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1.2.

Formação e evolução do proto -Terra

A formação da terra foi um processo longo que se deu a milhões de anos. Neste
processo o proto - planeta passou por diversas transformações.

1.2.1. Fases de formações da Terra

O processo de formações da terra ocorreu em duas etapas ou fases principais:

Acreção – é a fase em que as partículas sólidas (metálicas e rochosas), poeiras teriam-se


reunido umas com as outras, formando estruturas cada vez maiores. O impacto dessas
partículas provocou a formação de protoplanetas.
A temperatura nesta fase passou de 127º C a 227º C e os gases como Hidrogénio e Hélio
perderam-se para o espaço.
Estima – se que a duração da fase de acreção do nosso planeta esteja compreendida
entre 10 a 100 milhoes de anos.

Diferenciação - é a fase em que a prototerra indiferenciado terá sofrido um conjunto de


transformações e permitiu a sua diferenciação em várias zonas a crosta, o manto e o
núcleo. Fase em que o prototerra no estado de fusão permitiu a sua diferenciação em
três zonas a crosta, o manto e o núcleo. A temperatura terrestre nesta fase é de 5000ºC
no interior da Terra e cerca de 1000ºC na superfície.

Fases da diferenciação

- Os elementos mais densos como o níquel (Ni) e o ferro (Fe) afundaram-se até ao
centro da Terra, formando o núcleo.

- Os elementos menos densos ficaram sobre o núcleo, formando o manto.

- Os de menor densidade, principalmente os silicatos teriam migrado para a superfície


que pouco a pouco foi arrefecendo até formar a crosta primitiva.

- Mais tarde surgiram fendas na crosta por onde saíram materiais mais densos que
vieram a formar a crosta oceânica, ficando os restantes materiais a constituir a crosta
continental.

- E os gases como o hidrogénio, hélio, vapor de água, metano e amoníaco que foram
libertados a elevadas temperaturas constituíram a atmosfera primitiva retida à volta
desta pela força de gravidade.

1.3. Origem e Evolução da Atmosfera Terrestre

Durante a fase de transição da acreção para a diferenciação, os gases que faziam parte
da nebulosa perderam-se em grande parte para o espaço, originando a atmosfera
primitiva redutora constituída por: metano, vapor de água, amoníaco, hélio,
hidrogénio e algumas quantidades de dióxido de carbono.

A atmosfera primitiva passou a ser menos redutora constituída por: metano, vapor de
água, amoníaco, hélio, hidrogénio, dióxido de carbono, azoto, árgon, xénon e
monóxido de carbono, devido a libertação de grandes quantidades de gases resultantes
das erupções vulcânicas.
A atmosfera primitiva redutora evolui para uma atmosfera actual oxidante, graças ao
aparecimento dos seres vivos fotossintéticos que libertavam grandes quantidades de
oxigénio para a atmosfera.

A atmosfera actual Oxidante é constituído por: azoto, oxigénio, dióxido de carbono,


vapores de água, árgon e néon.

Quadro comparativo entre a atmosfera primitiva e atmosfera actual

Características Atmosfera primitiva Atmosfera primitiva

Constituição gasosa Metano, vapor de água, Azoto, oxigénio, dióxido de


amoníaco, carbono, vapores de água,
hélio, hidrogénio dióxido de árgon e néon.
carbono.

Temperatura Muito elevada porque não havia Moderada devida a camada


a protectora de ozono.
camada de ozono.

Atmosfera Redutora porque não possuía o Oxidante porque possuí o


oxigénio na sua forma livre. oxigénio na sua forma livre.

1.4. Características da Terra favoráveis ao aparecimento da vida


A Terra é um planeta muito especial, pois é o único planeta que ofereceu condições à
existência de vida.
A vida é possível na Terra porque:
1.5. Origem da vida: Hipóteses explicativas da origem da vida na terra.

Tendo em conta as rochas fossilíferas mais antigas a vida teria aparecido na Terra a
cerca de 3500 milhões de ano.

As primeiras forma de vida teriam sido as mais simples, as Bactérias (seres


unicelulares, procariontes, anaeróbios e heterotróficos).

Unicelulares – seres constituídas por uma única célula.

Procariontes – seres com estruturas muito simples e primitivo, sem núcleo


individualizado.

Anaeróbios – seres que não necessitam de oxigénio para viver.

Heterotróficos – seres incapazes de produzirem os seus próprios alimentos.

1.5.1. Hipóteses explicativas da origem da vida na terra

Desde os tempo mais remoto que o homem se tem preocupado e tentando explicar a
origem da vida na Terra. Ao longo dos tempos várias hipóteses têm sido formuladas,
aos quais se destacam:

 Hipótese criacionista ou da criação sobrenatural;

 Hipótese da geração espontânea ou abiogénese;

 Hipótese biogénese;

 Hipótese cosmozóica ou da panspermia;

 Hipótese da evolução química (Hipótese autotrófica e Hipótese heterotrófica);

 Hipótese de Oparim-Haldane.

Hipótese criacionista ou da criação sobrenatural

Segundo esta hipótese todas as formas de vida existente na Terra se deviam a um actode
criação divina, ou seja, a um criador supremo que é Deus.
Hipótese da geração espontânea ou abiogénese

Esta hipótese foi apresentada pela primeira vez por Aristóteles (384-322 A.C.). Segundo
esta hipótese a vida surgiu espontaneamente a partir de matéria não viva, podendo
brotar a qualquer momento a partir do pó, lodo, lama de matéria em putrefacção (carne,
peixe e fruta) em determinadas condições ambientais e sob a acção de um princípio
activo.

Esta hipótese foi posta em causa com o aparecimento da hipótese da biogénese


apresentada no séc. XVIII pelo cientista Italiano Francisco Redi, segundo a qual todos
os seres vivos provêm de outros seres vivos pré-existente. Esta hipótese foi reforçada
com a experiência do cientista Louis Pasteur (1862 séc. XIX)

Hipótese cosmozóica ou da panspermia

Esta hipótese foi apresentada pelos cientistas Arrhenius Sueco e Lord Kelvin, Inglês
no final do séc. XIX. Segundo esta hipótese a vida teria vindo do espaço para a terra
sob a forma de germes (esporos) resistentes, provavelmente transportados por
meteoritos.

A presença de matéria orgânica em meteoritos encontrados na Terra tem sido usada


como argumento a favor desta teoria, o que não invalida a possibilidade de
contaminação terrestre, após a queda do meteorito.

Esta teoria sofreu fortes críticas, centradas fundamentalmente em dois aspectos:

- O problema essencial continuava sem resposta, ou seja, como é que a vida na terra ou
em qualquer outro ponto do universo se terá originado?

-Admitindo que a vida na terra tivesse surgido do espaço, qual seria o esporo, mesmo
que muito resistente, que suportaria as diferentes condições de pressões, temperatura,
humidade, radiações cósmicas e de atrito, a que naturalmente estaria sujeita durante a
árdua travessia do espaço cósmico?

Hipótese da evolução química

Acredita-se que a vida teria resultado de uma combinação acidental entre substâncias
químicas existentes na terra.
Há que destacar duas hipóteses da evolução química:

Hipótese autotrófica- defende que os primeiros seres vivos eram autotróficos, isto é,
capaz de sintetizar as substâncias orgânicas de que teriam necessidade na sua
alimentação, a partir de substâncias minerais existentes no meio.
Hipótese heterotrófica- admite que os primeiros seres vivos eram heterotróficos, isto
é, incapazes de sintetizar substâncias orgânicas a partir de substâncias existentes no
meio.
Esta hipótese é mais aceite actualmente, diz que os primeiros seres vivos surgiram num
meio sem oxigénio e com muita matéria orgânica.

Obs: Aceitar a hipótese autotrófica, é aceitar que a vida teria surgido de células
complexas para células simples, o que contraria a teoria da evolução que admite que a
vida evolui a partir dos seres mais simples para os seres mais complexo.

1.5.2. Hipótese de Oparim - Haldane

O bioquímico Alexandre Oparim (1924) e Biólogo e matemático inglês John Haldane


(1959), embora trabalhando independentemente, formularam uma hipótese idêntica
sobre a origem da vida. Baseando num conjunto de dados provenientes de várias áreas
das ciências, tentaram explicar cientificamente como se poderia ter formado e evoluído
os compostos orgânicos e posteriormente os primeiros seres vivos, a partir da matéria
inorgânica.

A hipótese de Oparim - Haldane baseia-se nos seguintes pressupostos (condições)


fundamentais:

- O ambiente da terra primitiva seria muito diferente da actual, favorecendo a ocorrência


de uma intensa actividades ou reacções química;
- A atmosfera primitiva seria redutora constituída essencialmente por hidrogénio (H 2),
metano (CH4), amoníaco (NH3) e vapor de água (H2O);
- À superfície da Terra haveria intensa actividade vulcânica, responsável pela libertação
de grande quantidade de calor e emanação de gases para a atmosfera;
- Os raios ultravioletas atingiriam fortemente a superfície terrestre, pois ainda não
estava formada a camada protectora de ozono.

Considerando esses pressupostos, Oparim e Haldane admitiram que se teriam ocorrido


numerosas reacções químicas, em várias etapas, que teria conduzido ao aparecimento
das primeiras formas de vida.

Etapas ou fases da Hipótese de Oparim - Haldane


1ª Etapa: Síntese pré – biótica dos compostos orgânicos e evolução
química ou molecular

Os constituintes gasosos da atmosfera primitiva, estavam sujeitos a acção de diferentes


fontes de energia (radiação ultravioletas, descargas eléctricas dos relâmpagos, calor
proveniente das erupções vulcânicas), reagiram quimicamente entre si, originando os
primeiros compostos orgânicos simples – os monómeros. Ex: aminoácido, bases
azotadas, monossacarídeos, glicerol e ácidos gordos.

Este processo de recombinação dos gases presentes na atmosfera primitiva, formando os


primeiros compostos orgânicos na ausência de seres vivos é denominado de síntese
abiótica ou química.
Os compostos orgânicos simples formados na atmosfera primitiva foram arrastados
pelas chuvas para os oceanos primitivos, onde se acumularam durante longo período de
tempo, constituindo um verdadeiro “caldo ou sopa primitiva”, o que terá servido de
alimentos para os primeiros seres vivos.

Sopa primitiva é a acumulação nos oceanos de compostos orgânicos formados na


atmosfera primitiva.

Alguns desses compostos orgânicos teriam combinados quimicamente, formando


moléculas mais complexas – os polímeros.

Ex: Monossacarídeos formaram a glicose.


Aminoácidos formaram as proteínas.
Bases azotadas formaram os ácidos nucleicos.
O glicerol e os ácidos gordos formaram os lípidos.
A transformação de moléculas simples em moléculas complexas apenas por processos
químicos é denominada por evolução química ou molecular.

2ª Etapa: formação de estruturas pré – biológicas ou pré – celulares

As substâncias orgânicas complexas presentes na sopa primitiva reuniram


espontaneamente, formando os sistemas moleculares. Estes sistemas moleculares
foram envolvidos por uma membrana, que os isolaram do meio. Muitos desses
sistemas foram destruídos por selecção natural do próprio meio e outros teriam
evoluído.

Oparin considerou esses pequenos sistemas moleculares prefigurações de células ou


formas pré - biológicas ou pré – celulares. Essas pré – células tinham a capacidade de
efectuar a troca de substâncias entre o meio intracelular e o meio extracelular.

Oparin denominou as estruturas pré – biológicas de coacervados ou microgotas.

3ª Etapa: evolução das formas pré – biológicas – Aparecimento dos


primeiros seres vivos

As formas pré – biológicas evoluíram para formas cada vez mais complexas capazes de
crescer, reproduzir, controlar as suas próprias reacções químicas e obter energia, a partir
de substâncias orgânicas existente no meio.
As formas pré-biológicas conseguiram obter energia através do processo de
fermentação, utilizando a matéria orgânica existente no meio.

Esse processo de obtenção de energia conduziu ao aparecimento dos primeiros seres


vivos heterotróficos anaeróbicos, as bactérias que cresciam e multiplicavam,
alimentando-se das substâncias orgânicas existentes no meio.

O rápido consumo da matéria orgânica existente no oceano primitivo terá favorecido ao


aparecimento de células capazes de as produzir, as células autotróficas, surgindo assim
a fotossíntese.
O aparecimento do oxigénio irá favorecer o surgimento das primeiras células
heterotróficas aeróbias que através da respiração aeróbia conseguiam obter energia.

A hipótese de Oparin-Haldane apoia a hipótese heterotrófica porque defende que:

- As substâncias orgânicas poderiam formar-se na ausência de seres vivos, a partir da


matéria inorgânica;
- Os primeiros seres vivos podiam ser heterotróficos, alimentando-se dos compostos
orgânicos acumulados nos oceanos primitivos.

Seres anaeróbio - seres capazes de viver na ausência de oxigénio.

Seres aeróbio - seres capazes de viver na presença de oxigénio.

Monómeros - unidades básicas que entram na constituição dos polímeros.

Polímeros - cadeias de grandes números de unidades básicas, os monómeros, que estão


unidas por ligações químicas.

Fermentação - processo de obtenção de energia na ausência do oxigénio.

Fotossíntese - é processo através do qual as células autotróficas produzem a matéria


orgânica, utilizando o dióxido de carbono, libertando o oxigénio.

Respiração - processo pelo qual as células heterotróficas utilizam o oxigénio para obter
energia.

1.5.3. Argumentos a favor da hipótese de Oparin –


Haldane
1. Experiencia de Stanley Miller

A hipótese de Oparin – Haldane despertou a atenção dos cientistas para questões


relacionadas com a origem da vida e incentivou-os para realização de várias
experiencias.

A comparação experimental da primeira etapa da hipótese de Oparin – Haldane


seria efectuada em 1953 por Stanley Miller, bioquímico americano, nascido em 1930.

Miller simulou no laboratório as condições existentes na atmosfera primitiva propostas


por Oparin – Haldane.

Constitui um aparelho, no qual depois de ter extraído todo o ar, introduziu uma mistura
de H2, CH4, NH3 e H2O.
A água foi aquecida até a ebulição, produzindo calor e vapor que circulava em todo o
sistema, de acordo com o sentido das setas do balão em que se encontrava a mistura dos
gases.
A mistura gasosa passa por um balão onde é submetida durante uma semana a descargas
eléctricas, simulando os raios que naquela época deviam ocorrer com frequência.

Um sistema de refrigeração arrefece a “atmosfera”, provocando a condensação do vapor


de água e a precipitação dos compostos orgânicos formandos, que se acumularam na
parte inferior do tubo.

No final da experiencia Miller analisou a composição da mistura na parte do tubo em U


e verificou que se tinha produzido um grande número de compostos orgânicos, em
particular aminoácidos, mas também bases azotadas, açúcar, glicerol e ácidos
gordos, os quais são as substâncias fundamentais da matéria viva.

Nota: Miller demonstrou pela primeira vez a síntese de moléculas orgânicas em


condições abióticas, isto é, na ausência dos seres vivos, o que reforça a hipótese de
Oparin – Haldane.

2. Experiencia de Sidney Fox – 1957

Na sequência dos trabalhos de Miller, Sidney Fox decidiu testar a síntese abiótica de
polímeros na terra primitiva.
Fox investigou a possibilidade de os aminoácidos produzidos na atmosfera primitiva
poderem formar proteínas na ausência de seres vivos.

Para tal, simulou no laboratório as condições que se pensava ter existido na superfície
da terra a quatro milhões de anos. Fez uma mistura de dezoito aminoácidos diferentes
que introduziu num forno a 170º, durante algumas horas.

Ele verificou que os aminoácidos ligaram uns aos outros formando polímeros
semelhantes as proteínas, e denominou-os de proteinóides, pelo facto de terem sido
obtidos por processos abiótico.

Também mostrou que as proteinódes dissolvidas em água ligeiramente salgada


formavam pequenas esferas separadas do meio por uma membrana que ele denominou
de microesfera. Por causa das suas estruturas esféricas, considerou as microesferas uma
prefiguração de células.

As microesferas de Fox são estruturas chamadas coacervados por Oparin, pelo que são
denominados genericamente por microgotas.

A diferença consiste no facto de os coacervados de Oparin terem sido obtidos a partir


de proteínas biológicas e as microesferas de Fox a partir de estruturas não
biológicas.

Fox confirmou a formação de substâncias complexas a partir de outras mais simples.

1.5.4. Evolução biológica

Os primeiros seres vivos heterotróficos eram muito simples e portanto só poderiam ser
as bactérias.

À medida que o número dos heterotróficos ia aumentando nos oceanos primitivos, terá
também aumentando a competição pelos nutrientes presentes no meio e que a
determinada altura os alimentos começaram a escassear – se, isto é, já não chegavam
para satisfazer as necessidades alimentar das bactérias. Esta foi a primeira crise
energética no planeta Terra.

A competição pelos alimentos foi se tornando cada vez mais acentuado, levando ao
aparecimento da clorofila nalgumas dessas bactérias.
Essas bactérias tinham a capacidade de produzir as suas próprias substâncias orgânicas
que tinham necessidades na alimentação. Mas realizavam a fotossíntese não
acompanhado da libertação do oxigénio eram seres autotróficos anoeróbios. Ex:
Bactérias sulfurosas

De seguida surgiram os seres vivos que realizavam a fotossíntese, libertando o


oxigénio e consumindo o dióxido de carbono eram seres autotróficos aeróbios. Ex:
Algas azuis.

A grande quantidade de oxigénio livre na atmosfera permitiu que alguns seres vivos
desenvolveram um novo processo e mais eficaz de obtenção de energia, a respiração,
aparecendo assim novos seres vivos heterotróficos – os seres vivos heterotróficos
aeróbios, totalmente dependentes dos seres vivos autotróficos.

A grande quantidade de energia disponível tornou possível o aumento da complexidade


e diferenciação dos seres vivos unicelulares, originando os seres vivos multicelulares
ou pluricelulares.

Mas tarde, formando – se a camada de ozono que passou a proteger a terra e os seres
vivos contra os raios ultravioletas, deu – se a saída dos seres vivos da água e a sua
expansão por toda a superfície terrestre, isto é, deu – se a explosão biológica.

2. Organização celular

2.1. Estudo da citologia

Biologia - do grego bio - vida + logos – ciência, estudo, ou seja, estudo da vida. Ciência
que estuda os seres vivos, tendo em conta a sua origem, estrutura e as leis que os regem.

Zoologia – do grego zoon - animal + logos – ciência, ou seja, estudo dos animais.
Ramo da biologia que estuda os animais, tendo em consideração a sua estrutura,
morfologia, fisiologia, distribuição e ecologia.

Botânica - grego botané - planta + logos – ciência, ou seja, estudo das plantas.
Ramo da biologia que estuda as plantas, tendo em consideração a sua estrutura,
morfologia, fisiologia, distribuição e ecologia.

Genética – grego genno – fazer nascer. Ramo da biologia que estuda a forma como se
transmite as características biológicas de geração em geração.
Ramo da biologia que tem por objecto o estudo dos fenómenos e das leis da transmissão
hereditária dos caracteres e a sua variação.

Hereditariedade – ramo da genética que estuda o conjunto de processos biológicos que


asseguram que cada ser vivo receba e transmite informação genética através da
reprodução.

Histologia – estudo microscópico da composição e forma das células nos tecidos.

Citologia - do grego cytos - célula + logos – estudo, ou seja estuda da célula. Ramo da
biologia que estuda a estrutura celular, a sua função, a sua composição química e o seu
funcionamento.

Célula - é a unidade básica da vida, comum a todos os seres vivos. É a unidade básica,
estrutural e funcional de todos os seres vivos.
O estudo da célula e da sua importância nos seres vivos levou a elaboração da teoria
celular, a base unificadora da biologia.

2.2. Teoria celular


Mathias Schleiden e Theodor Schwamn em 1838-39 enunciaram a primeira teoria
celular, onde diz que todos os seres vivos são constituídos por células.

A teoria celular reformulada reúne os seguintes princípios básicos:

- As células são as unidades básicas, estruturais e funcionais de todos os seres


vivos, isto é, todos os seres vivos são constituídos por células, onde se ocorrem os
processos vitais.

- Todas as células provêm de células pré – existentes, pois, qualquer célula forma por
divisão de uma outra célula.

- A célula é a unidade de reprodução e de desenvolvimento dos seres vivos,


numerosos seres vivos formam-se por divisões sucessivas a partir de uma única célula o
ovo ou zigoto.

- A célula é a unidade hereditária de todos os seres vivos, isto é, na célula que está
contida toda a informação genética que é transmitida de geração em geração, durante os
processos de divisão celular, permitido a continuidade das espécies.

2.3. Propriedades (características) dos sistemas vivos

Individualização – consiste no especializar da célula.


Nutrição – consiste em alimentar-se. É a função que assegura a manutenção da vida de
um organismo.
Metabolismo – utilizar a matéria do meio ambiente para obter energia para as várias
actividades celulares.
Respiração/Fermentação – processo de obtenção de energia indispensável à vida.
Reprodução – processo pelo qual os organismos podem originar descendentes
semelhantes de forma a conservar a espécie.
Adaptação – conseguir adaptar-se a uma variedade de modificações do meio ambiente.
Excreção – eliminar certos produtos resultantes dos vários processos metabólicos
internos da célula.
Sensibilidade – responder a estímulo do meio externo
Evolução – transformação progressiva das espécies
Morte – extinção completa da vida.

2.4. História da célula – Evolução do conceito da célula

1590 – Zacharias Jansen inventou o microscópio óptico composto.


1665 – Robert Hooke usando um microscópio composto, examinou cortiça e usou o
termo célula pela primeira vez.
1676 - Leeuwenhoek observou pela primeira vez bactérias, dando lhes o nome de
animálculos.
1831 – Robert Brown descobriu na célula o núcleo.
1838-39 - Mathias Schleiden e Theodor Schwamn enunciaram a primeira teoria
celular, onde diz que todos os seres vivos são constituídos por células.
1840 – Purkinje deu o nome de protagonista ao conteúdo celular e mais tarde foi
introduzido o termo citoplasma.
1855 - Rudolf Virchaw utilizou a frase “omminis cellula e cellula”, o que significa toda
a célula provém de outra célula.
1866 – Hackel descobriu que o núcleo é responsável pela transmissão dos caracteres
hereditários.
1903 – Sutton estabeleceu a teoria cromossómica da hereditariedade.
1924 - Dutrochet e Turpim concluíram que todos os tecidos orgânicos de plantas e
animais são constituídos por células.
1930 – Zworkin inventou o microscópio electrónico, que permitiu revelar a ultra-
estrutura celular.
1953 – Watson e Crick propuseram um modelo de dupla hélice para o DNA.
1965 – Monod conclui que a síntese proteica se efectua no citoplasma.
1983 – A equipa do professor Montagnier descobre o vírus HIV, responsável pela
SIDA
1987 – Foi acordado o financiamento para a investigação da cartografia do genoma
humano.
1993 – A cartografia do genoma humano é terminada.
1996 – Nascimento do primeiro animal clonado – ovelha Dolly.
Genoma – conjunto de genes que constitui a informação genética de um individuo.

2.5. Estudo do microscópio

Microscopia – conjunto de conhecimentos que se obtêm do estudo dos objectos


microscópicos.

Microscópio – instrumento óptico que dá imagens muito ampliadas de objectos


extremamente pequenos.
Permite observar estruturas ou seres de dimensões pequenos não observáveis a olho nu,
apreciando pormenores que a visão humana não consegue apreciar.
2.5.1. Tipos de microscópio

Microscópio óptico (M.O) – microscópio que utiliza as radiações luminosas na


produção da imagem e com menor pode de ampliação.

Microscópio electrónico (M.E) – microscópio que utiliza feixes de electrões na


produção da imagem, com grande poder de resolução.

O microscópio óptico pode ser:

Monocular - microscópio que possui uma única ocular.

Binocular - microscópio que possui duas oculares.

Monocular Binocular
2.5.2. Constituição do microscópio óptico

O microscópio óptico é constituído por duas partes:

Parte mecânica – serve para dar estabilidade ao microscópio e permite a instalação da


parte óptica.

Parte óptica – determina o poder de ampliação do microscópio.

CONSTITUIÇÃO DO MICROSCÓPIO ÓPTICO


ESTRUTURA FUNÇÃO

P Oculares (Situam-se na parte Sistema de lentes com a capacidade de ampliar a imagem do


A superior do canhão) objecto.
R Objectivas Sistema de lentes que em conjunto com a ocular permitem a
T (Situam-se no revólver) ampliação da imagem do objecto.
E Ex: Ampliação da ocular = 10 x
Ampliação da objectiva = 20 x
Ó Ampliação do microscópio = 10 x 20 = 200 x
P Espelho Reflecte para a platina a luz que recebe da fonte luminosa.
T (ou lâmpada incorporada)
I Diafragma Situa-se abaixo da platina e regula a intensidade da luz.
C Condensador Situa-se entre o diafragma e o espelho, distribui regularmente no
A campo visual do microscópio a luz reflectida pelo espelho.
Pé Parte que suporta o microscópio, assegurando a sua estabilidade
P Braço ou coluna Fixo à base, parte por onde se pega no microscópio, por vezes é
A articulada na zona junto à platina permitindo inclinar o
R microscópio.
T Platina ou mesa Placa onde se colocam as preparações a observar.
E Janela da platina Permite a passagem dos raios luminosos que vão iluminar a
preparação.
M Revólver Sistema que suporta 2 a 4 objectivas de diferentes ampliações
E por rotação do disco permite a troca de objectiva.
C Tubo ou canhão Suporta os sistemas de lentes, na extremidade superior contém a
 ocular e na parte inferior o revólver com as objectivas.
N Parafuso macrométrico ou Parafuso responsável pelos movimentos verticais da platina,
I cremalheira rápidos e de grande amplitude.
C Parafuso micrométrico Permite os movimentos lentos da platina e de pequena amplitude,
A permitindo uma focagem mais perfeita.
Pinças Permitem a fixação do objecto à platina.

A qualidade de um microscópio depende de:


1. Poder de ampliação
2. Poder de resolução
3. Limite de resolução

Poder de ampliação do microscópio – é a multiplicação do aumento ocular pelo


aumento objectiva.
Poder de ampliação do Ex: Ampliação da ocular = 10 x
microscópio = 10 x 20 = Ampliação da objectiva = 20 x
200 x
Poder de resolução do microscópio ou “poder separador”- é a capacidade de dar
imagens separadas de dois pontos muito próximos, conferindo nitidez e minúcia
(particularidade) à imagem.
Ex: O microscópio electrónico tem 0,5 nanómetro (nm) de resolução e o óptico tem 200
nanómetro (nm).

Limite de resolução do microscópio – é o limite mínimo de distâncias que devem estar


dois pontos para que sejam observados.
Ex: O olho humano tem o limite de resolução de 0,1 milímetro (nm).

2.5.3. Características da imagem microscópica

A imagem vista ao microscópio apresenta as seguintes características:

Maior - a imagem é maior do que a sua dimensão real.

Estruturas Dimensões Unidade Método de


de observação
medida

Órgãos, célula do ovo Iguais ou 0,01 nm = 100 Olho nu ou lentes


superiores a 0,01 µm simples
nm

Tecido, células, 100 µm à 10 µm 1 µm = Microscópio


bactérias 10 µm à 0,2 µm 0,001 óptico
nm

Pequenos 200nm à 1nm 1nm = 0,001 µm Microscópio


componentes electrónico
celulares, vírus
Moléculas Inferior à 100 A 1 A = 0,1 Microscópio
relativamente nm electrónico
grandes: DNA, RNA,
Proteínas, arranjos de
átomos
Virtual – a imagem forma – se atrás da lente ocular, não se pode projectar no alvo.

Invertida – a imagem aparece de cima para baixo e de direita para esquerda.

2.5.4. Unidades microscópicas

Milímetro (mn) – 1 mn
Micro ou Micrómetro (µm) – 1 µm
Nanómetro (nm) – 1 nm
Angstron (A) – 1 A
Picómetro (Pm) – 1 Pm

2.5.5. Comparação entre o microscópio óptico e electrónico

CARACTERÍSCAS M. ELECTRÓNICO M. ÓPTICO


Fonte d e radiação Filamento de tungsténio Filamento de tungsténio
Tipo de radiação Feixe de electrões Luz (fotões)
Lentes Electromagnéticas Vidros ou cristal
Condensador Varias lentes electromagnéticas Uma ou algumas lentes
Ampliação 250 000 Vezes 15000 Vezes
Poder de resolução máximo = 0,5 nm =200 nm
Focagem Variação da corrente eléctrica que As lentes têm um foco fixo e a
passa através das lentes focagem faz-se fazendo variar a
electromagnéticas distância em relação ao objecto

Local de formação de imagem A imagem e projectada num ecrã Retina do observador – a imagem
ou registada em película forma atrás da lente ocular.
fotográfica
Imagem Preto e branco Geralmente colorida
Material a observar Não vivo, desidratado, muito Vivo e não vivo sendo
fino. É colocado numa grelha de normalmente colocado numa
cobre e no Vácuo. lâmina de vidro,

Vantagens do uso do microscópio óptico Vantagens do uso do microscópio


electrónico

- É mais barato e mais fácil de transportar;


- Tem maior poder de resolução; Tem maior poder de ampliação;
- Permite observar uma imagem colorida; Permite observar a ultra - estrutura
celular;
- Permite observar células vivas e não vivas. Permite observar células não vivas e
desidratada.

2.5.6. Cuidados gerais a ter com o microscópio

• Carregar o aparelho com as duas mãos, uma por baixo da base e outra no estativo ou
braço;
• Verificar o estado do microscópio, anotando qualquer anomalia detectada
comunicando-a ao professor;
• Limpar as lentes e as demais partes do microscópio antes de usar;
• Só remova partes do aparelho, desmonta objectivas, oculares ou outros dispositivos
quando instruídos para isso;
• Fazer deslocamentos da platina no sentido a objectiva, mantendo sempre a atenção no
espaço entre a lâmina e a objectiva. Este cuidado evitará quebra de lâminas e possíveis
danos as lentes das objectivas;
• Não utilizar com movimentos bruscos os dispositivos macrométricos e micrométrico,
parafuso do condensador e o “cherriot” (parafuso que movimenta a lâmina);
• Não deixar acesa a luz do microscópio quando não estiver utilizando-o;
• Num intervalo de aula não deixe de cobrir o microscópio com a capa que o
acompanha.

Ao terminar o trabalho com o microscópio tenha os seguintes


cuidados:

1. Retirar a lâmina e guarde-a em local apropriado;


2. Certificar que a platina está abaixada ao máximo, bem como o condensador, que
o diafragma está totalmente aberto e que a menor objectiva está em posição;
3. Cobrir o microscópio e guarde-o em local apropriado.

Iluminação do microscópio

Para proceder a uma correcta iluminação do microscópio deverá:

 Verificar se as lentes e o aparelho estão limpos;


 Observar se a objectiva de menor está alinhada com a ocular;
 Verificar se o diafragma que permite regular a entrada de luz, está aberto;
 Iluminar o campo visual do microscópio, bastando para o efeito ligar o
interruptor se o microscópio tiver uma fonte luminosa própria. Caso disponha de
espelhos, utiliza a face plana para cima se usares luz natural ou a face côncava se
utilizares luz artificial. Regula-o, até teres uma boa iluminação;

Focagem do objecto

 Colocar a preparação a ser observado na platina do microscópio, fixando-a com


as pinças;
 Rodar o condensador para que fique ajustado à janela da platina;
 Acerta a abertura do diafragma, iluminando o campo visual do microscópio
 Com o parafuso macrométrico, ajustar a platina para a posição mais próxima da
objectiva. Descê-la lentamente, de modo a obter a primeira imagem;
 Utilizando apenas o parafuso micrométrico, corrigir a focagem até obter uma
imagem mais nítida (clara);
 Para observar numa ampliação superior, rodar o revólver e engatar a nova
objectiva.

2.5.7. Normas de segurança no laboratório

No laboratório existem diversos tipos de equipamentos, como os recipientes em vidros,


substâncias químicas, entre outras.
Para se trabalhar com segurança deve-se cumprir algumas regras, tais como:

 Antes de qualquer experiência leia, atentamente, os protocolos experimentais,


ouça e siga as instruções do seu professor;
 Deve usar bata e sempre que for necessário óculos e luvas de protecção;
 Trabalhe sempre de forma calma e ordenada;
 Nunca brinque nem corra no laboratório;
 Não cheire, não prove e não toque nos produtos químicos sem autorização
expressa do seu professor;
 Leia sempre os rótulos dos frascos antes de os utilizar;
 Tenha atenção nos sinais de perigo que habitualmente estão inscritos nos rótulos
das embalagens;
 Nunca deixe os frascos dos reagentes abertos;
 Não misture substâncias sem o conhecimento do professor;
 Nunca derrame reagentes na pele;
 No caso de derramar reagentes ou produtos, limpe imediatamente a zona
afectada;
 Não leve à chama recipientes que não foram feitos para tal;
 Nunca volte a boca de um tubo de ensaio, que esteja a ser aquecido para o
próprio rosto ou para o rosto de uma outra pessoa, pois há o perigo de
projecções de material;
 Para diluir um ácido deve-se deitar o ácido em água e nunca o oposto;
 Não enche demasiado um tubo de ensaio que vai ser aquecido;
 No final, limpe e arrume todo o material utilizado, bem como a zona de trabalho.

Durante a aula prática deve-se:

 Seguir todas as instruções cuidadosamente;


 Evitar conversas durante a aula;
 Trabalhar com ordem;
 Ter cuidado com a vidraria e com o uso de substâncias inflamáveis;
 Manusear todos os reagentes com cuidado;
 Ter cuidado com os aparelhos a utilizar, principalmente os ópticos.
Depois da aula prática deve-se:

 Deixar tudo em perfeita ordem;


 Lavar toda a vidraria e a pia utilizada com sabão e enxague com água;
 Limpar o microscópio e os outros equipamentos utilizados e guarde-os
no local apropriado.

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