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Texto 2_Retomada

1. Quem é Jesus Cristo?

Lembrem-se de um belo passeio, de quando ouviram uma música muito bonita ou


participaram de uma festa muito legal: o que vocês sentiram? Tiveram a sensação de ter um
desejo correspondido?

Mais do que um lugar, uma música, uma festa, Jesus Cristo se apresentou como
“Filho do Homem”: Alguém sempre capaz de corresponder ao meu desejo.

2. Como se faz para conhecer Cristo? Qual método usamos?

(para conhecer algo é preciso usar um método adequado. Exemplo: a bactéria é


muito pequena para ser vista a olho nu, portanto, para poder ver uma bactéria, preciso usar um
microscópio. Seria errado dizer que a bactéria não existe porque eu não tenho um microscópio
e não consigo vê-la)

Para conhecer Cristo, o método adequado é a Fé.

3. O que é a Fé?

“A fé é substância das coisas que se esperam; prova das coisas que não se vêem”
(Carta aos Hebreus 11,1)

A Fé é um método de conhecimento indireto, mediado por uma testemunha, na


qual devo confiar.

4. Quando posso confiar numa pessoa?

Quando aquela pessoa sabe o que diz e não quer me enganar.

Mas como ter essa certeza?

Pela atenção a mim mesmo, às minhas exigências. Exemplo: um sapato pode ser
o mais bonito que eu já vi, só que é um pouco menor que o meu pé. Eu insisto e uso, porque
aquele sapato é muito bonito, quem sabe não lasseia... Saio a primeira vez com o sapato e
volto com os calcanhares machucados. Mas todos elogiam o sapato. Então, saio uma segunda
vez, e agora, além dos calcanhares, mais machucados (até saiu o “band-aid”), os dedinhos
também estão machucados. Mas há uma balada que será a balada do ano, e eu não posso
comparecer com um sapato menos bonito do que aquele. E eu enrolo “band-aid” nos dedinhos,
boto dois “band-aid” em cada calcanhar, e lá vou eu com o sapato, mas tenho que ir embora
antes do fim, porque até o peito do meu pé está muito machucado e, na segunda-feira, eu não
vou à escola, porque feriu tanto que eu não agüento pisar no chão.

Eu, neste caso, fui atento às minhas exigências? Prestei atenção a mim mesmo?
5. Jesus diz ser o Messias: é verdade ou não? Diz ser o Salvador do mundo,
o Libertador do homem e do mundo, diz ser Deus: é verdade ou não?

Qual é o primeiro instante na história, o primeiro instante no sentido cronológico


no qual este problema foi posto?
Foi numa passagem do Evangelho, onde se fala dos dois primeiros homens,
homens jovens, no coração dos quais entrou uma impressão nova, ouviram falar de Alguém
que falava diante deles, ouviram falar de coisas inimagináveis, mais precisamente as coisas a
que nós acenamos antes, que não eram estranhas a eles porque eram habituais na história do
povo deles; todo o povo deles esperava o Messias, todo o povo deles esperava um libertador,
uma pessoa que libertasse o povo, o povo todo.
João Batista tinha visto um homem ir embora e, subitamente, iluminado pelo
Espírito _era um profeta, por isso aqueles momentos estranhos_ se pôs a gritar:
“_Eis o Cordeiro de Deus. Eis Aquele que tira o pecado do mundo.”
Todas as pessoas que estavam ali não fizeram caso porque estavam habituadas
a ouvi-lo explodir com alguma expressão estranha de vez em quando. Ao contrário, dois que
estavam ali viram quando ele apontava aquele homem e eles foram embora também, e o
seguiram, seguiram suas pegadas.
Estes dois eram bem simples, os mais simples que estavam ali, mas eram os
mais atentos. Estavam atentos como crianças que são cativadas por uma história, com a boca
aberta.
Seguiram-nO, e Ele, quando se sentiu seguido, voltou-se: “O que vocês querem?”
“_Mestre, onde moras?”
“_Vem e vê”. E aqueles dois ficaram a tarde inteira ouvindo-O falar, vendo-O
falar porque não entendiam nada daquilo que Ele dizia, mas o modo com o qual Ele falava era
tão persuasivo, era tão evidente que Aquele Homem dizia a verdade, que a pessoa que O
ouvia não podia guardar para si as Suas palavras. Foram embora e, à primeira pessoa que
encontraram disseram: “Encontramos o Messias”. Repetiram uma palavra Sua da qual não
entendiam verdadeiramente o sentido, mas, de qualquer forma, sendo que lhes era familiar ao
ouvido, repetiram as Suas palavras.
O fato através do qual, pela primeira vez, o problema de quem fosse Cristo se
pôs, foi o primeiro instante em que o problema da fé entrou no mundo: a fé como método da
razão aplicado a algo inconcebível, porque tudo aquilo que dizia Aquele Homem era
inconcebível.
O segundo capítulo do Evangelho de São João termina dizendo: “Diante daquele
milagre, os seus discípulos creram nEle”, falando do milagre da mudança da água em vinho.
Mas como? Já não haviam acreditado no capítulo anterior? E, de fato, este é um refrão que
continua no Evangelho: quando acontece um grande milagre, eis o refrão que retoma: “E os
seus discípulos creram nEle”. Esta repetição, muito justamente, não só não é inútil, mas
confirma a verdade daquilo que se está dizendo, daquilo que o Evangelho diz, porque é o jogo
do aprofundamento da certeza em nós.

6. Então, qual é a primeira característica do conhecimento?

É o impacto da consciência com uma realidade, um fato, não um sonho.

7. Qual é, então, a primeira característica da fé cristã?

A fé cristã parte de um fato: Jesus Cristo presente na história do homem. Um fato


que tem a forma de um encontro.
Texto 3

Reconhecer Cristo

Os primeiros discípulos, quando encontraram Jesus, ficaram fascinados e


reconheceram imediatamente que era o Messias. Foi fácil, foi simples reconhecê-Lo. Por quê?
Porque era excepcional, incomparavelmente excepcional: correspondia ao coração.

Aprender com Alguém excepcional se dá no âmbito (dentro) de uma


simpatia. É necessário conviver com aquele indivíduo, apenas isso. O que é preciso fazer é
observá-Lo. Observá-Lo ativamente: seguir.

E, de fato, os primeiros voltaram a Jesus no dia seguinte. Jesus voltou a


eles no terceiro dia, porque moravam em uma cidade vizinha. Começaram a ir pescar juntos,
ou à tarde encontravam-se na praia quando costuravam as redes. E quando Jesus, de quando
em quando, começava a percorrer as cidades do interior, passava por eles e dizia: “Vem
comigo!”. Alguns iam, outros não iam. Depois, acabaram por ir todos os doze. Acabaram por
passar fora algumas horas, depois mais algumas horas, depois o dia inteiro; depois
começaram a passar fora também a noite... E eles O seguiam. Foram atrás dEle! Todos os
dias ouviam o que Ele dizia e viam o que fazia. Todas as pessoas ficavam ali com a boca
aberta, e eles com a boca mais aberta ainda. Não cansavam de vê-Lo e de ouvi-Lo.

Mas o que viam estes que O seguiam? Alguns exemplos:

Jo 2, 1-11 As Bodas de Caná

Mt 9, 1-8 Cura de um paralítico

Mc 1, 32-45 Diversas curas

Lc 8, 40-56 Cura da hemorroíssa e Ressurreição da filha de


Jairo
Mt 8,23-27 A tempestade acalmada

Mc 6, 45-52 Caminha sobre as águas

Procuremos, então, individuar os aspectos da personalidade de Jesus que


se apresentam excepcionais aos nossos olhos:

1_ Uma presença extraordinária

Cristo demonstra autoridade e superioridade em todas as situações.


Continuamente, a cada dia, se repetem coisas do gênero: “Chegou à noite cansado de curar”.
Este é um refrão do Evangelho (cf. Mc 1, 32 s)

2_ O Dominador da natureza

Os homens ficavam espantados e diziam: “Quem é esse a quem até os


ventos e o mar obedecem?” (Mt 8, 23-27)
Reconhecer Cristo

3_ Ele nos conhece e nos compreende

Jesus era extraordinário, mas o poder mais impressionante é o domínio


dos nossos pensamentos e dos nossos corações: Ele nos compreende. É uma coisa normal
para Ele ler o pensamento do homem e as suas intenções: todos entendem que até essa parte
secreta da personalidade humana Lhe pertence.

Podemos lembrar algumas passagens, como:

Jo 4, 5-30 O Encontro com a Samaritana

Lc 19,1-10 O Encontro com Zaqueu

Diante dEle não existem barreiras. Ele penetra sem dificuldade no nosso
coração, às vezes tão confuso. Não há nada que mexa mais com a gente do que ser
descoberto e compreendido. Isso provoca um desejo de entrega total.

4_ Ele é bom

Ele era bom. Podemos lembrar quando “tomou uma criança, abraçou-a e
disse: “Ai daquele que arrancar um fio de cabelo da menor dessas crianças”.

Mt 18, 2-6 Jesus e as crianças

Ou quando viu aquele funeral, informou-se logo: “Quem é?”. “É um


adolescente, cujo pai morreu faz pouco tempo!” E sua mãe estava gritando e gritando atrás do
féretro. Deu um passo na direção dela e disse: “Mulher, não chores!”:

Mas há algo mais injusto do que dizer a uma mulher sozinha, cujo filho
morreu: “Mulher, não chores!” E era, pelo contrário, o sinal de uma compaixão, de uma afeição,
de uma participação da dor sem limites. Disse ao filho: “Levanta-te!” E restituiu-lhe o filho. Se
não tivesse dito nada, teria permanecido na sua solenidade de profeta e de homem de
milagres. Mas Ele disse antes: “Mulher, não chores!”

Lc 7, 11-16 Ressurreição do filho da viúva de Naim

Imaginem durante um ou dois anos ouvi-Lo todos os dias assim, senti-Lo


tão bom, senti-Lo com tanto poder e tão bom. Mas era tão desproporcionado o modo de agir
daquele homem, tão inconcebível, tão soberano, que era espontâneo aos seus amigos dizer:
“Quem é este? O que tem por trás dele?” E eram pessoas que O conheciam muito bem, que
conheciam a sua família, que O conheciam como a palma de sua mão, iam atrás dEle e diziam
entre si: “Mas quem é esse?”

Essa pergunta dá início, na história do mundo, até o fim do mundo, ao


problema de Cristo:

Quem é Jesus Cristo?

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