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Centro Educativo Mira Flores

Ficha Informativa de Cultura Cabo-Verdiana

As causas/Motivações da Expansão Marítima Europeia


O século XIV caracterizou-se por profunda recessão económica provocada por várias causas que fizeram sentir em
todas os países da Europa, atingindo também Portugal como:
A Crise agrária
A produção agrícola começou a ser insuficiente para alimentar uma população em crescimento, devido aos seguintes
factores:
-Alterações climáticas, com um clima mais frio e fortes chuvas que destruíram as colheitas, provocando maus anos
agrícolas;
-Esgotamento de terras agrícolas, devido a uma exploração prolongada.
Com esta situação, a fome instala-se na Europa. As crises cerealíferas provocaram falta de alimentos e subida dos
preços, dando origem a uma crise económica. Muitos morreram de fome ou ficaram doentes.
As Epidemias
Com uma população subalimentada e debilitada, juntamente com más condições de higiene, foi fácil o contágio de
doenças epidémicas, sendo a mais grave a peste negra ou peste bubônica, espalhou-se por toda a Europa,
incluindo Portugal, entre 1347-1352 (transmitida por pulgas e ratos-pretos), que causou a morte de um terço da
população europeia, provocando grande falte de mão-de-obra (quebra demográfica).
-Guerras e Pilhagens – Às calamidades de fome e da peste juntaram - se a guerra. Instalaram-se muitos conflitos
políticos. Sendo a mais célebres é a Guerra dos Cem anos (1337-1453) envolvendo a França e a Inglaterra mas que
se reflectiu em todo o continente europeu, que na verdade durou 116 anos), criaram uma situação de insegurança que
fez decair o comércio. Contribuindo ainda para a diminuição da população e para a falta de pessoas para trabalharem.
-Diminuição da entrada de metais precioso- a falta de ouro e de prata para a cunhagem de moedas, provocou a
desvalorização das mesmas, a subida de preços dos produtos, a falta de mercados e a desorganização do comércio.
-Conflitos sociais- provocada por revoltas de camponeses contra senhores feudais; Abandono dos campos; Aumento
da população nas cidades; Miséria e falta de emprego.

A Expansão Marítima Europeia começa no início do século XIV até ao século XV e Portugal foi o país da europa que
teve a prioridade.
Portugal dispunha de condições que permitiram «arrancar» para um processo de expansão,
primeiro que os restantes países europeus.
Entre essas condições devemos referir:
Condições geográficas:
• Portugal beneficia-se de uma boa situação geográfica junto do Oceano Atlântico.
• Possui uma grande linha de costa com bons portos e ancoradouros naturais.
• Devido á sua posição geográfica Portugal já tinha uma forte tradição marítima.
Grande parte da população portuguesa estava ligada á atividade piscatória e
ao comércio marítimo.
Condições humanas
Os portugueses são um povo de marinheiros.
Nas suas raízes estão povos ligados às atividades marítimas, como os Fenícios,

Gregos, Romanos e Árabes.


Contaram com o apoio dos monarcas.
Condições técnicas e Cientificas
Os portugueses dispunham de meios técnicos e científicos.
Desde o século XIV já existia em Portugal elementos fundamentais para a navegação astronómica (trazidos pelos
Árabes).
Bússola-Instrumento de orientação trazido pelos Árabes.
Balestilha- utilizado para medir a altura em graus que une o horizonte ao astro.
Quadrante-servia para calcular as distâncias percorridas, encontrando assim as rotas desejadas.
Astrolábio-trazida pelos Árabes, era um instrumento para calcular a latitude de um lugar.
Carta-Portulano ou Portulano-marcavam as rotas marítimas, indicavam os rumos e as distâncias percorridas.
No domínio da construção naval, aperfeiçoou o tipo de embarcações como Caravelas, Nau e Galeão.
Os marinheiros portugueses calculavam de uma forma muito aproximada a latitude e a longitude de um lugar,
iniciando a navegação astronómica, no alto mar por meio da observação dos astros.
Nau Balestilha
Barca Caravela Galeão

Portulano Bússola Astrolábio


Quadrante
Condições religiosas
Expandir a fé cristã. O «espírito das cruzadas» ainda mantinha vivo na mentalidade portuguesa nos princípios do
século XV.
O Papa concedia bulas de privilégios aos reis cristãos que combatessem os infiéis e expandissem a fé cristã.
Tornavam -se soberanos das dos territórios conquistados em troca do compromisso de evangelização das respectivas
populações.
Condições económicas
Portugal procurava regressar á atividade económica e mercantil que existia na época do ressurgimento económico
(século XII-XIII) ou seja queria sair da crise e procurar novos mercados abastecedores.
Condições políticas
Portugal vivia em paz (algo que não acontecia nos restantes países da Europa onde imperava a Guerra dos Cem anos).
Existia um novo rei e uma nova dinastia – D. João I e a dinastia Avis.
Contaram com o apoio dos monarcas.
Condições sociais:
Saída da crise de 1383/85, a nova geração de gentes – ansiava por novos feitos e pela glória. Todos os grupos sociais
estavam interessados na expansão territorial.
• A nova Nobreza – estava desocupada e inativa. Ansiava por novas ações de combate que lhe permitissem alcançar
prestígio, honra e glória, conquistar novas terras, ocupar cargos administrativos e militares para compensar a
desvalorização que os seus rendimentos vinham sofrendo
• O Clero – prosseguindo o ideal de cruzadas, pretendia expandir a fé e aumentar as suas rendas.
• A burguesia – saída reforçada da crise devido ao apoio dado a mestre Avis, procurava novos mercados e maiores
lucros;
• O Povo – a esperava encontrar melhores condições de vida através da aquisição de terras para cultivar e de novas
ocupações bem remuneradas.
• O Rei- via na expansão um meio de alcançar autoridade interna, prestígio internacional e de encontrar solução para
superar a crise económica que o país atravessava.

A visão que a europa tinha do mundo antes da expansão marítima


A Europa até o século XIV tinha una visão eurocentrista, significa que eles consideravam a Europa o centro do mundo.
Tudo o que eles conheciam comparava e avaliava de acordo com o que existia na europa. Tudo o que era diferente para
eles era inferior por isso desvalorizaram as culturas africanas, asiáticas e americanas. A Europa era fechada sobre si
própria, pouco conhecia sobre os outros continentes e o pouco que conheciam era imperfeito e pouco realista. A
imaginação dos mercadores e aventureiros criaram muitas lendas sobre o mundo que não conheciam. Diziam, por
exemplo, que os navios que aventurassem para o sul, ao longo da costa africana, seriam engolidos pelo mar tenebroso,
também existiam monstros marinhos e que o sol era tão quente que a água fervia. Os outros continentes tinham uma
visão nula do mundo com exceção da Ásia que tinha alguns conhecimentos sobre a África e a Europa. A Europa tinha
um vago conhecimento sobre a Ásia e o Norte de África.
As Etapas da Expansão Portuguesa:
3ªEtapa- Costa Ocidental
Africana: 4ªEtapa-
1ª Etapa-Norte de África: 2ªEtapa-Ilhas Atlânticas: Oriente – India-
Cabo Bujador-1434
Ceuta 1415-Iniciativa de 1498
Madeira e Porto Santo-
D. João I Cabo Branco-1441
1418-1419 5ªEtapa-
Alcácer Ceguer1458 Rio do Ouro-1444/1437 America do
Açores-1427
Sul-Brasil
Arzila e Tânger- 1471 Rio Zaire-1482
Cabo Verde-1460
Cabo das Tormentas ou de
Boa Esperança-1488
A 1ª Etapa da Expansão Marítima Portuguesa: A conquista de Cidade de Ceuta
A Conquista de Ceuta, cidade islâmica no Norte de África,
por tropas portuguesas sob o comando do rei João I de Portugal,
deu-se a 21 de Agosto de 1415.
Motivos:
• Causa Bélica, teria sido a oportunidade dos infantes (D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique) serem
armados cavaleiros por um feito de guerra e enfraquecer o poder muçulmano;
• Causa Religiosa, viram na figura do infante D. Henrique um símbolo do espírito de cruzada, defendendo
ter havido na génese da expansão um zelo religioso. Havia um desejo de expansão da fé cristã através do incremento
de territórios onde o cristianismo poderia ser implantado;
• Causa Política, talvez a ameaça castelhana constante sobre a cidade, que realçava o desejo da antecipação
a Castela na expansão para o norte de África;
• Causa geoeconómica- esta cidade marroquina fica situada à entrada do estreito de Gibraltar, numa
posição estratégica entre mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico.
A posição geográfica de Ceuta permitiria controlar a entrada e saída dos navios vindos do Atlântico para
o Mediterrâneo e vice-versa através do estreito de Gibraltar, de modo que a costa do Algarve parasse de ser atacada
por piratas oriundos ou baseados na cidade muçulmana.
• Causa económica- Portugal sofria com a falta de diversos produtos como trigo, ouro, prata, e especiarias.
A conquista de Ceuta significaria para o reino lusitano o controle sobre uma cidade em que afluíam os produtos
orientais vindos da Índia pelas rotas de caravelas que traziam ouro, especiarias, marfim, escravos, etc.
•  A cidade era uma zona fértil, apropriada para a produção de cereais.
Consequências:
-O fracasso económica de Ceuta:
As rotas comerciais que chegavam ou passavam por Ceuta foram
desviadas para outras localidades. Além disso, o permanente estado de
guerra comprometia o cultivo dos campos e a produção de cereais.
-Sucesso Militar
A conquista da cidade de Ceuta fez-se com facilidade.
Alternativas:
-Permanecer em Ceuta, dominar Marrocos e toda a região do Norte de África.

-Posição defendida pela Nobreza.


D. Henrique
Continuar a expansão:
-Continuar a expansão pela via marítima para desenvolveram o comércio marítimo.
-Posição defendida pela burguesia.
A 2ª Etapa da Expansão Marítima Portuguesa: As Ilhas Atlânticas
• Povoamento e colonização das ilhas atlânticas:

• Iniciativa D. Henrique

• Eram desabitadas
• Madeira e Porto Santo- estas ilhas apareciam já em mapas do século XIV, tendo sido visitadas pelos
portugueses e castelhanos, mas eram despovoadas. Por isso fala-se em redescoberta.

• Descobrimento oficial foi em 1418-1419

• Descobridores: João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo.

• Povoamento: 1425; Os colonos eram da metrópole

• Tipo de administração: Capitania-donataria- entregue a um capitão- donatário. Este ficava com grandes
poderes administrativo, judiciais e militares.

• Foram divididas em 3 capitanias: Funchal, Machico e Porto Santo. Estas foram entregues aos
descobridores que foram nomeados capitães-donatários.

• Culturas introduzidas: Cereais (trigo), plantas tintureiras, cana-de-açúcar (do Chipre e Sicília) e vinha.

• Exploração de recursos naturais: madeira e peixe.

Açores (S. Miguel e Santa Maria) - descobrimento foi em 1427

• Descobridores: Diogo de Silves.

• Povoamento: 1439-Gentes da metrópole e colonos vindo da Flandres.

• Tipo de administração: Capitanias-donatarias

• Uma (1) capitania com um capitão donatário: Gonçalvo Velho Cabral

• Culturas introduzidas: cereais, frutas, plantas tintureiras (pastel, para dar a cor azul e urzela, para dar a
cor vermelho), criação de gado e produção de lacticínios.

• Exploração de recursos naturais: agrícola

• As ilhas mais ocidentais deste arquipélago – Flores e Corvo- só terão sido descobertas em 1452.

Cabo Verde- descobrimento oficial foi em 1460

• Descobridores: António da Noli, Diogo Afonso e Diogo Gomes

• Povoamento:1461/1462- Brancos europeus e Negros africanos

• Tipo de administração: Capitanias-donatarias

• Ilha Santiago foi dividida duas (2) capitanias: a do sul (Ribeira Grande (Cidade Velha))-António da
Noli; a do Norte (Alcatrazes) -Diogo Afonso
• Culturas introduzidas: milho, feijão, mandioca, batata-doce, cana-de-açúcar, algodão, várias frutas, gado,
etc.
• Exploração de recursos naturais: agrícola
A 3ª Etapa da Expansão Marítima Portuguesa: A descoberta e exploração da Costa Ocidental Africana pelos
navegadores portugueses.
Obstáculos que impediam a exploração na Costa Africana:

-Cabo Bojador- foi dobrado 1434 por Gil Eanes

-Cabo Branco – foi dobrado 1441 por Antão Gonçalves

Objetivos: Chegar aos locais de produção do ouro; Controlar o comércio nessa região.
Regiões conquistadas:

• Rio de Ouro – Afonso Baldaia- 1436

• Baixo de Arguim – Nuno Tristão - 1443

• Cabo Verde-António da Noli, Diogo Afonso e Diogo Gomes- 1460

• Serra Leoa- Pedro de Cintra – 1460

• São Jorge da Mina – Fernão Pó- 1472

• São Tomé e Príncipe- João Santarém e Pêro Escobar – 1471/1472

• Cabo de santa Catarina- 1474

• Rio Zaire- Diogo Cão - 1482

• -Cabo de Boa Esperança ou das Tormentas - Bartolomeu Dias – 1488

• Angola; Sofala; Moçambique; Quíloa; Pemba; Zanzibar; Mombaça; Melinde.

Sistema de Exploração: Feitorias e fortalezas; Contrato de arrendamento (1469-1474).

Feitorias, postos comerciais em locais estratégicos, onde construíam fortalezas que eram dirigidas por um feitor,
representante do interesse de reis e de grandes comerciantes. Função: incentivar o desenvolvimento da atividade
comercial na região.

Feitorias na costa Africana:


.Arguim
.S. Jorge da Mina
.Luanda (Angola)
.Sofala (1505)
. Ilha de Moçambique (1507)
- Feitoria de Sena (1530),
de Tete(1537) e de Quelimane (1544)
Contrato de arrendamento (1469-1474)
A partir de 1460, ano da morte do Infante D. Henrique, verificou – se um abrandamento nas viagens de exploração
da costa africana.
Deu-se a subida de D. Afonso V (em 1438) ao trono de Portugal marcou o reinício da política de conquista no
Norte de África. D Afonso V empreendeu a conquista de Alcácer – Ceguer (1458), de Arzila e Tânger (1471). D.
Afonso V pretendia diminuir o isolamento de Ceuta e fortalecer a presença portuguesa n Norte de África. Estes
objectivos nunca foram plenamente alcançado.

Por isso, a exploração e o comércio da costa africana (com excepção de Arguim) foram arrendados em Novembro
de 1469 a um rico mercador de Lisboa, Fernão Gomes. Em troca, além do pagamento em dinheiro (200 mil reis
cada ano), comprometia -se a descobrir para Sul, em cada ano, cem léguas de costa.
Neste período ficou a conhecer todo o Golfo da Guiné, Serra Leoa e até o Cabo de Santa Catarina. Essa era uma
das zonas mais rica do litoral africano e ai será possível desenvolver o comércio dos escravos, do marfim, da
malagueta e do ouro.
Depois do fim do contrato, a direcção da política de expansão passa as mãos do príncipe D. João. Intensifica-se
então o comércio com a costa de África, tendo para o efeito sido fundada a feitoria fortificada da Mina, de onde
chegaram a vir para Portugal mais de 400 quilos de ouro por ano.
A exploração da Costa Africana realizou-se em três etapas:
1ªEtapa- Dirigida pelo Infante D. Henrique; Detinha o monopólio da exploração comercial dessa zona por
doação da coroa.
• De 1434 1460

Cabo Bojador Serra Leoa


2ªEtapa- O Contrato de Arrendamento - Fernão Gomes
Conquistaram: Alcácer-Ceguer – 1458;Arzila-1471; Tânger – 1471
• 1469 1474

Serra Leoa Cabo de Santa Catarina


3ªEtapa- Subida ao trono de D. João II- Politica de descoberta da costa africana dirigida pela coroa.
• 1488 -Passagem de Cabo de Boa Esperança – Bartolomeu Dias
• De 1474 1488

Cabo de Santa Catarina Cabo de Boa Esperança

Produtos adquiridos pelos portugueses em África: ouro, marfim, malagueta, escravos, café, melancia, peles etc.
S. Tomé e Príncipe- descobrimento oficial foi em 1471/1472
• Descobridores: João Santarém e Pêro Escobar.
• Povoamento: 1493-Brancos europeus e Negros africanos, pelo capitão – donatário João de Paiva e João
Pereira
• Tipo de administração: Capitanias-donatarias (ilha do Príncipe só foi criada em 1500 e a ilha de São
Tomé isso aconteceu logo em 1522.
• Culturas introduzidas: milho, cana-de-açúcar, a varias frutas, inhames, arroz, algodão e gado.
• Exploração de recursos naturais: agrícola

4ªEtapa da Expansão Marítima Portuguesa: Oriente – India-1498


A Expansão no Oriente/ O Império Português no Oriente

Reinado de D. Manuel I
Preparação da viagem
O projeto para o caminho marítimo para a Índia foi delineado pelo rei português D. João II como medida de redução
dos custos nas trocas comerciais com a Ásia e tentativa de monopolizar o comércio das especiarias. A juntar à cada
vez mais sólida presença marítima portuguesa, D. João II almejava o domínio das rotas comerciais e expansão do
reino de Portugal que já se transformava em Império. Porém, o empreendimento não seria realizado durante o seu
reinado. Seria o seu sucessor, D. Manuel I que iria designar Vasco da Gama para esta expedição, embora mantendo o

plano original. Mantendo o plano de D. João II, o rei D. Manuel mandou aparelhar as naus e escolheu Vasco da
Gama, cavaleiro da sua casa, para capitão desta armada. Curiosamente, segundo o plano original, D. João II teria
designado seu pai, Estêvão da Gama, para chefiar a armada; mas a esta altura tinham ambos já falecidos.
A 8 de Julho de 1497, iniciava-se a expedição semi -planetária que terminaria dois anos depois com a entrada da
nau Bérrio rio Tejo adentro, trazendo a boa-nova que elevaria Portugal a uma posição de prestígio marítimo.
A viagem de Vasco da Gama
Vasco da Gama partiu de Portugal numa armada constituída por três naus e uma caravela com mantimentos, 8 de
Julho de 1497com uma tripulação com 170 homens,

Depois de fazer escala nas ilhas de canárias e a ilha de Santiago em Cabo Verde, navegou para o Sul. Para evitar a
calmaria do Golfo da Guiné, virou a Sudoeste e mais além a Sueste. Aportou em Novembro de 1497 na baía de Santa
Helena, dobrando em seguida o Cabo de Boa Esperança. Passado este, iniciou-se o reconhecimento da costa oriental
africana que até então era desconhecido dos europeus.
(1469 - 24 de dezembro de 1524 ( 55 anos)

Vasco da Gama chegou a Índia (Calecut) a 20 de Maio de 1498. Três meses depois a armada regressou a Lisboa a 29
de Agosto de 1498 com os barcos carregados de especiarias e amostras de outros produtos locais.
Obstáculos que impediram a chegada a Índia:
-O Cabo Bojador- dobrado por Gil Eanes – 1434
- O Cabo Branco- dobrado por Antão Gonçalves – 1441

-O Cabo de Boa Esperança ou Cabo das Tormentas – dobrado por Bartolomeu Dias – 1488

Motivos que levaram à descoberta do caminho marítimo para a Índia:

-Os Portugueses queriam apodera-se do rico comércio das especiarias

-A chegada a Índico permitia atacar os muçulmanos.

Interesse dos portugueses em atingir a India:

-Político- é considerado como um dos maiores feitos de toda a história da humanidade que viria a ter um importante
consequência a nível mundial.

-Economico - essa descoberta ponha em circulação uma nova rota – a Rota do Cabo, através do qual os portugueses
transportavam para europa as famosas especiarias( pimenta, canela, cravo, gengibre, noz- moscada, etc).

Dificuldades encontradas: -Antes do domínio da Rota do Cabo pelos portugueses, grande parte do comércio era
realizado pelos muçulmanos (Árabes e Turcos), estes instigaram os nativos a resistir à presença portugueses. Já que
eram os tradicionais clientes dos mercadores das especiarias.

- Na Índia e em toda o extremo oriente, viviam populações com um nível de civilização elevada (nalguns aspectos
superior ao dos europeus).

A Formação do Governo no Oriente


-D. Manuel nomeou vice-reis na Índia com poderes de verdadeiros soberanos, político, administrativos, económico e
militar.

1º Vice-reis da Índia - D. Francisco de Almeida em 25 de Março 1505- 1509.


A sua ação deve-se à construção de um domínio efetivo nos mares e da
navegação da área.Criou quatro fortes na costa sudoeste da Índia: em Ilha de Angediva, Cananor, Cochim e Coulão 
2ºVice-reis da Índia – D. Afonso de Albuquerque (1509-1515)
A sua ação ele fez várias conquistas no Oriente e permitiu estabilidade
ao poder e aos negócios dos portugueses nessa região.
• Conquistou: Goa (1510) – elegeu como sede do seu governo e que
permitiu desviar para as mão dos portugueses as rotas comerciais locais.
• Malaca (1511), porto do controlo do comércio para o Extremo Oriente.
• Ormuz (1515), ponto estratégico para o domínio do Golfo Pérsico.
• Socotorá (1510) e de Adem (1513) - para o controlo do mar Vermelho.
• Em todas essas regiões foram construídas fortalezas.
- Adaptou uma política de maior colonização portuguesa na Índia: Promoveu casamento de portuguese ai radicados com
indianas; Criou escolas para o ensino da língua portuguesa; Fundou estaleiros para a construção naval local; Reforçou a
organização interna do Estado, permitiu a participação da população indígena; Confiou muitos cargos administrativos e
judicial a funcionários indígenas.
Produtos Orientais: Pimenta; Canela; Cravo; Noz-moscada; Gengibre; Açafrão; Incenso; Anil; Alões; Chá;
Perfumes; Porcelanas; Moveis; Tecidos; Prata (Japão); Pedras preciosas; Etc.
Produtos levados pelos portugueses ao Oriente: Metais; Tecidos, etc.
As Rotas do Comércio Internacional
Com a expansão marítima dos séculos XV e XVI o comércio passou a fazer-se à escala mundial.
Os vários continentes passaram a estar ligados por rotas comerciais marítimas: a Rota do Cabo (ligando a Europa à
Índia); As Rotas do Extremo Oriente, onde fazia o comércio com a China, Macau, Japão e Timor; As Rotas
Atlânticas, pelas quais se realizava o comércio triangular (Europa, África e América), e a Rota de Manila (ligando
o Pacífico à Europa, através das Filipinas).
Os produtos transacionados nestas rotas eram diversificados:
- Da Ásia vinham pedras preciosas, sedas, porcelanas, chá, perfumes e
especiarias;
-Da África vinham escravos, malagueta, café, marfim e ouro;
-Da América chegavam metais preciosos, batata, mandioca, feijão,
tomate, milho, frutas tropicais, açúcar e tabaco;
-Da Europa para estas regiões iam os produtos manufaturados, cereais,
cobre e quinquilharias.
Importantes Centros económicos
Lisboa e Sevilha tornaram-se os grandes centros do comércio internacional.
Em lisboa o comércio era organizado através da Casa da Índia.
Em Antuérpia, Portugal estabeleceu uma feitoria para o comércio com o Norte da Europa.
Em Sevilha, a Casa da Contratação tinha uma função semelhante à da Casa da Índia.
As Mudanças
Os descobrimentos provocaram profundas alterações económicas, sociais, demográficas e culturais.
Económicas:
- O Atlântico substitui o Mediterrâneo como grande via das atividades mercantis.
-O crescimento económico europeu foi estimulada pelo fluxo de metais preciosos;
-O comércio passou a fazer – se à escala mundial.
Sociais:
- Alguns nobres dedicaram-se ao comércio colonial; Outros obtinham cargos e rendas;
- Cresceu o poder da burguesia, ligado ao comércio ultramarino;
-Aumentou a escravatura negra.
Demográfica:
Verificou-se:
- A emigração europeia para as colónias;
- A quebra demográfica na África e nas populações ameríndias, provocada por doenças e pela captura de escravos.
-O desenvolvimento da mestiçagem
Culturais:
-O Clero, nomeadamente os missionários desempenharam um papel muito importante na difusão do Cristianismo e
da cultura europeia.
-O português, castelhano, o francês e inglês passaram a ser línguas faladas em diversas regiões do globo.
-Adquiriram-se novos conhecimento nos domínios da geografia, astronomia, botânica, biologia, farmacologia, etc.
-Verificaram-se influência na arte (novos materiais, novos motivos e temas);
-Os hábitos alimentares modificaram-se (por exemplo, na alimentação dos Europeus introduziu-se o milho, feijão,
açúcar e mais tarde, a batata).
-Os grupos sociais privilegiados passaram a usar novos tecidos e ornamentação no vestuário.
As culturas europeias, africanas, ameríndia e asiática, em contacto umas com as outras, provocaram influências
mútuas, gerando-se a aculturação.

5ªEtapa da Expansão Marítima Portuguesa: Brasil

Dez anos depois, Vasco da Gama encontrou de forma definitiva o caminho que levava às Índias. Em 22 de abril de
1500, data do descobrimento do Brasil, uma esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral partiu com o
objetivo de fazer comércio em larga escala com o Oriente. Acabaram atingindo o litoral de um novo continente, a
América, quando avistaram terra na costa do que mais tarde seria o Brasil.
Administração no Brasil: Arrendamento por contrato de 3 anos sendo o arrendatário obrigado a descobrir Terras
ao longo da costa;
Foi utilizado o sistema de Capitanias. O território foi dividido em 15 capitanias independentes, governadas por 12
capitães-donatários, que se estendia em faixa paralelas a parir da costa. A frente década capitania estava um capitão
– donatário que tinha por missão defender, povoar e explorar o território;
Governador-Geral (Tomé de Sousa) - Devido as desigualdades dos recursos económicos e humanos das diferentes
capitanias, à rivalidades entre capitães e aos ataques de Holandeses e Franceses, D. João III em 1549 nomeou um
governador – geral com amplos poderes políticos, militares e administrativos. Tomé de Sousa foi o primeiro
governador, ficando a capital do Brasil a ser Salvador da Baía.
Colonização: Foi em 1530
Razões do seu atraso:
• O comércio não muito atrativo e não tinham descoberto os metais preciosos e outros produtos valiosos.
• Interessa mais o comércio com a Índia.
• O Brasil era uma escala útil.
• Desconhecimento do território.
Exploração económica: Monopólio da coroa portuguesa
-Pau- Brasil; Madeira; Escravos; Pedras preciosas; Ouro; Gado; Tabaco; Café, etc.
A Rivalidade Luso – Castelhana
A competição entre Portugal e Castela (Espanha) sobre a posse dos territórios descobertos começou no séc. XIV,
com a disputa acerca do arquipélago das Canárias. Mais tarde, os Castelhanos quiseram também participar no
comércio com a costa de África, o que provocou um demorado conflito.
Em1479, o Tratado de Alcáçovas estabeleceu um primeiro entendimento entre os dois países. Portugal desistiu de
quaisquer pretensões sobre as Canárias, e, por seu lado, Castela reconhecia aos portugueses o domínio exclusivo dos
territórios a sul daquelas ilhas.
A situação complicou – se de novo a partir de 1492, com a descoberta da América por Cristóvão Colombo.
Cristóvão Colombo era um navegador genovês ao serviço dos reis de Espanha, chegou às Antilhas (América do
Sul). D. João II reivindicou o território, argumentando que, de acordo com um tratado anterior, se situava na área
atribuída a Portugal. Diferente era, aposição dos reis de Espanha.
Depois de difíceis negociações, chegou-se a um acordo, confirmado pelo Papa, a única autoridade reconhecida
internacionalmente, o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, entre Portugal e Espanha.
Nesse tratado era estabelecido a divisão do mundo em dois hemisférios, a partir de um meridiano que passava 370
léguas a ocidente das ilhas de cabo Verde. As terras e os mares descobertos ou a descobrir para oriente dessa linha
ficavam a pertencer a Portugal, os que estivessem para ocidente ficavam para a Espanha.
A partilha do mundo em duas partes pelo Tratado de Tordesilhas

O Império Espanhol
Os Espanhóis na América
Em 1492, Cristóvão Colombo, ao serviço dos reis de Espanha, chegou às Antilhas (ilhas da América Central).Pouco
depois, os Espanhóis criaram na América um vasto império que, com excepção do Brasil, estendia – se do méxico
até ao sul do continente.
Na América, os espanhóis encontraram povos atrasados, mas também civilizações evoluídas como as Astecas (no
México), dos Maias (na América) e dos Incas (nos Andes). Estas civilizações caracterizavam – se por ter: cidades
desenvolvidas, com palácios e templos grandiosos; sociedades organizadas, com religiões complexas; conhecimentos
técnicos de cerâmica, ourivesaria, metalurgia do bronze e domínio da escrita.
Contudo, os Astecas, os Maias e os Incas desconheciam a metalurgia do ferro, a roda e a charrua.
A rapidez da conquista espanhola
Os espanhóis dominaram rapidamente as antigas civilizações da América:
-Fernando Cortés, entre 1519 e 1521, submeteu os Astecas e ocupou o México; -Francisco Pizarro, entre 1531 e
1533, dominou os Incas e submeteu o Peru; -Pedro de Valdívia, em 1540, iniciou a conquista do Chile.
Os espanhóis, para esta rápida conquista, valeram – se da audácia, da intriga e, sobretudo, da superioridade militar
(cavalos e armas de fogo). Movidos pela cobiça do ouro, os conquistadores espanhóis dizimaram as populações e
arruinaram essas antigas civilizações da América.
A fim de explorar o comércio ultramarino, a Coroa espanhola criou em Sevilha a Casa de Contratação. Ai afluíram.
A partir de 1540, grandes quantidades de ouro e de prata provenientes da América. A chegada de metais preciosos
contribuiu para fazer da Espanha a maior potência europeia da 2ª metade do século XVI.
Do maré clausum ao maré liberum
Conceitos:
Em meados do século XVI, Portugal detinha um vasto império colonial Mare clausum (séc. XV) – direito
que se estendia desde o Oriente até à África e ao Brasil. A outra grande exclusivo de os países ibéricos
potência colonial era a Espanha. dominarem e navegarem nos mares.
O seu império localizava-se sobretudo no continente americano. Maré liberum (séc. XVI) –
liberdade dos mares á navegação de
A política que vigorava era a de exclusividade do comércio – mare clausum, todos os povos.
defendida pelos dois países Ibéricos. Tratado de Tordesilhas (1494) -
O tratado de Tordesilhas (1494) tinha consagrado a partilha do Atlântico partilha do atlântico entre Portugal e
Espanha por uma linha imaginária que
passava 370 léguas a O de Cabo Verde.
entre as duas grandes potências da época – Portugal e Espanha.
Esta política de mare clausum (mar fechado), que atribuía apenas aos
navios portugueses e espanhóis o direito das descobertas e navegação nas áreas
do tratado referido, não é aceite por outros países da Europa.
Contra esta política, holandeses, ingleses e franceses defendiam a doutrina da
maré liberum (mar livre), isto é, a liberdade da navegação nos mares para todas as nações da terra. Estas novas
potências conseguiram a liberdade da navegação e a ascensão marítima e colonial, visto que antes faziam
concorrência marítima e colonial através de:- ações de pirataria e corso (corsário); - ataques às colónias dos estados
Ibéricos; - organização de viagens de exploração geográfica.

Obs: Os alunos devem auxiliar em outros livros de História do 8ºAno de escolaridade e pesquisa na internet para
ampliar os seus conhecimentos.

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