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Ana Cláudia Fernandes Marques nº6080 subturma 6

a) Neste caso, o legislador nada referiu quanto ao momento de entrada em vigor da


Lei nºy/2018. De acordo com o artigo 5º nº2 do Código Civil, aplica-se o prazo
supletivo para a vacatio legis, previsto no artigo 2º nº2 da Lei nº 74/98 de 11 de
novembro, que corresponde ao período de tempo que medeia entre a publicação
de um diploma no Diário da República (jornal oficial) e a sua entrada em vigor
no ordenamento jurídico. O nº4 do artigo 2º da Lei Formulária dispõe a
contagem do prazo do nº2, que é efetuada a partir do dia imediato ao da sua
disponibilização no sítio da Internet gerido pela Imprensa Nacional-Casa da
Moeda, S. A.. Sendo que a Lei nºy/2018 foi publicada a 3 de março de 2018, a
mesma entra em vigor “no quinto dia após a sua publicação”, ou seja, dia 8 de
março de 2018.
b) O governo procedeu à retificação do diploma, prevista no artigo 5º da Lei nº
74/98 de 11 de novembro, que comporta 3 requisitos: o material (artigo 5º nº1)
no qual podemos constatar que houve uma alteração substancial entre os textos,
e como tal, este requisito não foi preenchido; o temporal (artigo 5º nº2) que
estabelece um prazo de 60 dias para a retificação. Foi preenchido, visto que se
passaram 12 dias desde a publicação da Lei nºy/2018 e a data da declaração de
retificação; o orgânico (artigo 5º nº1) que não se encontra preenchido, visto que
se trata de uma lei emanada pela Assembleia da República, e só a esta cabe
retificá-la.
Assim sendo, a retificação não é admissível devido às falhas dos requisitos
material e orgânico.
c) A Lei nºx/2019 revogou tacitamente a Lei nºy/2018, pois não houve uma
declaração expressa por parte do legislador de maneira a revogar a lei anterior. A
revogação ocorre devido à incompatibilidade de disposições das duas leis (artigo
7º nº2 do Código Civil. A revogação tácita, ao resultar de incompatibilidade da
lei nova com as disposições da lei antiga, é sempre substitutiva (nova regulação
da matéria). Trata-se também de uma revogação global (artigo 7º nº2 do Código
Civil), pois foi revogado todo um ramo de Direito.
Alice deve guiar-se pela lei posterior (Lei nºx/2019), devido ao critério lex
posterior priori derogat subentendido na figura da revogação. A lei posterior
corresponde à vontade mais atual do legislador.
d) A Lei nºx/2019 revogou tacitamente a Lei nºy/2018 (artigo 7º nº2 do Código
Civil). A Lei nºy/2018 já havia sido revogada por uma lei anterior, e não pela
Ana Cláudia Fernandes Marques nº6080 subturma 6

Lei nºv/2019. A Lei nºx/2019 é revogada parcialmente (derrogação) pela Lei


nºv/2019, mantendo-se em vigor. A revogação da Lei nºy/2018 determinou a sua
cessação de vigência, mas não o seu desaparecimento da ordem jurídica.
Contudo, por norma, deixa de ser aplicada para o futuro.
A Lei nºy/2018 não caducou, uma vez que o artigo 7º nº1 do Código Civil,
determina que uma lei que não se destine a ter vigência temporária (que é o caso
desta lei) só deixa de vigorar quando revogada por outra lei. A caducidade
ocorre quando a cessação de vigência é determinada pela própria lei, e em três
situações: a lei estabelece um prazo de vigência, e o prazo termina; a lei não fixa
um prazo de vigência, mas o objetivo a que se destinava deixa de existir; quando
os pressupostos de facto de direito desaparecem. Enquanto que na caducidade a
cessação da vigência da lei ocorre por efeito da própria lei, na revogação a
cessação de vigência da lei ocorre por efeito da entrada em vigor de outra lei.
Dito isto, discordo da posição de Carla.

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