emissão pode ser
vermelha ou amarela, de acordo com a concentração. Utilizando-se fosfato de gálio
com dopagem de nitrogênio, a luz emitida pode ser verde ou amarela. Hoje em dia,
com o uso de outros materiais, consegue-se fabricar LEDs que emitem luz azul,
violeta e até ultravioleta. Existem também os LEDs brancos, mas esses são
25

geralmente LEDs emissores de cor azul, revestidos com uma camada de fósforo do
mesmo tipo usado nas lâmpadas fluorescentes, que absorve a luz azul e emite a luz
branca (FERREIRA, 2014).
O surgimento do LED, deu-se em 1961, quando Robert Biard e Gary Pittman,
pesquisadores da Texas Instruments, descobriram que, quando percorrido por uma
corrente elétrica, o Arseneto de Galio emitia radiação infravermelha, não visível.
Somente em 1962, Nick Holonyak Jr., da General Electric, obteve luz visível na cor
vermelha a partir de um LED. A patente ficou com Robert Biard e Gary Pittman, mas
Holonyak que é considerado o “pai do LED”. Somente em 1989 surgiram os
primeiros LEDs azuis comerciais, o que permitiu expandir o uso do LED para TVs e
painéis RGB por exemplo (MUSEU DA LÂMPADA, 2014).
Apesar do preço ainda ser elevado, principalmente se comparado com
lâmpadas fluorescentes e incandescentes, existem inúmeras vantagens em se usar
lâmpadas LED, como: a redução do consumo de energia elétrica, por trabalharem
com baixas potências e grande eficiência luminosa; a ausência de metais pesados, o
que o torna mais vantajoso por não possuir elementos tóxicos ao meio ambiente e à
saúde humana; a maior durabilidade do que de todas as lâmpadas até então
utilizadas, estimada em até 100.000 horas (se ligadas durante 12 horas/dia, duram
cerca de 22 anos), o que também gera um menor custo de manutenção;
ambientalmente corretas por seu ciclo de vida necessitar de menos energia e menos
matéria prima em todas as etapas, desde fabricação até o descarte; não emite calor
nem raios IV e UV, não agredindo a pele e sendo mais adequadas para iluminação
de obras de arte; não atraí insetos; o número de vezes e a frequência em que é
ligado e desligado não altera sua vida útil e sua flexibilidade de usos, formas,
tamanhos e design (FERREIRA, 2014).
Alguns dados comparativos demonstram a viabilidade em substituir lâmpadas
convencionais por LEDS, segundo o fabricante SOLELUX (2014):
- 01 Lâmpada incandescente 60 W = 01 lâmpada a LED de 4,5 W (com economia de
55,5 W/hora);
- 01 Lâmpada fluorescente tubular de 40 W = 01 luminária LED de 12 W (com
economia de 28 W/hora).
26

2.3. LIMITES DE CONFORTO

A normatização da iluminância de interiores no Brasil começou no ano de


1958 quando foi publicada a primeira versão da NBR 5413 para estabelecer os
níveis de iluminamento recomendados para esses ambientes. A partir daí, essa
norma teve diversas atualizações sem grandes novidades: em 1969, 1982 e 1992.
Porém, em 2013, passou a vigorar uma nova norma, com grandes mudanças, a
NBR ISO/CIE 8995-1:2013 (GIACOBBO, 2014).
A nova norma, baseada em outras normas de iluminação internacionais, foi
publicada em 21/03/2013. A norma possui nova nomenclatura e se baseou na norma
internacional ISO 8995-1-Lighting of indoor workplaces, elaborada em conjunto com
a CIE (Comissão Internacional de Iluminação) e consonante com a norma europeia
12464-1- Lighting of workplaces.
Essa norma aborda aspectos qualitativos e quantitativos da iluminação para
que as pessoas desempenhem suas tarefas visuais de maneira eficiente, com
conforto e segurança. A nova norma possui também um enfoque em projetos, com
uma preocupação com eficiência energética, buscando utilizar a luz natural quando
possível (ABNT, 2013).
Porém, pela publicação ainda ser recente, por enquanto é recomendado
utilizar a NBR 5413 para o procedimento de verificação da iluminância em
ambientes, porque o procedimento não é bem explicado na norma NBR ISO/CIE
8995-1:2013.

Existe também outra norma, a NR 17, sobre Ergonomia que possui um tópico
destinado à iluminação. Segundo essa norma, a iluminação geral deve ser
uniformemente distribuída e difusa, além de ser projetada de forma a evitar
ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. As
recomendações de níveis mínimos de iluminamento são os da NBR 5413 (BRASIL,
2015).
27

2.3.1. Norma ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013

Uma boa iluminação deve, além de proporcionar visibilidade para a execução


da tarefa, proporcionar conforto para o usuário. Para isso a iluminação deve
assegurar (ABNT, 2013):
o Conforto visual, dando aos usuários uma sensação de bem-estar;
o Desempenho visual, para que os indivíduos possam realizar suas
tarefas com precisão, mesmo por longos períodos;
o Segurança visual, isto é, poder olhar ao redor e detectar perigos.
Ainda segundo a ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013, é preciso observar
diversos parâmetros, entre eles:
o Distribuição da Luminância;
o Iluminância;
o Ofuscamento;
o Direcionalidade da luz;
o Aspectos da cor da luz e de superfícies;
o Cintilação;
o Luz Natural;
o Manutenção.
Também deve ser levado em conta o tipo de atividade que será realizada
assim como a capacidade oftálmica do usuário do ambiente. Entre os aspectos que
devem ser evitados estão as luminâncias muito altas que podem levar ao
ofuscamento e os contrastes muito altos, que podem ocasionar a fadiga visual,
assim como as luminâncias e contrastes baixos, que podem tornar o ambiente
tedioso e sem estímulos (ABNT, 2013).
No Quadro 4 estão dispostos os valores recomendados pela norma para
iluminância de alguns ambientes com determinadas atividades.
28

Tipo de ambiente, tarefa ou Iluminância E (lux)


atividade

ESCRITÓRIO

Escrever, teclar, ler, 500


processar dados

Recepção 300

Arquivos 200

BIBLIOTECA

Estantes 200

Áreas de leitura 500

Bibliotecárias 500

Quadro 4 – Valores mínimos de Iluminância e limites de ofuscamento.


Fonte: Adaptado e resumido da ABNT (2013).

2.3.2. Norma ABNT NBR 5413

A norma NBR 5413 estabelece os valores de iluminância médios mínimos


para a iluminação artificial em interiores, conforme determinada atividade. Essa
iluminância deve ser medida no campo de trabalho, sendo que a iluminância do
restante do ambiente não pode ser inferior a 1/10 da adotada para o campo de
trabalho (ABNT, 1992).
Para cada tipo de local e atividade a norma apresenta três valores de
iluminância. Das três iluminâncias, deve ser utilizado o valor do meio em
praticamente todos os casos. O valor mais alto deve ser utilizado quando (ABNT,
1992):
o A tarefa se apresenta com refletâncias e contrastes bastante baixos;
o Erros são de difícil correção;
o O trabalho visual é crítico;
o Alta produtividade ou precisão são de grande importância;
o A capacidade visual do observador está abaixo da média.
29

Já o valor mais baixo deve ser utilizado quando (ABNT, 1992):


o Refletâncias ou contrastes são relativamente altos;
o A velocidade e/ou precisão não são importantes;
o A tarefa é executada ocasionalmente.
No Quadro 5 é possível observar os três valores recomendados para
iluminância para alguns ambientes e atividades relacionadas.

Tipo de ambiente, Iluminância E (lux)


tarefa ou atividade

Bibliotecas

Sala de leitura 300 500 750

Recinto das estantes 200 300 500

Fichário 200 300 500

Escolas

Salas de aula 200 300 500

Quadros Negros 300 500 700

Sala de desenho 300 500 750

Sala de reuniões 150 200 300

Quadro 5 – Valores mínimos recomendados de Iluminância.


Fonte: Adaptado e resumido da ABNT (1992).
30

3 METODOLOGIA

Esta pesquisa é um Estudo de Caso, pois segundo Gil (2002), este é


caracterizado pelo estudo exaustivo e em profundidade de poucos objetos, de forma
a permitir conhecimento amplo e específico do mesmo. De forma geral, o Estudo de
Caso visa proporcionar certa vivência da realidade, tendo por base a discussão, a
análise e a busca de solução de um determinado problema extraído da vida real.
Trata-se de uma estratégia metodológica de amplo uso, quando se pretende
responder às questões "como" e "por que" determinadas situações ou fenômenos
ocorrem (FIALHO e NEUBAUER FILHO, 2008).

3.1. UNIDADE DE ANÁLISE

O projeto dos Faróis do Saber foi concebido pela equipe de projetos do


Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) e prevê uma
construção modular e um projeto arquitetônico comum a todas as bibliotecas que
foram estudadas neste trabalho (Figura 8).
31

Figura 8 – Corte e plantas do Térreo e Mezanino de um Farol do Saber.


Fonte: IPPUC (1994).

Os Faróis do Saber seguem a técnica construtiva de estruturas metálicas,


utilizando o mínimo de alvenaria. Os Faróis analisados possuem dois acessos, um
pela rua, para o público em geral e outro voltado para a escola, para os estudantes.
Eles possuem 88 m² de área construída, 16 metros de altura e dois pavimentos
LADEIA et al. (2006).
Ao todo, na cidade de Curitiba, existem 45 bibliotecas Faróis do Saber.
Neste trabalho foram escolhidos os mesmos Faróis do Trabalho de Graduação de
Ladeia et al. (2006). São 5 bibliotecas:
1. Farol do Saber Albert Einstein - Bairro Xaxim;
2. Farol do Saber Luís de Camões - Bairro Alto Boqueirão;
3. Farol do Saber Castro Alves - Bairro Fazendinha;
4. Farol do Saber Rocha Pombo - Bairro Portão;
5. Farol do Saber Fernando Pessoa - Bairro Hauer.
32

Ladeia et al. (2006) escolheram essas bibliotecas por terem características


semelhantes, como: todas são anexas a escolas municipais, localizadas em bairros
residenciais e em vias públicas de baixo movimento, possuem projeto arquitetônico
idêntico, e possuem a mesma disposição interna de mobiliário.
As medições foram feitas por três dias em cada uma das cinco bibliotecas, em
três períodos diferentes do dia, devido às variações da luz natural ao longo do dia
(manhã, tarde e noite), com exceção dos Faróis Albert Einstein e Fernando Pessoa
que não abrem no período da noite.

3.2. METODOLOGIA PARA MEDIÇÃO DA ILUMINAÇÃO

3.2.1. Descrição do Equipamento Utilizado

Para a medição da iluminação foi utilizado um Luxímetro da marca


Instrutherm®, modelo LD 300, ajustado para resposta em lux, com gradação
automática dentro de 4 faixas para melhor ajuste e medição mais precisa, dentro da
faixa de 0 a 50000 lux. A calibração do equipamento é garantida pelo fabricante,
com o certificado de calibração fornecido após esse procedimento (Figura 9).

Figura 9 – Luxímetro Instrutherm LD 300.


Fonte: COPAFER (2015).
33

Segundo a norma NBR ISO/CIE 8995-1:2013, a verificação deve ser feita


através da iluminância média proveniente da iluminação geral. E a fotocélula deve
ficar no campo de trabalho, ou em um plano horizontal a uma distância de 0,75 m do
piso.

3.2.2. Descrição da Realização das Medições e dos Ambientes

Para padronizar as medições de iluminação e facilitar a posterior comparação,


seguindo os padrões da norma, foram definidos pontos no pavimento térreo e no
pavimento superior para tomada de iluminância, conforme mostram as Figuras 10 e
11.
34

C2 C1

C3

B3
A3

D1

B2
D2

A2
B1

D3

A1

Figura 10 - Planta Pavimento Térreo com locação dos pontos de medição.


Fonte: LADEIA et al. (2006).

Segundo a Figura 10, os pontos A1, A2 e A3 ficam entre a estante de


livros e a parede de vidro, sendo que a iluminação deve ser a recomendada para
estantes de livros, ou seja, 200 lux, segundo a NBR ISO/CIE 8995-1:2013 e entre
200 e 500 lux segundo a NBR 5413. Os pontos B1, B2 e B3 ficam entre as duas
estantes de livros, sendo o recomendado para estantes também. Já os pontos C1,
C2 e C3 ficam a mesa da bibliotecária, com outro valor recomendado para
iluminação que é 500 lux, segundo a NBR 5413. Os pontos D1, D2 e D3 são da
mesa de leitura e acesso ao computador, também com recomendação de norma de
500 lux, segundo a NBR 5413 e entre 300 e 750 lux segundo a NBR ISO/CIE 8995-
1:2013.
35

F1
E1

F2
E3

E2 F3

G1

G2

G3

Figura 11 – Planta Mezanino com locação dos pontos de medição.


Fonte: LADEIA et al. (2006).

Segundo a Figura 11, os pontos E1, E2 e E3 da mesa de leitura ou trabalho,


recomendação de 500 lux segundo a NBR 5413 e entre 300 e 750 lux segundo a
NBR ISO/CIE 8995-1:2013. E os pontos F1, F2, F3, G1, G2, G3 nas mesas de
acesso aos computadores, também com recomendação de 500 lux segundo a NBR
5413.
Para cada um desses pontos das Figuras 10 e 11 foram feitas medições nos
três períodos do dia e ao longo de três dias. Essas medições foram anotadas em
planilhas como no Anexo A, onde também foram anotadas observações quanto as
condições do clima, do entorno e até do ambiente, como cortinas abertas ou
fechadas e lâmpadas queimadas ou desligadas e também sobre as cores das
paredes e do teto dos ambientes analisados.
36

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A partir das medições, foram feitos gráficos e tabelas com as médias das
medições dos três dias nos três períodos do dia para as cinco bibliotecas Faróis do
Saber para facilitar a visualização dos resultados e também dos valores mínimos
recomendados pelas normas.
Um resumo dos valores recomendados para cada um dos pontos de
medição conforme a NBR está disposto no Quadro 6.

Ponto NBR 8995 (lux) NBR 5413 (lux)


A1
A2 200 200-500
A3
B1
B2 200 200-500
B3
C1
C2 500 300-750
C3
D1
D2 500 300-750
D3
E1
E2 500 300-750
E3
F1
F2 500 300-750
F3
G1
G2 500 300-750
G3
Quadro 6 – Valores recomendados de Iluminância.
Fonte: Adaptado e resumido da ABNT(1992) e ABNT(2013).

Para adoção de um valor entre a faixa de valores da norma NBR 5413 foi
utilizado o Quadro 7 de fatores determinantes da iluminação adequada.
37

Características da tarefa e Peso


do observador -1 0 +1

Inferior a 40 anos 40 a 55 anos Superior a 55 anos


Idade

Sem importância Importante Crítica


Velocidade e Precisão
Refletância do fundo da Superior a 70% 30 a 70% Inferior a 30%
tarefa

Quadro 7 – Valores recomendados de Iluminância.


Fonte: Adaptado e resumido da ABNT(1992) e ABNT(2013).

Considerando a idade dos frequentadores das bibliotecas inferior a 40 anos,


a velocidade de precisão importante e a refletância do fundo da tarefa de 30 a 70%,
chega-se ao valor de -1. É recomendado o maior valor para somatórios iguais a +2
ou +3 e o menor valor para somatórios iguais a -2 e -3. No caso dos Faróis, deve-se
adotar o valor do meio, no caso, 300 lux e 500 lux.
Os resultados, gráficos e também as observações de cada farol estão
apresentados a seguir.

4.1. Farol do Saber Fernando Pessoa


O Farol Fernando Pessoa é anexo à escola municipal Guilherme Butler e
está localizado no bairro Hauer na Rua Prof. José Nogueira dos Santos, 1272. As
medições nesse Farol foram realizadas nos dias 20, 22, 28 de outubro de 2015 e no
dia 06 de novembro de 2015. Esse Farol funciona somente no período da manhã e
da tarde, por isso não foi possível fazer medições durante a noite. O número de
lâmpadas e suas potências por andar estão dispostos no Quadro 8.
38

Luminárias Farol Fernando Pessoa


Tipo de lâmpadas Quantidade Potência (W) Luminárias apagadas
Primeiro andar Tubular Fluorescente 12 40 1
Compacta fluorescente 6 9 6
Segundo andar Tubular Fluorescente 12 40 4
Quadro 8 – Quantidade e potência das luminárias por andar do farol Fernando Pessoa.
Fonte: AUTORA (2016).

As médias das medições do Farol Fernando Pessoa estão dispostas em


forma de gráfico na Figura 12 e também no Quadro 9, com os respectivos valores
recomendados de iluminância de cada norma.

Figura 12 - Valores médios de iluminância Farol Fernando Pessoa.


Fonte: AUTORA (2016).
39

Farol Fernando Pessoa


Medições em Medições em
Recomendado Lux Recomendado Lux
NBR 8995 NBR 5413
Pontos (lux) Manhã Tarde (lux) Manhã Tarde
A1 200 1753 1809 300 1753 1809
A2 200 895 1111 300 895 1111
A3 200 496 468 300 496 468
B1 200 138 162 300 138 162
B2 200 105 97 300 105 97
B3 200 58 38 300 58 38
C1 500 185 155 500 185 155
C2 500 115 111 500 115 111
C3 500 263 299 500 263 299
D1 500 370 269 500 370 269
D2 500 522 551 500 522 551
D3 500 281 312 500 281 312
E1 500 867 413 500 867 413
E2 500 479 251 500 479 251
E3 500 656 289 500 656 289
F1 500 405 91 500 405 91
F2 500 164 116 500 164 116
F3 500 210 147 500 210 147
G1 500 221 147 500 221 147
G2 500 236 208 500 236 208
G3 500 165 124 500 165 124

Quadro 9 – Média das medições do farol Fernando Pessoa e recomendações das NBRs.
Fonte: Adaptado da ABNT(1992) e ABNT(2013).

No Quadro 9 as medições em verde estão acima do recomendado pela


norma à esquerda, as em vermelho abaixo do recomendado pela norma à esquerda.
Concidentemente, para esse farol o resultado foi o mesmo considerando qualquer
uma das duas normas, pois os valores entre as estantes estão ou muito acima do
esperado, ou muito abaixo.
Analisando o Quadro 9 e a Figura 12, é possível observar que todos os
pontos da região entre estantes, pontos B1, B2 e B3 estão em média 67% abaixo do
recomendado pela NBR 5413, que é 300 lux. E também 50% abaixo do
recomendado pela NBR 8995, que é 200 lux.
Os pontos A1, A2 e A3, também das estantes, estão 445% acima do
recomendado pela NBR 8995 e 263% acima do recomendado pela NBR 5413. Isso
ocorre por ficarem ao lado de janelas, mesmo tendo árvores fazendo sombra nessas
janelas. Vale ressaltar que esses altos valores de iluminância também não são
recomendados por conta de ofuscamentos.
40

Os demais pontos, com recomendação média de 500 lux pelas duas NBRs
estão em sua maioria abaixo desse valor, principalmente durante o período da tarde
e nos pontos do pavimento superior. Apenas um ponto entre os dezoito ficou acima
do recomendado durante o período da tarde e três pontos durante o período da
manhã.
De acordo com as medições, o Farol Fernando Pessoa apresenta valores
mais altos de iluminância principalmente durante o período da manhã. Isso ocorre
por conta da orientação da fachada em relação ao sol durante esse período. O farol
também apresenta valores de iluminância mais altos no pavimento inferior do que no
pavimento superior. Isso ocorre porque a contribuição de luz natural é muito maior
no pavimento inferior e também por conta da cor do piso, que no pavimento superior
é preto, enquanto no térreo é branco.
As cores do piso e do teto e também a pouca contribuição de luz natural do
piso superior é mostrada na Figura 13.

Figura 13 - Pavimento Superior Farol Fernando Pessoa.


Fonte: AUTORA (2016).
41

Assim como no trabalho de Ladeia et al.(2006), O Farol apresentou altos


valores de iluminância nos pontos A1, A2 e A3, por conta da grande janela nessa
região e valores abaixo do recomendado nos demais pontos, com exceção de
apenas alguns pontos próximos de janelas dentro do limite, como no caso dos
pontos E1 e E3.

4.2. Farol do Saber Albert Einstein

O Farol Albert Einstein é anexo à escola municipal Castro e está localizado


no bairro Xaxim, Rua Ayrton Pizatto Gusi, 241. As medições nesse Farol foram
realizadas nos dias 22, 28 e 29 de outubro e 6 e 9 de novembro de 2015. Esse farol,
assim como o farol Fernando Pessoa não funciona durante a noite, por isso só foi
possível realizar as medições nos períodos da manhã e da tarde. O número de
lâmpadas e suas potências por andar estão dispostos no Quadro 10

Luminárias Farol Albert Einstein


!! Tipo de lâmpadas Quantidade Potência (W) Luminárias apagadas
Primeiro!andar! Tubular Fluorescente 12 40 1
!! Compacta fluorescente 6 9 6
Segundo!andar! Tubular Fluorescente 12 40 0/12*
Quadro 10 – Quantidade e potência das luminárias por andar do farol Albert Einstein.
Fonte: AUTORA (2016).
*todas as luminárias acesas no período da manhã e apagadas no período da tarde

As médias das medições do Farol Albert Einstein estão dispostas em forma


de gráfico na Figura 14 e também no Quadro 11, com os respectivos valores
recomendados de iluminância de cada norma.
42

Figura 14 - Valores médios de iluminância Farol Albert Einstein.


Fonte: AUTORA (2016).

Farol Albert Einstein


Medições em Medições em
Recomendado Lux Recomendado Lux
NBR 8995 NBR 5413
Pontos (lux) Manhã Tarde (lux) Manhã Tarde
A1 200 4810 6170 300 4810 6170
A2 200 3653 5483 300 3653 5483
A3 200 3329 6807 300 3329 6807
B1 200 286 289 300 286 289
B2 200 167 182 300 167 182
B3 200 361 523 300 361 523
C1 500 1106 2527 500 1106 2527
C2 500 637 1656 500 637 1656
C3 500 428 365 500 428 365
D1 500 358 516 500 358 516
D2 500 957 1318 500 957 1318
D3 500 1671 2377 500 1671 2377
E1 500 1754 1084 500 1754 1084
E2 500 1035 652 500 1035 652
E3 500 1559 568 500 1559 568
F1 500 281 247 500 281 247
F2 500 331 255 500 331 255
F3 500 373 323 500 373 323
G1 500 316 254 500 316 254
G2 500 218 198 500 218 198
G3 500 167 145 500 167 145
Quadro 11 – Média das medições do farol Albert Einstein e recomendações das NBRs.
Fonte: Adaptado da ABNT(1992) e ABNT(2013).

Assim como no Quadro 9 para o farol Fernando Pessoa, no Quadro 11 os


valores das medições em verde estão acima do valor especificado na norma à
esquerda e os valores em vermelho abaixo do especificado.
43

Considerando o que recomenda a NBR 5413 para os pontos de estantes; ou


seja, os pontos A1, A2, A3, B1, B2 e B3; que é 300 lux, os pontos A1, A2 e A3, que
são próximos à janela, estão em média 1580% acima de 300 lux e 2421% acima da
recomendação da NBR 8995, que é 200 lux. Esses valores também não são
recomendados por conta dos ofuscamentos. Os demais pontos de estantes, B1 e B3
estão dentro no indicado pela NBR 8995 de 200 lux, enquanto o ponto B2 ficou
apenas 12% abaixo desse valor. Se considerar o exigido pela NBR 5413, de 300 lux,
porém, apenas o ponto B3 está acima do recomendado e os demais pontos ente as
estantes estão em média 23% abaixo de 300 lux.
Nos demais pontos do pavimento térreo, que são pontos de leitura (C1, C2,
C3, D1, D2 e D3) 75% das medições estão acima de 500 lux, recomendação das
duas normas.
No pavimento superior, porém, os pontos das mesas de computadores; F1,
F2, F3, G1, G2, G3; estão abaixo do recomendado pelas duas normas, 500 lux. Isso
ocorre por conta do sombreamento causado pelos computadores nessa região e
também pela distância das janelas. Durante as medições da tarde, as lâmpadas
desse pavimento estavam sempre apagadas, e não haviam pessoas no local pois o
uso dos computadores não era liberado. Mesmo assim não houveram grandes
diferenças nos valores de iluminância, o que mostra que a principal fonte é a luz
natural.
Assim como o Farol Fernando Pessoa, o Farol Albert Einstein teve valores
de iluminância mais altos no pavimento inferior do que no pavimento superior. Isso
ocorreu por conta da contribuição de luz natural, que é maior no pavimento inferior e
também pela cor mais clara do piso. Ambos os pavimentos possuem as mesmas
cores de piso, parede e móveis que o farol Fernando Pessoa. Uma imagem do
pavimento inferior e as cores do piso, parede e móveis pode ser observada na
Figura 15.
44

Figura 15 - Pavimento Inferior Farol Albert Einstein.


Fonte: AUTORA (2016).

De forma geral, o Farol Albert Einstein apresentou resultados satisfatórios,


sendo um ambiente mais propício para os estudantes, principalmente se comparado
com o Farol Fernando Pessoa. Cerca de 60% das medições estão acima na NBR
8995 e 55% das medições acima do proposto pela NBR 5413.

4.3. Farol do Saber Luís de Camões

O Farol Luís de Camões é anexo à escola municipal Professor Francisco


Hubert e está localizado no bairro Alto Boqueirão, Rua Ulisses Geraldo Moro. As
medições nesse Farol foram realizadas nos dias 22 e 28 de outubro e 6, 9, 10 e 11
de novembro de 2015. Esse farol funciona durante a manhã, tarde e noite. Por isso
as medições foram feitas nesses três períodos. O número de lâmpadas e suas
potências por andar estão dispostos no Quadro 12.
45

Luminárias Farol Luis de Camões


! ! !
Luminárias
Tipo de lâmpadas Quantidade Potência (W) apagadas
Primeiro andar Compacta fluorescente 19 20 8
Segundo andar Compacta fluorescente 15 20 7
Quadro 12 – Quantidade e potência das luminárias por andar do farol Luís de Camões.
Fonte: AUTORA (2016).

O Farol Luís de Camões é o único que possui lâmpadas compactas pontuais,


todos as outras bibliotecas analisadas nesse trabalho possuem esse tipo de lâmpada
apenas na janela nos pontos A1, A2 e A3 e lâmpadas fluorescentes tubulares nos
demais pontos. Esse farol não possui lâmpadas nessa janela e apenas lâmpadas
compactas pontuais fluorescentes nos dois pavimentos e em uma quantidade em
termos de potencia bastante inferior aos outros faróis. Enquanto as outras bibliotecas
totalizam 534 Watts no térreo, esse farol possui apenas 380 Watts. No andar superior
os outros também totalizam 480 Watts, enquanto esse farol totaliza 300 Watts, apesar
de funcionar também durante o período da noite.
As médias das medições para esse farol estão dispostas em forma de
gráfico na Figura 16 e também no Quadro 13, com os respectivos valores
recomendados de iluminância de cada norma.

Figura 16 - Valores médios de iluminância Farol Luís de Camões.


Fonte: AUTORA (2016)
46

Farol Luís de Camões


Recomendado Medições em Lux Recomendado Medições em Lux
NBR 8995 NBR 5413
Pontos (lux) Manhã Tarde Noite (lux) Manhã Tarde Noite
A1 200 2502 1946 25 300 2502 1946 25
A2 200 3243 2031 30 300 3243 2031 30
A3 200 11373 2907 44 300 11373 2907 44
B1 200 105 83 55 300 105 83 55
B2 200 84 59 42 300 84 59 42
B3 200 106 103 45 300 106 103 45
C1 500 1403 1414 73 500 1403 1414 73
C2 500 488 512 89 500 488 512 89
C3 500 128 118 62 500 128 118 62
D1 500 186 520 52 500 186 520 52
D2 500 407 219 63 500 407 219 63
D3 500 452 640 54 500 452 640 54
E1 500 1203 751 80 500 1203 751 80
E2 500 678 376 111 500 678 376 111
E3 500 1479 395 82 500 1479 395 82
F1 500 211 110 114 500 211 110 114
F2 500 298 158 163 500 298 158 163
F3 500 424 172 164 500 424 172 164
G1 500 418 148 132 500 418 148 132
G2 500 206 77 73 500 206 77 73
G3 500 106 58 63 500 106 58 63
Quadro 13 – Média das medições do farol Luís de Camões e recomendações das NBRs.
Fonte: Adaptado da ABNT(1992) e ABNT(2013).

No Quadro 13 os valores das medições em verde estão acima do valor


especificado na norma à esquerda e os valores em vermelho abaixo do especificado
pela norma. No caso do Farol Luís de Camões os resultados foram os mesmos,
considerando as duas normas, pois as medições nos pontos de estantes, que
possuem especificações diferentes ou possuem valores muito acima ou muito
abaixo do recomendado pelas duas normas. Em média 1900% e 1233% acima ou
valores 67% e 78% abaixo do especificado nas normas.
Os demais pontos do pavimento térreo, que são os pontos de leitura com
especificação de 500 lux, tiveram valores abaixo do recomendado, principalmente
durante o período da manhã, por conta da orientação da fachada desse farol e no
período da noite, pela falta da contribuição da luz natural. Já no período da tarde, 4
dos 6 pontos tiveram resultados acima de 500 lux.
No pavimento superior, assim como nos demais faróis, os resultados foram
piores que no pavimento térreo. Apenas 33,3% dos pontos acima do recomendado
pela manhã, 11,1% acima no período da tarde e nenhum do período da noite. Assim
47

como nos outros faróis, os pontos com maiores problemas são os das mesas de
computadores. O piso na cor preta, o teto de madeira e também as luminárias do
pavimento superior são mostradas na Figura 17.

Figura 17 - Pavimento Superior Farol Luís de Camões.


Fonte: AUTORA (2016).

Com o resultado das medições desse Farol fica bastante clara a importância
da luz natural na iluminação dessas bibliotecas. Apesar da quantidade de lâmpadas
e da potência ser inferior ao farol Fernando Pessoa, os resultados não foram muito
piores. Apenas durante o período noturno as lâmpadas são insuficientes para
proporcionar um mínimo conforto visual, não chegando a atingir nem 30% do
recomendado pelas NBRs.

4.4. Farol do Saber Rocha Pombo

O Farol Rocha Pombo é anexo à escola municipal Papa João XXIII e está
localizado no bairro Portão, Rua Itacolomi, 700. As medições nesse Farol foram
realizadas nos dias 1, 14, 15, 16, 28 de outubro e 6 de novembro de 2015, nos
48

períodos da manhã, tarde e noite. O número de lâmpadas e suas potências por


andar estão dispostos no Quadro 14.

Luminárias Farol Rocha Pombo


Tipo de lâmpadas ! Quantidade !Potência (W) !Luminárias apagadas
Primeiro andar Tubular Fluorescente 12 40 1
Compacta fluorescente 6 9 6
Segundo andar Tubular Fluorescente 12 40 1
Quadro 14 – Quantidade e potência das luminárias por andar do farol Rocha Pombo.
Fonte: AUTORA (2016).

As médias das medições do Farol Rocha Pombo estão dispostas em forma


de gráfico na Figura 18 e também no Quadro 15, com os respectivos valores
recomendados de iluminância de cada norma.

Figura 18 - Valores médios de iluminância Farol Rocha Pombo.


Fonte: AUTORA (2016).
49

Farol Rocha Pombo


Recomendado Medições em Lux Recomendado Medições em Lux
Pontos NBR 8995 (lux) Manhã Tarde Noite NBR 5413 (lux) Manhã Tarde Noite
A1 200 2983 14190 65 300 2983 14190 65
A2 200 1370 3080 33 300 1370 3080 33
A3 200 596 568 50 300 596 568 50
B1 200 210 246 115 300 210 246 115
B2 200 99 107 82 300 99 107 82
B3 200 142 156 121 300 142 156 121
C1 500 270 242 36 500 270 242 36
C2 500 168 152 122 500 168 152 122
C3 500 179 146 90 500 179 146 90
D1 500 213 207 71 500 213 207 71
D2 500 578 519 135 500 578 519 135
D3 500 1002 1190 69 500 1002 1190 69
E1 500 757 666 162 500 757 666 162
E2 500 527 519 187 500 527 519 187
E3 500 558 624 189 500 558 624 189
F1 500 256 132 41 500 256 132 41
F2 500 226 284 125 500 226 284 125
F3 500 244 318 149 500 244 318 149
G1 500 240 315 162 500 240 315 162
G2 500 228 285 144 500 228 285 144
G3 500 95 228 151 500 95 228 151
Quadro 15 – Média das medições do farol Rocha Pombo e recomendações das NBRs.
Fonte: Adaptado da ABNT(1992) e ABNT(2013).

No Quadro 15 os valores das medições em verde estão acima do valor


especificado na norma à esquerda e os valores em vermelho abaixo do especificado
pela norma à esquerda.
De acordo com a Figura 18 e o Quadro 15, esse farol apresenta valores
bastante semelhantes nos períodos da manhã e da tarde, com regiões bastante
específicas dentro do recomendado nesses dois períodos do dia. As regiões próximas
das janelas nas estantes (A1, A2, A3 e B1) e a região do pavimento superior próxima
às janelas (E1, E2 e E3). Os pontos D2 e D3, de leitura do pavimento térreo também
dentro do especificado. Os demais pontos todos abaixo do recomendado pelas duas
normas.
Apesar de nenhum ponto estar dentro das recomendações, no período da
noite esse Farol apresentou valores em média 43% acima do farol Luís de Camões.
Como o Farol Luís de Camões apresenta arquitetura e cores de piso, teto e parede
50

idênticas a esse farol, isso ocorre por conta do tipo de lâmpada utilizada no Farol Luís
de Camões ser bastante inferior.
Ainda assim, durante o período da noite, o Farol Rocha pombo está 63,5%
abaixo do recomendado para estantes pela NBR 8995 e 75,7% abaixo do
recomendado pela NBR 5413. Nos demais pontos do pavimento térreo o farol está
83,8% abaixo do recomendado pelas duas normas e no pavimento superior 71%
abaixo do indicado pelas normas.

4.5. Farol do Saber Castro Alves

O Farol Castro Alves é anexo à escola municipal Pe. José de Anchieta e


está localizado no bairro Fazendinha, Rua Daniel Mikovski, 191. As medições nesse
Farol foram realizadas nos dias 14, 15, 16, 28 de outubro e 6 de novembro de 2015,
nos períodos da manhã, tarde e noite. O número de lâmpadas e suas potências por
andar estão dispostos no Quadro 17.

Luminárias Farol Castro Alves


! ! !
Tipo de lâmpadas Quantidade Potência (W) Luminárias apagadas
Primeiro andar Tubular Fluorescente 12 20 3
Compacta fluorescente 6 9 6
Segundo andar Tubular Fluorescente 12 20 2
Quadro 16 – Quantidade e potência das luminárias por andar do farol Castro Alves.
Fonte: AUTORA (2016).

As médias das medições do Farol Castro Alves estão dispostas em forma de


gráfico na Figura 19 e também no Quadro 15, com os respectivos valores
recomendados de iluminância de cada norma.
51

Figura 19 - Valores médios de iluminância Farol Castro Alves.


Fonte: AUTORA (2016)

Farol Castro Alves


Recomendado Medições em Lux Recomendado Medições em Lux
NBR 8995 NBR 5413
Pontos (lux) Manhã Tarde Noite (lux) Manhã Tarde Noite
A1 200 641 702 10 300 641 702 10
A2 200 650 391 11 300 650 391 11
A3 200 2477 543 7 300 2477 543 7
B1 200 128 119 95 300 128 119 95
B2 200 167 146 128 300 167 146 128
B3 200 383 262 119 300 383 262 119
C1 500 2680 1682 38 500 2680 1682 38
C2 500 1162 690 143 500 1162 690 143
C3 500 488 512 252 500 488 512 252
D1 500 150 191 146 500 150 191 146
D2 500 131 143 51 500 131 143 51
D3 500 176 201 40 500 176 201 40
E1 500 392 893 91 500 392 893 91
E2 500 236 581 117 500 236 581 117
E3 500 274 349 123 500 274 349 123
F1 500 317 78 127 500 317 78 127
F2 500 64 146 155 500 64 146 155
F3 500 80 155 147 500 80 155 147
G1 500 60 104 126 500 60 104 126
G2 500 56 63 90 500 56 63 90
G3 500 44 52 54 500 44 52 54
Quadro 17 – Média das medições do farol Castro Alves e recomendações das NBRs.
Fonte: Adaptado da ABNT(1992) e ABNT(2013).

No Quadro 17 os valores das medições em verde estão acima do valor


especificado na norma à esquerda e os valores em vermelho abaixo do especificado
pela norma à esquerda.
52

De acordo com a Figura 19 e com o Quadro 17, o Farol Castro Alves


apresentou valores pouco satisfatórios em ambos os pavimentos. Isso ocorreu por
conta das cortinas estarem frequentemente fechadas. Em todas as medições dos
períodos da manhã e da tarde as luzes do pavimento superior estavam apagadas,
ficando acesas somente durante o período da noite. Devido à isso, houveram alguns
valores semelhantes em alguns pontos dos períodos do dia e da noite e até mesmo
alguns valores durante a noite melhores do que os valores durante o dia.
No pavimento superior, a média de iluminância durante o período da manhã
foi 80 lux, 84% abaixo do recomendado pelas duas normas. Durante o período da
tarde, a média foi 146 lux, 70,8% abaixo das normas e durante o período da noite,
123 lux, 75,4% abaixo do recomendado.

4.6. Comparações dos Resultados

No Quadro 18 está disposto um resumo das medições dos Faróis, por meio
do qual fica simples perceber a diferença e também algumas semelhanças de
alguns resultados. Os resultados em verde estão acima dos valores das duas
normas e em azul acima somente da NBR 8995.
53

Quadro 18 – Resumo das medições de todos os Faróis e recomendações das NBRs.


Fonte: Adaptado da ABNT(1992) e ABNT(2013).

No quadro 18, nota-se alguma semelhança nos pontos de pico dos faróis,
quase sempre mas regiões A, C, E e D, que são as regiões de janelas, além de
medições sempre abaixo do recomendado dos pontos F e G e no período noturno.
De forma geral e de acordo com o Quadro 18, os faróis obtiveram resultados
pouco satisfatórios, com exceção do farol Albert Einstein, o único que teve a maior
parte (61,9%) das medições dentro dos parâmetros de conforto.
Os resultados foram, de maneira geral, bastante parecidos com os
resultados obtidos no trabalho de Ladeia at al (2006). No trabalho de 2006 os
resultados também foram em sua grande maioria abaixo do recomendado pela NBR
5314, com os mesmos pontos de pico, que são as regiões próximas de janelas,
como as regiões A e E. Também, assim como no trabalho de Ladeia at al (2006), o
Farol Albert Einstein foi o que teve os resultados mais satisfatórios quanto à
iluminância.
Como os Faróis possuem arquitetura e até mesmo quantidade e potência
das lâmpadas (com exceção do Farol Rocha Pombo) idênticas, a grande diferença
está na quantidade de cortinas e também no hábito de mantê-las abertas ou
fechadas.
54

5 CONCLUSÕES

Conclui-se, com esses cinco resultados, que apesar de ter uma arquitetura
idêntica, os Faróis podem ter resultados bem diferentes quanto à iluminação. Isso
ocorre pelo hábito de manter ou não as cortinas abertas, pelas posições das árvores
que possam fazer sombra, além de detalhes como o tipo e a potência das lâmpadas
e se elas estão queimadas ou desligadas. Apesar de diferentes, os resultados foram
pouco satisfatórios na maioria dos Faróis, com poucos pontos dentro do
recomendado pelas normas ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 e ABNT NBR
5413:1992.
Sugere-se, então, no caso dos Faróis com resultados não satisfatórios,
primeiramente uma mudança bastante simples de hábitos. Instruir as funcionárias do
local sobre a importância da iluminação natural para esse tipo de ambiente e a
deixar as cortinas abertas, principalmente nos dias mais nublados ou de chuva, com
pouca incidência solar. Apenas essa mudança traria resultados diferentes para os
períodos da manhã e da tarde.
No período noturno, as possíveis soluções não são tão simples. As cores
das paredes poderiam ser alteradas para uma cor mais clara, com maior índice de
refletância, porém, isso alteraria bastante a arquitetura e a marca do lugar (com as
cores vermelho, amarelo e azul escuros). Por isso, uma possível solução seria
alterar a cor do piso do pavimento superior, que obteve valores de iluminância mais
baixos, para uma cor mais clara.
Outra solução que traria melhores resultados em todos os períodos do dia e
para todos os pavimentos, além de uma posterior economia em energia e em
manutenção seria a troca das lâmpadas atuais por modelos de lâmpadas de LED
com maior eficiência luminosa que as atuais. Apesar do investimento inicial para a
troca ser mais alto, essas lâmpadas, além de mais econômicas (consumo de energia
equivalente a menos da metade das lâmpadas fluorescentes), possuem uma vida
útil cerca de 300% maior que as fluorescentes (PHILIPS, 2016), o que geraria
também um menor gasto de manutenção com as trocas de lâmpadas, que segundo
relatos das funcionárias é bastante frequente e leva bastante tempo até a lâmpada
queimada ser substituída. Uma sugestão seria uma troca gradual das lâmpadas
atuais por lâmpadas LED com potência superior.
55

REFERÊNCIAS

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Interiores, 1992.

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58

Anexo A

Análise ergonômica, do nível de ruído e iluminação, que beneficie as bibliotecas ‘Farol do Saber’, na cidade de
Curitiba.
Planilha Padrão Medição - Projeto Final 2
Aspecto Analizado: Iluminação
Farol:
End.:
Horário: Data:___________

Medição
Região Ponto Observações
(Lux)
1
A 2
3
1
B 2
3
1
C 2
3
1
D 2
3
1
E 2
3
1
F 2
3
1
G 2
3

Todas as cortinas estão abertas? Sim Não Quais?____________________________


Condição do Tempo? Sol Chuva Outro? ____________________________

Observações Gerais:

Fonte: LADEIA et al. (2006).

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