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A QUESTÃO DA CRIANÇA EM O ILUMINADO, DE STEPHEN KING

Mateus André Felipe dos Santos Alves1


Alexander Meireles da Silva2

Resumo: Até o século XVII a morte de crianças por doenças, acidentes ou outros eventos era
visto com o mesmo valor da morte de um animal. Com diversas mudanças sociais,
econômicas, religiosas e educacionais a criança gradativamente deixa de ser considerada um
adulto em miniatura, ou um ser sem valor e começa a ser entendida como um ser de
necessidades diferentes. No início do século XX, com a chegada das ciências como a
Psicanálise, a Pediatria e a Psicologia a concepção de infância, como coloca Philippe Ariès, se
torna mais complexa, abrindo espaço para estudos sobre o processo de desenvolvimento. Tal
quadro ganhou uma nova dimensão após os anos sessenta quando a figura paterna passa a
participar de forma efetiva e constante na educação dos filhos; papel este reservado
anteriormente a mãe. Neste contexto o proposto artigo vinculado ao programa PIVIC “Faces
da escuridão: o Gótico na contemporaneidade” pretende analisar e apresentar o conceito e o
valor da criança inserida na família moderna por meio da sua representação na Literatura
Contemporânea. Para isso serão feitas breves comparações entre a família de séculos passados
e a contemporânea a partir do imaginário infantil conforme apresentado pelo escritor norte-
americano Stephen King em sua obra O Iluminado. A metodologia utilizada será a pesquisa
bibliográfica.
Palavras-chave: Infância; Stephen King; Literatura Gótica

Algo bastante novo que surgiu em nossa sociedade é a questão da infância, onde em
meados do século XVII a criança inicia a conquista pelo certo destaque na sociedade, no
mesmo século como aponta (ARIÈS, 2006, p. 171) destacava-se a visão social de que, dada a
sua fragilidade, não se deveria perder muito tempo com elas, uma mentalidade chocante na
sociedade contemporânea. Dentro disso, percebe-se que devido aos processos históricos,
diversas mudanças sociais, econômicas, religiosas e educacionais, a criança gradativamente
deixa de ser considerada um adulto em miniatura, ou seja, um individuo valorativamente
menor, passando a ser compreendida de forma diferenciada.
Como sempre, a Arte capturou o seu zeitgeist evidenciado na representação da criança
nas pinturas e na arte plástica. Antes as crianças apareciam juntamente com a sua família, ou
1
Graduando do curso de Letras da Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão e bolsista do PIVIC: Faces
da escuridão: o Gótico na contemporaneidade. E-mail: mateusdre@hotmail.com
2
Professor Adjunto do curso de Letras da Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão e orientador do
projeto PIVIC: Faces da escuridão: o Gótico na contemporaneidade. E-mail: prof.alexms@gmail.com

Texto recebido em 28/08/2010; aprovado em 07/09/2010


A Revisão ortográfica e gramatical do texto é de responsabilidade dos autores

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simplesmente mortas. “Norcret pintou o retrato emoldurado de duas criancinhas, mortas


muito novas. Inicialmente, portanto, a criança aparecia ao lado de seus pais nos retratos de
família (ARIÈS, 2006, p. 24)”. Além deste surgiram novos pintores nessa época como
apresenta Ariès. Rubens3 (1577-1640), Van Dyck4 (1599-1641), Franz Hals5 (1580/1585-
1666) e Phillipe de Champaigne6 (1602-1674). A maior parte pintava crianças dos burgueses
da época, e as famílias queriam possuir retratos de seus filhos, mesmo com a chegada da
fotografia no século XIX (ARIÈS, 2006, p. 25).

Assim, embora as condições demográficas não tenham mudado muito do


século XIII ao XVII, embora a mortalidade infantil se tenha-mantido num
nível muito elevado, uma nova sensibilidade atribuiu a esses seres frágeis e
ameaçados uma particularidade que antes ninguém se importava em
reconhecer: foi como se a consciência comum só então descobrisse que a
alma da criança também era imortal. É certo que essa importância dada à
personalidade da criança se ligava a uma cristianização mais profunda dos
costumes. (ARIÈS, 2006, p. 25).

A questão bem marcante é o inicio da vida adulta, fase imediatamente posterior da


infância, não existia a adolescência. Luís XIII, por exemplo, teve sua primeira relação sexual
aos 14 anos e dois meses com a sua esposa e o casamento de uma menina de 13 anos era
comum. Mesmo as brincadeiras e assuntos voltados para o questões da sexualidade era
corriqueiro na época, encarado com naturalidade e não chocava a sociedade. Isso no século
XVII (ARIÈS, 2006, p. 77).
As novas características dos valores da criança, foram a atenção e preocupação por
parte dos moralistas, como no Regulamento para as crianças de Port-Royal7 de Jacqueline

3
RUBENS, Petrus Paulus. Siegen, Vestfália, 1577 - Antuérpia 1640, pintor flamengo. Trabalhou para os
Gonzaga, o arquiduque Alberto, Maria de Medici (para quem realizou uma série de quadros, 1622-1625,
atualmente no Louvre), Chefe de um importante ateliê em Antuérpia, afirmou a sua personalidade num estilo
arrebatado e colorido, tão expressivo na plenitude sensual como na violência, o que correspondia ao gosto da
Contra-Reforma. (LAROUSSE, p.1709)
4
VAN DYCK ou VAN DIJCK, Antoon ou AnthonieAntuérpia. 1599 - Londres 1641, pintor flamengo. Depois
de trabalhar com Rubens (c.1618-1621) e em Gênova, voltou a Antuérpia (pinturas religiosas, retratos); em
1632, tornou-se pintor de Carlos I e da corte da Inglaterra. Notabilizou-se pelos retratos. (LAROUSSE, p. 1810)
5
HALS, Frans. Antuérpia c.1580/1585 - Haarlem 1666, pintor holandês. Autor de retratos e de cenas de gênero,
radicou-se em Haarlem, onde estão conservadas as suas obras-primas (museu Frans Hals), do jovial O banquete
dos oficiais da milícia de são Jorge (1616) até Osregentes do asilo dos idosos, cáustico e vingativo (1664). Sua
audácia técnica e sua pincelada livre influenciaram artistas do séc. XIX, como Manet.Louvre, Paris.
(LAROUSSE, p. 1425)
6
CHAMPAIGNE, Philippe de. Bruxelas 1602 - Paris 1674, pintor francês de origem brabantina. Um dos
grandes expoentes do Classicismo, é autor de retratos (Richelieu; Jansenistas e religiosas de Port Royal) e
quadros religiosos. (LAROUSSE, p.1257)
7
Abadia francesa de religiosas cistercienses fundada em 1204 nos arredores de Paris. No séc. XVII, foi
reformada e transferida para Paris (1625) e depois demolida (1710). Foi um foco jansenista e ativo centro cultura
(LAROUSSE, p.1664)

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Pascal (1625-1661). Deste modo, inicia-se os cuidados voltado para as crianças, no qual os
adultos tem o dever de vigiá-las, e sendo assim feito com afinidade e dedicação, pois a criança
depende dos cuidados do adultos. Tais recomendações, que seriam de uso geral para
compreendermos este processo, mas a intenção maior era evitar a promiscuidade nos
internatos jesuítas, nas escolas de Port-Royal, colégios da França e na Inglaterra acarretando
má reputação (ARIÈS, 2006, p. 88). Outras circunstancias encontradas se relacionam a
repressão a certas leituras encontrados no livro La Civilité Nouvelle, de Courtin (1622-1685),
de 1671 onde as crianças não eram recomendadas a dormir na mesma cama com adultos,
evitando-se que as mesmas fossem levadas a adquirirem comportamentos inadequados e
alheios a sociedade. Na questão da leitura onde se deveriam ler livros, que trouxesse alguma
pureza na linguagem estimulando assim a mentalidade das crianças da época. Já, São João
Batista de La Salle8 (1651-1719), no início do século XVIII criticava a arte, os espetáculos
como comédias, bailes, era permitido somente jogos educativos. (ARIÈS, p. 89).
Juntamente com os temas levantados, sobre as crianças surgem dois sentimentos da
infância, que seria a “paparicação”, ele surge devido a delicadeza infantil, a beleza, a graça,
todo aquele encantamento que envolvia os adultos. De início esse sentimento era pertencente
às mulheres, encarregadas de cuidarem das crianças, mães ou amas. O outro sentimento é o
oposto a este, é o apego, como Montaigne9 (1533-1592) que não admitia o seu amor pelas
crianças, não gosta de ver os adultos beijarem os recém nascidos, pois sua concepção sobre a
criança é que ela não possuía alma e nem um corpo que possa tornar amável, dizia também
que certos adultos perdem muito tempo com as crianças. (ARIÈS, p. 101-104) Quem se opõe
a essa ideia é a marquesa de Sévigné10 escritora francesa, em uma de suas cartas enviadas a
sua filha Madame de Grignan (1646-1705):

Estou lendo a história da descoberta das Índias por Cristóvão Colombo, que
me diverte imensamente; mas vossa filha me distrai ainda mais. Eu a amo

8
João Batista de la Salle (são), Reims 1651 - Rouen 1719, padre francês. Fundou o Instituto dos Irmãos das
Escolas Cristãs (1682), dedicado à educação de crianças pobres. Foi um dos precursores da pedagogia moderna.
(LAROUSSE, p. 1472)
9
MONTAIGNE, Michel Eyquem de, castelo de Montaigne, hoje comn. de Saint-Michel-de-Montaigne,
Dordonha, 1533 - id. 1592, escritor francês. Desde 1572 consagrou-se à redação dos seus Ensaios, obra que foi
enriquecendo até a morte, em que propunha um equilíbrio moral baseado na prudência e tolerância e com a qual
configurou o gênero ensaístico na Europa. Filosoficamente, professou um ceticismo moderado e crítico.
(LAROUSSE p.1579)
10
SÉVIGNÉ, marquesa de (Marie de Rabutin-Chantal), Paris 1626 - Grignan 1696, escritora francesa. Durante
mais de 30 anos escreveu cartas, em sua maioria destinadas à filha, Madame de Grignan (1646-1705). Escritas
sem o formalismo retórico do gênero, constituem um testemunho pitoresco dos costumes da época.
(LAROUSSE, p.1741)

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muito... Ela acaricia vosso retrato e o paparica de um jeito tão engraçado que
tenho de correr a beijá-la.". "Há uma hora que me distraio com vossa filha,
ela é encantadora." "Mandei cortar seus cabelos. Ela agora usa um penteado
solto. Esse penteado foi feito para ela. Sua tez, seu colo e seu corpinho são
admiráveis. Ela faz cem gracinhas, fala, faz carinho, faz o sinal da cruz, pede
desculpas, faz reverência, beija a mão, sacode os ombros, dança, agrada,
segura o queixo: enfim, ela é linda em tudo que faz. Divirto-me com ela
horas a fio". (ARIÈS apud Mme Sevigné, Lettres, 1671, p.101)

Com diversas transformações surgiu uma espécie de “quarentena”, antes da criança


adentrar no mundo dos adultos, antes vimos que a criança de uma certa idade já se tornava
adulto, essa “quarentena” é a educação. No final do século XVII essa educação por parte da
escola, seria a preparação para a vida, antes essa função substituiu a educação convencional, a
educação familiar e os moralistas da época impunham aos pais, que o mais cedo melhor era o
melhor para colocar os filhos na escola. Nos séculos XVIII e XIX houve o afastamento total
da criança no internato, privando a criança a liberdade que mantinha com os adultos (ARIÈS,
p. 194-195).
A criança passa a ser um elemento indispensável na vida cotidiana e ter o seu valor
dentro da família onde o adulto pensa em sua educação, e no seu futuro. O sentimento de casa
é outra face do sentimento de família, a partir do século XVIII, até o final do século XX
pouco se modificou. (ARIÈS, 2006, p. 189)
No século XX, com a entrada de novas ciências, como a Psicologia, Psicanálise,
Pediatria, abrem-se campos para o estudo do desenvolvimento infantil, onde a criança não é
mais vista, como um ser afastado das manifestações sexuais, sendo que ao nascer já carrega
consigo a presença da sexualidade, algo que antes era entendido que a sexualidade é somente
iniciada na puberdade, “Faz parte da opinião popular sobre a pulsão sexual que ela está
ausente na infância e só desperta no período da vida designado da puberdade. Mas esse não é
apenas um erro qualquer, e sim um equívoco de graves consequências” (FREUD, 1996, p.
163). O discurso de Freud (1856-1939) não chocou apenas a sociedade de sua época, mas sim
a sociedade contemporânea, seu trabalho foi de grande importância abrindo portas para
diversas ciências e expressões artísticas, como a Literatura.
Como proposto neste artigo, a partir deste ponto serão estabelecidas comparações
entre a família de séculos passados e a contemporânea a partir do imaginário infantil
conforme apresentado pelo escritor norte-americano Stephen King em sua obra O Iluminado
(1977). King se coloca hoje como um dos maiores representantes da Literatura Gótica atual,
tendo diversas obras suas adaptadas para o Cinema. Apesar de O Iluminado fazer parte desta
lista o objetivo principal nesse trabalho é analisar a obra literária.

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Costumeiramente a obra de King é classificada como Literatura de Massa devido a sua


prolífica a produção de Best-Seller. Mas como se define essa produção cultural? Segundo a
concepção de Muniz Sodré, em seu livro Best-Seller: A Literatura de mercado (1985),
existem algumas definições:

Vamos [...] adotar como representativas de fenômenos diferentes de


produção e reconhecimento de textos as expressões “literatura culta” e
“literatura de massa”. Como sinônimas desta última, poderemos usar
também as expressões best-seller e “folhetim”. São termos as vezes
intercambiáveis. Mas é evidente que uma obra de literatura culta pode
tornar-se um best-seller (isto é ter grande receptividade popular), assim
como um livro “de massa” pode ter sido escrito por alguém altamente
refinado em termos culturais e mesmo consumido por leitores cultos
(SODRÉ, p. 5-6)

Fica claro que Stephen King é um escritor de “Literatura de Massa,” pela sua grande
receptividade de suas obras, pelos recordes de vendas, mas nada que comprometa a sua
qualidade de seus trabalhos, novamente entrando na ideia de Muniz Sodré:

É importante ter em mente o seguinte: o circuito ideológico de uma obra não


se perfaz apenas em sua produção, mas inclui necessariamente o consumo.
Em outras palavras, para ser “artística”, ou “culta”, ou “elevada”, uma obra
deve ser também reconhecida como tal. Os textos que estamos habituados a
considerar cultos ou de grande alcance simbólico assim são
institucionalmente reconhecidos (por escolas ou quaisquer outros
mecanismos institucionais), e os efeitos desse reconhecimento realimentam a
produção. A literatura de massa, ao contrário, não tem nenhum suporte
escolar ou acadêmico: seus estímulos de produção e consumo partem do
jogo econômico da oferta e procura, isto é, do próprio mercado. A diferença
das regras de produção e consumo faz com que cada uma dessas literaturas
gere efeitos ideológicos diferentes.” (SODRÉ, p. 6)

Existem diversos autores, atualmente da literatura mundial que se encaixam na


definição de Best-Seller: Graciliano Ramos (Vidas secas); Emily Brontë (O morro dos ventos
uivantes), mas eles são intitulados de contribuidores para a dita “literatura culta” por outro
lado vemos escritores como Dan Brown (O símbolo perdido); Khaled Hosseini (O caçador de
pipas), entre outros autores.
Ao adentrarmos na obra de King, devemos entender a concepção de infância, pois é
um dos fatores mais abordados em sua obras literárias, em O Iluminado um romance
apresenta uma história de uma família nuclear composta de pai (John 'Jack' Daniel Torrance),
mãe (Wendy Torrance) e filho (Danny).

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O romance inicia-se com Jack em uma entrevista de emprego concorrendo uma vaga
temporária em um hotel afastado da cidade. “...disse Jack. — Para um empregado de
temporada de inverno, esta é a área mais importante de todas. Ir onde se concentra o
movimento, por assim dizer” (KING, 2005 p. 11). Esse hotel se chama Overlook, a fala que
segue abaixo é do entrevistador de Jack, o gerente do hotel (Ullman):

— O Overlook foi construído entre 1907 e 1909 - continuou Ullman. — A


cidade mais próxima é Sidewinder, a sessenta e cinco quilômetros a leste
daqui, em estradas que ficam fechadas por volta de fins de outubro ou
novembro até abril. Um homem de nome Robert Townley Watson, avô do
nosso gerente de suprimentos, construiu-o. Aqui já se hospedaram os
Vanderbilts, os Rockfellers, os Astors e os Du Ponts. Quatro presidentes já
ocuparam a suíte presidencial. Wilson, Harding, Roosevelt e Nixon. (KING,
2005, p.13)

Danny, um menino de cinco anos de idade: “...Só estava sentado ali, esperando o
Volkswagen sujo, os cotovelos enterrados nas coxas, e o queixo apoiado nas mãos, um
menino de cinco anos à espera do pai.” (KING, p.16). Uma criança que carrega marcas
psicológicas consigo, devido a conflitos:

As paredes do corredor de entrada eram esburacadas e rabiscadas. A escada


era íngreme e lascada. O prédio todo cheirava a mofo, e afinal de contas isto
não era lugar para Danny, depois de já ter morado numa casa arrumada e de
tijolos, em Stovington. As pessoas que moravam no terceiro, andar não eram
casadas, e apesar de isto não a aborrecer, suas brigas constantes e violentas
não a agradavam. Amedrontavam-na. O rapaz chamava-se Tom, e depois de
os bares estarem fechados, o casal voltava para casa e as brigas
começavam... O resto da semana, em comparação, era apenas uma
preliminar. Apesar de não serem nada engraçadas, Jack batizara as crises de
Brigas das Sextas-feiras. A moça — Elaine — por fim debulhava-se em
lágrimas, repetindo sempre: "Não, Tom. Não, por favor. Por favor, não". E
ele gritava. Chegaram, uma vez, a acordar Danny, e ele dormia como uma
pedra. Na manhã seguinte, Jack encontrou Tom de saída, e os dois
conversaram na calçada por algum tempo. Tom começou a vociferar, e Jack
disse-lhe uma meia dúzia de palavras. Tom limitou-se a balançar a cabeça
com raiva e foi embora. Jack falara em voz baixa, de modo. que Wendy não
pôde ouvir. Isto acontecera fazia uma semana ; as coisas melhoraram durante
alguns dias, mas depois do fim-de-semana, tudo voltou ao normal... Ou
melhor, ao anormal. Isso não era bom para a criança. (p.17)

Essa passagem é a lembrança da esposa de Jack, Wendy, que por um momento de


angústia lembrou desse acontecimento. Fica claro a influência negativa na criação de Danny,
por brigas de casais. Mas outro ponto ao se analisar é a atitude do seu pai, do Jack, que ao
mesmo tempo se iguala ao nível das pessoas, que não conseguem manter um equilíbrio,

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manter a calma, conter a ira, quando agride um aluno no colégio onde lecionava, George
Hatfield, segue a fala de Wendy para Danny:

...— Como nesse caso, meu bem. Papai bateu em George para fazê-lo parar
de cortar os pneus, e George bateu-lhe na cabeça. Então, os homens que
tomam conta da escola disseram que George não poderia mais voltar às aulas
e seu pai não poderia mais voltar a ensinar. (p.19)

Outra passagem de forte impacto sobre o leitor é a cena na qual Jack quebra o braço
do seu próprio filho, quando ele entra em seu escritório, pega a lata de cerveja que o pai havia
esquecido e derrama nos papéis:

...Danny entornara a cerveja em todas as páginas. Provavelmente para ver a


espuma. Ver a espuma, ver a espuma, as palavras brincavam em sua mente
como uma corda partida de um piano desafinado. Tudo isso aumentava sua
raiva. Deu um passo deliberado em direção ao filho de três anos, que o
olhava com um sorriso de prazer; o prazer de haver concluído, com sucesso,
um trabalho no escritório do pai; Danny dissera alguma coisa quando ele
agarrou sua mão, dobrando-a para fazê-lo largar a borracha da máquina de
escrever e a lapiseira. Danny gritou um pouco... não... não... diga a verdade...
ele berrou. [...] Rodopiara Danny para espancá-lo; seus dedos grandes de
adulto cavando a pele do braço da criança, apertando seu pulso. O estalar do
osso quebrado não foi alto, não foi alto... foi muito alto, IMENSO. Som
suficiente para abrir uma fenda na névoa vermelha, como uma flecha...
deixando passar através de si uma nuvem escura de vergonha e remorso,
terror e convulsões da alma, ao invés da luz do sol. Um som claro, que trazia
de um lado o passado, e do outro, todo um futuro, som como o de um lápis
se partindo contra o joelho. Um momento de silêncio absoluto de um lado,
em respeito ao futuro que talvez estivesse começando agora. Ver a face de
Danny perdendo a cor e se tornar branca como cera, ver seus olhos, sempre
grandes, tornarem-se ainda maiores e ficarem vidrados. (p.20-21)

Percebe-se a maestria de King em sua retórica expressada na repetição de palavras


“ver a espuma”, “prazer”, e a confusão de ideias do narrador: “O estalar do osso quebrado não
foi alto, não foi alto... foi muito alto”.

Aristóteles (384-322a.C), vindo da periferia da Macedônia, torna se


professor de Alexandre, Grande. Tentando compreender as obras de arte de
sua época, fala aos alunos sobre “poietké”, termo onde a própria idéia de
poesia era compreendida como “arte poética”. A palavra arte (“tekhne”), por
sua vez, também tinha sido de produção que não fosse um “engenho natural”
— manual, industrial ou espiritual. À dança, à literatura, à música e à pintura
Aristóteles chamava “artes miméticas”. (CARA, 1989, p.9)

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Palavras perversas, cortantes, fundidas com o infantil, com o doce, o delicado, o


pueril, podemos denominar de balanço a junção do negro com o branco, da luz com a
escuridão, um jogo de transições, um compasso de ideias, algo que é visível em todo O
Iluminado, uma técnica utilizada para não extasiar o leitor, levando a ele temas tão distantes e
tão ligados ao mesmo tempo.
Algo bastante presente não somente nessa obra, mas em outras, é a questão do espaço,
como em Saco de Ossos (1998), onde o personagem principal (Michael Noonan) é um
escritor de best-seller, perde a sua esposa logo no início da trama, muda-se para uma cidade
pequena, reside em uma casa perto de um lago, torna-se amigo de uma divorciada (Mattie
Devore), essa mulher tem uma filha de três anos de idade, (Kira), que vive com ela em um
trailer. O personagem principal, se apaixona pela beleza de ambas. Essa personagem-criança
Kira tem poderes que a ligam ao adulto, uma ligação com o submundo, com as forças ocultas
que atormentam a casa de Noonam. Fica bastante clara a questão voltada para os locais, onde
em ambas as obras os personagens sofrem influências sobre tais lugares.
A criança, da fato, é um ser superior aos olhos de King, o seu principal foco, sabemos
que ele é um contribuidor da Literatura Gótica, mas King não é somente isso, ele vai além em
seus ideais, quebra paradigmas, adentra em questões pertinentes, sociológicas, filosóficas e
existências.
Principalmente na família moderna, a família de O Iluminado segue diversos
parâmetros da família a partir do século XVII como apresentado pelo teórico Áries, também é
adotado a questão do pai presente, algo que se iniciou no século XX, na época em que a obra
foi escrita.
Danny era a "menina dos olhos" de Jack desde o início. [...] Não se lembrava
de Danny ter algum dia vomitado a mamadeira sobre a camisa de Jack. Jack
conseguia fazê-lo comer depois que ela já tivesse desistido das tentativas, até
mesmo quando os dentes de Danny começaram a aparecer, causando-lhe
dores visíveis. Quando Danny tinha cólicas, ela precisava niná-lo durante
uma hora, até que ele ficasse quieto; mas bastava Jack tomá-lo nos braços,
dar duas voltas pelo quarto, e Danny adormecia com o dedo na boca.
Ele não se importava em trocar fraldas, até mesmo aquelas que chamava de
encomendas especiais. Sentava-se com Danny em seu Colo durante horas,
balançando-o, mexendo os dedos das mãos, fazendo caretas enquanto Danny
bisbilhotava seu nariz e morria de rir. Ele fazia as mamadeiras e dava na
hora certa e só se levantava depois do último arroto.
Levara Danny consigo no carro para comprar jornais, leite, ou pregos na loja
de ferragens, mesmo quando o filho ainda era bebê. Os dois foram juntos a
um jogo de futebol, quando Danny tinha apenas seis meses, e ficou quieto,
imóvel, sentado no colo do pai durante todo o jogo, enrolado num cobertor, e
uma pequena flâmula do time de Stovington presa no pulso gordinho.
Gostava da mãe, mas o pai era seu dengo. (p.43)

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Nessa passagem King aborda a parte branda de seu texto, dá a evidencia de que Jack é
um pai presente, tem seus defeitos, mas o autor apresenta também as suas qualidades, a
proximidade do ser humano, bem visível na narrativa.
O que vem a ser Iluminado para King? Na obra esse elemento cabe inicialmente ao
personagem Hallorann o cozinheiro do hotel Overlook. Na chegada da família ao hotel,
Hallorann, percebe que Danny possui o seu mesmo dom, Iluminado. Hallorann descobre o
apelido do menino, que somente a família conhece: “— Gosta de carneiro, doutor? —
perguntou Hallorann, sorrindo malicioso. [...] Por trás deles, Jack disse curioso: — Como
sabia que o chamávamos doutor?” (p. 58) Hallorann tenta definir essa luz:

— Muito bem — falou Hallorann. [...] — Você é iluminado, garoto. Mais do


que qualquer outro que já conheci em minha vida. E veja que vou completar
sessenta anos em janeiro próximo.
— Hum?
— Você é especial — disse Hallorann, voltando-se para ele. — Sempre
chamei isto de luz interior. Era como minha avó chamava, também. Ela
tinha. Costumávamos sentar na cozinha quando eu era um menino da sua
idade, e tínhamos longas conversas sem sequer abrir a boca.
— É mesmo?
Hallorann sorriu ao ver Danny boquiaberto, com uma expressão quase
faminta e disse:
—Venha e entre no carro comigo um pouco. Quero conversar com você. [...]
No carro, Hallorann dizia:
— Não se sente sozinho, pensando que é o único?
Danny, que estivera amedrontado e por vezes se sentira só, aquiesceu.
— Sou o único que o senhor já viu? — perguntou.
Hallorann riu e sacudiu a cabeça.
— Não, criança, não. Mas você é o mais iluminado.
— Há muitos, então?
— Não — disse Hallorann —, mas você realmente os ultrapassa. Uma
porção de gente tem um pouquinho dessa luz interior. Não sabem, mas
sempre aparecem com flores quando as esposas estão angustiadas com suas
menstruações, fazem boas provas na escola sem terem sequer estudado,
sentem as pessoas logo que chegam. Já topei com uns cinqüenta ou sessenta
indivíduos assim. Mas talvez só uma dúzia, contando minha avó, sabiam que
eram iluminados. (p. 62-63)

Segue a parte mais importante da obra na qual em poucas palavras Hallorann define o
que vem a ser Iluminado: “— O que você tem, filho, eu chamo de luz interior, a Bíblia chama
de visões, e há cientistas que chamam de premonição. Já li sobre isso, filho. Já estudei. Tudo
isso significa ver o futuro. Entende?” (p. 66) Essa luz é capaz de enxergar o futuro, passado e
presente, prever acontecimentos trágicos, o perigo, através de enigmas, visões, audições,
ocorre também a comunicação simultânea, telepática, Mas essa tal luz tem as suas

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delimitações, Hallorann diz: “...às vezes estas sensações não dão em nada. [...] Ninguém
acerta o tempo todo, com exceção talvez de Deus, lá no céu.” (p. 67)
Ser um Iluminado seria uma dádiva ou um peso a se carregar? Novamente abordando
essas questões pontuo, novamente com a frase de Hallorann: “— Sua mãe é um pouquinho
iluminada. Acho que todas as mães têm um pouco de luz, sabe? Pelo menos até os filhos já
estarem crescidos e responsáveis. Seu pai...” (p. 68) Fica em aberto a questão do perigo do pai
para essa família, Jack é corrompido pelas forças malignas do hotel, já tem uma tendência
para tal característica, isso foi evidenciado em seu caráter no início da obra, a questão de
quebrar o braço de seu filho de três anos de idade, de agredir um aluno no colégio, trabalhava
como professor. Podemos afirmar que o valor da criança O Iluminado de King é um fator
mais importante, pois a criança além de dialogar com os personagens ela dialoga com
elementos externos, ela tem uma capacidade imensa de prever o perigo, como se ela estivesse
sintonizada em frequências que os adultos tem dificuldades de adentrar, isso que Danny fez,
ele sabia de todos os perigos a serem enfrentados no hotel, pois o seu “amigo invisível” disse:

“...Às vezes, Tony me mostra placas e dificilmente consigo ler qualquer uma
delas.
— Quem é Tony? - perguntou Hallorann novamente.
— Mamãe e Papai dizem que ele é meu "amigo invisível" respondeu Danny,
recitando as palavras com cuidado. — Mas ele é verdadeiro mesmo. Pelo
menos, eu acho que é. Às vezes, quando me esforço para entender as coisas,
ele vem. E diz: "Danny, quero mostrar-lhe uma coisa. "E é como se eu
desmaiasse. Só que... tenho sonhos, como você disse. — Olhou para
Hallorann e engoliu. — Costumavam ser bons. Mas agora... não me lembro
da palavra que se usa para os sonhos que apavoram e fazem a gente chorar.
— Pesadelos? — perguntou Hallorann.
— Sim. Isso mesmo. Pesadelos.
— Com este lugar? Com o Overlook?
Danny olhou para o dedo novamente.
— Sim — sussurrou. Depois, começou a filar com voz estridente, olhando
para o rosto de Hallorann: — Mas não posso contar para meu pai, e você
também não pode! Ele precisa do emprego, pois foi o único que Tio AI
conseguiu para ele, e precisa terminar a peça, ou então pode começar a fazer
a Coisa Feia de novo, e eu sei o que é isto, é ficar embriagado, é exatamente
isso, é quando ele costumava se embriagar, e isto era uma Coisa Feia. —
Parou, quase chorando. (p. 65-66)

Em passagens anteriores Tony aparece para Danny e apresenta os perigos que irão
ocorrer no hotel Overlook, e mesmo assim há uma esperança por parte da criança, ele quer dar
uma outra chance ao seu genitor, como se fosse uma espécie de remissão. Acontece o inverso,
com a entrada da família nesse hotel, só há sofrimento, Jack volta a beber, Danny passa a ser
atormentado pelas forças malignas, Wendy a sua mãe fica em fora de sintonia com tais forças,

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A QUESTÃO DA CRIANÇA EM O ILUMINADO, DE STEPHEN KING - 74 -

mas mesmo assim em busca da paz. A luta da Luz (Danny, Wendy, Halloran) contra a
Escuridão (Jack, seres malignos do hotel, fantasmas, almas perdidas, topiarias que criam vida
e entre outra criaturas). Jack tenta matar a sua família, a qualquer custo dominado pelas forças
ocultas, Danny pede ajuda de Hallorann através da telepatia, ele está de férias em outra
cidade, em Flórida, Hallorann consegue chegar ao Overlook.
O narrador também passa a chamar Jack de “a coisa” dá de perceber a transformação
do personagem através do ambiente:

A coisa correu pelo porão e entrou no brilho amarelo pálido da sala da


fornalha. Babava de medo. Estivera tão perto, tão perto de arrebatar o
menino com seu poder terrível. Não poderia perder agora. Não podia
acontecer. Regularia a caldeira e depois castigaria o menino severamente. (p.
303)

Também pela fala de Wendy voltada a Hallorann:

— E se ele voltar?
— Seu marido?
— Ele não é Jack — murmurou Wendy. -— Jack está morto. Este lugar o
matou. Este maldito lugar. (p. 302-303)

O desfecho para todos os seres e todo o hotel: “As palavras transformaram-se em um


grito de triunfo, e o grito foi engolido no estrondo da explosão da caldeira do Overlook.” (p.
304).
Depois da tempestade vem a “calmaria”, a obra apresenta um epílogo, onde Danny e
Wendy a sua mãe vai ao estabelecimento de Hallorann Hospedaria Red Arrow, nisso
Hallorann indaga Wendy:

— E os sonhos que ele tem tido?


— Tem melhorado — disse Wendy. — Só um esta semana. Costumava ser
toda noite, às vezes duas ou três vezes. As explosões. Os arbustos. E
principalmente... você sabe.
— Sim. Ele vai melhorar, Wendy.
Ela olhou para ele.
— Vai? Não sei.
Hallorann meneou a cabeça. (p. 310)

Fica a marca na criança, e uma certa culpa da morte de seu pai, por ter falhado e não
ter ouvido Tony, o diálogo é de Hallorann e Danny pescando no lago:

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- 75 - Mateus André Felipe dos Santos Alves; Alexander Meireles da Silva

Hallorann pôs a mão no cabelo louro-avermelhado do menino e o sacudiu.


[...]
Ficaram calados durante muito tempo, observando a calmaria, e Hallorann
apenas pensando. Quando olhou de volta para Danny, viu que os olhos do
garoto estavam cheios de lágrimas. Abraçando-o, disse.
— O que é isso?
— Nada — sussurrou Danny.
— Está com saudade de seu pai, não está?
Danny meneou a cabeça.
— Você sempre sabe. - Uma lágrima rolou do olho direito. - Não podemos
ter segredos - concordou Hallorann. — É assim mesmo.
Olhando para a vara, Danny disse:
— Às vezes, ficou pensando que seria melhor se fosse comigo. Foi minha
culpa. Toda minha.
— Você não gosta de falar nisso na frente de sua mãe, não é? — Não. Ela
quer esquecer o que aconteceu. Eu também, mas...
— Mas não consegue.
— Não.
— Quer chorar?
O menino tentou responder, mas as palavras foram engolidas por um soluço.
Encostou a cabeça no ombro de Hallorann e chorou, as lágrimas agora
lavando seu rosto. Hallorann segurou-o sem dizer nada. O menino teria que
derramar suas lágrimas várias vezes, ele sabia; e Danny tinha sorte em ser
jovem ainda para poder chorar. As lágrimas que curam são também lágrimas
que escaldam e castigam. (p. 311-312)

Considerações finais:

Restam sequelas físicas e psicológicas em tais personagens, principalmente no


personagem central da obra, Danny Torrance. Em virtude disso, em 2009 Stephen King
anunciou que escreverá a sequencia de O Iluminado, contará a história de Danny com 40 anos
de idade, sendo um adulto marcado pelo que ocorreu em sua infância.
Uma das propostas desse trabalho foi fazer um percurso da obra literária de Stephen
King O Iluminado, levando em conta a questão da criança, abordando os elementos históricos,
posteriormente a teoria literária, a proposta não foi adentrar em temas da Psicanálise, percebe-
se que a obra é rica nesses conceitos, em outros trabalhos poderão ser apresentado essas
perspectivas. Neste sentido, imagino que esse trabalho abra campo para estudos posteriores,
visto que existe uma escassez de pesquisas na área da literatura gótica contemporânea,
principalmente pesquisas relacionadas aos trabalhos de Stephen King.

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Referências bibliográficas:

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Trad. Dora Flaksman. 2ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2006.

CARA, Salete de Almeida. Cap. 2 Poietké: Duas visões estéticas. In: ______A poesia lírica.
3ed. São Paulo: Ática, 1989. (Série Princípios 20).

DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO LAROUSSE, São Paulo: Larousse do


Brasil, 2007.

FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a sexualidade. In: ______ Obras completas. Vol. VII.
Rio de Janeiro: Imago, 1996.

KING, Stephen. O iluminado. Trad. Betty Ramos de Albuquerque. Rio de Janeiro: Objetiva,
2005.

SODRÉ, Muniz. Best-Seller: A literatura de mercado. São Paulo: Ática, 1985. (Série
Princípios; 14)

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