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VI - AÇÃO
[...]
6. CONDIÇÕES DA AÇÃO
Embora abstrato e ainda que genérico, o direito constitucional de ação, até para que não se
converta em abuso, pode ter o seu exercício condicionado pela lei ordinária.
Já acentuamos que a ação visa obter uma providência jurisdicional quanto a uma pretensão
e, pois, quanto a um bem jurídico pretendido pelo autor. Há, assim, na ação, como seu
objeto, um interesse de direito substancial, consistente no bem jurídico, material ou
incorpóreo, pretendido pelo autor, denominado interesse primário.
Mas há outro interesse que move a ação. É o interesse na obtenção de uma providência
jurisdicional quanto àquele interesse. Por outras palavras há o interesse de agir, de reclamar
a atividade jurisdicional do Estado, para que este tutele o interesse primário ou direito
material.
É preciso, pois, sob esse prisma, que, em cada caso concreto, a prestação jurisdicional
solicitada seja necessária e adequada.
APOSTILA DE AULAS DE TEORIA GERAL DO PROCESSO – PROFESSOR DANILO FONTES
6.2.2 Adequação – é a relação existente entre a situação lamentada pelo autor ao vir em
juízo e o provimento jurisdicional solicitado. O provimento deve ser apto a corrigir o mal de
que o autor se queixa. Quem alega, e.g., adultério do cônjuge não pode dele se servir como
fundamento para a anulação de casamento, mas o divórcio, porque aquela exige a existência
de vícios que inquinem o vínculo matrimonial logo na sua formação, sendo irrelevantes fatos
posteriores. O mandado de segurança, ainda como exemplo de inadequação, não é medida
hábil para a cobrança de créditos pecuniários.
Enfim, o que move a ação é o interesse na composição da lide (interesse de agir), não o
interesse em lide (interesse substancial). CPC, art. 17: "para postular em juízo é necessário
ter interesse e legitimidade".
O autor deve ter título em relação ao interesse que pretende ver tutelado. Por outras
palavras, o autor deverá ser titular do interesse que se contém na sua pretensão com
relação ao réu. Em princípio, são legitimados para agir, ativa e passivamente, os titulares dos
interesses em conflito (legitimação ordinária).
Contudo, em alguns casos, a lei concede direito de ação a quem não seja o titular do
interesse substancial, mas a quem se propõe a defender interesse de outrem. Nesses casos,
de legitimação dita extraordinária, surge a figura do substituto processual, função exercida,
por exemplo, pelo Ministério Público que, agindo em nome próprio, defende sempre o
interesse público e indisponível de certas pessoas.
abriu a legitimação a diversas entidades para a defesa de direitos supraindividuais (art. 5º,
incs. XXI e LXX; art. 129, inc. III e § 1º, art. 103 etc.).