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Engenheiro de Produção pela EPUSP (1980). Mestre em Economia pela PUC-SP.
da empresa. Observe-se que, como o objetivo era determinado pelo sistema de ordem superior, a ineficácia da
divisão implica ineficiência da empresa ou de sua administração, não da própria divisão.
O conceito de desempenho e sua diferença em relação à eficiência ficarão claros se considerarmos um
operário que remove 900 kg de terra por hora com uma pá e outro que remove 60.000 kg por hora com uma
escavadeira mecânica. É evidente que o segundo é muito mais eficiente e produtivo que o primeiro. Mas
digamos que o padrão de produtividade para o trabalho com pá seja de 1.000 kg/h e para o trabalho com
escavadeira seja de 100.000 kg/h: nesse caso, o desempenho do segundo operário seria 60% inferior ao do
primeiro, que seria de 90%.
2.2. A NOÇÃO DE OBJETIVO
Definimos produtividade, eficiência e eficácia em função de objetivos e insistimos em que antes de
medir produtividade é preciso esclarecer qual o objetivo que se pretende atingir. Essa noção de objetivo não
deve ser interpretada em sentido ideológico (tentativa de explicar um fato através de seus fins); não se trata
de afirmar que o sistema esteja preordenado a um fim, e sim que os sujeitos capazes de agir sobre o sistema
procuram manter os parâmetros desse sistema dentro de certas restrições e orientá-lo de acordo com certos
sistemas de valores, o que caracteriza um objetivo. O objetivo não é uma qualidade do sistema e sim uma
imposição de sujeitos sócio-econômicos que pretendem agir sobre ele. Eles podem exercer tendências
contraditórias entre si, que podem variar em número, intensidade e natureza ao longo do tempo, de acordo
com as circunstâncias e as transformações sociais. Se, negamos a existência de tais objetivos, estamos
negando sentido à tomada de decisões e reduzindo a sociedade a mero mecanismo automático. Se, ao
contrário, atribuímos um objetivo próprio ao sistema produtivo, independente dos objetivos humanos,
estamos promovendo-o a ser consciente supra-humano. O sistema é adequado a certos objetivos, mas não
tem, por si, objetivos. O objetivo pode ser "descoberto" pela observação, identificando-se a que tendem as
ações de um sujeito; pode ser deduzido teoricamente a partir dos valores e interesses do sujeito e pode
também ser proposto por nós como a melhor forma de atender as necessidades nossas ou de outrem. Em
qualquer dos casos, o objetivo expressa a atitude de um indivíduo, grupo ou classe em relação a um sistema,
não uma característica do sistema, se bem que este possa ser mais adequado ao atendimento de um objetivo
que ao de outro.
Qualquer que seja a natureza do objetivo, é preciso criar uma forma de medir seu grau de atendimento para
se obter um conceito preciso de produtividade. Uma das maneiras de fazê-lo seria definir com precisão o
objetivo e definir que a produtividade é zero, se o objetivo não foi perfeitamente atingido e é l se o foi. Outra
seria avaliar todos os parâmetros do sistema em função do seu afastamento ou proximidade do objetivo e
ponderar essas avaliações segundo um sistema de valores, chegando a um número real qualquer. A primeira
maneira é inútil para a maioria dos fins por não se prestar à quantificação e, a segunda, é impraticável porque
é impraticável colocar em termos quantitativos o afastamento / proximidade do objetivo de muitos dos
parâmetros, que são qualitativos. A forma mais adequada de avaliar o atendimento de objetivos é uma síntese
dos extremos: estipula-se certo número de restrições mínimas dentro das quais o sistema precisa operar e um
sistema de valores para as variáveis quantificáveis medida apenas em função dessas variáveis, supondo-se
que, se o sistema que o sistema pode apresentar dentro das restrições. A produtividade é não cumpre as
restrições, a produtividade é nula, ou melhor, nem tem sentido medi-la.
Para o caso do sistema produtivo, a quantidade de produto e a quantidade de recurso são os parâmetros
quantificáveis mais importantes. O objetivo pode, na maioria das vezes, ser definido como maximizar a
quantidade de produto para determinada quantidade de recursos escassos disponível, sob determinadas
restrições. Por isso, a relação produto / recurso é o indicador de produtividade mais comum.
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Índice de Gini, que varia de zero a um, é um indicador da igualdade ou desigualdade de uma determinada
distribuição (renda, serviços educacionais ou de saúde, por exemplo). Quando o índice é igual a zero, significa que há
situação teórica de igualdade. Quando igual a um, ocorre a situação de máxima desigualdade. Portanto, à medida em
que se aproxima de um significa que uma dada distribuição está-se concentrando.