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Os elementos de liga são utilizados para atuar sobre as linhas de transformação no diagrama
Fe – Fe3C, sob 3 aspectos:
efeito sobre a temperatura e composição do eutetóide;
efeito sobre o campo austenítico.
Após atuar sobre as linhas de transformação no diagrama Fe – Fe3C, os efeitos esperados pela
adição dos elementos de liga são:
aumentar a resistência mecânica e a dureza;
diminuir peso;
aumentar resistência à corrosão, ao calor e ao desgaste;
melhorar propriedades elétricas, magnéticas, etc.
TRATAMENTOS TÉRMICOS
Objetivos:
remoção de tensões ;
aumento ou diminuição de dureza ;
aumento da resistência mecânica, ao desgaste, a corrosão e ao calor ;
melhora da ductilidade e usinabilidade ;
melhora das propriedades de corte, elétricas e mecânicas;
Parâmetros importantes:
aquecimento (tempo e velocidade) ;
tempo de permanência ;
taxa de resfriamento (velocidade e
meio) ;
Atmosfera.
NORMALIZAÇÃO
Objetivos: A diferença principal entre peças recozidas e
normalizadas é que as peças recozidas têm propriedades
(ductilidade e usinabilidade) uniformes através de todo o
seu volume enquanto que as peças normalizadas poderão ter propriedades não uniformes.
Isto se dá porque no recozimento pleno, toda a peça fica exposta ao ambiente controlado do
forno durante o resfriamento.
Processo: As peças são aquecidas até total austenitização. A seguir, são resfriadas ao ar.
TÊMPERA + REVENIMENTO
Objetivos: Resfriamento rápido, objetivando o
aumento da dureza, da resistência ao desgaste, à
tração e diminuição da ductilidade.
Processo: As peças são aquecidas até total
austenitização. A seguir, são resfriadas rapidamente
(em água ou óleo). A transformação microestrutural é
instantânea de austenita para martensita. Para evitar a
fragilização do material é necessário um novo
aquecimento para aliviar as tensões causadas pela
formação da martensita.
AUSTÊMPERA
Objetivos: Formar bainita diretamente da
austenita a temperatura bem mais alta que a da
martensita, gerando menores tensões internas,
distorções, empenamentos ou fissuras.
Processo: As peças são aquecidas até total
austenitização. A seguir, resfriamento em banho
mantido a uma temperatura constante,
geralmente entre 260° 400°C. Permanência no
banho a essa temperatura para que a
transformação da austenita em bainita seja
obtida isotermicamente.
MARTÊMPERA
Objetivos: Tratamento usado, principalmente, para
diminuir a distorção ou empenamento que se produz
com o resfriamento rápido de peças de aço.
Processo: As peças são aquecidas até total
austenitização. A seguir, resfriamento em óleo
quente ou sal fundido, mantido a temperatura
ligeiramente acima da faixa martensítica . Manutenção no meio de resfriamento, até que a
temperatura através de toda secção se torne uniforme.
TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
Visam o endurecimento dos aços pela modificação parcial de sua composição química
nas secções que se deseja endurecer. Pode ser seguido de tratamento térmico.
Objetivo principal: Aumentar a dureza e a resistência ao desgaste superficial, ao mesmo
tempo em que o núcleo do material permanece dúctil e tenaz.
CEMENTAÇÃO
Parâmetros do processo de
cementação: Aço com baixo teor de
carbono (C < 0,25%); Difusão de carbono
na austenita; Temperatura entre 850 a
950°C.
Processos industriais para cementação:
Espessuras inferiores a 1,5 mm;
Processos demorados (4 – 10 horas);
Meio gasoso (metano); Meio líquido
(banho de sal fundido, à base de
cloretos, carbonatos e cianeto de sódio);
Meio sólido (carvão moído + catalisador “em caixa”).
NITRETAÇÃO
Objetivos: Obtenção de elevada dureza superficial; Aumento da resistência ao
desgaste e à fadiga; Melhoria da resistência à Corrosão.
Processamento: Temperatura de tratamento entre 500 e 575ºC; Meio gasoso: camada
com 0,65 mm após 70 horas; Meio líquido: camada com 0,65 mm em 1 a 3 horas.
CIANETAÇÃO
Processamento: Uso de sais tóxicos no
estado líquido; Temperatura de
tratamento entre 850 e 900ºC; Absorção
dupla de C e N.
CARBONITRETAÇÃO
Processamento: A atmosfera utilizada para
carbonitretação é produzida adicionando-se 2 a 10 %
de amônia na atmosfera padrão para cementação
gasosa (à base de metano). Temperatura de
tratamento entre 760 e 900ºC; Absorção dupla de Ce
N.
BORETAÇÃO
Processamento: A difusão de átomos de boro, forma um complexo de boretos (Fe2B).
Temperatura de tratamento entre 800 e 1050ºC; A espessura da camada varia de 20 a 300m e
é uniforme; A dureza alcançada é muitas vezes maior do que a obtida por qualquer outro
processo de endurecimento superficial, aumentando as propriedades relativas ao desgaste, à
abrasão e à fadiga; A dureza é conservada em temperatura elevada.
POLÍMEROS
Um polímero é um material orgânico ou inorgânico, natural ou sintético, de alto peso
molecular, cuja estrutura molecular consiste na repetição de pequenas unidades, chamadas
monômeros.
São macromoléculas constituídas por várias moléculas simples (monômeros), que se unem
através de ligações covalentes, formando uma cadeia polimérica.
Características principais: boa resistência à corrosão; baixa massa específica; boas
características de isolamento térmico e elétrico.
Métodos de Conformação:
Prensagem simples: pisos e azulejos;
Prensagem isostática: vela do carro;
Extrusão: tubos e capilares, tijolos baianos;
Injeção: pequenas peças com formas complexas e rotor de turbinas;
Colagem de barbotina: sanitários, pias, vasos, artesanato;
Torneamento: xícaras e pratos.
“Queima” das peças
cerâmicas: As peças são
queimadas geralmente entre
900oC e 1400oC. Esta
temperatura depende da
composição da peça e das
propriedades desejadas.
Durante a queima ocorre um
aumento da densidade e da
resistência mecânica devido
à combinação de diversos
fatores.
Na queima ocorrem os seguintes fenômenos:
Eliminação do material orgânico (dispersantes, ligantes, material orgânico nas argilas);
decomposição e formação de novas fases de acordo com o diagrama de fases (formação
de alumina, mulita e vidro a partir das argilas);
Sinterização (eliminação da porosidade e densificação).
SINTERIZAÇÃO
O potencial para a sinterização é a diminuição da quantidade de superfície por unidade de
volume.
O transporte de massa ocorre por difusão.
Criação do “pescoço”
Fabricação do Vidro:
Principal tipo de vidro : vidro de sílica;
Sólido não cristalino que apresenta apenas ordenação atômica de curto alcance;
Os produtos de vidro são conformados (moldados) a quente, quando o material está
“fundido”.
Propriedades do Vidro:
Não ocorre cristalização durante o resfriamento;
Quando o líquido é resfriado, aumenta a sua viscosidade até que a viscosidade
aumente tanto que o material comece a apresentar o comportamento mecânico de
um sólido;
COMPÓSITOS
É aquele resultante da combinação de dois ou mais materiais distintos em suas propriedades
físicas.
O objetivo desse tipo de combinação heterogênea é a obtenção das características de seus
componentes para que apresente melhor desempenho estrutural em condições específicas de
uso.
Estrutura: Os materiais que compõem um material compósito podem ser classificados em
dois tipos: matriz e reforço.
O material matriz é o que confere estrutura ao material compósito, preenchendo os
espaços vazios que ficam entre os materiais reforços e mantendo-os em suas posições
relativas.
Os materiais reforços , também chamados de fase dispersa, são os que realçam
propriedades mecânicas, eletromagnéticas ou químicas do material compósito como um
todo.
MATRIZ POLIMÉRICA: Os compósitos com matriz de polímero são os mais comuns. As matrizes
podem ser elastoméricas, termoplásticas ou termofixas.
Fase de Reforço:
Fibras de vidro;
Fibras de carbono;
Aramida (fibra sintética muito resistente e leve. Trata-se de um polímero
resistente ao calor e cinco vezes mais resistente que o aço por unidade de
peso).
A matriz polimérica:
Suporta as fibras, partículas ou folhas;
Absorve as deformações;
Confere resistência quando em compressão.
Características Gerais:
Leveza e facilidade
de transporte;
Resistência química;
Flexibilidade
arquitetônica;
Durabilidade;
Fácil manutenção;
Resistência
mecânica;
Feito sob medida.
Vantagens:
Resistência ao impacto;
Baixo coeficiente de fricção;
Resistente à abrasão;
Resistente a altas temperaturas;
Diversos processos de fabricação;
Boa resistência química.
Aplicações: Por se tratar de um material com propriedades mecânicas melhores que de seus
constituintes a utilização dos compósitos está sendo cada vez maior.
Utilização: construção de edifícios com grande durabilidade reforçados com fibras; Indústria
naval e construção civil; construção e reparação de pontes metálicas; industria belica;
Indústrias químicas e petrolíferas e na medicina.
ELETROQUÍMICA E CORROSÃO
Pode-se definir corrosão como a deterioração de um material, geralmente metálico, por ação
química ou eletroquímica do meio ambiente aliada ou não a esforços mecânicos.
PILHA ELETROQUÍMICA
Quando se ligam 2 eletrodos através de um circuito metálico externo, obtém-se uma pilha
eletroquímica. As pilhas eletroquímicas são dispositivos que permitem a transformação :
de energia química , liberada pelas reações redox que ocorrem nos eletrodos , em energia
elétrica (processo espontâneo – bateria);
de energia elétrica, fornecida por fonte de corrente elétrica, em energia química,
provocando reações de redox nos eletrodos (houve necessidade de fonte externa de
energia. Este tipo é chamado de pilha eletroquímica).
Componentes:
ânodo – eletrodo em que há oxidação ( corrosão ) , e onde a corrente elétrica, na
forma de íons metálicos positivos, entra no eletrólito ;
eletrólito – condutor ( usualmente um líquido ) contendo íons que transportam a
corrente elétrica do ânodo para o cátodo ;
cátodo – eletrodo onde a corrente elétrica sai do eletrólito ou o eletrodo no qual as
cargas negativas ( elétrons ) “entram” na solução, provocando reações de redução ;
circuito metálico – ligação metálica entre o ânodo e o cátodo por onde escoam os
elétrons no sentido ânodo-cátodo.
Retirando –se um desses componentes destroi-se a pilha e, consequentemente, cessa a
corrosão.
CORROSÃO
A corrosão pode ser : uniforme ; por
placas ; alveolar ; puntiforme (*) ;
intergranular ou intercristalina (*) ;
intragranular ou transcristalina (*) ;
filiforme ; por esfoliação.
Entre as heterogeneidades que podem originar ataque localizado, podem ser citadas aquelas
relacionadas com :
Material metálico – composição, presença de impurezas, tratamentos térmicos ou
mecânicos, condições de superfície (películas ou descontinuidades), depósitos, frestas e
diferentes metais em contato.
Meio corrosivo – composição química, diferenças em concentração, aeração,
temperatura, velocidade e pH, teor de oxigênio, sólidos em suspensão, condições de
imersão e movimento relativo entre o material metálico e o meio.
FRATURA
O processo de fratura é normalmente súbito e catastrófico, podendo gerar grandes
acidentes.
Envolve duas etapas: formação de trinca e propagação.
Pode assumir dois modos: dúctil e frágil.
Fratura dúctil:
O material se deforma
substancialmente antes de
fraturar;
O processo se desenvolve de
forma relativamente lenta à
medida que a trinca propaga;
Este tipo de trinca é denominada
estável porque ela para de se propagar, a menos que haja um aumento da tensão aplicada
ao material.
Fratura frágil:
O material se deforma pouco, antes de fraturar.
O processo de propagação de trinca pode ser muito veloz, gerando situações catastróficas.
A partir de um certo ponto, a trinca é dita instável porque se propagará mesmo sem
aumento da tensão aplicada sobre o material.
Transição dúctil-frágil
A ductilidade dos materiais é função da temperatura e da presença de impurezas.
Materiais dúcteis se tornam frágeis a temperaturas mais baixas.
Teste de impacto (Charpy)
Um martelo cai como um pêndulo e bate na amostra, que fratura.
A energia necessária para fraturar, a energia de impacto, é obtida diretamente da
diferença entre altura final e altura inicial do martelo.
FADIGA
Fadiga é um tipo de falha que ocorre em materiais sujeitos a carregamento dinâmico e
cíclico;
A falha pode ocorrer a níveis de tensão substancialmente mais baixos do que o limite de
resistência do material;
É responsável por ~ 90% de todas as falhas de metais, afetando também polímeros e
cerâmicas;
Ocorre subitamente e sem aviso prévio;
A falha por fadiga é do tipo frágil, com muito pouca deformação plástica.
FLUÊNCIA
Fluência é a deformação plástica que ocorre em
materiais sujeitos a tensões constantes,
principalmente associadas a temperaturas elevadas.
Curva de Fluência
Na região primária o material encrua, tornando-
se mais rígido, e a taxa de crescimento da
deformação com o tempo diminui.
Na região secundária a taxa de crescimento é
constante (estado estacionário), devido a uma
competição entre encruamento e recuperação.
Na região terciária ocorre uma aceleração da deformação causada por mudanças
microestruturais tais como rompimento das fronteiras de grão.
As curvas de fluência variam em função da temperatura de trabalho e da tensão aplicada