Quem conversou comigo recentemente ou me acompanha
pelo Linkedin sabe que estou otimista com a crise do COVID-19.
Acredito que o número de mortes, apesar de relevante (afinal, cada vida importa), será menor que o inicialmente projetado, e que sairemos dessa crise mais rápido do que imaginamos.
Mas em conversas com muita gente, percebo que faço parte de uma pequena minoria na minha leitura da situação.
Neste post, gostaria de compartilhar alguns dados e análises que me
fazem pensar de forma mais otimista no que diz respeito à crise e, principalmente, no que diz respeito ao Brasil. Com isso, espero gerar uma discussão saudável e ouvir as opiniões — contrárias e semelhantes — de vocês, para que juntos cheguemos a conclusões mais ricas sobre a situação.
Por que estou otimista?
1) A taxa de ocupação dos hospitais aparenta estar sob controle
Como visto nos vários “hotspots” da crise do Coronavírus ao redor do
mundo, ocupações de hospitais são um leading indicator da crise. Ou seja, para entender como a crise se comporta, observamos primeiro suspeitas (sintomas), depois internações (geral e em seguida, UTI), confirmações de infecção e, por fim, óbitos.
Desde o começo da crise tenho tentado coletar dados de
hospitalizações, principalmente em São Paulo, e fora o relatório esporádico e informal via Whatsapp (obrigado à minha fonte!), não tive acessos a esses dados de forma estruturada. Isso mudou essa semana, com várias fontes compartilhando as informações de forma granular e em tempo real.
Dados da rede Hapvida, a maior operadora de saúde do país com
39 hospitais em 14 Estados, mostrando a utilização de leitos de UTI bem abaixo da capacidade de 555, e com pouco crescimento. Além dos 555 leitos de UTI que eles possuem, anunciaram a construção de mais 200 para o COVID: Fonte: Hapvida / Itaú BBA (link do report)
[UPDATE 19/4: gráfico atualizado; link para um Google Sheets com
os dados em tempo real, mas a situação permanece sobre controle]