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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTRUTURAS DE

CONCRETO E FUNDAÇÕES-ECF

MÓDULO: FUNDAÇÕES II – ESTRUTURAS

MUROS DE ARRIMO DE CONCRETO ARMADO


(EXEMPLO PRÁTICO 2)

Prof. Marcos Alberto Ferreira da Silva

Uberlândia-MG, Janeiro de 2017


Muros de Arrimo – Exemplo numérico 2

• Calcular e detalhar o muro de arrimo Corte BB: b


dado, considerando: a

solo = 18,0 kN/m3


 = 300

h
Aço CA-50 f a
b
c

fck = 40,0 MPa

j
e

solo = 0,20 MPa


coeficiente de atrito solo/concreto = 0,55
Considerar para efeito de geometria, as cotas abaixo em metros:
Geometria do Muro
a (m) b (m) c (m) e (m) f (m) i (m) h (m) L (m)
0,15 0,10 3,00 4,25 1,00 0,20 5,50 1,00
Resolução:
• A sequência de resolução, uma vez que a
geometria está definida é de:
– A) verificação de tombamento;
– B) Verificação de translação;
– C) Verificação de tensão no solo;
– D) Cálculo das armaduras.
Resolução:
• Verificação de tombamento:
– Inicialmente pode-se calcular o momento de
tombamento que nada mais é que o momento do
empuxo do solo aplicado no muro que o faz girar em
torno do ponto x , conforme figura abaixo:
H

H/3
X S
Resolução:
• O valor da tensão no solo (no nível do ponto X) e da resultante do
empuxo são dadas (para uma espessura unitária) por:
s  ka.H.s
H
Ea  ka.H.s . 
2
• No caso H é a profundidade/altura considerada, que conforme a
figura anterior, é dada por: H = h + i.
• Assim, o momento de tombamento é dado por:
 H H
3
Mt  ka.H.s . .   ka.s.
H
 2  3  6
H3 5,703 kN.m
Mt  ka.s.  0,33.18.  185,19
6 6 m
Resolução:
• O momento de restituição é dado por:
MRest   Pi.zi

• Sendo:
• Pi – O peso de cada elemento considerado na tabela abaixo e
mostrado na figura a seguir;
• zi - a distância da resultante de força do peso de cada
elemento no ponto X;
• O ideal neste caso é se fazer uma tabela para se preencher os
valores auxiliares para o cálculo do peso vertical do muro e o
solo e obter ainda o momento de restituição.
Resolução:
Corte BB: b
a

Solo 2

Cortina 1
5,50 m
h

Solo 1

Cortina 2
b
f a c
1,00 m 0,10 3,00m
0,20

0,15
i

X Sapata
j

e
4,25 m
Resolução:
• Tabela – Determinação das ações verticais e respectivos momentos:
Ações Verticais
espessura fator Volume Peso Mrest
Elemento b (m) h (m) 3 mat. (kN/m3) z (m)
(m) forma (m ) (kN) (kN.m)
a,hCortina 01 0,15 5,50 1 1 0,8250 25,0 20,63 1,075 22,17
b,hCortina 02 0,10 5,50 1 0,5 0,2750 25,0 6,88 1,183 8,14
e,jLaje 4,25 0,20 1 1 0,8500 25,0 21,25 2,125 45,16
c,hTerra 1 3,00 5,50 1 1 16,500 18,0 297,00 2,750 816,75
b,hTerra 2 0,10 5,50 1 0,5 0,2750 18,0 4,95 1,217 6,02
Somatório 350,70 898,24
Corte BB: b
a
Desta maneira, obtém-se o valor do
momento de restituição:
Solo 2

Cortina 1 MRest  898,24 kN.m


5,50 m
h

Solo 1

Mrest 898,24

Cortina 2

  4,85  1,5 ok!


b
f a c
1,00 m 0,10 3,00m
0,20

0,15
Mtomb 185,19
i

X Sapata
j

e
4,25 m
Resolução:
• Verificação da translação:
– Neste caso, é preciso (sem considerar inicialmente o
dente indicado no desenho) que o atrito provocado pelo
peso da estrutura e solo acima da sapata seja maior que
o empuxo ativo multiplicado por 1,5 (coeficiente de
segurança). Assim, tem-se:
5,702
Ea  ka.H.s .  0,33.18.
H
 97,47 kN/m
2 2
fatrito  .P  0,55.350,7  192,89 kN/m
fatrito 192,89
r   1,98  1,5 Como r > 1,5, não é necessário
executar o dente!
Ea 97,47
Resolução:
• Determinação das tensões no solo:
– Para a determinação das tensões de contato entre a sapata e o
solo, faz-se inicialmente a redução dos esforços do ponto X, para
o meio da sapata como indica a figura abaixo:

P
P

E Mrest
M=P(e/2)+Mtomb-M resis
Mtomb

X X
e/2 e/2 e/2 e/2
Resolução:
• Assim, o momento atuante no centro da sapata será de:
e
M  P.  Mtomb  Mrestit
2
4,25
M  350,70.  185,19 - 898,24  32,19 kN.m
2
Para que o funcionamento seja sem tração é necessário que e excentricidade do
momento e carga vertical seja inferior ao valor da cota do núcleo central (neste caso
igual a e/6):

M 32,19 4,25
exc    0,092 m   0,71 m
P 350,70 6
Resolução:
Assim, não haverá tração no solo, podendo-se utilizar a fórmula da Resistência dos
Materiais.
Tensões no solo, na face da sapata:
P 6.M
s, máx/mín  
L.e L.e 2

350,70 6.32,19 kN
P s, máx   2
 93,21 2 / m
1.4,25 1.4,25 m
350,70 6.32,19 kN
s, mín  - 2
 71,82 2
/m
M=P(e/2)+Mtomb-M resis 1.4,25 1.4,25 m

kN
X
s, máx/mín  solo  200 2
m
S,min
S,max
Resolução:
• Determinação das armaduras:
– Para a determinação das armaduras, é necessário calcular os
momentos fletores nas seções S1, S2 e S3, conforme se mostra na
figura abaixo.
Seção S1:

hh h3
MS1  ka.h.s . .   ka.s.
h E
 2 3 6
1 5,53
MS1  .18.  166,38 kN.m/m
h/3

S1
3 6
X S2 S3 S

Seção S2:
S,min
S,max
Para se determinar o momento fletor na
seção S2, é necessário se calcular a
tensão no solo, na referida seção:
Resolução:
P 12.M 350,70 12.32,19  4,25  kN
s2   .yS2   3 
.  1  88,18 2
L.e L.e 3
1.4,25 1.4,25  2  m

 S2 .f 2 f2 
MS2  L.  S, máx - S2 . 
 2 3
 88,18.1,02 1,0 2 
MS2  1.  93,21  88,18.   45,77 kN.m/m
 2 3 

Seção S3:

Para se determinar o momento fletor na


seção S3, é necessário se calcular a
tensão no solo, na referida seção:
Resolução:
P 12.M 350,70 12.32,19  4,25  kN
s3   .yS3   3 
.  1,25   86,92 2
L.e L.e 3
1.4,25 1.4,25  2  m

 S, mín.c 2 c2 c2 
MS3  L.  S3 - S, min .  s.h. 
 2 6 2
 71,82.3,02 3,0 2 3,0 2 
MS3  1.  86,92  71,82. - 18.5,5.   - 99,66 kN.m/m
 2 6 2 
Resolução:
• Valores de d (altura útil):
– Na seção S1, considerando cobrimento de 3,0 cm e armadura com
diâmetro de 20,0 mm, tem-se: d = 25,0 – 3,0 – 1,0 = 21,0 cm;
– Na seção S2, considerando cobrimento de 3,0 cm e armadura com
diâmetro de 16,0 mm, tem-se: d = 20,0 – 3,0 – 0,8 = 16,20 cm;
– Na seção S3, considerando cobrimento de 3,0 cm e armadura com
diâmetro de 20,0 mm, tem-se: d = 20,0 – 3,0 – 1,0 = 16,0 cm;
– Considerando ainda: fck = 40,0 MPa, Aço CA-50 e bw = 100 cm.
M
Seção d (cm) kMd kx kz As (cm2/m)
(kN.cm/m)

S1 21,00 16638 0,185 0,3106 0,8757 29,13

S2 16,20 4577 0,085 0,1320 0,9472 9,60

S3 16,00 9966 0,1900 0,3205 0,8718 23,00

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