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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

INSTITUTO DE CULTURA E ARTE


CURSO DE GRADUÇÃO EM GASTRONOMIA
DISCIPLINA: HIGIENE E SEGURANÇA ALIMENTAR
Profa. DIANA VALESCA CARVALHO E ANA ERBÊNIA MENDES

NOME :________________________________________________________

______________________________________________________________

Data:____________________

Atividade

1. Leia as notícias e discuta sobre o tipo de perigo envolvido na


contaminação dos alimentos.
(físico, químico ou biológico)
2. Apresente e discuta as possíveis causas da ocorrência dos referidos
perigos.
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CURSO DE GRADUÇÃO EM GASTRONOMIA
DISCIPLINA: HIGIENE E SEGURANÇA ALIMENTAR
Profa. DIANA VALESCA CARVALHO E ANA ERBÊNIA MENDES

CASO 1: CERVEJA ARTESANAL CONTAMINADA

Fonte: Reportagem de Vinicius Lemos, BBS News Brasil, São Paulo, 15 de janeiro
de 2020. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/viva-voce/noticia/2020/01/15/caso-
belorizontina-como-distinguir-uma-intoxicacao-alimentar-comum-de-algo-mais-
grave.ghtml. Acesso em 17 fev. 2020.

Os relatos apontam que os primeiros sintomas começaram com dores abdominais,


náuseas e vômitos. Eles poderiam ser facilmente associados a uma típica intoxicação
alimentar entre alguns moradores de Minas Gerais. No entanto, trata-se de uma grave
intoxicação que pode ter levado à síndrome nefroneural, caracterizada por sintomas como
insuficiência renal e alterações neurológicas como paralisia da face e problemas na visão.

Até o momento, existe a suspeita de que 17 pessoas — 16 homens e uma mulher —


possam ter desenvolvido a síndrome. Desses casos, quatro foram confirmados — duas
dessas pessoas morreram — e os outros estão sendo analisados.

As primeiras notificações sobre a síndrome ocorreram em 30 de dezembro passado,


segundo a Secretaria de Saúde de Minas Gerais. Na data, foi relatado o caso de uma
paciente com quadro de insuficiência renal aguda e alterações neurológicas. No dia
seguinte, houve uma nova notificação sobre a enfermidade, até então desconhecida. A
partir de então, logo surgiram outros casos suspeitos.

Depois das primeiras notificações, diversos exames foram solicitados e excluíram


mazelas como arboviroses, febres hemorrágicas (febre amarela, hantavirose, leptospirose
e riquetisioses), infecções bacterianas e fúngicas sistêmicas. O diagnóstico da síndrome
veio dias depois dos primeiros registros.

As apurações iniciais feitas por equipes da Secretaria de Saúde de Minas Gerais e do


Ministério da Saúde apontam que os pacientes tiveram problemas de saúde após consumir
a cerveja Belorizontina, da Backer. Os sintomas apontaram intoxicação por
dietilenoglicol, um solvente que é utilizado, por exemplo, como aditivo em radiadores.

A Backer pediu na terça-feira (14), por meio de seus representantes, que os clientes não
consumam as cervejas Belorizontina e Capixaba até que o caso seja apurado. A empresa
informou ainda que não sabe a origem das substâncias encontradas nos produtos e disse
que aguarda as apurações do caso.

Na tarde desta quarta-feira (15), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


(Mapa) informou que análises apontaram que a água utilizada pela Backer na fabricação
das cervejas estava contaminada – ao menos sete lotes, seis da Belorizontina e um de
outra marca da empresa, a Capixaba, foram afetados.

O levantamento da pasta apontou que em quatro dos lotes havia, além do dietilenoglicol,
a substância monoetilenoglicol, ou etilenoglicol – solvente usado em formulações de
fluídos hidráulicos resistentes ao fogo. A principal suspeita é de que as substâncias
levaram a quadros de síndrome nefroneural.
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Intoxicação
Há algumas características que podem mostrar uma típica intoxicação alimentar.

"Nesses casos, são algumas horas, entre três ou seis, em que a pessoa pode passar mal. É
uma forma de o organismo se livrar daquilo que lhe faz mal, por meio de vômito ou
diarreia", explica o médico toxicologista Eduardo Mello De Capitani, do Centro de
Informações e Assistência Toxicológicas da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp).

Capitani ressalta que é importante buscar ajuda médica se o paciente passar mal repetidas
vezes. "É bom procurar um serviço de saúde para fazer uma avaliação e também para a
pessoa não ficar desidratada. Principalmente quando a pessoa tem um sintoma como
febre, é fundamental procurar ajuda médica", diz.

Mesmo as intoxicações alimentares podem ser mais sérias – o botulismo, por exemplo, é
um exemplo de intoxicação grave.

"Mas às vezes é apenas um caso em que a pessoa comeu algo que lhe fez mal. É uma
situação que vai ser resolvida após ela vomitar e se hidratar corretamente", completa.

No caso específico da cervejaria, especialistas apontam que foi possível perceber que não
se tratava de uma intoxicação alimentar simples, principalmente, quando apareceram
sintomas como insuficiência renal grave — que pode aparecer em até 72 horas em casos
da síndrome — e alterações neurológicas.

"Nesses casos como o de Minas, é possível notar problemas além do quadro


gastrointestinal, habitual em casos de intoxicação alimentar. A síndrome nefroneural traz,
junto com problemas no aparelho digestivo, dificuldades no sistema nervoso central e
periférico, além da insuficiência renal", afirma o infectologista Rogério Valls de Souza,
da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

"No caso da intoxicação alimentar, como é popularmente conhecida, a infecção é causada


por alguma bactéria. Mas no caso da intoxicação da cerveja, trata-se de substâncias
químicas que não deveriam estar naquele ambiente ou alimento e não poderiam ser
consumidos por seres humanos", diz Capitani.

O toxicologista lembra que pode ser difícil diagnosticar rapidamente casos de síndrome
nefroneural.

"Os sintomas específicos da síndrome podem demorar a aparecer. O mal-estar pode, por
exemplo, ser confundido com embriaguez. Pode ser difícil para o médico, a princípio,
diferenciar. São quadros que podem ter diagnósticos difíceis, por isso é preciso uma
avaliação mais aprofundada", declara Capitani.

Os médicos apontam que quanto antes houver o diagnóstico e o início do tratamento, mais
chances de que a síndrome não traga graves consequências aos pacientes.
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"Se demorar muito para haver uma intervenção, pode causar quadro de insuficiência renal
prolongado, caso neurológico com sequela ou cegueira", diz Souza.

Cervejas recolhidas
Após o início das suspeitas sobre a contaminação das cervejas, o Ministério da
Agricultura determinou o recolhimento de todos os produtos da Backer e a suspensão da
fabricação das cervejas após apontar que outras marcas da empresa também podem estar
contaminadas.

Uma força-tarefa foi criada para apurar o caso. Os processos de fabricação das bebidas
estão sendo investigados. O ministério informou que há três hipóteses: sabotagem,
vazamento ou uso inadequado das moléculas de monoetilenoglicol no processo de
refrigeração do sistema de fabricação.

Ainda segundo a pasta, a fiscalização apontou um uso elevado de monoetilenoglicol no


sistema de refrigeração da cervejaria — a substância é muito utilizada como
anticongelante.

O levantamento mostrou que 15 toneladas do insumo foram comprados pela empresa


desde 2018, com picos em novembro e dezembro passado. "Como a refrigeração é um
sistema fechado, em princípio, não haveria justificativa para essa aquisição em grande
escala", informou a pasta.
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CASO 2: Pronto-socorro atende mais de 60 funcionários de quatro


empresas com intoxicação alimentar em Pindamonhangaba, SP

De acordo com a prefeitura, as empresas serviam alimentação contratada do mesmo


fornecedor. Vigilância Sanitária foi acionada e interditou estabelecimento de forma
cautelar.

Fonte: Reportagem G1 Vale do Paraíba e Região, 16 de janeiro de 2020.


https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2020/01/16/pronto-socorro-
atende-mais-de-60-funcionarios-de-tres-empresas-com-intoxicacao-alimentar-em-
pindamonhangaba-sp.ghtml. Acesso em 18 fev. 2020.

Mais de 60 funcionários de quatro empresas foram atendidos com sintomas de


intoxicação alimentar nesta quinta-feira (16) no pronto-socorro de Pindamonhangaba
(SP). Segundo a prefeitura, as empresas serviam alimentação contratada do mesmo
fornecedor, que foi interditado pela Vigilância Sanitária por precaução (leia mais abaixo).

(Atualização: nesta sexta-feira, 17, a Prefeitura de Pinda informou que após nova
vistoria a interdição foi suspensa e foi expedida a licença sanitária atualizada. Com isso
o estabelecimento volta a poder atuar normalmente)

Os atendimentos começaram às 7h, quando os funcionários da primeira empresa foram


liberados para atendimento médico. Um trabalhador contou que passou mal durante a
noite com vômito, febre e diarreia e que quando chegou no trabalho soube que outros
também tiveram os mesmos sintomas.

A Vigilância Sanitária foi acionada quando o número de pessoas com os sintomas


aumentou. Até o início da tarde foram registrados mais de 60 atendimentos no pronto-
socorro municipal, mas a prefeitura afirma que recebeu notificação de pacientes que
deram entrada na rede particular.

De acordo com a Vigilância Sanitária, os funcionários começaram a se sentir mal depois


do almoço de quarta-feira (15) quando o cardápio servido tinha carne de porco e
estrogonofe.

As empresas terceirizavam o serviço de alimentação de um mesmo fornecedor em


Pindamonhangaba, a empresa Auguri Refeições. A Vigilância Sanitária informou que
interditou, de modo cautelar, a empresa por falta de documentação.

A SX Lighting confirmou que os funcionários apresentaram sintomas de intoxicação após


o almoço e que solicitou que a empresa prestadora do servido de alimentação enviasse
amostras do que foi servido para análise. Informou ainda ainda que os funcionários foram
dispensados para acompanhamento médico e que investiga o caso.

A Givi Brasil e a Eucamad, que também tiveram funcionários com sintomas de


intoxicação alimentar, não quiseram se posicionar. O G1 tenta contato com a Caea.
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A reportagem também entrou em contato com a Auguri Refeições, mas não obteve
retorno até a publicação.
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CASO 3: Vigilância em Saúde investiga casos de suposta intoxicação alimentar de


clientes de restaurante

Fonte: AMM, 24 de janeiro de 2020. https://www.amm.org.br/Noticias/Vigilancia-


em-saude-investiga-casos-de-suposta-intoxicacao-alimentar-de-clientes-de-
restaurante-\. Acesso em 18 fev. 2020.

No final do mês de dezembro de 2019 foram relatados na mídia e para a Vigilância


Sanitária de Cuiabá vários casos de possível intoxicação alimentar em pessoas que se
alimentaram em um restaurante na capital. De acordo com os relatos, as pessoas
apresentaram sintomas como náusea, vômito, diarreia, cefaleia, febre e dor abdominal,
sinais e sintomas típicos de intoxicação alimentar.

Diante deste fato, a Vigilância fez um trabalho de investigação para identificar as causas
do problema. Segundo as informações apuradas, os primeiros casos foram atendidos num
hospital particular, que não notificou a possibilidade de surto. Assim que surgiram as
notificações, as equipes de Vigilância Epidemiológica e de Vigilância Sanitária foram
acionadas para investigação conforme protocolos técnicos específicos.

“Por terem sido tardias as notificações dos casos à Vigilância em Saúde as pessoas já
estavam assintomáticas, o que inviabilizou a coleta de material biológico para diagnóstico
laboratorial. Notificações tardias inviabilizam a investigação laboratorial para
fechamento do caso, ou seja, impossibilitam a identificação do agente causador dos sinais
e sintomas e a identificação dos alimentos mais suspeitos de causarem o quadro
apresentado pelos consumidores”, explicou Moema Blatt, Gestora do Centro de
Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde.

Moema revelou ainda que a equipe da Coordenadoria de Vigilância Sanitária realizou a


inspeção sanitária de praxe, encontrando inconformidades que motivaram a notificação e
determinação de prazo para regularização do estabelecimento. No momento o restaurante
está sendo monitorado pela fiscalização sanitária com o objetivo de evitar novas
ocorrências de tal magnitude.

A Diretoria de Vigilância em Saúde esclarece aos munícipes que, caso se deparem com
sinais e sintomas típicos de intoxicação alimentar após consumir alimentos em
estabelecimentos comerciais, entrem imediatamente em contato com os telefones da
Vigilância, pois a precocidade das ações protocolares em tais casos é essencial para evitar
agravamentos e/ou ainda ocorrências.
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CASO 4: Fabricante do Toddynho pagará R$ 420 mil por produto com detergente

Pelo menos 39 pessoas passaram mal ao ingerir produto em 2011 no RS.


Acordo foi firmado com o Ministério Público na última segunda-feira (20).

Fonte: Reportagem G1, 21 de agosto 2018. http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-


sul/noticia/2012/08/fabricante-do-toddynho-pagara-r-420-mil-por-produto-com-
detergente.html. Acesso em 18 fev. 2020.

A Pepsico do Brasil Ltda pagará multa de R$ 420 mil pela distribuição do achocolatado
Toddynho com produto usado para limpeza, à base de água e líquido detergente, em
setembro do ano passado no Rio Grande do Sul. O acordo foi firmado com o Ministério
Público, através da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, após a empresa
adotar medidas para evitar ou minimizar acidentes relativos ao produto com problema.

Na indenização, R$ 390 mil vão para o Fundo da Infância e Juventude do Rio Grande do
Sul, e R$ 30 mil serão destinados à Fundação do Vale do Taquari de Educação e
Desenvolvimento e doação de equipamento à Fundação Estadual de Proteção Ambiental
(Fepam).

O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Pepsico pela manhã. Por volta
do meio-dia, a empresa se manifestou confirmando o acordo para o pagamento da
indenização, e acrescentou que "a alteração de qualidade apresentada em setembro de
2011 em cerca de 80 unidades do produto distribuídas no Rio Grande do Sul tratou-se de
uma falha pontual e corrigida."

Ao menos 39 pessoas de 15 municípios do Rio Grande do Sul relataram reações como


sensação de queimadura, feridas na boca, náusea e cólicas ao ingerir o produto de 200 ml,
do lote com numeração L4 32. Na época, a empresa informou que houve falha durante o
processo de higienização dos equipamentos na fábrica em Guarulhos, na Grande São
Paulo. "Houve uma falha e uma das linhas envasou algumas embalagens de Toddynho
com o produto usado para limpeza, à base de água e líquido detergente", impróprios para
o consumo.

Pelo acordo, após realizar recall e disponibilizar atendimento especializado aos


consumidores, a Pepsico comprometeu-se a adotar medidas de implementação, alteração
ou substituição de suas linhas de produção.

Conforme o MP, o acordo não prejudica as ações individuais das vítimas por danos do
produto.

Confira a íntegra da resposta da Pepsico:

"A PepsiCo, fabricante da marca Toddynho, confirma acordo no valor de R$ 420 mil
com o Ministério Público do Rio Grande do Sul. O montante será destinado ao Fundo de
Infância e Juventude em prol dos interesses das crianças e adolescentes carentes do
estado.
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A empresa reitera ainda que a alteração de qualidade apresentada em setembro de 2011


em cerca de 80 unidades do produto distribuídas no Rio Grande do Sul tratou-se de uma
falha pontual e corrigida. Na ocasião, a companhia providenciou rápido recolhimento
do material, comunicou o fato em anúncios pagos nos veículos gaúchos e atendeu a todas
as solicitações de imprensa. Além disso, mobilizou toda a sua força de vendas no Estado
para retirar essas unidades do mercado e disponibilizou um médico para os
consumidores que tiveram contato com o produto e procuraram a empresa por meio de
seu Serviço de Atendimento ao Consumidor."
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CASO 5: De prego a barata: corpos estranhos já encontrados em marcas famosas

Fonte: Reportagem Taís Laporta - iG São Paulo, 06/10/2013.


https://economia.ig.com.br/empresas/2013-10-06/de-prego-a-barata-10-corpos-
estranhos-ja-encontrados-em-marcas-famosas.html . Acesso em 20 fev. 2020.

Casos comprovados podem gerar indenização entre R$ 2 mil e R$ 20 mil. A orientação é


procurar o fabricante, e se não houver resposta, recorrer ao Procon ou à Justiça.

O goiano Wilson Batista, de 46 anos, espera receber R$ 10 mil da Coca-Cola do Brasil


por ter adoecido após ingerir o refrigerante supostamente contaminado por restos de rato.
O caso caminha na Justiça, mas a fabricante da bebida nega a culpa, alegando não haver
chance de roedores terem entrado em sua fábrica.

Presença de um rato morto em pacote de pipoca gerou indenização de R$ 10 mil em Minas


Gerais. O caso é um dos diversos que tramitam na Justiça brasileira por causa de objetos
encontrados em embalagens de alimentos industriais. Grande parte dos processos pede
indenização por danos morais, mencionando “abalo psicológico”, “angústia” e
“sentimento de repugnância”. As empresas, por sua vez, quase sempre recusam a
responsabilidade, e muitas vezes sugerem fraude das supostas vítimas. Em grande parte,
contudo, a vitória é do consumidor contra as empresas. A indenização costuma variar
entre R$ 2 mil e R$ 20 mil, dependendo da gravidade.

Há cerca de duas semanas, o McDonald’s e uma fornecedora de alimentos tiveram de


pagar R$ 15 mil a uma mulher que deu de cara com uma barata em um hambúrguer da
rede de fast-food, em Fortaleza. A consumidora encontrou pernas e asas do inseto no
alimento.

A Nestlé do Brasil também foi obrigada a indenizar em R$ 12 mil duas crianças que
feriram a boca com cacos de vidro encontrados em um ovo de Páscoa da marca. Em Minas
Gerais, a Justiça determinou que mãe e filho receberiam R$ 10 mil por danos morais após
terem descoberto um rato desidratado em um pacote de pipocas.

No Rio Grande do Sul, foi a vez de papéis de bala aparecerem dentro de garrafas do
guaraná Kuat. A Justiça condenou a Vonpar Refrescos, responsável pelo produto, a pagar
R$ 6,6 mil ao consumidor, há cerca de um ano. Outra vítima encontrou um prego em seu
croissant de calabresa vendido pela rede de supermercados Zaffari e recebeu R$ 2 mil
pelo transtorno.

Mas nem sempre a vitória é do consumidor. Há cerca de um ano, o Tribunal de Justiça de


São Paulo negou indenização a uma mulher que disse ter encontrado pedaços de vidro em
um pão de forma da Pullman. Um laudo mostrou que a linha de produção da fábrica –
com esmagadores e cilindros – tornava inviável a presença do corpo estranho no produto.
Como a consumidora não conseguiu provar o defeito, a ação foi improcedente.
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É difícil comprovar a presença do objeto no produto, sobretudo quando ele é consumido


com outros alimentos, explica a nutricionista e pesquisadora do Idec (Instituto Brasileiro
de Defesa do Consumidor), Ana Paula Bortoletto. "Se algo for encontrado, recomenda-
se guardar parte do alimento para facilitar a resolução do problema”, orienta.

Fontes de contaminação

Existem várias origens possíveis de contaminação de alimentos industrializados, como


explica o diretor do Instituto Mauá de Tecnologia e engenheiro de alimentos, Marcello
Nitz. “Objetos estranhos podem vir com as matérias-primas utilizadas ou podem ser peças
que se desprendem de equipamentos, para citar apenas dois exemplos”.

A fim de evitar incidentes do tipo, observa o docente, as indústrias obedecem a rigorosos


procedimentos de controle de matérias-primas, insumos e condições de higiene de
ambientes e equipamentos. “A ocorrência de falhas nestes controles pode levar a
surpresas desagradáveis”, diz.

Se não for um caso isolado e tratar-se de contaminação de todo um lote de produtos, a


empresa tem obrigação de recolher todas as unidades no mercado e realizar o chamado
recall (quando o consumidor devolve o produto ao fabricante).

Ao descobrir um corpo estranho em alimentos, a maneira mais fácil de lidar com o


problema é entrar em contato com o fornecedor, que tem por lei 30 dias para solucionar
o caso, explica Ana Paula, do Idec. “O consumidor pode optar por substituir o alimento
ou restituir o dinheiro pago”.

Caso a empresa não dê retorno em 30 dias, o consumidor deve notificar o Procon de sua
cidade. Em último caso, se houver consequências graves, como adoecimento ou dano
psicológico, deve-se recorrer à esfera judicial. “Se for comprovada a relação entre o
problema e o dano, a empresa é obrigada a arcar com todos os prejuízos”, explica Ana
Paula.
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CASO 6: Heinz faz recall de milho da marca Quero por possível contaminação

A empresa Heinz anunciou o recall de 244 caixas do Milho Verde Recart 200g, da
marca Quero. A bactéria encontrada pode causar problemas intestinais

Fonte: Revista Saude, 20/02/2020. https://saude.abril.com.br/alimentacao/milho-verde-


heinz-recolhimento/. Acesso em: 21/02/2020

Cuidado com as caixinhas de Milho Verde Recart 200g, da marca Quero. A empresa
Heinz, detentora do produto, anunciou o recolhimento voluntário de um lote com 244
caixas após detectar uma possível contaminação por bactérias que causam problemas
gastrointestinais.

O lote que não deve ser consumido é o L08 Val 07/2021. Ele foi fabricado no dia 8 de
janeiro de 2020, entre 6h30 e 23h. Na imagem abaixo, você vê onde encontrar essas
informações na embalagem:

O anúncio do recall veio depois que a empresa identificou o potencial risco de presença
de bactérias que podem desencadear náuseas e infecção intestinal. De acordo com a
Heinz, outros produtos — com milho verde ou não — estão livres do problema.

Se você já adquiriu o Milho Verde Recart 200g desse lote, é possível substituí-lo
gratuitamente. Para isso (ou para resolver outras questões relacionados ao recolhimento),
a empresa sugere entrar em contato pelo telefone 0800 16 5858, de segunda à sexta, das
8h às 18h.

O Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania de São Paulo, afirma


que pessoas eventualmente afetadas pelo consumo do produto da marca Quero podem
solicitar a reparação de danos.

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