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I. Introdução
II. O impacto das transformações culturais de hoje sobre o significado da salvação cristã
3. O Santo Padre Francisco, no seu magistério ordinário, referiu-se muitas vezes a duas
tendências que representam os dois desvios antes mencionados, e que se assemelham em alguns
aspectos a duas antigas heresias, isto é, o pelagianismo e o gnosticismo. 4 Prolifera em nossos
tempos um neo-pelagianismo em que o homem, radicalmente autônomo, pretende salvar-se a si
1
CONC. ECUM. VAT. II, Const. dogm. Dei Verbum, n. 2.
2
Cf. CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ, Decl. Dominus Iesus (6 de agosto de 2000), nn. 5-8: AAS 92 (2000),
745-749.
3
Cf. FRANCISCO, Exort. apost. Evangelii gaudium (24 de novembro de 2013), n. 67: AAS 105 (2013), 1048.
2
mesmo sem reconhecer que ele depende, no mais profundo do seu ser, de Deus e dos outros. A
salvação é então confiada às forças do indivíduo ou a estruturas meramente humanas, incapazes
de acolher a novidade do Espírito de Deus.5 Um certo neo-gnosticismo, por outro lado, apresenta
uma salvação meramente interior, fechada no subjetivismo.6 Essa consiste no elevar-se «com o
intelecto para além da carne de Jesus rumo aos mistérios da divindade desconhecida». 7 Pretende-
se, assim, libertar a pessoa do corpo e do mundo material, nos quais não se descobrem mais os
vestígios da mão providente do Criador, mas se vê apenas uma realidade privada de significado,
estranha à identidade última da pessoa e manipulável segundo os interesses do homem. 8 Por
outro lado, é claro que a comparação com as heresias pelagiana e gnóstica pretende somente
evocar traços gerais comuns, sem entrar, nem fazer juízos, sobre a natureza destes erros antigos.
De fato, a diferença entre o contexto histórico secularizado de hoje e o contexto dos primeiros
séculos cristãos, nos quais estas heresias nasceram, é grande. 9 Todavia, enquanto o gnosticismo e
o pelagianismo representam perigos perenes de equívocos da fé bíblica, é possível encontrar uma
certa familiaridade com os movimentos de hoje apenas referidos acima.
4
Cf. ID., Carta enc. Lumen fidei (29 de junho de 2013), n. 47: AAS 105 (2013), 586-587; Exort. apost. Evangelii
gaudium, nn. 93-94: AAS (2013), 1059; Discurso aos representantes do V Congresso nacional da Igreja italiana,
Florença (10 de novembro de 2015): AAS 107 (2015), 1287.
5
Cf. ID., Discurso aos representantes do V Congresso nacional da Igreja italiana, Florença (10 de novembro de
2015): AAS 107 (2015), 1288.
6
Cf. ID., Exort. apost. Evangelii gaudium, n. 94: AAS 105 (2013), 1059: «o fascínio do gnosticismo, uma fé
fechada no subjetivismo, onde apenas interessa uma determinada experiência ou uma série de raciocínios e
conhecimentos que supostamente confortam e iluminam, mas, em última instância, a pessoa fica enclausurada na
imanência da sua própria razão ou dos seus sentimentos»; PONTÍFICIO CONSELHO PARA A CULTURA –– PONTIFÍCIO
CONSELHO PARA O DIÁLOGO INTE-RELIGIOSO, Jesus Cristo, portador da água viva. Uma refelexão cristã sobre a
“New Age” (janeiro de 2003), Cidade do Vaticano 2003.
7
FRANCISCO, Carta enc. Lumen fidei, n. 47: AAS 105 (2013), 586-587.
8
Cf. ID., Discurso aos participantes da peregrinação da diocese de Brescia (22 de junho de 2013): AAS 95 (2013),
627: «neste mundo onde nega-se o homem, onde se prefere andar na estrada do gnosticismo, [...] do “sem carne” –
um Deus que não se fez carne [...]».
9
De acordo com a heresia Pelagiana, desenvolvida durante o século V ao redor de Pelágio, o homem, para cumprir
os mandamentos de Deus e ser salvo, precisa da graça apenas como um auxílio externo à sua liberdade (como luz,
exemplo, força), mas não como uma sanação e regeneração radical da liberdade, sem mérito prévio, para que ele
possa realizar o bem e alcançar a vida eterna.
Mais complexo é o movimento gnóstico, surgido nos séculos I e II, que manifestou-se de formas muito
diferentes. Em geral, os gnósticos acreditavam que a salvação é obtida através de um conhecimento esotérico ou
"gnose". Esta gnose revela ao gnóstico sua essência verdadeira, isto é, uma centelha do Espírito divino que habita
em sua interioridade, que deve ser libertada do corpo, estranho à sua verdadeira humanidade. Somente assim o
gnóstico retorna ao seu ser originário em Deus, de quem ele afastou-se pela queda original.
3
nesta ordem graças ao dom do seu Espírito, para que possamos unir-nos ao Pai como filhos no
Filho, e formar um só corpo no «primogênito de muitos irmãos» (Rom 8,29).
5. O homem percebe, direta ou indiretamente, de ser um enigma: eu existo, mas quem sou eu?
Tenho em mim o princípio da minha existência? Toda pessoa, a seu modo, procura a felicidade e
tenta alcançá-la recorrendo aos meios disponíveis. No entanto, esse desejo universal não é
necessariamente expresso ou declarado; ao contrário, esse é mais secreto e oculto do que parece,
e está pronto a revelar-se diante de situações específicas. Com frequência, tal desejo coincide
com a esperança da saúde física, às vezes assume a forma de ansiedade por um maior bem-estar
econômico, mais difusamente expressa-se através da necessidade de uma paz interior e de uma
convivência pacífica com o próximo. Por outro lado, enquanto o desejo de salvação se apresenta
como um compromisso na direção de um bem maior, esse conserva também uma característica
de resistência e de superação da dor. Ao lado da luta pela conquista do bem se coloca a luta de
defesa do mal: da ignorância e do erro, da fragilidade e da fraqueza, da doença e da morte.
7. Além disso, è necessário afirmar que, segundo a fé bíblica, a origem do mal não se encontra
no mundo material e corpóreo, experimentado como um limite e como uma prisão da qual
deveríamos ser salvos. Pelo contrário, a fé proclama que o mundo inteiro é bom, enquanto criado
por Deus (cf. Gen 1,31; Sab 1,13-14; 1Tim 4,4), e que o mal que mais prejudica o homem é
aquele que provém do seu coração (cf. Mt 15,18-19; Gen 3,1-19). Pecando, o homem abandonou
a fonte do amor, e se perde em falsas formas de amor, que o fecham cada vez mais em si mesmo.
É esta separação de Deus – isto é, Daquele que é fonte de comunhão e de vida – que leva à perda
de harmonia entre os homens e dos homens com o mundo, introduzindo a desintegração e a
morte (cf. Rom 5,12). Consequentemente, a salvação que a fé nos anuncia não diz unicamente
respeito à nossa interioridade, mas ao nosso ser integral. De facto, é a pessoa inteira, em corpo e
alma, criada pelo amor de Deus à sua imagem e semelhança, que é chamada a viver em
comunhão com Ele.
10
Cf. TOMÁS, Summa theologiae, I-II, q. 2.
11
Cf. AGOSTINHO, Confissões, I, 1: Corpus Christianorum, 27,1.
12
CONC. ECUM. VAT. II, Const. past. Gaudium et spes, n. 22.
13
COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL, Algumas questões sobre a teologia da redenção, 1995, n. 2.
4
8. Em nenhum momento do caminho do homem, Deus deixou de oferecer a sua salvação aos
filhos de Adão (cf. Gen 3,15), estabelecendo uma Aliança com todos os homens em Noé (cf. Gen
9,9) e, mais adiante, com Abraão e a sua descendência (cf. Gn 15,18). Assim, a salvação divina
assume a ordem da criação compartilhada por todos os homens e percorre os seus caminhos
concretos na história. Escolhendo para Si um povo, a quem ofereceu os meios para lutar contra o
pecado e para se aproximar Dele, Deus preparou a vinda de «um poderoso Salvador, na casa de
David, seu servidor» (Lc 1,69). Na plenitude dos tempos, o Pai enviou ao mundo seu Filho, o
qual anunciou o reino de Deus, curando todo tipo de doenças (cf. Mt 4,23). As curas realizadas
por Jesus, através das quais se tornava presente a providência de Deus, eram um sinal que se
referia à sua pessoa, Àquele que se revelou plenamente como Senhor da vida e da morte no
acontecimento pascal. Segundo o Evangelho, a salvação para todos os povos começa com o
acolhimento de Jesus: «Hoje veio a salvação a esta casa» (Lc 19,9). A Boa Nova da salvação tem
um nome e um rosto: Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador. «No início do ser cristão, não há uma
decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que
dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo».14
9. Ao longo da sua tradição secular, a fé cristã tornou presente, através de muitas figuras, a obra
salvífica do Filho encarnado. Fê-lo sem nunca separar o aspecto regenerador da salvação, no qual
Cristo nos resgata do pecado, do aspecto da elevação, pelo qual Ele nos faz filhos de Deus,
participantes da sua natureza divina (cf. 2 Pe 1,4). Considerando a perspectiva salvífica no seu
significado descendente, isto é, a partir de Deus que vem para resgatar os homens, Jesus é
iluminador e revelador, redentor e libertador; Aquele que diviniza o homem e o justifica.
Assumindo a perspectiva ascendente, isto é, a partir dos homens que se dirigem a Deus, Ele é
Aquele que, como Sumo Sacerdote da Nova Aliança, oferece ao Pai o culto perfeito em nome
dos homens: se sacrifica, repara os nossos pecados e permanece sempre vivo para interceder a
nosso favor. Desta forma, verifica-se na vida de Jesus uma sinergia maravilhosa do agir divino
com o agir humano, que mostra a falta de fundamento de uma perspectiva individualista. Assim,
por um lado, o sentido descendente testemunha a primazia absoluta da acção gratuita de Deus; a
humildade em receber os dons de Deus, antes mesmo do nosso agir, é essencial para poder
responder ao seu amor salvífico. Por outro lado, o sentido ascendente recorda-nos que, através do
agir plenamente humano de seu Filho, o Pai quis regenerar o nosso agir, para que, assemelhados
a Cristo, possamos realizar «as boas obras que Deus de antemão preparou para nelas
caminharmos» (Ef 2,10).
10. Para além disso, é claro que a salvação que Jesus trouxe na sua própria pessoa não se realiza
somente de modo interior. Assim, para poder comunicar a cada pessoa a comunhão salvífica com
Deus, o Filho se fez carne (cf. Jo 1,14). É exatamente assumindo a carne (cf. Rom 8,3; Heb 2,14;
1 Jo 4,2), e nascendo de uma mulher (cf. Gal 4,4), que «o Filho de Deus se fez filho do
homem»15 e, também, nosso irmão (cf. Heb 2,14). Assim, entrando a fazer parte da família
14
BENTO XVI, Carta enc. Deus caritas est (25 de dezembro de 2005), n. 1: AAS 98 (2006), 217; cf. FRANCISCO,
Exort. apost. Evangelii gaudium, n. 3: AAS 105 (2013), 1020.
15
IRINEU, Adversus haereses, III, 19,1: Sources Chrétiennes, 211, 374.
5
humana, «uniu-se de certo modo a cada homem»16 e estabeleceu uma nova ordem nas relações
com Deus, seu Pai, e com todos os homens, na qual podemos ser incorporados para participar na
sua própria vida. Consequentemente, assumir a carne humana, longe de limitar a acção salvífica
de Cristo, permite-Lhe mediar de maneira concreta a salvação de Deus com todos os filhos de
Adão.
12. O lugar onde recebemos a salvação trazida por Jesus é a Igreja, comunidade daqueles que,
tendo sido incorporados à nova ordem de relações inaugurada por Cristo, podem receber a
plenitude do Espírito de Cristo (cf. Rom 8,9). Compreender esta mediação salvífica da Igreja é
uma ajuda essencial para superar qualquer tendência reducionista. De fato, a salvação que Deus
nos oferece não é alcançada apenas pelas forças individuais, como gostaria o neo-pelagianismo,
mas através das relações nascidas do Filho de Deus encarnado e que formam a comunhão da
Igreja. Além disso, uma vez que a graça que Cristo nos oferece não é, como afirma a visão neo-
gnóstica, uma salvação meramente interior, mas que nos introduz nas relações concretas que Ele
mesmo viveu, a Igreja é uma comunidade visível: nela tocamos a carne de Jesus, de maneira
singular nos irmãos mais pobres e sofredores. Enfim, a mediação salvífica da Igreja, «sacramento
universal de salvação»,19 assegura-nos que a salvação não consiste na auto-realização do
indivíduo isolado, e, muito menos, na sua fusão interior com o divino, mas na incorporação em
uma comunhão de pessoas, que participa na comunhão da Trindade.
13. Tanto a visão individualista como a visão meramente interior da salvação contradizem a
economia sacramental, através da qual Deus quis salvar a pessoa humana. A participação, na
16
CONC. ECUM. VAT. II, Const. past. Gaudium et spes, n. 22.
17
Cf. AGOSTINHO, Tractatus in Ioannem, 13, 4: Corpus Christianorum, 36, 132: «Eu sou o caminho, a verdade e a
vida (Jo 14, 6). Se você busca a verdade, siga o caminho; porque o caminho é o mesmo que a verdade. A meta que
se busca e o caminho que se deve percorrer, são a mesma coisa. Não se pode alcançar a meta seguindo um outro
caminho; por outro caminho não se pode alcançar a Cristo: a Cristo se pode alcançar somente através de Cristo. Em
que sentido se chega a Cristo através de Cristo? Se chega a Cristo Deus através de Cristo homem; por meio do
Verbo feito carne se chega ao Verbo que era no princípio Deus junto a Deus.
18
TOMÁS, Quaestio de veritate, q. 29, a. 5, co.
19
CONC. ECUM. VAT. II, Const. dogm. Lumen gentium, n. 48.
6
Igreja, à nova ordem de relações inauguradas por Jesus realiza-se por meio dos sacramentos,
entre eles, o Baptismo que é a porta,20 e a Eucaristia que é fonte e culmine. 21 Assim, se vê, a
inconsistência das pretensões de auto-salvação, que contam apenas com as forças humanas. Pelo
contrário, a fé confessa que somos salvos por meio do Baptismo, que imprime o caráter indelével
de pertencer a Cristo e à Igreja, do qual deriva a transformação do nosso modo concreto de viver
as relações com Deus, com os homens e com a criação (cf. Mt 28,19). Assim, purificados do
pecado original e de todo pecado, somos chamados a uma nova vida em conformidade com
Cristo (cf. Rom 6,4). Com a graça dos sete sacramentos, os crentes continuamente crescem e se
regeneram, sobretudo, quando o caminho se torna mais difícil e as quedas não faltam. Quando
eles pecam, abandonam o amor por Cristo, podendo ser reintroduzidos, por meio do sacramento
da Penitência, à ordem das relações inaugurada por Jesus, para caminhar como Ele caminhou (cf.
1 Jo 2,6). Desta forma, olhamos com esperança para o juízo final, no qual cada pessoa será
julgada pelo amor (cf. Rm 13,8-10), especialmente pelos mais fracos (cf. Mt 25,31-46).
14. A economia salvífica sacramental opõe-se ainda às tendências que propõem uma salvação
meramente interior. De facto, o gnosticismo está associado a um olhar negativo sobre a ordem da
criação, inclusive, como uma limitação da liberdade absoluta do espírito humano.
Consequentemente, a salvação é vista como libertação do corpo e das relações concretas que a
pessoa vive. Pelo contrário, como somos salvos «por meio da oferta do corpo de Jesus Cristo»
(Heb 10,10; cf. Col 1,22), a verdadeira salvação, longe de ser libertação do corpo, compreende
também a sua santificação (cf. Rom 12,1). O corpo humano foi modelado por Deus, que nele
inscreveu uma linguagem que convida a pessoa humana a reconhecer os dons do Criador e a
viver em comunhão com os irmãos.22 O Salvador restabeleceu e renovou, com a sua Encarnação
e o seu mistério pascal, esta linguagem originária, e comunicou-a na economia corporal dos
sacramentos. Graças aos sacramentos, os cristãos podem viver fielmente à carne de Cristo e,
consequentemente, em fidelidade à ordem concreta das relações que Ele nos deu. Esta ordem de
relações requer, de maneira especial, o cuidado pela humanidade sofredora de todos os homens,
através das obras de misericórdia corporais e espirituais.23
15. A consciência da vida plena, na qual Jesus Salvador nos introduz, impulsiona os cristãos à
missão de proclamar a todos os homens a alegria e a luz do Evangelho. 24 Neste esforço, eles
estarão também prontos para estabelecer um diálogo sincero e construtivo com os crentes de
outras religiões, na confiança que Deus pode conduzir à salvação em Cristo «todos os homens de
boa vontade, em cujos corações a graça opera ocultamente». 25 Ao dedicar-se com todas as suas
forças à evangelização, a Igreja continua a invocar a vinda definitiva do Salvador, porque «na
esperança fomos salvos» (Rom 8,24). A salvação do homem será plena somente quando, depois
de ter vencido o último inimigo, a morte (cf 1 Cor 15,26), participaremos plenamente da glória
de Cristo ressuscitado, que leva à plenitude a nossa relação com Deus, com os irmãos e com toda
20
Cf. TOMÁS, Summa theologiae, III, q. 63, a. 3.
21
Cf. CONC. ECUM. VAT. II, Const. dogm. Lumen gentium, n. 11; Const. Sacrosanctum Concilium, n. 10.
22
Cf. FRANCISCO, Carta enc. Laudato si’ (24 de maio de 2015), n. 155: AAS 107 (2015), 909-910.
23
Cf. ID., Carta apost. Misericordia et misera (20 de novembro de 2016), n. 20: AAS 108 (2016), 1325-1326.
24
Cf. JOÃO PAULO II, Carta enc. Redemptoris missio (7 de dezembro de 1990), n.40: AAS 83 (1991), 287-288;
FRANCISCO, Exort. apost. Evangelii gaudium, nn. 9-13: AAS 105 (2013), 1022-1025.
25
CONC. ECUM. VAT. II, Const. past. Gaudium et spes, n. 22.
7
a criação. A salvação integral, da alma e do corpo, é o destino final ao qual Deus chama todos os
homens. Fundamentados na fé, sustentados pela esperança, operantes na caridade, seguindo o
exemplo de Maria, a Mãe do Salvador e a primeira dos que foram salvos, estamos certos de que
nossa cidadania "está nos céus, de onde certamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.
Ele transfigurará o nosso pobre corpo, conformando-o ao seu corpo glorioso, com aquela energia
que o torna capaz de a si mesmo sujeitar todas as coisas"(Fil 3,20-21).
O Sumo Pontífice Francisco, no dia 16 de fevereiro de 2018, aprovou esta Carta, decidida na
Sessão Plenária desta Congregação no dia 24 de janeiro de 2018, e ordenou a publicação.
Dado em Roma, na Sede da Congregação para a Doutrina da Fé, no dia 22 de fevereiro de 2018,
Festa da Cátedra de São Pedro.
+ GIACOMO MORANDI
Arcebispo titular de Cerveteri
Secretário