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Apontamentos de Ciências 8ºAno

TEMA 1: Sistema Terra: da Célula à biodiversidade

1.1. Terra, um Sistema com Vida

Sistema Solar e Universo

O Universo é formado por uma imensidão de Espaço onde se


encontram as galáxias com estrelas, planetas e outros corpos celestes.
O sistema solar encontra-se na galáxia Via-Láctea que tem a forma
de espiral e é constituído pelo Sol e por oito planetas principais:
quatro interiores/rochosos: Mercúrio, Vénus, Terra e Marte e quatro
exteriores/gasosos: Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno.

Entre Marte e Júpiter existe uma cintura de asteroides.


Asteroides: pequenos corpos celestes formados por material
rochoso.
Cometas: corpos celestes congelados de reduzidas dimensões que
quando se aproximam do sol derretem e ficam em fogo.
Meteoroides: São fragmentos de material celeste que se encontra
no espaço.

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1.2. Célula – Unidade da Vida

Da célula à biodiversidade
A reunião de diferentes condições permitiu o desenvolvimento de
vida na Terra:

• A presença de luz - é essencial a todos os seres vivos, direta


ou indiretamente.

• Água no estado líquido - permite a atividade celular e a


circulação de substâncias nos seres vivos.

• Atmosfera - protege das radiações nocivas e parcialmente do


impacto de meteoritos; contém os gases essenciais à respiração e à
fotossíntese e contribui para a manutenção da temperatura amena.

• Temperatura amena - possibilita a existência de água no


estado líquido e é compatível com a vida.

• Presença de oxigénio – As cianobactérias primitivas foram


as primeiras bactérias a libertar oxigénio para a atmosfera, porque na
Atmosfera primitiva apenas havia: Dióxido de carbono, Azoto e
Vapor de água e alguns gases tóxicos provenientes dos vulcões. Na
atmosfera atual já existe oxigénio.

A evolução da composição da atmosfera (formação da camada de


ozono e efeito de estufa) permitiu, ao longo do tempo, a evolução para
formas de vida mais complexas e diversas.

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A camada do ozono é importante porque filtra maior parte dos


raios ultravioletas.

Subsistemas Terrestres

• Atmosfera – constitui a camada gasosa da Terra sendo,


essencialmente, composta por azoto (78%) e oxigénio (21%),
seguindo-se o árgon (0.9%) e o dióxido de carbono (0.03%), para
além de outros gases menos significativos.

• Hidrosfera – somatório de toda a água existente na superfície


terrestre. Os oceanos, os rios, os lagos, os glaciares e as águas
subterrâneas.

• Geosfera – a camada rígida que constitui a crosta terrestre,


englobando as grandes massas continentais e as bases dos oceanos,
bem como os restantes materiais que se encontram no interior da
Terra.

• Biosfera – formada pelo conjunto dos seres vivos que habitam


a Terra e os seus ambientes.

Interações entre os subsistemas

Atmosfera/Geosfera: Vulcão (geosfera) a emitir gases para a


atmosfera;

Atmosfera/Biosfera: Seres vivos (biosfera) respiram oxigénio


(atmosfera);

Atmosfera/Hidrosfera: A água em estado líquido (hidrosfera)


evapora e forma as nuvens (atmosfera);

Geosfera/Biosfera: As plantas (geosfera) absorvem sais minerais da


Terra (geosfera);

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Geosfera/Hidrosfera: A terra absorve água dos rios;

Biosfera/Hidrosfera: a água está presente em todos os seres vivos.

Origem da vida na Terra


Existem algumas teorias para o aparecimento de vida na Terra:

• Criacionismo: Os seres vivos formaram-se em resultado da


criação divina.

• Geração Espontânea: Os seres vivos surgem de forma


espontânea a partir do pé.

• Origem Extraterrestre: Os cometas, poeiras ou outros corpos


celestes podem ter trazido algum organismo do universo.

• Formação dos compostos orgânicos a partir dos


compostos inorgânicos: Miller e Urey

A experiência de Miller e Urey foi uma experiência concebida para


testar a hipótese de Oparin e Haldane sobre a origem da vida e simular
as condições da Terra primitiva postuladas por Oparin e Haldane.

Para isso, criou um sistema fechado, sem oxigénio, onde inseriu os


principais gases atmosféricos, tais como hidrogênio, amônia, metano,
além de vapor d'água.

Através de descargas elétricas, e ciclos de aquecimento e condensação


de água, obteve após algum tempo, diversas moléculas orgânicas
(aminoácidos).

Deste modo, conseguiu demonstrar experimentalmente que


seria possível aparecerem moléculas orgânicas através de reações
químicas na atmosfera.

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Estas moléculas orgânicas são indispensáveis para o surgimento


da vida.

• Teoria do Big-Bang: A teoria do Big Bang ("Grande Explosão")


explica que o Universo surgiu a partir de uma explosão primordial,
ocorrida a aproximadamente 13,7 bilhões de anos. Essa explosão
ocorreu em função da grande concentração de massa e energia.

Célula – Unidade da Vida

A terra caracteriza-se por ter uma grande biodiversidade – grande


variedade de seres vivos que habitam a terra.

A unidade básica da vida são as celúlas e todos os organismos são


constituídos por elas.

Os organismos podem ser unicelulares e são formados por uma única


célula e pluricelulares (multicelulares) e são formados por mais do
que uma célula.

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As células podem ser:

Procarióticas – células sem núcleo definido, mais pequenas e


primitivas. Constituem as bactérias.

Eucarióticas – células com núcleo e outros organelos bem definidos,


maiores e mais evoluídas. Fazem parte dos restantes grupos de seres
vivos.

A mitocôndria tem a função de fazer a respiração celular.

O flagelo tem a função de dar mobilidade às células.

Os cloroplastos têm a função de fazer a fotossíntese.

Organização da célula ao organismo:

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Níveis de Organização Biológica

Caracterização dos Sistemas

• Estrutura: fatores bióticos e abióticos


• Funcionamento: Combinação dos organismos, do ambiente e
das interações entre os seres-vivos e o ambiente.
• Equílibrio: existir sempre o mesmo número de espécies
(sensivelmente).

Ecossistema: Conjunto de organismos que habitam um dado local e


interagem entre si.

Os organismos podem ser:


• Produtores: produzem o seu
próprio alimento Ex. Plantas
• Consumidores: Alimentam-se
de outros. Ex. Homem
• Decompositores:
Transformaram a matéria
orgânica (restos de seres vivos)
em matéria mineral Ex. Minhocas

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TEMA 2: Ecossistemas
▪ Temperatura
▪ Solo
2.1. Interações entre os Seres Vivos e o Ambiente ▪ Vento
▪ Luz
▪ Água
Temperatura
Adaptações das plantas à variação da temperatura

Para sobreviver às condições desfavoráveis durante a estação fria


algumas plantas:

▪ perdem as folhas – plantas de folha caduca (ex: castanheiro)


▪ ficam reduzidas à parte subterrânea (ex: narciso)
▪ ficam reduzidas a sementes (ex: milho)

Adaptações dos animais às diferentes temperaturas do meio


ambiente

Adaptações comportamentais

• Ambientes quentes:
Estivação
Redução da atividade durante a estação quente (ex: caracol e
crocodilo)

• Ambientes frios:
Hibernação
Redução da atividade durante a estação fria (ex: ouriço-cacheiro e
urso)

Migração
Deslocação regular de um ser vivo para locais que conferem melhores
condições de sobrevivência. (ex: andorinha e baleia)

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Adaptações corporais
• Ambientes quentes:
- Orelhas grandes: o que permite aumentar a superfície de perda
de calor para o ambiente;
- Pelo curto, para mais facilmente perder calor corporal

▪ Ambientes frios:

- Orelhas pequenas, o que permite diminuir a superfície de perda


de calor para o ambiente
- Pelo longo, para mais dificilmente perder calor corporal
- Camada espessa de gordura, que impede a perda de calor

Adaptações fisiológicas
▪ Ambientes quentes
- Arfar, o que permite perder calor

▪ Ambientes frios
- Ereção dos pelos, o que permite criar uma camada de ar isolante
junto à pele, diminuindo assim as perdas de calor

Intervalo de tolerância, temperatura ótima e temperatura letal

A vida só é possível dentro de intervalos de temperatura que se


designam por intervalos de tolerância e que variam de espécie para
espécie. Dentro desse intervalo existe uma temperatura em que o ser
vivo se desenvolve melhor – temperatura ótima. No entanto, se os
limites desse intervalo forem ultrapassados atinge-se
uma temperatura letal que pode levar à morte do ser vivo.

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De acordo com a sua amplitude térmica os seres vivos podem ser


classificados como:

Seres euritérmicos:
▪ se têm uma grande amplitude térmica (ex: lobo)
Seres estenotérmicos:
▪ se têm uma pequena amplitude térmica (ex: serpente)

Seres homeotérmicos: (ex: mamíferos e aves):


▪ conseguem manter a temperatura do corpo constante,
independentemente da temperatura ambiente
Seres poiquilotérmicos: (ex: peixes, répteis e anfíbios)
▪ a temperatura do corpo varia conforme a temperatura ambiente

Solo
O substrato e a importância do solo para os seres vivos
A maioria dos seres vivos precisa de um substrato para realizarem as
suas atividades vitais e garantirem a sua sobrevivência. O substrato é
o meio sólido que serve de suporte à maior parte dos seres vivos. Nos
ambientes aquáticos encontramos:
▪ substratos moles, como os fundos arenosos que podem ser
encontrados no leito dos rios e nos oceanos
▪ substratos duros, como as rochas, sobre as quais vivem animais
como as lapas e os mexilhões.

Nos ambientes terrestres, os seres vivos desenvolvem as suas


atividades em interação com os solos.

O solo é a camada mais superficial da crusta terrestre, sendo


constituído por matéria orgânica, matéria mineral, água e ar. É
bastante importante porque funciona como habitat para uma grande

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diversidade de seres vivos (ex: insetos, minhocas, toupeiras) e porque


serve como meio de fixação para as plantas.

Vento
Importância do vento
▪ Contribui para a dispersão de algumas sementes, de modo a
que estas se possam dispersar por uma maior área e de forma a
encontrarem condições mais apropriadas à sobrevivências das
plantas após a germinação
▪ É responsável pelo transporte de bactérias e de fungos, bem
como das suas estruturas reprodutoras (esporos).
▪ Nos ambientes aquáticos, promove o arejamento das
águas e dá origem à ondulação dos oceanos

Influência do vento na morfologia dos seres vivos

Em regiões muito ventosas encontram-se, preferencialmente, plantas


rasteiras e animais de pequeno porte e achatados.

Influência do vento no comportamento dos animais

▪ Os gafanhotos por vezes movimentam-se aproveitando a


deslocação das massas de ar, formando nuvens de gafanhotos
▪ As aves de rapina (ex: falcão) aproveitam as massas de ar
quente para planar, gastando assim menos energia
▪ As rotas de migração são influenciadas pelos ventos dominantes
em determinadas regiões

Luz

Fototropismo

As plantas necessitam de luz para sobreviver pois é a fonte de energia


que utilizam para realizar o processo de fotossíntese.

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Por isso, as plantas têm tendência em se movimentar (lentamente) em


direção à luz solar. A este movimento dá-se o nome de fototropismo.

Influência no desenvolvimento conforme a necessidade de luz


direta e intensa ou sombra

No entanto, existem plantas que se desenvolvem melhor sob a ação


de luz direta e intensa e outras que necessitam de sombra:

Plantas heliófilas
▪ desenvolvem-se melhor sob a ação direta de luz direta e intensa
Plantas umbrófilas
▪ necessitam para o seu desenvolvimento de sombra (ex: fetos e
musgos)

Influência do fotoperíodo (número de horas de luz diárias)

As plantas são classificadas conforme a influência do número de horas


diárias na sua floração:
Plantas de dia longo
▪ Florescem quando o fotoperíodo é, em média, superior a 12 horas
Plantas de dia curto
▪ Florescem quando o fotoperíodo é, em média, inferior a 8 horas
Plantas indiferentes
▪ Não são influenciadas pelo fotoperíodo

Estratificação vertical
Nas zonas com muita vegetação a luz condiciona a distribuição das
plantas:
• Estrato herbáceo: camada vegetal inferior
• Estrato arbustivo: camada vegetal intermédia
• Estrato arbóreo: camada vegetal superior.

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Influência da Luz nos Animais

Fototaxia
Existem animais que são atraídos pela luz e outros que não suportam
a luz:

Animais lucífilos
▪ São atraídos pela luz – apresentam fototaxia positiva, ou seja,
deslocam-se em direção a uma fonte luminosa (ex: traças e
borboletas)
Animais lucífugos
▪ Não suportam a luz – apresentam fototaxia negativa, ou seja,
deslocam-se em direção oposta a uma fonte luminosa (ex:
morcego e minhoca)

Influência da luz na sua atividade


Os animais realizam as suas atividades diárias em função da presença
ou ausência de luz:

Animais diurnos
▪ encontram-se ativos durante o dia (ex: águia)
Animais noturnos)
▪ encontram-se ativos durante a noite (ex: morcego e coruja)

Influência do fotoperíodo na reprodução


A reprodução de alguns animais é também condicionada pelo
fotoperíodo. Isso faz com que determinadas espécies tenham
determinadas épocas de reprodução. (ex: o veado reproduz-se em
outubro);

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Influência do fotoperíodo na morfologia


Alguns mamíferos (ex:lebre-do-ártico) mudam a cor da sua
pelagem e algumas aves mudam a cor da sua penugem conforme o
fotoperíodo. Esta característica facilita a camuflagem do animal,
fazendo com que se confunda mais facilmente com o meio ambiente,
ficando assim mais protegido contra predadores.

Influência do fotoperíodo no comportamento


Migrações
▪ Deslocações regulares de um ser vivo para locais que conferem
melhores condições de sobrevivência. (ex: andorinha)

Água
Importância da água para os seres vivos
Todos os seres vivos precisam de água para sobreviver pois é o seu
principal constituinte e é necessária para as suas funções vitais. Por
isso existe maior vegetação e animais nos locais com maior humidade
e pluviosidade.

• Seres hidrófilos: vivem permanentemente na água (ex: polvo


e nenúfar)
• Seres higrófilos: vivem em locais húmidos (ex: minhoca e
arrozal)
• Seres mesófilos: necessitam de quantidades moderadas de
água (ex: cavalo e sobreiro)
• Seres xerófilos: vivem em locais secos (ex: dromedário e cato)

Adaptações das plantas à escassez de água


Plantas de climas secos (ex. cato) apresentam:
▪ Raízes longas e pouco profundas, para captar a maior
quantidade de água possível
▪ Caules carnudos, para acumular água de reserva

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▪ Folhas de pequenas dimensões ou reduzidas a


espinhos, para não perderem água por transpiração

Os animais de clima seco podem apresentar:

▪ Reservas de gordura que utilizam para produzir água (ex:


dromedário e camelo)
▪ Revestimento impermeável que evita a perda de água por
transpiração (ex: escorpião)

TEMA 2: Ecossistemas

2.2. Dinâmicas de Interação existentes entre os seres vivos:

Os fatores bióticos são as relações entre os seres-vivos. Estas


interações podem ser:
• Intraspecíficas: ocorrem entre seres vivos da mesma espécie.
• Interespecíficas: ocorrem entre seres vivos de espécies
diferentes.

Interações Intraspecíficas:
Competição: Quando dois seres vivos da mesma espécie lutam por
luz, água, fêmeas, alimento.
Ex. Quando dois veados lutam por uma fêmea.

Canibalismo: Quando um ser vivo da mesma espécie se alimenta de


outro.
Ex. Libelinha alimenta-se do macho após dar à luz.

Cooperação: Quando os seres vivos vivem em colónias ou sociedades


para dividirem tarefas.
Ex. As abelhas, os leões.

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Interações Interespecíficas
As interações entre as diferentes espécies. Esta classificação
baseia-se nos efeitos nas espécies, que podem ser positivos (+),
negativos (-) ou neutros (0).

Competição (-/-) – disputa pelo mesmo objetivo (território, água,


alimento…).
Ex. As raposas e as corujas, competem entre si porque ambas se
alimentam de coelhos.

Mutualismo (+/+) – relação de ajuda não obrigatória entre as


espécies.
Ex. Bactérias que estão no estômago dos animais herbívoros. As
bactérias recebem abrigo e alimento do animal. Enquanto o animal,
tem o estomâgo sempre limpo.

Simbiose (+/+) – relação de ajuda obrigatória e duradoura entre as


espécies. Ex.: líquenes que vivem nas árvores.

Predação (+/-) – uma espécie alimenta-se de outra (predador


alimenta-se da presa).
Ex. Leão(predador) captura bisonte (presa)

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Parasitismo (+/-) – uma espécie instala-se no organismo da outra e


aproveita-se dela, retirando-lhe alimento (o parasita aproveita-se do
hospedeiro).
• Endoparasitismo: Encontram-se no interior dos hospedeiros
(Ex. lombriga no Homem
• Ectoparasitismo: Alimentam-se a partir do exterior dos
hospedeiros (Ex. pulga, carraça e piolho)

Comensalismo (+/0) – uma espécie aproveita-se da outra sem


prejudica-la ou beneficiá-la.
Ex. Um herbívoro alimenta-se de plantas. Os insetos que estão na
planta voam e as aves alimentam-se deles. Logo a ave é beneficiada
(comensal) e ao herbívoro é lhe indiferente porque não se alimenta dos
insetos.

Relações bióticas e a evolução ou extinção das espécies

As relações que se estabelecem entre os seres vivos podem beneficia-


los ou prejudica-los. Por exemplo, a predação, a competição e o
parasitismo provoca o desaparecimento de muitas espécies.

TEMA 2: Ecossistemas

2.3 Fluxo de Energia nos Ecossistemas

CADEIAS E TEIAS ALIMENTARES

Cadeia Alimentar – sequência de seres vivos que se alimentam do


nível trófico anterior e servem de alimento ao nível trófico seguinte.

Nível Trófico (NT) – posição que um ser vivo (ou grupo de seres
vivos com o mesmo tipo de alimentação) ocupa numa cadeia alimentar.

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Ser vivo Autotrófico – ser capaz de produzir o seu próprio


alimento, a sua própria matéria orgânica, através da fotossíntese. Ex.
plantas

Ser vivo Heterotrófico – ser que precisa alimentar-se de outros


seres vivos para obter matéria orgânica. Ex. raposa

Classificação dos níveis tróficos (NT):

- Produtor - (autotrófico)

- Consumidor

- Decompositor – decompõe a matéria orgânica em mineral. Ex.


minhocas, bactérias (heterotróficos)

O mesmo ser vivo pode pertencer a níveis tróficos diferentes, como


por exemplo:

- Uma águia pode alimentar-se de um coelho (nível 2), sendo um


consumidor secundário, ou de uma cobra (nível 3), sendo então um
consumidor terciário.

A matéria orgânica é consumida pelos seres vivos para produzir


energia e para crescimento, manutenção e reparação das células. O

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que não é digerido pelos consumidores é decomposto pelos


decompositores.

Teia alimentar

Conjunto de cadeias alimentares que se relacionam, pois há seres


vivos que fazem parte de várias cadeias ao mesmo tempo.

Pirâmide Ecológica – representação das transferências de energia


e matéria entre os seres vivos de um ecossistema.

Podem ser de 3 tipos: de números (nº de indivíduos); de biomassa


(massa total dos indivíduos) e de energia (energia em cada nível
trófico).

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Atenção:

O Sol é a fonte de energia do nosso planeta.

Nas cadeias tróficas o fluxo de energia é unidirecional (uma


direção), A energia não é reaproveitada nos ecossistemas (não
regressa ao Sol nem aos produtores). Por este motivo não existem
cadeias alimentares com mais do que cinco níveis tróficos, porque a
quantidade de energia transferida para o nível seguinte seria
demasiado baixa.

Nos ciclos de matéria o fluxo de matéria é cíclico (ocorre


reciclagem de matéria).

Impactes Ambientais nos fluxos:

As atividades humanas como a agricultura, a pesca e a caça


excessivas afetam as teias alimentares, assim como a poluição.

Existem diversas medidas de minimização deste impacte ambiental


nos fluxos como:

- Reduzir a aplicação de pesticidas na agricultura;

- Gerir a caça e a pesca de forma mais eficiente;

- Diminuir os níveis de poluição industrial e doméstica.

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TEMA 2: Ecossistemas
2.4. Fluxo de Matéria nos Ecossistemas
Ciclo da Água
Importância: A água é essencial a todos
os organismos.

Reservatórios: Cerca de 97% da Água


da Terra está armazenada nos oceanos.

Processos importantes: A evaporação e


a condensação da água.

Ciclo do Carbono:

Importância: O carbono é essencial para


formar os compostos orgânicos.

Reservatórios: A geosfera é o principal


reservatório de carbono.

Processos importantes: A fotossíntese


remove o dióxido de carbono da atmosfera.
Os principais processos responsáveis pela
libertação de CO2 são: a queima de combustíveis e a respiração celular.

Ciclo do Oxigénio:

Importância: Muitos organismos


dependem do oxigénio para realizar a
respiração celular.

Reservatórios: A atmosfera e os
oceanos são os principais reservatórios
de oxigénios.

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Processos importantes: os principais são a respiração celular, a


formação da camada de ozono e a fotossíntese.

Ciclo do Azoto:

Importância: O azoto é um elemento essencial para


o crescimento de plantas.

Reservatórios: a maioria do azoto está na


atmosfera, sob a forma gasosa.

Processos importantes: Os relâmpagos também


permitem fixar o azoto.

Impactes do Homem nos Ciclos da Matéria

No ciclo da Água:

• Uso excessivo dos recursos hídricos;

• Construção de barragens;

• Contaminação da água com componentes químicos;

• Impermeabilização do solo;

• Desflorestação.

No ciclo do Carbono:

• Combustão de material vegetal;

• Queima dos combustíveis fósseis como o carvão e o petróleo;

• Efeito de Estufa: Aumento excessivo da temperatura terrestre


devido à queima dos combustíveis fosseis e à poluição.

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No ciclo do Oxigénio:

• Camada do ozono está cada vez mais fina por causa da poluição:
buraco do ozono.

No ciclo do Azoto:

• Se se retirar o azoto do ciclo as plantas não crescem.

• Eutrofização: A desflorestação e o uso de fertilizantes


contaminam a água o que faz com que cresçam algas e
vegetação aquática que impede a passagem de luz solar e a
realização da fotossíntese. A isto se chama eutrofização.

TEMA 2: Ecossistemas

2.5. Equilíbrio nos Ecossistemas


Se o ambiente for modificado por causas naturais ou antrópicas
(origem humana) os ecossistemas reagem de forma a restabelecer o
equilíbrio.

Sucessão Ecológica - processo de evolução de comunidades ao


longo do tempo, num mesmo espaço.

Sucessões Primárias

Fase 1. As sucessões ecológicas iniciam-se com o


estabelecimento de espécies pioneiras (plantas ou algas e são estas
as primeiras espécies a habitar o local) que conseguem sobreviver em
regiões com condições muito desfavoráveis à vida.

Fase 2. Estas espécies (e as comunidades seguintes) vão


modificar esse ambiente, permitindo que outros organismos aí se
instalem – comunidade intermédia

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Fase 3. A última etapa de uma sucessão ecológica é a


comunidade clímax (grau máximo de desenvolvimento de uma
comunidade), que é caracterizada por: maior estabilidade, maior
biodiversidade, maior quantidade de matéria orgânica.

Sucessões Secundárias

São sucessões que ocorrem quando um determinado local, onde


já existia uma comunidade ou solo é afetada por um fenómeno natural
(como cheias) e é novamente habitado.

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Sustentabilidade da vida na Terra

O conceito de sustentabilidade dos ecossistemas é basicamente


a manutenção da diversidade de espécies e produção de matéria pelos
ecossistemas ao longo do tempo.

Essa sustentabilidade baseia-se em quatro princípios:

1. Dependência da Energia Solar

2. Biodiversidade

3. Ciclos da Matéria

4. Controlo populacional

O equilíbrio dos ecossistemas pode ser afetado por processos


naturais ou antrópicos.

2.6. Influência das Catástrofes no Equilíbrio dos Ecossistemas

Catástrofes Naturais

As catástrofes Naturais são fenómenos que ocorrem sem


intervenção humana e que afetam de forma negativa os seres vivos,
incluindo o homem.

Catástrofes
Naturais

Geológicas Climatéricas Meteorológicas


• Sismos • Temperaturas extremas ▪ Furacões
• Erupções vulcânicas • Secas ▪ Tempestades
• Tsunamis • Cheias ▪ Relâmpagos
• Deslizamentos de Terra • Incêndios Florestais ▪ Secas, Cheias
• Avalanches • Etc. ▪ Incêndios Florestais
• Etc. • Etc.

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Catástrofes Antrópicas
São catástrofes provocadas pelo impacte humano nos ecossistemas.

1.Incêndios:

Causas: fogo posto, aumento do efeito de estufa, falta de


limpeza nas matas

2. Desflorestação:

Causas: Aumento da erosão dos solos, Alterações Climáticas

3. Invasões Biológicas:

Podem ser acidentais: organismos transportados nos cascos


do navio e outros meios de transporte e chegam a um novo local

Podem ser intencionais: introdução de espécies com o objetivo


de combater outras espécies.

4. Poluição geral:

Podem ser biodegradáveis: são compostos que são


degradados no ecossistema

Podem ser não-biodegradáveis: permanecem nos


ecossistemas pois não se degradam rapidamente.

5. Poluição Aquática:

Causas: Aplicação de fertilizantes, pesticidas e herbicidas na


agricultura, derrame de combustíveis, despejo de lixo doméstico.

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6. Poluição do Ar:

Causas: CFCS originam uma degradação da camada do ozono,


aumento da emissão de gases com efeito de estufa e as chuvas ácidas
que têm dois grandes poluentes (óxido de enxofre e de azoto)

7. Poluição do Solo:

Causas: Desflorestação, atividade mineira, infiltrações de água


contaminada, etc.

Efeitos Globais das Catástrofes

• Perda de Habitats

• Invasões Biológicas

• Secas

• Degelos

• Perda da Biodiversidade

8. Chuvas Ácidas
A denominação de chuva ácida é utilizada para qualquer chuva que
possua um valor de pH inferior a 4,5.

Esta acidez da chuva é causada pela solubilização de alguns gases


presentes na atmosfera terrestre: dióxido de enxofre e óxido de
azoto proveniente das impurezas da queima dos combustíveis fósseis.

Consequências:

• Para a saúde: A chuva ácida liberta metais tóxicos que estavam


no solo. Esses metais podem contaminar os rios e serem
inadvertidamente utilizados pelo homem causando sérios
problemas de saúde.

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• Nos edifícios: A chuva ácida também ajuda a corroer alguns dos


materiais utilizados nas construções, danificando algumas
estruturas, como as barragens, as turbinas de geração de
energia, etc.

• Para o meio ambiente:

Lagos - Os lagos podem ser os mais prejudicados com o efeito das


chuvas ácidas, pois podem ficar totalmente acidificados perdendo toda
a sua vida.

Desflorestação - A chuva ácida provoca clareiras, matando


algumas árvores de cada vez.

Agricultura - A chuva ácida afeta as plantações quase da mesma


forma que as florestas, no entanto a destruição é mais rápida, uma vez
que as plantas são todas do mesmo tamanho.

9. Efeito de Estufa

O efeito estufa é um fenómeno que permite o aquecimento da


atmosfera e da superfície terrestre, que torna a temperatura amena.
Este efeito é um fenómeno natural e imprescindível para a
manutenção da vida na Terra, pois se este não existisse, a temperatura
do planeta seria, em média, 34°C mais fria do que hoje, mas com as
nossas atividades poluidoras o efeito estufa está a ser aumentado o
que leva ao aquecimento global do planeta.

Gases do Efeito de Estufa:


• Dióxido de carbono

• Metano

• Vapor de água

• Clorofluorcarbonetos

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Consequências:

• Aumento das catástrofes naturais;

• Degelo nos polos e subida do nível dos oceanos

• Degelo nos glaciares de montanhas

• Invernos mais rigorosos e frios

10. Buraco na camada de ozono

A camada de ozono situa-se na


estratoesfera e tem a função de filtrar a
radiação ultravioleta.
O buraco na camada de ozono, na
realidade, é diminuição da sua espessura e,
assim sendo, estamos menos protegidos
contra a entrada das radicações ultravioletas.

Causas:

Os causadores da diminuição da camada, tem a ver com a poluição


e o uso de CFC.

Os CFC, denominados clorofluorcarbonetos, são compostos


químicos que se encontram nos gases utilizados para a refrigeração,
dos frigoríficos e aparelhos de ar condicionado, estando também
presentes em alguns sprays.

Estes CFC, têm cloro na sua composição e quando atingem a camada


dissociam as moléculas de Ozono, voltando estes átomos a formar
novas moléculas de O2 e não de O3, destruindo assim parcialmente o
ozono.

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Consequências:

• Incapacidade de filtração da radiação ultravioleta

• Tumores malignos na pele e cataratas nos olhos

• Alterações genéticas e extinção de espécies.

2.7. Desenvolvimento Sustentável


Definição: garantir a existência de recursos para as gerações futuras,
tendo em conta as componentes económicas, sociais e ambientais.

1. Ambiental: Uso dos recursos naturais, Gestão do ambiente,


Prevenção da poluição;

2. Social: Qualidade de vida, educação, oportunidades iguais para os


indivíduos;

3. Económico: Lucro, Crescimento económico, Investigação e


desenvolvimento tecnológico.

Serviços dos Ecossistemas:

• Suporte: Incluem os ciclos da matéria, a formação do solo e a


polinização pelos insetos.

• Produção: Os ecossistemas produzem água e matéria


(alimento, madeira, gases);

• Regulação: O clima e as cheias são reguladas pelo ecossistema


também.

• Cultura: Turismo, religião, educação

SE estes serviços forem afetados a qualidade de vida da


população também e perde-se a produção de alimentos, o solo
fica empobrecido, aumento da poluição. Etc…

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Medidas de Proteção dos Ecossistemas

• Proteção dos habitats e da biodiversidade;

• Controlo da poluição;

• Conservação dos solos;

• Redução dos impactes da pesca e caça.

Medidas de Controlo da Poluição

• Reduzir o consumo de energia

• Colocar filtros nas chaminés e tubos de escape dos carros.

• Andar a pé ou de bicicleta

• Reutilizar materiais

Medidas de Proteção das Florestas

• Identificar e proteger áreas florestais;

• Reduzir a construção de estrada nas florestas;

• Plantar árvores.

Medidas para proteger da Caça e da Pesca

• Criar reservas naturais em que a pesca/caça é proibida;

• Estabelecer limites máximos de pesca/caça.

Medidas para preservar os solos

• Reflorestação de áreas incendiadas;

• Evitar remover toda a vegetação de um dado solo.

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TEMA 3: Gestão Sustentável de Recursos

3.1. Classificação dos Recursos Naturais


Recursos Naturais: Matéria-prima que pode ser usada para a
produção de energia, alimentos e materiais (habitação, transporte,
atividades de recreio). São essenciais à sobrevivência ou à satisfação
das nossas necessidades.

Os recursos quanto ao conteúdo podem ser classificados em:

Tipo de Recurso Caracterização

Inclui os recursos minerais.

Podem ser metálicos (incluem


metais na sua constituição. Ex.
Geológico
Ferro) e não metálicos (Ex.
areia)

Pedológico Abrange os solos com toda a sua


matéria orgânica e mineral.

Hídrico Corresponde à água nos


diferentes estados físicos.

Biológico Todos os seres vivos e matéria


orgânica

Climático Inclui todos os elementos do


clima (vento, precipitação, etc)

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Quanto à disponibilidade:

Quanto à capacidade de produzir energia:

Não energéticos: não produzem energia tal como as rochas.

Energéticos: Todos os recursos que produzem energia. Por exemplo:


plantas, recursos hídricos, combustíveis fosseis.

Importância de classificar os recursos naturais

É importante classificar os recursos naturais para consumi-los de


uma forma equilibrada para que não se esgotem mais rapidamente
(caso dos recursos não renováveis).

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Sendo assim é importante:

• Quantificar os recursos naturais que ainda existem na terra;


• Determinar o tempo que ainda resta ate se esgotarem,
classificando-os em renováveis e não renováveis.

3.2. Exploração e Transformação dos recursos naturais


A maioria dos recursos naturais não é renovável e está a esgotar-
se, logo a maioria dos recursos necessita de ser explorada e
transformada para ser usada no nosso quotidiano.

No entanto, a exploração excessiva dos recursos naturais


também é prejudicial.

Consequências da Exploração dos Recursos Geológicos:

- Esgotamento das reservas;

- Poluição do solo, água e atmosfera;

- Remoção da cobertura vegetal.

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Principais usos dos recursos geológicos:

1. Energia Geotérmica: Está dependente de zonas onde já


existiram vulcões e que tem capacidade e energia interna
para aquecer água. Para explorar este tipo de energia é
necessário extrair o calor terrestre.

2. Combustíveis fósseis: Os combustíveis fosseis têm de


ser extraídos da geosfera e processados antes de serem
utilizados. O petróleo precisa de ser refinado, originando
derivados como o gasóleo e a gasolina.

3. Recursos minerais: A maioria dos minerais são retirados


do solo e têm custos económicos bastante elevados.

Ex. Alumínio: utilizado em embalagens de alimentos e bebidas;

Cobre: Construção de cabos elétricos;

Ferro: Maquinaria pesada e produção de aço;

Chumbo: baterias e tintas;

Ouro: joias, moedas.

Consequências da Exploração dos Recursos Biológicos:

- Extinção de espécies (perda de biodiversidade);

- Poluição e contaminação de alimentos;

- Desflorestação.

Principais usos dos recursos biológicos:

• Alimento, Roupa; Materiais; Energia e Compostos medicinais.

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Consequências da Exploração dos Recursos Pedológicos:

- Condiciona a construção de edifícios;

- Condiciona as infiltrações de água.

Consequências da Exploração dos Recursos Hídricos:

- Grande quantidade de água doce desperdiçada principalmente


em casas e indústrias;

- A exploração excessiva da água também faz com que os caudais


dos rios e lagos de água doce diminua.

Consequências da Exploração dos Recursos Climáticos:

- Reduz a poluição, uma vez que a radiação solar e o vento são


aproveitados para produzir energia e ser uma alternativa ás energias
não renováveis.

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TEMA 3: Gestão Sustentável de Recursos

3.3. Diminuição dos Impactes da Exploração e Transformação


dos recursos naturais

Para garantir um uso sustentável dos recursos naturais e evitar o


seu esgotamento, é necessário diminuir os impactes ambientais da sua
exploração e transformação.

3.3.1. Diminuição dos impactes nos Recursos Geológicos:


• Reduzir as necessidades de obter recursos minerais, baixando
os impactes ambientais;
• Reduzir a quantidade de resíduos a processar;
• Restringir os níveis de poluição;
• Reciclar
Principais medidas implementadas em Portugal:
• Aumento da reciclagem dos materiais, reduzindo a necessidade
de extrair e transformar os recursos geológicos;
• Exploração de fontes alternativas de energia, levando a uma
redução de dependência do consumo de combustíveis fósseis
para produzir energia elétrica.
• Recuperação das minas abandonadas, reduzindo a poluição do
solo e da água

3.3.2. Diminuição dos impactes nos Recursos pedológicos


Principais medidas implementadas em Portugal:
• Florestação das zonas mais sensíveis;
• Controlo da poluição, reduzindo o consumo de fertilizantes e
pesticidas;
• Nas zonas com maior declive, os campos deverão ser construídos
socalcos;

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• Rotação das culturas vegetais para não desgastar os solos.

3.3.3. Diminuição dos impactes nos Recursos hídricos

• Redução do consumo de água;


• Utilizar medidas que evitem a perda de água no sistema público
de abastecimento;
• Sistema de rega gota-a-gota para evitar perdas de água
desnecessárias;
• Construção de ETAR (Estações de Tratamento de Água
Residuais);
• Construção de barragens que armazenam água e garantem o
fornecimento à população.

Barragens:

Aspetos Negativos Aspetos positivos

As áreas alagadas destroem Regula o caudal do rio


as florestas
Acumulam-se sedimentos na Fornece água para consumo
albufeira
Permite produzir energia a
Aumento da erosão costeira custos reduzidos

Criam zonas de turismo

3.3.4. Diminuição dos impactes nos Recursos biológicos

• Proteção dos habitats naturais: Constituição de áreas protegidas


(Ex. Parque Natural da Serra da Estrela);
• Remoção das espécies invasoras;
• Constituição de bancos de biodiversidade.

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3.3.5. Diminuição dos impactes dos Recursos Climáticos

Radiação Solar Vento

A movimentação das pás faz


barulho logo são construídas longe
Produção de painéis solares
da população.

Custo de energia é elevado Os parques eólicos devem ser


então constroem se parques contruídos fora das cidades
com painéis solares maiores

TEMA 3: Gestão Sustentável de Recurso

3.4. Ordenamento e gestão do território


3.4.1. Importância do ordenamento e gestão do território
O ordenamento do território permite a gestão eficiente da relação
entre o homem e o meio ambiente.

A elaboração de planos de ordenamento do território permite definir


áreas:

• Para a ocupação humana, aproveitando as infraestruturas


existentes ou projetando novas, de acordo com as
necessidades;
• Com maior potencial para explorar os recursos naturais;
• Com maior risco natural e não construir habitações perto
delas;
• Que devem ser preservadas, uma vez que possuem
importantes valores religiosos, biológicos, religiosos e
culturais.

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Instrumentos de Ordenamento e gestão de território

• Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território


(PNPOT);
• Planos Setorais;
• Planos de Ordenamento da Orla Costeira;
• Planos de Ordenamento de Áreas Protegidas;
• Plano de Ordenamento de Albufeiras de Águas Públicas;

3.4.2. Áreas Protegidas em Portugal

Áreas Protegidas
A criação de áreas protegidas é uma das principais ferramentas
de ordenamento e gestão de territórios. Permitem conservar os
ecossistemas e assim proteger as comunidades de seres vivos em vias
de extinção.

Um dos principais objetivos das áreas protegidas é garantir


condições de vida adequadas às populações locais.

No entanto, estes parques também têm aspetos negativos uma


vez que, por serem protegidos, sofrem de pressão turística e assim os
espaços ficam sujeitos a poluição.

Características das áreas protegidas:

• Áreas com dimensões pequenas, o que por vezes não consegue


albergar mamíferos de grandes portes que precisam de espaços
amplos;
• Necessidade de controlar a entrada de espécies invasoras, para
não entraram em competição com as espécies nativas
(autóctones) pelo habitat e alimento.

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• O estabelecimento de corredores ecológicos e zonas


tampão.

Em Portugal:

• Lince ibérico foi introduzido na região de Moura (Alentejo);


• Águia-real foi introduzida no Parque Nacional da Peneda-
Gerês;
• Cabra Montanês foi introduzida no Parque Nacional da
Peneda-Gerês.

As áreas protegidas nacionais visam:

• Conservar a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas;


• Manter os serviços prestados pelos ecossistemas;
• Contribuir para o desenvolvimento sustentável, à escala local,
regional e nacional;
• Permitir às gerações futuras usufruir dos valores naturais da
sua espécie;

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Existem diversos tipos de Áreas Protegidas constituídas nas


ultimas décadas em território nacional:

• Parque Nacional:

O parque nacional da Peneda-Gerês é o único parque nacional


Português. Corresponde à área com o maior valor natural, incluindo
ecossistemas pouco alterados pelo homem.

Fauna: Inclui os lobos, os corços, os garranos, as martas, as lontras e


as aves de rapina incluindo a águia real.

Flora: é variada e inclui os lírios do gerês, os carvalhos, os azevinhos,


os pinheiros e várias plantas medicinais.

Localização: O parque nacional faz fronteira com a Galiza (espanha).

Medidas de Proteção: Aquisição de terrenos privados, limitação do


trânsito motorizado e pedonal nas zonas mais sensíveis, cobrança de
taxas aos turistas, aumento da vigilância contra os fogos florestais.

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• Parque Natural

Os parques naturais protegem ecossistemas naturais ou


seminaturais, em que a preservação dos valores naturais a longo prazo
depende das atividades humanas.

Localização: Arquipélago da Madeira e dos Açores e Portugal


Continental

• Reservas Naturais
As reservas naturais contêm fauna e flora importantes ou
.características geológicas e paisagísticas com valor científico.

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• Paisagem Protegida
As paisagens protegidas resultam da relação harmoniosa entre o
homem e a natureza. As paisagens protegidas em Portugal incluem a
Serra do Açor e a Arriba Fóssil da Costa da Caparica.

• Monumento Natural
Os monumentos naturais são constituídos quando a sua raridade
e importância merecem ser preservadas.
Destacam-se em Portugal os geomonumentos, tais como a pedra
da Mua e Lagosteiros (Sesimbra).

• Área Protegida Privada


São todas as áreas privadas com valores naturais, que não
incluídas em nenhum dos tipos anteriores, são designadas por Áreas
Protegidas Privadas.
A reserva da Faia Brava com o objetivo de preservar o habitat do
abutre do Egito e da Águia Bonelli, localiza-se no vale do rio coa.

• Áreas protegidas de âmbito regional ou local


Para além das áreas de âmbito nacional, os municípios podem criar
e gerir áreas protegidas como por exemplo na Serra de Montejunto.

3.5. Organismos e associações ambientalistas

Os organismos públicos de conservação da natureza e as


associações ambientalistas são essências na proteção do meio
ambiente e promovem campanhas de sensibilização e prevenção.
Algumas dessas associações mais importantes são:

• Agência Portuguesa do Ambiente

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• ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas)


• LPN (Liga para a proteção da Natureza)
• QUERCUS (Associação Nacional de Conservação da Natureza)
• GREENPEACE
• GEOTA
• SPVS (Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem)
• WWF

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TEMA 3: Gestão Sustentável de Recurso

4. A Gestão dos Resíduos V.S. Desenvolvimento Tecnológico

4.1. Gestão dos Resíduos

Da nossa atividade resulta um elevado volume de resíduos.

Resíduos: qualquer objeto ou substância resultante da atividade


humana e que é eliminado do local onde foi produzido ou utilizado.

Existem diversos critérios de classificação dos resíduos, que são


importantes na determinação do tratamento a aplicar.

4.1.1. Gestão dos resíduos sólidos urbanos

Os impactes da produção de resíduos sólidos urbanos levaram a


que fossem criados planos estratégicos de resíduos sólidos
urbanos (PERSU).

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O primeiro plano PERSU I, foi elaborado em 1997, e foi instaurado em


Portugal com os seguintes objetivos:

• Encerramento de trezentas lixeiras;


• Promoção da reciclagem;
• Incineração (queima de resíduos com produção de
energia);
• Construção de aterros sanitários para depositar os
resíduos sólidos ou as cinzas;
• Compostagem (decompor a matéria orgânica em
fertilizantes).

Em 2007, foi apresentado o PERSU II, com o objetivo de:

• Gestão integrada
• Política dos 3R´s: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
Reduzir: Consumir menos materiais;
Reutilizar: ao reutilizar os produtos, reduzimos o consumo
de novos produtos idênticos;
Reciclar: o vidro, o papel, etc. de forma a produzir novos
materiais.

4.1.2. Destino dos resíduos sólidos urbanos

1. Reciclagem - Produção de novos materiais a partir de materiais


usados (faz parte da política dos 3’s – Reduzir, Reutilizar, Restaurar,
Reciclar); Há que separar os materiais a colocar nos ecopontos (azul –
papel e cartão, amarelo – embalagens de metal ou plástico, verde –
vidro) ou ecocentros (papel/papelão, plástico, vidro, eletrodomésticos,
madeiras e relva, etc.).

2. Compostagem - Utilização de matéria orgânica na produção de


composto (fertilizante natural semelhante ao solo); Processo

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Apontamentos de Ciências 8ºAno

natural que se baseia na decomposição da matéria orgânica por


decompositores na presença de oxigénio.

3. Incineração - Queima de resíduos, produzindo-se energia elétrica;


Da queima resultam gases que são tratados antes da sua libertação
e materiais sólidos (escórias), que, depois de tratados, serão
depositados num aterro. Algumas empresas, tais como as
cimenteiras, podem queimar os resíduos urbanos misturados com
combustível para os seus fornos – co-incineração.

4. Aterro sanitário - Acumulação de lixo proveniente da recolha


indiferenciada e dos produtos da incineração, em condições
controladas; É evitada a infiltração de poluentes no solo porque o
aterro encontra-se impermeabilizado; As águas de lixiviação são
desviadas para uma ETAR, onde serão tratadas; O gás resultante
da decomposição do lixo é retirado para que não ocorram possíveis
explosões; São evitadas doenças, uma vez que, depois de uma
camada de resíduos, o aterro é coberto com outra de terra.

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5. Armazenamento subterrâneo - Os resíduos altamente tóxicos e


que não podem ser destruídos, como é o caso dos resíduos
nucleares, devem ser tratados e mantidos em locais de difícil
acesso, como por exemplo túneis escavados vários quilómetros
abaixo do solo.

4.1.3. Gestão dos resíduos líquidos

As águas residuais podem ser produzidas em resultado de:

• Atividade agrícola;
• Produção mineira;
• Esgotos domésticos;
• Poluição atmosférica;
• Fuga de compostos

4.1.4. Tratamento de Resíduos líquidos

É importante tratar os resíduos líquidos que produzimos


diariamente, pois possuem compostos tóxicos que colocam em risco os
cursos de água e toda a biodiversidade lá existente.

A melhor forma de tratar os resíduos é encaminhá-los pelo sistema


de saneamento para estações de tratamento de águas residuais
(ETAR):

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A combinação dos tratamentos preliminar, primário e


secundário permite remover cerca de 95% a 97% da matéria sólida,
70% de metais tóxicos e de fósforo e 50% de Azoto.

O tratamento secundário permite eliminar os organismos


patogénicos, purificando a água, que pode ser usada para consumo
humano.

As ETAR podem ser tapadas, para reduzir os odores emanados.

Algumas ETAR usam plantas aquáticas para purificar pequenos


volumes de água, são conhecidas por FITO-ETAR.

Carta Europeia da Água

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4.1.5. Gestão Sustentável de Resíduos

As medidas de gestão dos resíduos sólidos deverão ter em conta:

• Um menor consumo de recursos naturais;


• Aproveitamento de matéria orgânica;

As medidas de gestão dos resíduos líquidos deverão ter em conta:

• Reduzir o consumo de água


• Reaproveitar a água
• Devolver a água ao meio ambiente apenas após ser
tratada.

TEMA 3: Gestão Sustentável de Recurso

4. A Gestão dos Resíduos V.S. Desenvolvimento Tecnológico


4.2. Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Medicina

As melhorias nos cuidados de saúde permitiram reduzir a


mortalidade, contribuindo para o bem-estar humano.

Os desenvolvimentos científicos e tecnológicos também


permitiram criar os métodos contracetivos que são essenciais no
controlo da população.

Agricultura e Biotecnologia

O uso de pesticidas, fertilizantes, maquinaria mais eficiente e


seleção de plantas usando a biotecnologia.

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No entanto, as melhorias da produção agrícola tornaram esta


atividade mais intensiva, agravando alguns dos efeitos da população.

Tecnologia

• Satélites – permitir monitorizar a Terra. São usados como base


das comunicações globais e GPS.
• Painéis solares – Produzem energia a partir da radiação solar,
sem gerar resíduos e evitando o consumo de recursos
energéticos

Climatologia

O dióxido de carbono é um gás extremamente poluente. Para


além da redução da emissão de dióxido de carbono, muitos cientistas
apostam na melhoria de tecnologias que permitam captar o excesso de
dióxido de carbono.

Alguns desses processos são:

• Reflorestação: a plantação de árvores em zonas sem florestas


permitirá remover o dióxido de carbono da atmosfera, através da
fotossíntese, de forma natural.

• Agricultura: a preservação dos solos permitirá manter o dióxido


de carbono que têm armazenado.

• Armazenamento subterrâneo ou nos oceanos: o dióxido de


carbono pode ser removido da atmosfera por centrais especificas,
que depois o poderão encaminhar para ser injetado em profundidade
no subsolo ou nos oceanos. Esta tecnologia ainda está em
desenvolvimento.

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