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INSTITUTO X111111111111111111111111111111111

SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO


LICENCIATURA EM GESTÃO AMBIENTAL

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS DO CONSUMO DE


ALIMENTOS VENDIDOS NAS VIAS PÚBLICAS, CASO MUNICÍPIO DE NACALA-

PORTO “2015-2017”

FLÁBIO USSENE

Nampula, 30 de Janeiro de 2019


i 1

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO

LICENCIATURA EM GESTÃO AMBIENTAL

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS DO CONSUMO DE


ALIMENTOS VENDIDOS NAS VIAS PÚBLICAS, CASO MUNICÍPIO DE NACALA-PORTO

“2015-2017”

Monografia Científica entregue ao Centro de


Recurso de Nampula/Departamento de
Ciências Sociais e Humanas, como requisito
para obtenção do grau académico de
Licenciatura em Gestão Ambiental

Supervisora: dr. Tomais Benjamim Muchili

FLÁBIO USSENE

Nampula, 30 de Janeiro de 2019


ii
2

Índice
Índice de Imagens ....................................................................................................... v
Índice de Figuras ........................................................................................................ vi
Abreviaturas e siglas ................................................................................................. vii
DECLARAÇÃO..........................................................................................................viii
DEDICATÓRIA ........................................................................................................... ix
AGRADECIMENTOS .................................................................................................. x
RESUMO.................................................................................................................... xi
Introdução ................................................................................................................. 12
Capítulo I: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................ 14
1.1 Tema ............................................................................................................... 14
1.2 Problematização .............................................................................................. 14
1.3 Justificativa ...................................................................................................... 16
1.4 Delimitação do tema ........................................................................................ 16
1.5 Limitações da Pesquisa ................................................................................... 17
1.6 Objectivo da pesquisa ..................................................................................... 17
1.6.1 Objectivo Geral ............................................................................................ 18
1.6.2 Objectivos Específicos ................................................................................. 18
1.7 Hipótese .......................................................................................................... 18
1.8 Tipos de Pesquisa ........................................................................................... 19
1.8.1 Quanto a Abordagem ................................................................................... 19
1.8.2 Quanto ao Objectivo..................................................................................... 19
1.8.3 Quanto a Natureza ....................................................................................... 19
1.8.4 Quanto ao Procedimento Técnico ................................................................ 19
1.9 Técnica de Colecta de Dados.......................................................................... 20
1.9.1 Entrevista ..................................................................................................... 20
1.9.2 Observação .................................................................................................. 20
1.10 Universo e Amostra ......................................................................................... 20
1.10.1 Universo ....................................................................................................... 20
1.10.2 Amostra ........................................................................................................ 21
Capítulo II. REFERÊNCIA TEÓRICA ........................................................................ 22
2.1 Perspectiva Sociológica do Alimento ............................................................... 24
2.2 Segurança alimentar ....................................................................................... 25
iii
3

2.2.1 Conservação dos alimentos ......................................................................... 26


2.3 Microrganismos que são transmitidos pelos alimentos ................................... 26
2.4 Preparação de alimentos seguros ................................................................... 27
2.5 Regras de Higiene Pessoal ............................................................................. 27
2.5.1 Legislação Aplicada à Segurança Alimentar em Moçambique ..................... 28
2.6 Requisitos higiénicos - sanitários em geral ..................................................... 28
2.7 Resíduos Sólidos............................................................................................. 29
2.7.1 Características dos Resíduos Sólidos .......................................................... 29
2.7.2 Classificação dos Resíduos Sólidos ............................................................ 29
2.7.2.1 Quanto à composição .................................................................................. 30
2.7.2.2 Quanto à origem .......................................................................................... 30
2.7.3 Disposição final dos resíduos sólidos........................................................... 32
2.7.3.1 Colecta Selectiva ......................................................................................... 32
2.7.3.2 Lixão ou Vazadouro ..................................................................................... 32
2.7.3.3 Aterros Sanitários ......................................................................................... 33
2.7.3.4 Usinas de Compostagem ............................................................................. 33
2.7.3.5 Incineração................................................................................................... 33
2.7.3.5.1 Vantagens da incineração do lixo ............................................................. 34
2.7.3.5.2 Desvantagens da incineração do lixo ....................................................... 34
2.7.3.6 Reciclagem .................................................................................................. 35
2.7.3.7 Biogasificação ou Metalização ..................................................................... 35
2.7.3.8 Gestão dos Resíduos Sólidos ...................................................................... 35
Capítulo III. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ....................................... 38
2.1 Caracterização da área de estudo................................................................... 38
3.2 Questionário dirigido aos consumidores .......................................................... 39
3.3 Questionário dirigido aos consumidores. ......................................................... 43
3.4 Classificação dos resíduos produzidos na área de estudo .............................. 46
3.5 Impactos Socioecónomicos, Ambientais e a Saúde Pública ........................... 47
3.6 Impacto dos resíduos sólidos .......................................................................... 47
3.6.1 O impacto ambiental .................................................................................... 47
3.6.2 Os impactos na saúde.................................................................................. 48
3.7 Tratamento e Disposição Final do Lixo ........................................................... 48
3.8 Medidas de Mitigação ...................................................................................... 51
3.9 Discussão das hipóteses ................................................................................. 52
iv
4

Capítulo IV. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................ 53


4.1 Conclusão ....................................................................................................... 53
4.2 Recomendações.............................................................................................. 54
Bibliografia................................................................................................................. 55
5
v

Índice de Imagem
Imagem 1: Mapa de Enquadramento Geográfico...................................................... 38
Imagem 2: Actividades Comerciais em Vias Públicas ................................................. 46
Imagem 3: Confecção e venda de alimentos juntos de depósitos de resíduos sólidos
.................................................................................................................................. 49
vi
6

Índice de Gráficos
Gráfico 01: Preparação de alimento .......................................................................... 39
Gráfico 02: Lugar de preparação de alimento ........................................................... 40
Gráfico 03: Tempo de preparo .................................................................................. 40
Gráfico 04: Como sabe que esta pronto para consumir ............................................ 41
Gráfico 05: Mistura dos alimentos ............................................................................. 41
Gráfico 06: Preparação dos alimentos vegetais, animais, crus e cozidos ................. 42
Gráfico 07: Conserva dos alimentos ......................................................................... 42
Gráfico 08: Venda de produtos alimentares nos lugares impróprios .................................... 43
Gráfico 09: Se comiam todos dias............................................................................. 43
Gráfico 10: Quem prepara a comida ......................................................................... 44
Gráfico 11: Sabem quem prepara comida ................................................................. 44
Gráfico 12: Já teve problema depois de consumir esses alimentos .......................... 45
Gráfico 13: Relação de conhecimento dos impatos causados por parte dos
vendedores e consumidores ..................................................................................... 51
7vii

ABREVIATURAS E SIGLAS

ISCED – Instituto Superior de Ciências de Educação

FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente

RS – Resíduos Sólidos

GIRS – Gerenciamento Integral dos Resíduos Sólidos

GRS – Gestão dos Resíduos Sólidos

RSS – Resíduos de Serviços de Saúde

RDC – Resolução da Directoria Colegiada

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária


viii8

DECLARAÇÃO

Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das


orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia
final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição
para obtenção de qualquer grau académico.

Nampula, 30 de Janeiro de 2019


__________________________________________
(Flábio Ussene)
ix
9

DEDICATÓRIA

__________________________________________________________________________________

Este trabalho dedico a toda minha


família, especialmente:
À minha Mãe, Runete Silvério, pela
graça da vida que me concedeu,
dedicação incondicional e confiante
ao meu percurso académico.
10x

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas pessoas que de forma directa ou indirectamente contribuíram para


a minha educação académica, pelas quais tenho o maior apresso e gratidão. Em
princípio, dou acção de graça a Deus pelo fôlego da vida e a iluminação que tem-me
proporcionado em todos meus passos, amparando-me de toda iniquidade e dando-
me forças. Por outra, dirijo os meus agradecimentos a minha mãe Runete Silvério,
pela vida. Agradeço ainda, em especial aos meus irmãos.

Estendo os meus profundos agradecimentos a minha supervisora dr. Tomais


Benjamim Muchili, pela disponibilidade, atenção, pelo seu total apoio e,
principalmente, pela confiança nesta pesquisa a mim dispensada.

Ainda vão os meus agradecimentos aos docentes da ISCED, particularmente


àqueles cuja dedicação se direccionou há minha formação e na elaboração deste
trabalho.

Também agradeço a minha esposa Filomena Elias João e a minha filha, Nayara
Flábio Ussene e Nara Flábio Ussene que serviam-me com todo prazer e prontidão
quando necessitasse de algum matéria, por outra, pela paciência que mantinha
quando não desse carinho enquanto necessitassem.

De igual modo, levo os meus agradecimentos aos meus colegas do curso e de turma
de Gestão do Meio Ambiente, pela ajuda e colaboração recebida na elaboração
deste trabalho.
11xi

RESUMO

A confecção e venda de refeição nas várias artérias das cidades é uma prática que
cresce cada vez mais, torna-se caos por ser uma prática maioritária em lugares
impróprios, nomeadamente próximo de depósitos de resíduos sólidos e nas bermas
das estradas, algo que representa um atentado a saúde pública. A partir da temática
abordada, tive como questão: Quais são as implicações na venda e consumo de
alimentos por agentes informais na via pública? Ora, almeja analisar as implicações
de comércio informal de alimentos na via pública. Desta feita, o autor olha como
alternativa, a mobilização da massa através de trabalho apurado, desencorajando a
esta prática. Os resultados encontrados da pesquisa, feitos por meio do inquérito
mostram que os consumidores desses alimentos ocorrem um grande risco para seu
bem-estar, uma vez que não existem condição para realização dessa actividade.

Palavra-Chave: Impacto de consumo de alimentos. Saúde Pública.


12

Introdução

Nos países em desenvolvimento, a actividade informal da venda de alimentos na rua


foi e continua sendo uma das principais possibilidades de ingresso económico em
famílias de baixa renda. Os alimentos de rua são entendidos como ―alimentos e
bebidas prontos para serem consumidos, preparados e/ou comercializados por
vendedores ambulantes ou fixos, especialmente em ruas e outros enclaves
semelhantes‖, fazem parte do quotidiano de compra na área urbana, especialmente
para as classes trabalhadoras dos sectores populares e médios, devido a sua
conveniência em termos de acesso e rapidez. Porém, a localização das vendas
incide negativamente no entorno, devido à invasão do espaço público, à má gestão
dos resíduos sólidos e líquidos e às práticas de produção em condições
inadequadas. Além disso, o local contribui na alta probabilidade dos alimentos
estarem contaminados por material articulado presente no ar, sendo que as vendas
acontecem na via pública, próximas ao tráfego veicular, o que gera riscos à saúde.
Os consumidores, por sua parte, referem à importância da higiene para escolher os
alimentos, no entanto, no contexto da venda na rua, geralmente são negligenciados
os perigos relacionados com a saúde,

Quando é falado de venda de alimentos parece um tema banal para que apresenta
uma mente sensível, mas agora, o problema singra-se nas condições em que o
alimento é preparado e é consumido. Daí que a nossa temática centra-se no
Avaliação dos impactos de resíduos sólidos gerados do consumo de
alimentos vendidos nas vias públicas, “caso município de Nacala-Porto 2015 -
2017”.
a abordagem confluirá numa pesquisa carregada de métodos práticos de modo a
torná-la lacónica.

Portanto, a luz do que se vive nos passeio daquela urbe sem esforços de ver, mostra
claramente a inautenticidade dos procedimentos adoptados pelos comerciantes
ambulantes, ou seja, informais que actuam naquela região, muito mais, quando se
trata da venda dos produtos de consumo imediato. Ora, é nessa ordem de reflexão
que se levanta a problemática, sobre as implicações que advirão na venda e
consumo de alimentos comercializados por agentes informais na via pública. Esta
13

pesquisa objectiva analisar o comércio informal de alimentos da primeira


necessidade na via pública na cidade de Nacala-Porto.

Acreditando-se que não haja lei que suporta a segurança alimentar a nível do país, e
por mais que, várias organizações privadas e do estado ligados a saúde demostrem
resultados negativos no que tange a má conservação dos alimentos de primeira
necessidade, o Estado pouco faz, outra vez, a nossa pesquisa concorre em trazer
criteriosamente este debate, através de métodos empírico.

A partir da temática abordada, tive como questão: Quais são as implicações na


venda e consumo de alimentos por agentes informais na via pública? Ora, almeja
analisar as implicações de comércio informal de alimentos na via pública. Desta
feita, o autor olha como alternativa, a mobilização da massa através de trabalho
apurado, desencorajando a esta prática. Os resultados encontrados da pesquisa,
feitos por meio do inquérito mostram que os consumidores desses alimentos
ocorrem um grande risco para seu bem-estar, uma vez que não existem condição
para realização dessa actividade.

Este como um outro trabalho subordina-se de 4 capítulos, o primeiro traz de forma


minuciosa os procedimentos metodológicos, II conceitua o debate sobre o consumo
dos alimentos, eis aí o marco histórico, o terceiro dedica-se pela interpretação dos
dados e finamente apontar-se-á as conclusões e sugestões, ou seja,
recomendações.
14

Capítulo I: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo pretende-se trazer o corolário sublime das actividades levadas acabo
ao longo da pesquisa.

1.1 Tema
A pesquisa tem como tema: Avaliação dos impactos de resíduos sólidos gerados do
consumo de alimentos vendidos nas vias públicas, “caso município de Nacala-Porto
2015 -2017”.

1.2 Problematização

A confecção e venda de refeições nas várias artérias da cidade de Nacala-Porto e


demais cidades moçambicanas é uma prática que cresce cada vez mais, mas o caos
reside no facto da prática ocorrer em lugares impróprios, tais como, em lugares de
grande aglomerado de lixo, nas águas estagnadas até nas bermas das valas de
drenagem.

Esta actividade começou junto ao campo da Rotunda da Baixa, onde se origina o


primeiro complexo de confecção e venda de refeições, cujo principal alvo eram os
trabalhadores e motoristas que para ali estacionam seus camiões esperando as
suas cargas para seguirem as viagens para vários sítios do distrito ou do país.

Enquanto aguardavam para carregarem, alguns motoristas compravam uma


pequena merenda para consumir no local ou durante a viagem que, nalguns casos,
pode chegava a ser longa e penosa. Aos poucos a actividade foi crescendo a ponto
de, a dada altura, se confeccionarem vários tipos de pratos, desde mandioca cozida,
bolinhos, o frango grelhado ou guisado até ao peixe de várias espécies,
acompanhados de xima de celeste e de mandioca ou arroz, além de vários tipos de
petiscos ao gosto do cliente.

Nesta fase, o negócio que passou a constituir tábua de salvação para muitos
trabalhadores, sobretudo os de baixa renda, que passaram a encontrar naquele
ponto a solução para a refeição sempre necessária a meio da jornada de trabalho.
Aliciados pelo sucesso que aquela actividade foi conhecendo, mais gente se foi
15

juntando ao negócio, diversificando as ementas e até introduzindo a venda de


bebidas alcoólicas. A problemática da pesquisa deve-se ao facto das actividades
comércio informal de vendas de alimentos estarem em constante crescimento, e em
Moçambique não há uma lei clara que regula esta actividade informal de forma a
regular a questão de venda, consumo e gestão dos resíduos gerados pelo mesmo.

Note que o problema da excessiva geração de resíduos sólidos é uma realidade de


muitas cidades Moçambicanas e a cidade de Nacala Porto é mais uma que se insere
perfeitamente neste contexto devido principalmente ao comércio local, formado em
grande parte pelos segmentos de alimentação e bebidas.

Quando é falado de venda de alimentos parece um tema banal para que apresenta
uma mente sensível, mas agora, o problema singra-se nas condições em que o
alimento é preparado, consumido e o destino final dos Rejeitos ou sobras de todo
processo.

Daí que a nossa temática centra-se na avaliação dos impactos de resíduos sólidos
gerados do consumo de alimentos vendidos nas vias públicas, caso município de
Nacala-Porto “2015-2017” a abordagem confluirá numa pesquisa carregada de
métodos práticos de modo a torná-la lacónica.

Portanto, os processos decorrentes da produção de refeições causam impactos no


meio ambiente e também sob o enfoque económico. Nesse contexto, é inerente a
ocorrência da geração de resíduos, que podem ser procedentes de embalagens que
acondicionam os vários tipos de alimentos ou de produtos químicos, que são usados
de maneira directa ou indirecta na produção de refeições.

Nesta vertente, partindo dos pressupostos adjacentes a constatações acima


apresentadas, para se puder responder as questões desta pesquisa, surge a
seguinte questão reflexiva:

Como é que os alimentos confeccionados nas vias públicas provocam impactos


negativos para o meio ambiente e a saúde pública na cidade de Nacala-Porto?
16

1.3 Justificativa

O interesse central pelo tema justifica-se com o facto de que, nos últimos anos notar-
se um crescimento significativo de confecção e venda de alimentos nas vias públicas
que geram resíduos em diversas fontes.

Os denominados resíduos comerciais fazem parte dessa pauta, em que na sua a


geração, maneio e destinação final merecem atenção redobrada, em razão dos seus
variados riscos sanitário e ambientais.

Tendo em vista que a gestão adequada dos resíduos sólidos é uma actividade de
extrema importância para o desenvolvimento das cidades e do país como um todo,
sua destinação correcta deve ser analisada e estudada a fim de que melhores
práticas possam ser adoptadas considerando uma visão a longo prazo e de forma
estruturante, promovendo assim uma melhor qualidade de vida para a população e
para o meio ambiente.

Desta forma, este trabalho tem relevância na medida em que procura identificar
quais as oportunidades que existem para se adoptar práticas que possam minimizar
os impactos dos resíduos gerados em confeccionarias nas vias públicas na cidade
de Nacala Porto, promovendo uma vida mais longa para estes sítios, buscando
soluções alternativas para a destinação final de RSU para que se promova uma
melhoria no sector de saneamento urbano.

1.4 Delimitação do tema

O estudo enquadra-se no âmbito dos trabalhos de conclusão do curso de


licenciatura em Gestão Ambiental no Instituto Superior De Ciências e Educação a
Distância. Tem como objecto e campo de pesquisa: Avaliar os impactos dos
resíduos sólidos gerados do consumo de alimentos vendidos nas vias públicas,
especificamente no município de Nacala-porto, no período de 3 anos compreendido
entre 2015 a 2017, com vista a definir mecanismos e estratégias eficazes de
prevenção e mitigação do aumento dos resíduos gerados por tais actividades das
diversas ruas na área de estudo.
17

De referir que, o estudo foi realizado nas diversas artérias da cidade de Nacala
Porto, localizadas juntos a mercados.

1.5 Limitações da Pesquisa

Em relação as limitações, destacam-se duas situações. A primeira está relacionada


com o período restrito de investigação; um período maior poderia dar mais
consistência aos resultados.

A segunda foi a opção de se seleccionar somente os resíduos de produtos


alimentares e, dessa forma, apenas uma das partes de um processo, isso porque,
na produção de refeições, podem ser avaliados também aspectos de pós-consumo
como o uso de produtos descartáveis e de produtos de higiene e limpeza.

No entanto, essa escolha se explica pelo fato de ser no planeamento de cardápios e


na escolha dos insumos a possibilidade de se trabalhar o aspecto mais preventivo
do processo da geração de resíduos de alimentares.

A prática alastrou-se para todos bairros da cidade e o risco de os cidadãos


contraírem doenças e acidentes é cada vez maior por causa dos lugares de venda e
do lixo que se encontra espalhado nos bairros. Nós temos de consumir e ao mesmo
tempo suportar o mau cheiro que sai do lixo acumulado, espantar as moscas que
incomodam no momento da refeição.

Assim, os assuntos aqui apresentados se propõem a buscar um diálogo possível


entre concepções teóricas, aos consumidores e vendedores, para compreender
essas práticas. Sobretudo o risco que cidadãos contraírem doenças e provocarem
acidente. Por essa razão surge a pergunta: Quais são as implicações na venda e
consumo de alimentos comercializados por agentes informais na via pública?

1.6 Objectivo da pesquisa

O objectivo da pesquisa indica o que o autor pretende alcançar e as metas a serem


atingidas com a pesquisa. Constitui regra geral, declarações claras e explicitas do
que se pretende alcançar. Por via disso, ao definir-se o objectivo o pesquisador
pretende com isso conseguir realizar o trabalho de pesquisa, isto é, o alcance da
meta e o fim do mesmo (Gil, 2008, p.109).
18

1.6.1 Objectivo Geral

Avaliar os impactos dos resíduos sólidos gerados da venda e consumo de alimentos


nas vias públicas, caso município de Nacala-Porto.

1.6.2 Objectivos Específicos

 Caracterizar os tipos de resíduos sólidos gerados no consumo de


alimentos nas vias públicas na cidade de Nacala-Porto;

 Avaliar os possíveis impactos socioecónomicos, ambientais e à saúde


pública gerados pelos resíduos sólidos em vias públicas;

 Propor medidas de mitigação dos impactos gerados pelos consumos


de alimentos vendidos nas vias públicas.

1.7 Hipótese

Hipótese é uma expectativa de resultado a ser encontrada ao longo da pesquisa,


categorias ainda não completamente comprovadas empiricamente, ou opiniões
vagas oriundas do senso comum que ainda não passaram pelo crivo do exercício
científico (Barreto e Honorato, 1998).

Em função da questão acima colocada, apresentam-se as seguintes hipóteses de


modo a oferecer uma solução possível, através de uma proposição susceptível de
ser declarada verdadeira ou falsa:

 Formas inapropriadas de preparação dos alimentos vendidos nas vias


públicas podem gerar vários riscos a saúde;
 Formas inapropriadas de conservação dos alimentos vendidos nas vias
públicas podem gerar vários riscos a saúde;
 A manipulação dos alimentos e no próprio ambiente onde são preparados
pode gerar vários riscos a saúde.

Durante a execução desta Monografia serão incorporados vários processos


metodológicos que são os seguintes: em primeiro lugar vai-se abordar tipos de
pesquisa, de seguida métodos de abordagem, mais para diante técnicas de recolha
de dados e por fim serão indicados os sujeitos da pesquisa.
19

1.8 Tipos de Pesquisa


1.8.1 Quanto a Abordagem

A abordagem qualitativa preocupa-se na interpretação do fenómeno e a distribuição


dos significados dos dados recolhidos. Neste caso, a pesquisa qualitativa permitirá
ao pesquisador a analisar rigorosamente os dados colectados sobre o estudo em
acção, sem que utilize os métodos e técnicas estatísticas. É uma tentativa de
compreender os significados e as características situacionais apresentadas pelos
entrevistados, em lugar da promoção de medidas quantitativas comportamentais,
analisando os fenómenos para além de explicar as razões dos factos.

O objectivo fundamental da pesquisa qualitativa está no aprofundamento da


compreensão de um Fenómeno físico natural por meio de uma entrevista
semiestruturada, observação directa e assim como indirecta.

1.8.2 Quanto ao Objectivo

Este tipo de pesquisa visa descrever as características de determinada população


ou facto ou estabelecimento de relações entre variáveis, neste caso, descrever da
cidade de Nacala-Porto em relação o modo de gestão na venda dos alimentos de
consumo, resultante do uso das técnicas de colecta de dados, tais como a entrevista
e a observação.

1.8.3 Quanto a Natureza

Quanto a natureza, a pesquisa é Aplicada, pós ela procura solucionar um problema


prático, no que diz respeito ao acesso a informação ao público através de
plataformas da administração do governo.

1.8.4 Quanto ao Procedimento Técnico

A pesquisa é feita a partir dos materiais elaborados com a finalidade explícita de ser
consultado e devidas experiências, sendo esta uma modalidade específica de
documentos que são obras escritas, publicadas em editoras.
20

1.9 Técnica de Colecta de Dados


1.9.1 Entrevista

A entrevista proporciona a comunicação entre o pesquisador e o informante, com a


finalidade de esclarecer uma questão. Técnica de entrevista ou inquérito vai se
proceder em várias instâncias. Por isso advoga-se como importância da entrevista:
i. A entrevista possibilita a obtenção de dados referentes aos mais diversos
aspectos da vida social;
ii. A entrevista é uma técnica muito eficiente para obtenção de dados em
profundidade acerca do comportamento humano;
iii. Os dados obtidos são susceptíveis de classificação e de quantificação.

1.9.2 Observação

Neste contexto, a observação participante permite uma boa convivência com a


realidade podendo explorar quais as dificuldades, riscos encarrados e o clima do dia
pós dia no ambiente de trabalho, tendo assim, o acesso rápido dos dados do
ambiente em que se encontram.

Entretanto, nesta pesquisa o pesquisador utilizou o questionário para auxiliar na


técnica de colecta de dados da entrevista. Porém, para esta pesquisa foram
utilizadas questões abertas e fechadas aplicadas com a entrevista.

1.10 Universo e Amostra


1.10.1 Universo

―Universo ou população é o conjunto definido de elementos que possuem


determinadas características. Comummente fala-se de população como referencia
ao total de habitantes de determinado lugar, desta feita, o universo para a aplicação
do referido estudo será composto por todos intervenientes da cidade de Nacala-
Porto
21

1.10.2 Amostra

Portanto, amostra sendo um subconjunto de elementos extraídos de um conjunto


maior, chamado população e os dados serão reconhecidos com bases numa
amostra probabilística aleatória.

Assim, o inquérito será dirigido aos 20 indivíduos, sendo 5 funcionários dos serviços
de saúde; dois munícipes vendedores; três membros do conselho municipal; quatro
funcionários dos serviços distritais de economia e comércio.
22

Capítulo II. REFERÊNCIA TEÓRICA

O referencial teórico é uma das etapas mais importantes de um projecto de


pesquisa. Portanto, de acordo com Silva e Meneses (2000), o referencial teórico
refere-se à fundamentação teórica que o pesquisador irá adoptar para tratar o tema
e o problema de pesquisa.

Por meio da análise da literatura publicada o pesquisador irá traçar um quadro


teórico e fará a estruturação conceitual que dará sustentação ao desenvolvimento da
pesquisa.

Para Luna (1997), a revisão de literatura em um trabalho de pesquisa pode ser


realizada com os seguintes objectivos:

 Determinação do ―estado da arte‖: onde o pesquisador irá procurar


mostrar através da literatura já publicada o que já sabe sobre o tema,
quais as lacunas existentes e onde se encontram os principais entraves
teóricos ou metodológicos;

 Revisão teórica: na qual o pesquisador insere o problema de pesquisa


dentro de um quadro de referência teórico para explicá-lo. Geralmente
acontece quando o problema em estudo é gerado por uma teoria ou
quando o problema não é gerado por uma teoria particular, mas pode ser
derivado de várias teorias ou por elas ser explicado;

 Revisão empírica: aqui o pesquisador procura explicar como o problema


vem sendo pesquisado do ponto de vista metodológico procurando
responder: quais os procedimentos normalmente empregados no estudo
desse problema? Que factores vêm afectando os resultados? que
propostas têm sido feitas para explicá-los ou controlá-los? que
procedimentos vêm sendo empregados para analisar os resultados? há
relatos de manutenção e generalização dos resultados obtidos? do que
elas dependem?;
23

 Revisão histórica: é aquela que o pesquisador busca recuperar a


evolução de um conceito, tema, abordagem ou outros aspectos fazendo a
inserção dessa evolução dentro de um quadro teórico de referência que
explique os factores determinantes e as implicações das mudanças.

Portanto, de acordo com a norma patente no manual de metodologia de


investigação científica do ISCED (2017), para a presente pesquisa debruçarei
apenas dois tipos de revisão de literatura (Revisão teórica e empírica).

 Revisão teórica: a pesquisa teórica, como o próprio nome já indica,


consiste na discussão e comprovação da teoria, além de possíveis
revisões de sua validade e alcance. A pesquisa teórica dispensa uma
interferência imediata no plano da experiência, embora isso não queira
dizer que ela esteja dissociada deste plano; ela apenas não prevê tal
interacção num primeiro momento, aquele da construção da teoria.

Embora haja áreas do conhecimento como a Filosofia em que a pesquisa teórica


seja um método autos suficiente e dominante ou pesquisas nas mais diversas áreas
que se propõem a ser exclusivamente teóricas, é comum encontrar a pesquisa
teórica sendo realizada em complementaridade à empírica, que visa dar-lhe
sustentação prática através da apresentação de estudos de caso concretos que
demonstrem o alcance e eficácia da teoria.

Já em outros casos, mesmo que a pesquisa teórica seja apresentada independente


de casos de aplicação prática, ela visa esta aplicação para fins de comprovação, ou
seja, ela se pretende como metodologia ou base teórica de pesquisas empíricas.

Sob ponto de vista da abordagem do tema, a pesquisa é auxiliada a luz da teoria


funcionalista, a qual surge na Alemanha, no final do século XIX (Carvalho, 2005). A
perspectiva funcionalista orienta-se na atribuição de funções em diversos escalões
hierárquicos por condicionalismos e decisões organizacionais dependentes.
24

Revisão empírica: O alimento e a água são condições essenciais para a manutenção


da vida. Sem alimento, em quantidade e qualidade adequadas, elevam se os riscos
da proliferação das doenças nos indivíduos. Factores como preferências, hábitos
familiares e culturais, custos e disponibilidade dos alimentos afectam o consumo
alimentar de um indivíduo.

―O alimento, desde sua preparação até seu consumo, está intrincadamente


conectado a muitos outros processos centrais da vida social‖ (Warde, 1997).

As várias ciências sociais discutem as implicações e influências dos


alimentos na vida social a partir de suas próprias perspectivas. Seria possível
mobilizar diversas disciplinas científicas, como a Economia, a Sociologia, a
Antropologia, a Nutrição, a História, a Psicologia, entre outras, para realizar a
análise (Poulain e Proença, 2003, p. 27).

―Os alimentos têm um significado cultural expressivo e polivalente, desde psicológico


até emocional, e abrangente, estendendo-se da comida da mamai até doenças
como a anorexia nervosa‖ (Warde, 1997).

A alimentação deve ser analisada sob várias perspectivas, que são ao mesmo
tempo

―Complementares e independentes. E, a partir do agrupamento destas perspectivas,


observa-se a relevância dos factores antropológicos, económicos, psicológicos,
sociais e culturais ao se determinar o tipo de consumo alimentar da população
(Oliveira, Thébaud-Mony, 1997).

2.1 Perspectiva Sociológica do Alimento

Segundo Canesqui, (2005, p. 36). ―O modo de alimentar sempre ultrapassa o acto


de comer em si e se articula com outras dimensões sociais e com a identidade‖

Apesar disso, os sociólogos, diferentemente de outros cientistas sociais, têm tido


pouco a dizer sobre o consumidor de alimentos. A maior parte dos textos que aborda
comportamento do consumidor contém secções que tratam das influências dos
factores sociais no consumo, e referências relevantes são feitas às influências das
classes sociais, ou das raças, ou sexos, no consumo quotidiano. Muitos desses
trabalhos têm sido produzidos pelos pesquisadores de marketing (Gofton, 1995,
p.71).
25

Lifschitz 1997 citado por Canesqui, (2005, p. 45) identificou e analisou quatro
categorias que compreendem as representações sobre alimento natural: ―artesanal e
natureza‖, ―boa alimentação e adequação aos requerimentos fisiológicos e
anatómicos‖, ―produtos sem aditivos‖ e ―signo de marca comercial‖.

2.2 Segurança alimentar

Com relação ao termo ―segurança alimentar‖ tem-se dupla interpretação: Uma delas
está associada ao termo inglês ―Food Security‖, sendo concebida sob uma óptica
quantitativa. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura a FAO – Food and Agriculture Organization –, é a ―segurança de
existência de comida para todas as pessoas, a toda hora, terem acesso físico e
económico à comida suficiente, segura e nutritiva (...) para uma vida activa e
saudável‖ (Talamini, 2003).

A outra interpretação está associada ao termo ―Food Safety‖, sendo traduzida como
―a garantia de o consumidor adquirir um alimento com atributos de qualidade que
sejam de seu interesse, entre os quais se destacam os atributos ligados à sua saúde
e segurança‖ (Spers, 2000, p. 286).

A segurança de alimentos está directamente relacionada à possibilidade de sua


contaminação física, química ou biológica, provocando as Doenças de Origem
Alimentar (DOA), também denominadas Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA)
ou Enfermidades Transmitidas por Alimentos (ETA) na dependência da origem do
documento.

A Segurança Alimentar é um desafio actual e visa a oferta de alimentos livres de


agentes que podem colocar em risco a saúde do consumidor. Em razão da
complexidade dos factores que afectam a questão, ela deve ser analisada sob o
ponto de vista de toda a cadeia alimentar, desde a produção dos alimentos,
passando pela industrialização, até a distribuição final ao consumidor (SOLIS, 1999,
citado por Marmentini, 2010).

De acordo Ferreira e tal.,( 2004):

Tratando-se de segurança e qualidade há muitos requisitos a serem


preenchidos, devem respeitar correctamente todas as etapas de produção,
26

desde a matéria-prima até o produto final, e as condições higiénicas


sanitárias que ocupam um lugar preponderado. Ocorrendo uma falha em
qualquer um dos processos o alimento poderá tornar-se contaminado. Dentre
esse processos, podemos coitar : falhas na escolha de produto, na técnica de
conservação, armazenamento, na técnica de preparo e nas normas de
higiene

2.2.1 Conservação dos alimentos

Segundo Azevedo, et. al. (2002, p. 22)

Dentro da conservação dos alimentos, a armazenamento se faz relevante,


visto que, é uma etapa que visa armazenar e controlar a entrada e a saída
dos alimentos em stock. Existem diferentes meios de conservação, sendo
que uns permitem destruir quase a totalidade dos microrganismos, enquanto
outros impedem ou retardam o seu crescimento e proliferação. Como meios
de conservação tem-se: conservação pelo frio, conservação pelo calor,
aditivos alimentar, atmosfera modificada, desidratação e secagem, filtração.

Para entender melhor como ocorre a contaminação de alimentos, quais os factores


envolvidos, é importante identificar quais são as principais causas que levam à
contaminação, uma vez que, a manipulação é o processo onde ocorre a maioria das
contaminações, sendo o manipulador o principal responsável, devido à falta de
orientação e capacitação. Manipulador é a pessoa que lava, descasca, corta, rala,
cozinha, ou seja, prepara os alimentos (Brasil, 2004, p. 52).

2.3 Microrganismos que são transmitidos pelos alimentos

A doença causada quando microrganismo patogénico no alimento ingerido, cresce


no intestino e elabora uma ou mais toxinas que danificam os decido ou interferem
com as funções normais dos órgãos ou tecidos nos hospedeiros recebe o nome
toxina infecção alimentar.

Os microrganismos estão presente em todo o ambiente de convívio natural


do homem (água, ar, solo), no próprio homem e em todos os ceres vivos
(plantas e animais), fontes de alimentos. Desta forma qualquer produto
alimentício industrializado ou natural, pode ser contaminado por diversas
espécies de microrganismo, inclusive às patogenias (Germano ela l., 1998).

Segundo Chesca e tal., citado por Silva e tal.,( 2005)

Os microrganismos para se desenvolverem, necessitam de condições


favoráveis, tais como nutrientes, água em temperatura adequada. A
temperatura é um factor que estas associado directamente à velocidade das
reacções químicas dos microrganismos. ― Isso se deve ao facto de que tais
reacções são catalisadas por enzimas especificas, que têm actividade
aumentada ou diminuída de acordo com temperatura.
27

As mãos são o principal meio de transporte de microrganismo, assim como as


superfícies utensílios e a roupa. ― A contaminação cruzada transfere os
microrganismos dos alimentos custa para cozidos por isso a importância de higiene
pessoal na manipulação ― (Hobbs et al., 1998).

―Os alimentos podem ser contaminados por bactérias patogénicas para o homem,
com resultado de deficientes condições de higiene durante o seu processamento,
indivíduos infectados‖ (Pinto 1996)

2.4 Preparação de alimentos seguros

Segundo Ramos e Spindola (2006 p.,6) Todos os manipuladores de alimentos


precisam conhecer informações sobre a prática de medidas de higiene que devem
ser utilizadas para evitar a contaminação química, física ou microbiológica, ou por
outras substâncias indesejáveis.

De acordo Evangelista (2001 p.,1) Tipos de perigo:

 Perigos Físicos: São perigos provocados por materiais que podem causar
danos como ferimentos na boca, quebrar dentes e injuriar seriamente o
consumidor. Tais como: Pedaços de madeira, metal, pedaço de vidro, brincos,
parafusos, pedaço de osso, espinha de peixe e outros;
 Perigos Químicos: É quando o alimento entra em contacto com substâncias
químicas como agro tóxico, desinfectantes, detergentes e reaproveitamento
de embalagens de produtos tóxicos;
 Perigos Biológicos: Ocorre quando o alimento é contaminado por
microrganismos que não podemos ver a olho nu, mas que são as principais
causas de contaminação dos alimentos. Estes microrganismos são as
bactérias, parasitas, fungos e vírus.

2.5 Regras de Higiene Pessoal

Todos aqueles que lidam com alimentação são responsáveis não só por sua saúde,
mas também pela saúde e bem-estar de outras pessoas. Os manipuladores de
alimentos têm um importante papel na prevenção das Doenças Veiculadas por
Alimentos – DVA’s e das demais Doenças de Origem Alimentar.
28

 Tirar barba ou bigode;


 Usar os cabelos presos ou cobertos por redes ou toucas;
 Manter roupas e aventais sempre limpos, trocando-os diariamente e
sempre que necessário;
 Não manipular alimentos quando estiver doente (ex: resfriado) ou
apresentar algum tipo de lesão nas mãos e unhas;
 Manter as unhas sempre curtas e limpas, sem esmalte e anéis;
 Não usar adornos (brincos, pulseiras, anéis, aliança, piercing, etc.);
 Evitar conversar, cantar, tossir ou espirrar sobre os alimentos, para que
não caia saliva sobre os mesmos;
 Fumar apenas em locais permitidos. (Miranda 2001)

2.5.1 Legislação Aplicada à Segurança Alimentar em Moçambique

Legislação alimentar, são as disposições legislativas, regulamentares e


administrativas que regem os géneros alimentícios em geral e a sua segurança em
particular, a nível quer comunitário querem nacional; abrange todas as fases da
produção, transformação e distribuição de géneros alimentícios, bem como de
alimentos para animais produzidos para, ou dados a animais produtores de géneros
alimentícios (REGULAMENTO (CE) Nº 178/2002).

2.6 Requisitos higiénicos - sanitários em geral

i. Os locais de produção, manipulação, venda ao público, viaturas destinadas


ao transporte de géneros alimentícios devem apresentar-se em perfeito
estado de asseio e limpeza (Decreto no 15/2006 de 2 de Junho).

ii. A embalagem deve proteger o alimento contra as contaminações e o


material de embalagem não deve transmitir contaminantes ao produto
(Diploma Ministerial no 51/84 de 3 de Outubro)

iii. É proibido embrulhar alimentos directamente em papel de jornal ou outro


tipo de papel impresso (Diploma Ministerial no 51/84 de 3 de Outubro);

iv. O transporte de alimentos deve ser feito com meios higiénicos tais que
assegurem aos mesmos uma protecção adequada em relação aos géneros
29

de substâncias transportadas, evitando toda a causa de contaminação ou


outros danos que possa ser causados pelos agentes atmosféricos (Idem).

2.7 Resíduos Sólidos

Os resíduos sólidos são os restos oriundos das actividades humanas, sejam elas
domésticas ou industriais.

Nos últimos tempos, em decorrência dos hábitos da sociedade capitalista na


qual habitamos, a natureza tem sido agredida pelo consumo exagerado de produtos
industrializados e tóxicos que, ao serem descartados, acumulam-se no ambiente
como resíduos, causando danos ao planeta e à própria existência humana (Zaneti,
2003, p. 26).

No tocante à definição conceitual, a literatura técnica se serve dos


termos resíduos sólidos para designar o produto de descarte gerado
pela actividade industrial, comercial e de serviços da sociedade em
geral, seja urbana, rural, privada ou pública (KRELING, 2006, p.
20).

2.7.1 Características dos Resíduos Sólidos

As características dos resíduos sólidos ou lixo variam em função dos aspectos


sociais, económicos, culturais, geográficos e climáticos, uma vez que esses factores
também diferenciam as comunidades entre si e as próprias cidades.

2.7.2 Classificação dos Resíduos Sólidos

Os resíduos sólidos recebem diferentes classificações que se baseiam em


determinadas
propriedades ou características. Este sistema é de fundamental importância para se
viabilizar
estrategicamente uma melhor eficiência no gerenciamento (Tavares, 2014, p. 17).

Os resíduos classificados quanto aos riscos potenciais são: classe I ou perigosos


(são os resíduos inflamáveis, corrosivos, reactivos, tóxicos, etc.); classe II ou não-
inertes (são resíduos que apresentam combustibilidade, biodegradabilidade ou
30

solubilidade); e classe III ou inertes (não apresentam riscos a saúde e ao meio


ambiente).

Quanto à natureza ou origem, segundo Curi et al (2015), os resíduos podem ser: lixo
doméstico ou residencial (resíduos gerados em casas, apartamentos, condomínios e
demais edificações residenciais); lixo comercial (resíduos gerados em
estabelecimentos comerciais); lixo público (resíduos presentes em logradouros
públicos como: folhas, poeira, terra, galhos, etc.); lixo domiciliar especial (entulho de
obras, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes e pneus); e lixo de fontes especiais
(lixo industrial; lixo radioactivo; lixo de portos, aeroportos e terminais rodo
ferroviários; lixo agrícola (gerados a partir de restos de embalagens impregnados
com pesticidas e fertilizantes químicos, etc.); e resíduos de serviços de saúde (todos
os resíduos gerados nas instituições que lidam com a saúde da população como:
farmácias, hospitais, clínicas, laboratórios, etc.

2.7.2.1 Quanto à composição

De acordo com a sua composição química, resíduo sólido pode ser classificado em
duas categorias:

Orgânico – aquele que é composto por matéria orgânica (resto de comida, erva,
plantas). Este tipo de lixo é fácil de elimina-lo ou transforma-lo, pois este sofre a
decomposição por acção de micro- organismo. Nesta classificação não se incluem
os plásticos, porque são de natureza orgânica sintética.

Inorgânico - este tipo de lixo é composto por matéria de difícil decomposição, como o
vidro, metais e outros.

2.7.2.2 Quanto à origem

Para Schalch (2002), normalmente os resíduos sólidos são classificados segundo a


sua origem, como:

Urbanos: incluem o resíduo domiciliar gerado nas residências, o resíduo comercial,


produzido em escritórios, lojas, hotéis, supermercados, restaurantes e em outros
estabelecimentos afins, os resíduos de serviços, oriundos da limpeza pública
31

urbana, além dos resíduos de varrição das vias públicas, limpezas de galerias,
terrenos, córregos, praias, feiras, podas, capinação;

Industriais: correspondem aos resíduos gerados nos diversos tipos de indústrias de


processamentos. Em função da periculosidade estes podem ser:

Resíduos Classe I (perigosos): pelas suas características de inflamabilidade,


corrosibilidade, reactividade, toxidade e patogenicidade, podem apresentar riscos à
saúde pública, provocando ou contribuindo para o aumento da mortalidade ou
apresentarem efeitos adversos ao meio ambiente, quando manuseados ou dispostos
de forma inadequada;
Resíduos Classe II (não inertes): incluem-se nesta classe os resíduos
potencialmente biodegradáveis ou combustíveis;

Resíduos Classe III (inertes): perfazem esta classe dos resíduos considerados
inertes e não combustíveis.

Resíduos de serviços de saúde: são os resíduos produzidos em hospitais, clínicas


médicas e veterinárias, laboratórios de análises clínicas, farmácias, centros de
saúde, consultórios odontológicos e outros estabelecimentos afins. Esses resíduos
podem ser agrupados em dois níveis distintos:

 Resíduos comuns: compreendem os restos de alimentos, papéis, invólucros,


etc.
 Resíduos sépticos: constituídos de restos de salas de cirurgia, áreas de
isolamento, centros de hemodiálise, etc. O seu manuseio (acondicionamento,
colecta, transporte, tratamento e destinação final) exige atenção especial,
devido ao potencial risco à saúde pública que podem oferecer.

Resíduos de portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários: constituem os


resíduos sépticos, que podem conter organismos patogénicos, tais como: materiais
de higiene e de asseio pessoal, restos de alimentos, etc., e veiculares doenças de
outras cidades, estados e países.

Resíduos agrícolas: correspondem aos resíduos das actividades da agricultura e da


pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de
32

colheita, esterco animal. A maior preocupação, no momento, está voltada para as


embalagens de agro químicas, pelo alto grau de toxicidade que apresentam, sendo
alvo de legislação específica.

Entulho: constitui-se de resíduos da construção civil: demolições, restos de obras,


solos de escavações etc.

Resíduos Radioactivos (lixo atómico): são resíduos provenientes dos combustíveis


nucleares. Seu gerenciamento é de competência exclusiva da CNEN - Comissão
Nacional de Energia Nuclear.

2.7.3 Disposição final dos resíduos sólidos

De acordo com Curi et al (2015), a disposição final dos resíduos sólidos obedece as
seguintes etapas:

2.7.3.1 Colecta Selectiva

De acordo com o Compromisso Empresarial para a Reciclagem, a colecta selectiva


de dejectos é um sistema de recolhimento de materiais recicláveis tais como papéis,
plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora.
Estes materiais, após um pré-beneficiamento, são vendidos às indústrias de
reciclagem ou aos sucateiros.

2.7.3.2 Lixão ou Vazadouro

O lixão ou vazadouro é uma área a céu aberto que é ainda muito utilizado por boa
parte das cidades com a finalidade de serem depositados ou descarregados, ou
seja, os resíduos sólidos provenientes dos mais diversos locais como: residências,
comércio, fábricas, hospitais, entre outros, sem nenhum tratamento prévio, além de
nenhum critério e forma adequada de disposição final desses resíduos.

Nestes locais, geralmente existem pessoas que se utilizam dos restos alimentícios e
outros resíduos como forma de subsistência que são os denominados captadores de
lixo e os mesmos normalmente residem também aos arredores do lixão.
33

2.7.3.3 Aterros Sanitários

Segundo Sieben, Almeida e Bilyk (2018, p. 5), O aterro sanitário: é um local


determinado, onde são aplicados métodos e técnicas sanitárias (impermeabilização
do solo/compactação e cobertura diária das células de lixo/colecta, tratamento de
gases/colecta e tratamento do chorume), entre outros procedimentos técnico-
operacionais responsáveis em evitar os aspectos negativos da deposição final do
lixo, além de combater os danos e/ou riscos a segurança, a saúde pública e ao meio
ambiente.

Este contém um sector de preparação, um sector de execução e por último um


sector concluído. Para o sector da preparação, aloca-se uma área específica e
inicia-se o processo de impermeabilização e o nivelamento do terreno, em seguida
fazem-se as obras de drenagem para captação do chorume, as vias de circulação e
por fim limita-se a área do mesmo com uma cerca viva para evitar os odores e
melhorar o visual do local, que apresenta a imagem de um esquema de um aterro
sanitário.

2.7.3.4 Usinas de Compostagem

Segundo Curi et al (2015), a compostagem é o processo de tratamento biológico da


parcela orgânica do lixo, permitindo uma redução de volume dos resíduos e a
transformação destes em composto a ser utilizado na agricultura, como
recondicionante do solo, ou seja, este material é incorporado aos solos cultivados
como adubo para as plantas.

Este método consiste de máquinas e equipamentos que permitem a decomposição


biológica dos materiais orgânicos contidos no lixo, resultando num produto estável,
útil, como recondicionador do solo agrícola, chamado composto orgânico.

2.7.3.5 Incineração

É um processo de combustão (queima) do lixo que tem custos elevados e necessita-


se de controle rigoroso da emissão de gases poluentes gerados por esta combustão.
Este sistema de incineração ou combustão não é muito incentivado devido às
despesas altas e a implantação e monitoramento constante da poluição gerada.
34

Este procedimento não requer áreas elevadas comparado aos aterros sanitários, e a
energia gerada pela combustão pode ser aproveitada para outros fins, podendo
também eliminar os resíduos perigosos. Por outro lado, o controle constante da
poluição e os altos custos podem inviabilizar este tipo de procedimento para a
diminuição do lixo, principalmente nos países em desenvolvimento.

2.7.3.5.1 Vantagens da incineração do lixo

 A incineração do lixo pode reduzir em até 90% a quantidade de resíduos


em um lixão ou aterro sanitário. Assim, esses locais ganham em área
operacional;
 Este processo evita que grande parte dos resíduos seja descartada
intencionalmente ou acidentalmente em áreas verdes, galerias pluviais e
em mananciais;
 Ao incinerar o lixo, todas as substâncias consideradas de risco (como lixo
hospitalar) são eliminadas. Assim, o risco de contaminação é reduzido
consideravelmente;
 Por meio da incineração do lixo, é possível obter energia calorífica que,
por sua vez, pode ser convertida em energia eléctrica.

2.7.3.5.2 Desvantagens da incineração do lixo

 Para que a incineração seja feita com segurança e eficiência, é preciso


investir tempo e recursos no treinamento de profissionais;
 O processo de incineração libera gases e substâncias tóxicas que podem
causar poluição atmosférica e gerar graves impactos ambientais;
 Para evitar que grandes quantidades de substâncias tóxicas sejam
liberadas no meio ambiente, o lixo deve passar por tratamento específico
antes da incineração — o que demanda maior investimento;
 Os equipamentos utilizados na incineração do lixo sofrem muito desgaste
devido aos produtos químicos utilizados e substâncias liberadas durante o
trabalho. Por isso, é preciso contar com um planeamento de revisões
preventivas e correctivas, o que exige um investimento considerável.
35

2.7.3.6 Reciclagem

De acordo com Magalhães (2008), a reciclagem: é o resultado de uma série de


actividades através das quais os materiais que se tornariam, ou estão no lixo, são
desviados, sendo colectados, separados e processados para a sua utilização como
matéria-prima de bens anteriormente manufacturados com matéria-prima virgem.

Este termo tem como finalidade designar o reaproveitamento de materiais


beneficiados como matéria-prima para a produção de um novo produto. Portanto, a
reciclagem é a finalização de vários processos pelos quais passam os materiais que
seriam descartados (Curi et al, 2015).

Muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns são o papel, o
vidro, o metal e o plástico. O acúmulo de dejectos e a exploração da natureza é uma
constante preocupação, logo a reciclagem torna-se importante no que diz respeito à
diminuição dessas práticas de consumo exagerado por parte dos seres humanos.

Deste modo, as maiores vantagens da reciclagem são a minimização da utilização


de fontes naturais, muitas vezes não renováveis; e a minimização da quantidade de
resíduos que necessita de tratamento final, como aterramento, ou incineração.

2.7.3.7 Biogasificação ou Metalização

É um tratamento de resíduos orgânicos por decomposição ou digestão anaeróbica


que gera biogás, que é formado por cerca de 50%-60% de metano e que pode ser
queimado ou utilizado como combustível. Os resíduos sólidos da biogasificação
podem ser tratados aerobicamente para formar composto (Curi et al, 2015).

A digestão anaeróbica é o processo de decomposição orgânica onde as bactérias


anaeróbicas, que apenas sobrevivem na ausência de oxigénio, conseguem
rapidamente decompor os resíduos orgânicos.

2.7.3.8 Gestão dos Resíduos Sólidos

Gestão é um conjunto articulado de ações que surge com a finalidade de satisfazer


necessidades. Esta, quando estratégica, precisa ser pensada, analisando
36

experiências anteriores, de forma que apresente resultados satisfatórios por meio de


planeamento (Oliveira, 2017, p. 16).

Para garantir a eficiência na gestão de resíduos sólidos, são necessárias estratégias


que abranjam as categorias socioeconómico e ambiental.

A gestão dos resíduos sólidos possui caráter dinâmico e requer estratégias de


enfrentamento transversais, que abarquem toda a sociedade e extrapolem a
perspectiva ambiental. Os aspectos nesse enfrentamento envolvem, além de
questões ambientais, técnicas complexas, sociais e econômicas, de produção e
consumo sustentáveis, abrangendo a educação e cidadania.

Com vista à busca da melhoria na gestão de resíduos sólidos urbanos, vários


instrumentos legais e normativos que estabelece regras de a gestão de resíduos
sólidos urbanos com destaque por exemplo:

• Decreto nº 8/2003, de 18 de Fevereiro de 2003, que estabelece o


Regulamento sobre a Gestão de Lixos Biométricos;

• Decreto nº 45/2004, que cria o Regulamento sobre Processo de


Avaliação de Impacto Ambiental;

• Decreto nº 11/2006, de 15 de Junho, que estabelece o Regulamento


sobre Inspecção Ambiental;

• Decreto nº 13/2006, de 15 de Junho, que estabelece o Regulamento


sobre a Gestão de Resíduos Sólidos;

• Resolução nº 86/AM/2008, de 22 de Maio de 2006, que cria a Postura de


Limpeza de Resíduos Sólidos Urbanos no Município de Maputo e;

• Decreto nº 94/2014, de 31 de Dezembro, que aprova o Regulamento


sobre a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos e que revoga o Decreto nº
13/2006, de 15 de Junho.
37

De acordo com ISCED (2017, p. 11), a metodologia é o caminho, a direcção para o


rigor científico. Oferece trilhas, normas, regras e hábitos que orientam no caminho
da pesquisa científica. Quando aplicada, consiste em um conjunto de procedimentos
utilizados que examina, estuda e avalia métodos e técnicas de pesquisa. E também
gerar ou verificar vários métodos disponíveis, que conduzam à captação e/ ou
processamento de informações relacionados a problemas de investigação.
38

Capítulo III. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados da pesquisa, onde os dados formam


tabulados e apresentados por meio de gráficos.

2.1 Caracterização da área de estudo

Nacala Porto é uma cidade portuária na província de Nampula, em Moçambique. A


cidade é um dos 53 municípios de Moçambique, com um governo local eleito, e
também um distrito, que administra as competências do governo central. De acordo
com o Censo de 2007, Nacala tem uma população de 206.449 habitantes (INE,
2007).

Imagem 1: Mapa de enquadramento Geográfico

Fonte: Adoptada pelo Autor, 2018.

Portanto, para a materialização dos objectivos pré-definidos na pesquisa foi


necessário encontrar formas que pudessem permitir que o preceituado nas
hipóteses fosse confirmado ou refutado. Esta é a razão que sustenta a importância
deste ponto.
39

Contudo, vários métodos recorridos com destaque da abordagem do tipo e natureza


da pesquisa, do ponto de vista de procedimento e técnicos, para além de
instrumentos de recolha de dados.

3.2 Questionário dirigido aos consumidores

A primeira parte o questionário foi dirigido aos vendedores de alimentos. A primeira


questão que teve como objectivo perceber quem preparava os alimentos
comercializados nos lugares impróprios. Pode-se observar que dos respondentes 9
o que corresponde 90% responderam que sim e 1 respondente que corresponde a
1% respondeu não.

A informação que pode ser vista pelo gráfico de barra, de destacar que a maior parte
respondeu sim, podendo considerar um ponto não ideal, uma vez que essas não
apresentavam condição para tal. É muito importante observar as condições de
higiene em que ele se encontra. Caso contrário, o alimento pode contribuir para o
aparecimento de doenças ou até mesmo a morte.

Gráfico 01: Preparação de alimento.

Esse alimento quem prepara é


você?
100%

50%

0%
Sim Não

Fonte: Adaptados pelo autor, 2019.

Essa pergunta estava relacionada aos lugares onde são preparados os alimentos 7
que corresponde 70% responderam na cozinha e 3 correspondente a 30% no ar
livre, a maioria responderam na cozinha conforme as orientações de onde preparar
os alimentos podemos considerar um ponto positivo. O lixo despejado a céu aberto
atrai micróbios, insectos e roedores, que podem provocar uma série de doenças no
homem, contaminar alimentos, animais e meio ambiente, observa a tabela a baixo.
40

Gráfico 02: Lugar de preparação de alimento

Onde preparam a comida?


80%
60%
40%
20%
0%
Na cozinha No ar livre

Fonte: Adaptados pelo autor, 2019.

Tratou-se de saber se calculavam o tempo de alimentos ficavam no fogo, 8 que


corresponde 80% respoderam sim e 2 correspodente a 20% responderam não. Pode
ser explicado como a relaçao entre o peso e liquido e o peso bruto de cada alimento,
observa a tabela a baixo.

Gráfico 03: Tempo de preparo

Calcula o tempo que o alimento fica


no fogo?
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Sim Não

Fonte: Adaptados pelo autor, 2019.

Essa pergunta queria saber como eles sabem se os alimentos estam pronta em
relação a quantidade de temperatura do carvão ou lenha, 9 que corresponde a 90%
responderam povando e 1 correspondente a 10% respondeu atraves de aroma.
Cozinhar bem os alimentos. Carnes, aves e peixes devem ser cozidos em
temperatura superior a 70 graus, para eliminar a maior parte das contaminações. Os
alimentos que estiverem congelados devem ser muito bem descongelados antes de
serem preparados e cozidos, observa a tabela a baixo.
41

Grafico 04: Como sabe que esta pronta para consumor.

Como sabe que ja esta pronta para


consumir?
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Provando Sinto Aroma

Fonte: Adaptados pelo autor, 2019.

Passando para outra questão que procurou saber de como adicionava os alimentos
na panela 9 que corresponde 90% responderam água fria e 1 que corresponde a
10% respondeu água morna. É possível ter água de maior qualidade para, além de
beber, cozinhar, lavar alimentos, louças, tomar banho, escovar os dentes, etc. Além
disso, alguns alimentos são necessário fazer a mistura com água morna, observa a
tabela a baixo.

Grafico 05: Mistura dos alimentos

Como adiona os alimentos na


panela ?
100%

50%

0%
Morna Fria

Fonte: Adaptados pelo autor, 2019.

Na separação dos alimentos a pergunta foi se os alimentos eram separados dos


vegetais e animais 8 que correspondia 80% respondeu sim e 2 que corresponde
20% respondeu não. Não se pode misturar alimentos crus com cozidos. Quando se
corta um frango cru, por exemplo, deve-se lavar muito bem a faca e a tábua antes de
cortar a ave cozida ou assada, observa a tabela a baixo.
42

Grafico 06: Preparaçao dos alimentos vegetais, animais, crus e cozidos.

Na preparação dos alimentos separa


entre vegetais e animais?
100%
50%
0%
Sim Não

Fonte: Adaptados pelo autor, 2019.

No que refere a conserva dos alimentos, todos responderam nos baldes. Os


alimentos podem ser classificados quanto ao seu tempo de conservação em
Perecíveis – deterioram-se facilmente e em poucos dias, como verduras, leite, ovos
e carnes. As consequências da má conservação são muito graves no caso dos
alimentos proteicos.

Semi-perecíveis – pertencem a essa categoria aqueles alimentos que têm um


período para a sua deterioração maior, como nozes, castanhas e enlatados.

Não perecíveis – por serem alimentos com zero de concentração de água, eles não
estragam facilmente se foram conservados em ambiente seco, como farinhas,
massas e açúcar, observa a tabela a baixo.

Grafico 07: Conserva dos alimentos

Como conserva os alimentos


quando vai vender?
150%
100%
50%
0%
Plasticos Baldes

Fonte: Adaptados pelo autor, 2019.

A pergunta se tivesse conhecimento de venda de produtos alimentares nos lugares


impróprios podiam criar problemas de saúde até levar a morte, 7 que corresponde a
43

70% responderam não e 3 correspondente a 30% responderam sim. Os


microrganismos podem causar doenças como infecções por salmonela, vómitos,
diarreia leve, desconforto abdominal e até febre. Em pessoas com baixa resistência
imunológica, como crianças, gestantes e idosos, podem existir complicações,
observa a tabela a baixo.

Grafico 08: Venda de produtos alimentres nos lugares improprios.

Tem conheciomento que a venda de


alimentares nos lugares improprios podem
causar doenca?
100%

50%

0%
Sim Não

Fonte: Adaptados pelo autor, 2019.

3.3 Questionário dirigido aos consumidores.

Perguntamos se comiam todos dias naquele local 30 que corresponde a 75%


responderam sim e 10 correspondente a 25% responderam não, observa a tabela a
baixo.

Grafico 09: Se comiam todos dias.

Todos dias comem aqui?


80%
60%
40%
20%
0%
Sim Não

Fonte: Adaptados pelo autor, 2019.

A seguir perguntamos se a comida era bem preparada 25 que corresponde a 62,5%


responderam sim e 15 correspondentes a 37,5% responderam não, observa a tabela
a baixo.
44

Grafico 10: Quem prepara a comida.

A comida era bem preparada?


70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sim Não

Fonte: Adaptados pelo autor, 2019.

Perguntamos se sabiam onde os alimentos eram preparados 10 que corresponde


25% responderam sim e 30 que corresponde a 75% responderam não, observa a
tabela a baixo.

Grafico 11: Sabem quem prepara a comida.

Sabe quem prepara a comida


80%

60%

40%

20%

0%
Sim Não

Fonte: Adaptados pelo autor, 2019.

Para terminar o questionário de consumidores perguntamos se em algum momento


tivesse problema de saúde ao consumir esses alimentos 17 que corresponde 42.5%
responderam sim e 23 que corresponde 57.5% responderam não, observa a tabela a
baixo.

Grafico 12: Já teve problema depois de consumir esses alimentos.


45

Ja teve problema de saude depois de


consumir esses alimentos
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sim Não

Fonte: Adaptados pelo autor, 2019.


46

3.4 Classificação dos resíduos produzidos na área de estudo

Conforme o IBAM (2001) citado por Magalhães (2008, P. 27), o principal elemento
para a caracterização dos resíduos sólidos está relacionado à sua origem. Sob esse
critério, os diferentes tipos de lixo podem ser agrupados em cinco classes, como se
segue:

• Doméstico ou residencial: são aqueles gerados nas actividades diárias


em casas, apartamentos, condomínios e demais edificações
residenciais;

• Comercial: aqueles gerados em estabelecimentos comerciais, cujas


características são dependentes das actividades desenvolvidas ali.

Portanto, os resíduos gerados na área de estudo, são resíduos comerciais,


geralmente resíduos de resto de comida e alimentos, que de alguma forma periga a
saúde e tem consequência no estado do ambiente.

Num sistema de limpeza urbana, é importante que sejam criados os subgrupos de


"pequenos" e "grandes" geradores, uma vez que a colecta dos resíduos dos grandes
geradores pode ser tarifada e, portanto, se transformar em fonte de receita adicional
para sustentação económica do sistema.

Imagem 2: Actividades comercias em vias públicas

Fonte: Adaptada pelo autor, 2019.


47

Portanto, observou-se ainda que, em relação ao conteúdo de matéria orgânica


geradas pelos comerciantes informais de comida em via pública, os RSU do
município Nacala apresentam composição próxima a uma geração média de 58%
deste resíduo.

3.5 Impactos Socioecónomicos, Ambientais e a Saúde Pública

Quanto aos impactos da disposição de lixo, podem ser considerados os originados


pelo descarte individual inadequado, assim como a disposição realizada por
empresas ou municipalidades. A disposição inadequada em vias públicas, rios e
outros locais impróprios pode ocasionar degradações estéticas (poluição visual),
agravamento das enchentes e a disseminação de doenças.

Os processos decorrentes da produção de refeições causam impactos no meio


ambiente e também sob o enfoque económico (Harmon; Gerald, 2007 citado por
Strasburg e Santos, 2016, p. 7).

Nesse contexto, é inerente a ocorrência da geração de resíduos, que podem ser


procedentes de embalagens que acondicionam os vários tipos de alimentos ou de
produtos químicos, que são usados de maneira direta ou indireta na produção de
refeições.

3.6 Impacto dos resíduos sólidos


3.6.1 O impacto ambiental

O desenvolvimento económico, o crescimento populacional, a urbanização e a


revolução tecnológica vêm sendo acompanhados por alterações no estilo de vida e
nos modos de produção e consumo da população. Como decorrência directa desses
processos, vem ocorrendo um aumento na produção de resíduos sólidos, tanto em
quantidade como em diversidade, principalmente nos grandes centros urbanos.

Além do acréscimo na quantidade, os resíduos produzidos actualmente passaram a


abrigar em sua composição elementos sintéticos e perigosos aos ecossistemas e à
saúde humana, em virtude das novas tecnologias incorporadas ao quotidiano
(Gouveia, 2012).
48

3.6.2 Os impactos na saúde

Os vários impactos ambientais decorrentes das diferentes formas de disposição de


resíduos sólidos oferecem também riscos importantes à saúde humana. Sua
disposição no solo, em lixões ou aterros, por exemplo, constitui uma importante fonte
de exposição humana a várias substâncias tóxicas.

Para Schalch (2002), as principais rotas de exposição a esses contaminantes são a


dispersão do solo e do ar contaminado, lixiviação e a percolagem do chorume. O
último pode ocorrer não apenas enquanto o lixão ou o aterro está em
funcionamento, mas também depois de sua desactivação, uma vez que os produtos
orgânicos continuam a degradar.

Estudos têm indicado que áreas próximas a aterros apresentam níveis elevados de
compostos orgânicos e metais pesados, e que populações residentes nas
proximidades desses locais apresentam níveis elevados desses compostos no
sangue. Assim, Gouveia (2012) refere que esses depósitos de resíduos sólidos
constituem potenciais fontes de exposição para populações, que podem causar
diversas doenças, como, câncer, anomalias congénitas, baixo peso ao nascerem,
abortos e mortes neonatais nessas e em populações vizinhas a esses locais.

3.7 Tratamento e Disposição Final do Lixo

Esta etapa tem por objectivo reduzir a quantidade ou o potencial poluidor dos
resíduos sólidos, impedindo o descarte inadequado deles no meio ambiente,
transformando-os em material inerte ou biologicamente estável. Para os resíduos
orgânicos, uma alternativa sustentável é a compostagem (Gouveia, 2012).

Para Barros (2003), é a transformação de resíduos orgânicos presentes no lixo,


através de processos físicos, químicos e biológicos, em material biogénico mais
estável e resistente. O resultado final é o "composto", excelente condicionador
orgânico dos solos.

No entanto, nesse processo, ocorre um processo natural de decomposição biológica


de materiais orgânicos, de origem animal e vegetal, pela acção de microrganismos.
49

A compostagem pode ser aeróbia ou anaeróbia, em função da presença ou não de


oxigénio no processo. O processo se constitui basicamente de duas etapas:

 Física: onde se dá o preparo dos resíduos, fazendo-se uma separação entre a


matéria a ser compostada e outros materiais (potencialmente recicláveis e/ou
refeitos), e em seguida uma homogeneização;
 Biológica: consiste da fermentação e da digestão do material, realizadas sob
condições controladas, num período que varia, geralmente, de 60 a 120 dias.

Portanto é notório o exercício de actividades comerciais de vendas de refeições nas


vias públicas da cidade de Nacala Porto, principalmente a venda e consumo de
alimentos, em alguns casos são realizados justamente ao lado de alguns depósitos
de resíduos sólidos não controlados.

Imagem 3: Confecção e venda de alimentos juntos de depósitos de resíduos


sólidos.

Fonte: Adaptada pelo autor, 2019.

No entanto, vários são os impactos advindo desta prática, para o meio ambiente
como para as comunidades. No caso do meio ambiente, pelo que se pode constatar
50

na área de estudo, os restos de comidas são rejeitados sem sequer qualquer


tratamento, o que originam mau cheiro e a biodegradação dos locais públicos.

Os entrevistados acrescentaram dizendo que vários vendedores confeccionam


alimentos e comercializam alimentos em condições deploráveis que propicia a
inalação do meio ambiente bem como a saúde pública, o sistema de colecta de lixo
é precário.

É importante frisar que uma grande parcela do óleo foi utilizada em fritadeiras, e não
necessariamente ingerida pelos comensais. De qualquer forma, uma redução nesse
volume melhoraria a qualidade nutricional das refeições, diminuiria a quantidade de
resíduos, facilitando também o seu descarte adequado.

Além disso, o descarte inadequado de óleos vegetais causa impactos ambientais


negativos. Se despejados na rede de esgotos, esses produtos poluem a água,
criando uma barreira nos rios que compromete a cadeia alimentar. Sua
decomposição também emite metano para a atmosfera, contribuindo para o efeito
estufa.

Como resultados das acções negligentes dos comerciantes, surgem os resultados


dos impactos na saúde humana, destas doenças de veiculação hídrica, diarreias e
problemas respiratórios, causados pelos cheiros nauseabundos dos locais de
despejos de produtos putrificados.

Argumentando sobre esta problemática, os técnicos de Saúde referem-se que um


dos problemas da questão da ocorrência de algumas doenças como a cólera e a
malária estão associadas à péssimas condições de saneamento do meio que
enfermam os espaços de venda destes produtos.

Portanto, de acordo com Gouveia (2012, P. 4), sua disposição no solo, em lixões ou
aterros, por exemplo, constitui uma importante fonte de exposição humana a várias
substâncias tóxicas. As principais rotas de exposição a esses contaminantes são a
dispersão do solo e do ar contaminado19, a lixiviação e a per colagem do chorume.
51

Gráfico 13: Relação do conhecimento dos impactos causados por parte dos
vendedores e consumidores

Fonte: Adaptado pelo autor, 2019.

Todavia, 33.3 % dos informantes afirmaram que tem conhecimentos sobre os


perigos da confecção, venda e consumo de alimentos e que a gestão do lixo no
geral periga a saúde pública, bem como a contaminação do ambiente, pois
condiciona várias doenças a destacar: Diarreicas, respiratórias bem como a malária.
44.4%, afirmaram o consumo ou venda não tem impactos, e desconhecem as
periculosidades da mesma.

No entanto, 22.25% pouco reconhecem sobre a questão da periculosidade de


consumo e vendas de alimentos nas vias públicas e os rejeitos depositados sobre
meio ambiente sem o teu devido tratamento.

3.8 Medidas de Mitigação

Diante da constatação de que vem aumentando muito o consumo e vendas de


alimentos em vias públicas e o consequente descarte de resíduos nas vias públicas
no Município de Nacala Porto, além de abordar a questão da disposição, como
fizemos até aqui, vem sendo consensual a constatação de que é preciso minimizar o
seu montante.
52

Portanto, quando não há colecta domiciliar, recomenda-se que os resíduos de


alimentos sejam compostados e que o lixo seja enterrado ou transportado até postos
onde ocorra a colecta. Recomenda-se, ainda, que o lixo não seja queimado.

De antemão, durante todo o processo deve-se fazer campanhas de educação


ambiental e sanitária, com vista a dar a conhecer sobre as boas práticas de
consumo e gestão dos resíduos antes e pós o consumo por todos intervenientes
deste processo.

3.9 Discussão das hipóteses

Hipotese1 Formas inapropriadas de preparação dos alimentos vendidos nas vias


públicas podem gerar vários riscos a saúde.

Devido a tanta procura dos alimentos, os vendedores acabam flexibilizando a


preparação dos mesmo, o que culmina com o incumprimento do tempo para ficar
pronto o tal alimento, daí que surgem doenças provocadas pela intoxicação
alimentar.

Hipotese2 Formas inapropriadas de conservação dos alimentos vendidos nas vias


públicas podem gerar vários riscos a saúde.

Devido a exposição dos alimentos ao céu aberto, eles são vulneráveis ao contacto
dos microorganismos de natureza bacteriana, parasitárias e mais. Por outra, os
entrevistados acreditam que esses alimentos noutras vezes alimentos são vendidos
num estado de decomposição.

Hipotese3 A manipulação dos alimentos e no próprio ambiente onde são preparados


pode gerar vários riscos a saúde.

Outros vendedores não observam o seu estado de higiene, ora, acabam pegando os
produtos com as mãos sujas, a louça não bem lavada. Frequentemente os alimentos
estão em contacto com os resíduos sólidos/lixo.
53

Capítulo IV. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES


4.1 Conclusão

Através da pesquisa no mercado de Mathapue conclui-se que os consumidores


desses alimentos nesse mercado ocorrem risco de contaminação de doenças, não
existem condições para realização dessa actividade, os resultados estão
apresentados nos gráficos que podem ser identificados visualmente.

Por conseguinte pode-se rejeitar a terceira hipótese traçada para o trabalho que
afirma que a manipulação dos alimentos e no próprio ambiente onde são preparados
pode gerar vários riscos a saúde.

Quando objectivo principal pode-se concluir que foi alcançado uma que foi possível
identificar as implicações dessa actividade na saúde pública, através da busca de
percepção dos vendedores, consumidores e responsáveis do mercado de Mathapue
por meio de entrevista. A pesquisa também evidenciou a importância de aplicação a
segurança alimentar.

No que concerne à pergunta da pesquisa, pode-se concluir que esta satisfeita uma
vez que os consumidores e vendedores sabem que esta pratica pode provocar
doenças, e alguns consumidores já tiveram problemas de saúde depois de consumir
esses alimentos.

Finalmente sabemos que para uma boa saúde, depende indispensavelmente da


higiene alimentar, tanto do local de confecção assim como do consumo, que garante
uma protecção contra vectores transmissores de doenças.

Na cidade de Nacala-Porto assiste-se hoje quase em todas ruas principais a venda


de produtos alimentares desde os confeccionados, não confeccionados e de
imediato consumo.
54

4.2 Recomendações

Sabemos que os hábitos familiares, culturais, custos e disponibilidade de alimentos


afecta o consumo alimentar de um indivíduo, é da responsabilidade total dos chefes
do mercado o controlo dessa actividade de venda dos alimentos e limpeza.

Importante papal de prevenção de doenças:

 Limpeza diária do mercado;


 Controlo diário das condições físicas e químicas e biológicas dos alimentos;
 Controlo diário das condições físicas e psicológicas dos vendedores;
 Conhecimento dos vendedores dos microorganismos que são transmitidos
pelos alimentos;
 Palestras sobre regras de higiene pessoal, preparação dos alimentos e
conservação dos alimentos.
.
55

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56

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Warde, A. (1997) Consumption, Food & Taste. London: SAGE;


57

Questionário dirigido aos vendedores dos alimentos

Assinale a sua opção com X

1. Esse alimento quem prepara é você?

Sim
Não

2. Onde é que prepara?

Na cozinha
No ar livre

3. Calcula o tempo que os alimentos ficam no fogo?

Sim
Não

4. Como é que toma conhecimento que o alimento está consumir?

Provando
Sinto aroma

5. Como adiciona os alimentos na panela com água?

Morna
Fria

6. No momento de preparar os alimentos separa os vegetais e animais?

Sim
Não

7. Como conserva os alimentos quando vai vender?

Baldes
Plásticos
58

Questionário dirigido aos responsáveis do mercado?

1. Tem conhecimento de venda de produtos alimentares neste mercado?

Sim
Não

2. Sabe que esses alimentos podem gerar vários riscos de saúde?

Sim
Não

3. Existe equipa que monitora esta actividade?

Sim
Não

3. Quais são as medidas usadas para melhorar o funcionamento nesta actividade?

Questionário dirigido aos consumidores?

1. Todos dias comem aqui?

Sim
Não

2. A comida e bem preparada?

Sim
Não

3. Sabe onde preparam?

Sim
Não

4. Em algum momento teve problema de saúde depois de consumir?

Sim
Não
59

5. Sabe que esses alimentos podem gerar vários riscos de saúde?

Nesta parte será usado o método de observação, uma vez que o autor vai
directamente verificar os preparadores e vendedores o estado em que se
encontra se estão de acordo com as recomendações apresentadas na
fundamentação teórica.

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