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2º Roga a Deus com freqüência, roga-lhe a cada dia que lhe impeça, com Sua
graça, de transpassar os limites da necessidade, ou deixar-se levar pelo atrativo
do prazer;
3º Não pegue nada entre as refeições, a menos que haja alguma necessidade ou
razões de conveniência;
5º Não lhe está proibido saborear alguma satisfação corporal, mas faça-o com
uma intenção pura e bendizendo a Deus;
6º Regule seu sono, evitando nisto toda relaxação ou molície, sobretudo pela
manhã. Se pode, fixe-se uma hora para deitar-se e levantar-se, e obrigue-se a ela
energicamente;
8º Se sente alguma ligeira indisposição, evite irritar-se com os demais por seu
mau humor; deixe aos seus irmãos o cuidado de queixar-se; pelo que lhe cabe,
seja paciente e mudo como o divino Cordeiro que levou verdadeiramente todas
as nossas enfermidades;
3º Se o sentido do olfato tem que sofrer algo por conseqüência de certas doenças
ou debilidades do próximo, longe de queixar-se disso, suporte-o com uma santa
alegria;
7º Há que evitar todo contato sensual, toda carícia em que se poria certa paixão,
em que se buscaria ou onde se teria um gozo principalmente sensível;
10º Mortifique sua imaginação quando lhe seduz com a isca de um posto
brilhante, quando se entristece com a perspectiva de um futuro sombrio,
quando se irrita com a recordação de uma palavra ou de um ato que o ofendeu;
14º Tenha cuidado de não contrair certos costumes que, sem ser positivamente
maus, podem chegar a ser funestos, tais como o costume de leituras frívolas, dos
jogos de azar, etc;
16º Não lhe está proibido ter bom coração e mostrá-lo, mas fique atento para o
perigo de exceder o justo meio. Combata energicamente os afetos demasiado
naturais, as amizades particulares, e todas as sensibilidades moles do coração.
5º Prefira escutar os demais do que falar você mesmo; mas, sem embargo, fale
quando convenha, evitando tanto o excesso de falar demasiado, que impede os
demais de expressar seus pensamentos, como o de falar demasiado pouco, que
denota indiferença, que fere ao que dizem os demais;
6º Não interrompa nunca quem fala, e não corte com uma resposta precipitada
quem lhe pergunta;
7º Tenha um tom de voz sempre moderado, nunca brusco nem cortante. Evite
os “muito”, os “extremamente”, os “horrivelmente”, etc.: não seja exagerado em
seu falar;
8º Ame a simplicidade e a retidão. A simulação, os rodeios, os equívocos
calculados que certas pessoas piedosas se permitem sem escrúpulo,
desacreditam muito a piedade;
13º Ame ser esquecido e ser tido por nada: é o conselho de São João da Cruz, é o
conselho da Imitação: não fale apenas de si mesmo nem para bem nem para
mal, mas busque pelo silêncio fazer-se esquecer;
15º Não entretenha desejos frívolos: “Desejo poucas coisas, e o pouco que
desejo, o desejo pouco”, dizia São Francisco;
17º Não se deixe turbar pelas tentações, pelos escrúpulos, pelas aridezes
espirituais: “o que se faz durante a sequidão é mais meritório diante de Deus do
que o que se faz durante a consolação”, dizia o santo bispo de Genebra;
18º Não devemos entristecer-nos demasiado por nossas misérias, senão mais
bem humilhar-nos. Humilhar-se é uma coisa boa, que poucas pessoas
compreendem; inquietar-se e impacientar-se é uma coisa que todo o mundo
conhece e que é má, porque nesta espécie de inquietude e de despeito o amor
próprio tem sempre a maior parte;
6º Seja modesto em sua compostura. Nenhum porte era tão perfeito como o de
São Francisco; tinha sempre a cabeça direita, evitando igualmente a ligeireza
que a gira em todos os sentidos, a negligência que a inclina adiante e o humor
orgulhoso e altivo que a levanta para trás. Seu rosto estava sempre tranqüilo,
livre de toda preocupação, sempre alegre, sereno e aberto, sem ter, sem
embargo, uma jovialidade indiscreta, sem risadas ruidosas, imoderadas ou
demasiado freqüentes. Quando se encontrava só mantinha-se em tão boa
compostura como diante de uma grande assembléia. Não cruzava as pernas, não
apoiava a cabeça no encosto. Quando rezava, ficava imóvel como uma coluna.
Quando a natureza lhe sugeria seus gostos, não a escutava em absoluto;
2º Suporte tudo a todos e suporte até o fim e cristãmente. Não se deixe levar
jamais por essas impaciências tão orgulhosas que fazem dizer: Que posso fazer
de tal ou qual? Em que me concerne o que diz? Para que preciso o afeto, a
benevolência ou a cortesia de uma criatura qualquer, e desta em particular?
Nada é menos segundo Deus que estes desprendimentos altaneiros e estas
indiferenças depreciativas; melhor seria, certamente, uma impaciência;
4º Ame fazer o elogio de seus irmãos, sobretudo daqueles a quem sua inveja se
dirige mais naturalmente;
5º Não diga acuidades em detrimento da caridade;
7º Quando lhe custar fazer um favor, ofereça-se a fazê-lo: terá duplo mérito;
Conclusão
Em geral, saiba negar à natureza o que ela pede sem necessidade.
Saiba fazê-la dar o que ela nega sem razão. Seus progressos na virtude, disse o
autor da Imitação de Cristo, serão proporcionais à violência que saiba fazer-se.
Dizia o santo Bispo de Genebra: “Há que morrer a fim de que Deus viva em nós:
porque é impossível chegar à união da alma com Deus por outro caminho que
não o da mortificação. Estas palavras: Há que morrer! são duras, mas serão
seguidas de uma grande doçura, porque não se morre a si mesmo senão para
unir-se a Deus por esta morte”.