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Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC

Centro de Educação Superior do Oeste – CEO


Departamento de Enfermagem – DEN
Professora: Geisa Percio do Prado
Monitora: Jéssica Aparecida Alberton

Biologia Celular
A importância do uso do microscópio na biologia celular

Ao nos referirmos a uma célula, nos referimos a algo muito pequeno, impossível
de ser visto pelo olho humano. O que dizer então das organelas celulares, que são ainda
menores? Para estudar então essas estruturas se faz necessário o uso do microscópio, um
aparelho que permite a visualização de algumas estruturas com um grande aumento de
modo que nosso olhos consigam enxergar. Existem 3 tipos de microscópios, são eles:

Microscópio óptico: nesse tipo de microscópio, um feixe de luz atravessa uma


determinada estrutura tornando possível sua visualização ao olho humano. Tem um
aumento de cerca de 1000 x o tamanho normal.

Microscópio eletrônico de transmissão: se baseia na interação entre elétrons e


componentes da célula ou tecido estudado.Permite um aumento de cerca de 400.000 x.

Microscopia eletrônica de varredura: nesse tipo de microscopia os elétrons não


atravessam a superfície da célula, e sim varrem , isto é percorrem sequencialmente o
espécime em questão. Nesse tipo de microscopia temos uma viso tridimensional das
estruturas. Permite um aumento de cerca de 400.000 x.
PARTES DO MICROSCÓPIO

PARTES MECANICAS: (1) base ou pé; (3) parafusos macro e micrométricos; (4)
haste ou braço; (6) mesa ou platina; (7) charriot; (9) revólver das objetivas; (10)
canhão; PARTES OPTICAS: (2) fonte de luz; (5) condensador; (8) lentes
objetivas; (11) ocular

O microscópio óptico compõe-se de uma PARTE MECÂNICA, que serve de suporte e


uma PARTE ÓPTICA, constituída por três sistemas: sistema de iluminação, a objetiva e
a ocular.

PARTE MECÂNICA:
1- BASE OU PÉ - dá ao instrumento boa estabilidade e é usado para o repouso do
aparelho na mesa de trabalho; Peça que sustenta todas as outras.
2- BRAÇO - Sustenta a parte óptica (lentes) e serve para o transporte do aparelho; Liga
o pé à parte superior do microscópio.
3 - TUBO OU CANHÃO - peça semi-esférica ligada a um tubo oco. Contém em uma
das extremidades a ocular e na outra, o revólver que é uma peça giratória a qual se
prendem as lentes objetivas.
4 - PLATINA OU MESA FIXA - sobre esta peça colocamos a lâmina que será
observada, exatamente sobre uma abertura central que da á passagem aos raios de luz.
5- CHARRIOT - serve para deslizar a lâmina sobre a platina, para a direita, esquerda
(plano horizontal), para cima e para baixo.
6- PARAFUSO OU BOTÃO MACROMÉTRICO: Localiza-se em ambos os lados da
coluna e serve para ajustar o foco. Permite grandes avanços ou recuos da platina em
relação à objetiva.
7. PARAFUSO OU BOTÃO MICROMÉTRICO: Localiza-se também em ambos os
lados da coluna encaixado sobre o parafuso macrométrico. Serve para ajustar o foco
finamente, através de pequenos recuos da platina
9. - REVÓLVER - local onde estão inseridas as objetivas.

PARTE ÓPTICA: SISTEMAS DE LENTES


1. SISTEMA DE ILUMINAÇÃO: todos os componentes estão abaixo da platina.
1a. FONTE DE LUZ: Acoplada ao pé do microscópio.
2a . CONDENSADOR: Conjunto de lentes que projeta a luz sobre as células que
estão sendo examinadas no microscópio. O parafuso localizado lateralmente permite a
movimentação do condensador. Após atravessar as células, esse feixe luminoso, em
forma de cone penetra na objetiva. A função é concentrar os feixes luminosos.
3a. DIAFRAGMA: Dispositivo que regula a intensidade de luz que atinge a
preparação, comandado através de uma alavanca de abertura e fechamento da peça,
localizada no condensador.
2. OBJETIVAS - Conjunto de 4 ou mais lentes que ampliam a imagem. Estão presas
no revólver, que ao ser girado, muda a objetiva. Cada objetiva tem o aumento
gravado em sua lateral. Função básica: projetar uma imagem aumentada.
3. OCULAR - Conjunto de lentes através das quais observamos o material focalizado.
Pode ser formada por 1 ou duas oculares ( microscópio mono ou binocular). A
imagem é virtual, ampliada e direta.
II-AUMENTO-
Para calcular o valor da ampliação total fornecida para cada objetiva, basta multiplicar o
valor da ocular pelo valor da objetiva centralizada. EX: Se a ocular estiver marcando 10
x e a objetiva centralizada 40 x , o aumento total será : 10 x 40 = 400 x
A ampliação total dada por um microscópio é igual ao aumento da objetiva multiplicado
pelo aumento da ocular.
III- POR QUE AS IMAGENS FICAM INVERTIDAS QUANDO OLHADAS EM
UM MICROSCÓPIO?

Devido à curvatura das faces de uma lente, os raios de luz que incidem nela são
refratados em diferentes ângulos. Deste modo, um conjunto de raios paralelos podem
convergir, para um mesmo ponto, ou divergir, para diversas partes de um único ponto.
Este ponto é chamado de ponto focal de uma lente. Se uma lente faz os raios
convergirem, então forma-se uma imagem real (lente convergente). Uma imagem real é
fotografável, ou visível em uma tela. É uma imagem "de cabeça para baixo", e é a usada
nos microscópios, devido à sua vantagem sobre as lentes divergentes, quanto à
qualidade de imagens formadas. As lentes divergentes são aquelas que fazem os raios de
luz divergirem, formando uma imagem virtual. Desta maneira a imagem só é visível se
olharmos para a lente. A imagem formada é distorcida, e o comprimento focal depende
da distância das lentes entre o centro focal e dependendo da distância da lente para o
objeto. Devido à má qualidade das imagens formadas, não são muito usadas na
microscopia.
Lentes côncavas (lentes que são mais estreitas no centro do que nas extremidades)
fazem os raios divergirem, produzindo apenas imagens virtuais. A imagem é formada
no mesmo lado da lente igualmente o objeto, é perpendicular e sempre diminuída,
menor que o objeto real. O tamanho da imagem é controlado pela distância do objeto às
lentes: quanto mais próximo das lentes, maior a imagem.
As lentes convexas são mais largas no meio que nas extremidades. Quando um objeto é
colocado fora do comprimento focal, de uma lente convexa, a lente desvia os raios de
luz do objeto e eles se convergem, formando uma imagem real do lado oposto ao da
lente. Se o objeto é colocado dentro do comprimento focal da lente, de qualquer modo, a
imagem é aumentada. É formada atrás do objeto, do mesmo lado das lentes.
Geralmente, nesse caso, quanto mais perto estiver da lente, menos a imagem é
aumentada. Por isso são mais empregadas nos microscópios.
INSTRUÇÕES PARA O USO DO MICROSCÓPIO

TÉCNICAS DE MANIPULAÇÃO DO MICROSCÓPIO

1. Ao iniciar sua observação, observe primeiro se a objetiva de menor aumento (4x)


está em direção a mesa; Se não estiver, gire o revolver, encaixando a objetiva de
menor aumento no eixo óptico.
2. Abaixe toda a mesa fixa ou platina: utilizando o botão macrométrico, abra a presilha
do charriot e coloque a lâmina sobre a platina sempre com a lamínula voltada para
cima.
3. Acenda a luz do microscópio, certifique-se que o diafragma está aberto, olhando se
há passagem de luz através da lâmina.
4. Centralize o material no orifício da platina, utilizando os parafusos do charriot.
5. Suba a platina bem devagar até o fim, movimentando o parafuso macrométrico com
as duas mãos, olhando através das oculares, com os dois olhos abertos, até que o
material possa ser visto.
6. Observando o material corrija a distancia entre as duas oculares, de tal forma que
passe a enxergar um só campo de imagem;
7. Ajuste e refine o foco com o auxílio do botão micrométrico;
8. Explore o material utilizando os parafusos do charriot;
9. Coloque o material no centro da observação para poder utilizar as demais objetivas;
10. Após observar o material com a objetiva de 4X passe para a de 10X reajustando o
foco com somente o botão micrométrico.
11. Para observação mais detalhada passe para a objetiva de 40 X. Nesta objetiva de o
foco deve ser ajustado somente com o botão micrométrico;
12. Para utilizar a objetiva de 100X faça os seguintes procedimentos:
Depois de focalizar com a de 40X, gire o revolver mas não encaixe a objetiva de
100X, pingue uma gota de ÓLEO DE IMERSAO, sobre a lamínula no ponto onde
incide a luz;
Encaixe a objetiva de 100X e ajuste o foco com o botão micrométrico;

13. Após o término da observação:

a) Desligue a luz
b) Gire o evolver (SENTIDO DECRESCENTE) para encaixar a objetiva
de menor aumento.
c) Abaixe totalmente a platina.
d) Retire a lâmina e limpe-a antes de guardá-la (Histologia e Patologia) ou
descarte o meterial (Biologia Celular).
e) Limpe as objetivas, e cubra-o com a capa.

ALGUMAS DICAS SOBRE O USO DO MICROSCÓPIO

1. Verifique se as objetivas estão encaixadas, caso contrário você verá o campo


completamente escuro ou parcialmente iluminado;
2. Algumas estruturas podem ser melhor observadas com o auxílio do diafragma;
3. Verifique a intensidade da luz;
4. Limpe as objetivas para melhorar o foco;
5. Não se apóie sobre o microscópio, ou coloque os dedos nas objetivas.
6. Ao usar o macrométrico, não force o parafusoquando chegar ao final, pois pode
danifica-lo.

Citologia

Segundo Junqueira (2008) as células são as unidades estruturais e funcionais dos


seres vivos. Existem dois tipos básicos de células: as procariontes e as eucariontes:

Procariontes: Ausência de carioteca ou membrana nuclear, material genético


disperso no citoplasma. Unicelulares, pobreza de membranas, possuem parede celular
(proteção mecânica), tem cromossomos ligados a membrana - em nucleóide e
apresentam plasmídeos (material genético em forma de círculo).
Ex: bactérias, algas azuis.
Eucarionte: Presença de carioteca, núcleo celular contendo o material genético
individualizado, tem riqueza de membranas = compartimentos, no citoplasma -
organelas e depósitos (glicogênio e lipídeos).
Ex: homem, plantas, animais, fungos.

Existem organismos acelulares como os vírus e príons.

Os vírus são acelulares, porém são hospedeiros obrigatórios ou seja, usam as


células de outro seres vivos como as bactérias e o próprio ser humano para desempenhar
suas atividades metabólicas e se reproduzir. Presença de apenas uma tipo de material
genético, DNA ou RNA, exceto o mimivírus que possui DNA e RNA também.
Os vírus compostos por um capsídeo, onde fica localizado o material genético, e
que é composto por subunidades chamadas capsômeros. Estes são feitos de proteínas
que servem para confundir as células hospedeiras, entrar nessa célula digerindo a sua
membrana celular. Sua importância para os seres humanos se da na causa de doenças
virais e na produção de vacinas. Exemplos de vírus: HIV, dengue, gripe, etc.
Príons: proteínas infecciosas que atacam as células. Ex: mal da vaca louca, mal
de Alzheimer.
As bactérias, organismos procariontes, são seres unicelulares, microscópicos
encontrados em todos os ambientes: água, solo, ar e organismos. Podem causar
inúmeras infecções ao homem, como a tuberculose, pneumomia, meningite, tétano mas
também são muito benéficas aos seres humanos pois fazem parte da flora natural de
nosso corpo e tem um importante papel no ciclo do nitrogênio na natureza.

A composição química da célula

A célula é constituída basicamente por hidrogênio, carbono, oxigênio e


nitrogênio, que combinados entre si formam moléculas simples como a água e o gás
carbônico, ou complexos como proteínas, lipídeos e os ácidos nucléicos.
As substancias da célula dividem-se basicamente em:

Inorgânicas: Águas e Sais Minerais


Orgânicas: Carboidratos, Lipídeos, Proteínas, Enzimas, Ácidos Nucléicos, Vitaminas e
Hormônios.

Água – É a substancia mais abundante na célula. Sua quantidade varia segundo a


espécie, tecido, idade e metabolismo. Funções: meio de transporte de substancias,
manutenção da temperatura corporal, equilíbrio osmótico, solvente universal.

Sais Minerais - São encontrados nos seres vivos na forma de íons ou agrupados,
formando fosfatos por exemplo. Na tabela a seguir estão os principais sais minerais e
suas respectivas funções na célula:

Carboidratos: São substancias compostas por C, H, O, e usadas como combustível


celular. Tem função estrutural participando da constituição de algumas estruturas da
célula e energética como já foi citado. Estão presentes no glicocálice, na matriz
extracelular e na parede celular. São classificados de acordo com a quantidade de
carbonos em:
São classificados em:

Monossacarídeos (açúcares simples – glicose C6H12O6)

Dissacarídeos (glucose + galactose)

Oligossacarídeos (glicolipídeos e glicoptns)

Polissacarídeos - (hexoses: GAG = ácido hialurônico ligado a glicoproteínas)

Lipideos - Os lipídeos são moléculas insolúveis em água e de longa cadeia carbônica.


São conhecidos como gorduras, óleos e ceras. Principais funções:

• estrutural ou plástica (estrutura da membrana celular)


• reserva energética (energia)
• isolante térmico (sob a pele)
• função hormonal ( masc. e fem.)
• isolante elétrico (permite a condução do impulso pelos nervos)
• impermeabilizante (cutina)

Proteínas - São polímeros de aminoácidos unidos por ligações peptídicas. São


indispensáveis a vida, e cerca de três quartos dos sólidos do organismo são proteínas
estruturais, enzimas, proteínas que transportam oxigênio e as que causam contração
muscular.
Sua organização difere pelo número, tipo e seqüência dos aminoácidos em suas
estruturas:

Estrutura primária - seqüência linear de aminoácidos. Ex: Insulina bovina: 51 aas,


Hemoglobina humana: 574 aas.

Estrutura secundária
O filamento de aminoácidos se enrola ao redor de um eixo, formando uma alfa-hélice.
É uma estrutura estável, cujas voltas são mantidas por pontes de hidrogênio.

Estrutura terciária
Outros tipos de ligações entre suas partes. Dobram sobre si mesmas, adquirindo uma
configuração espacial tridimensional

Estrutura quaternária
São formadas pela associação de dois ou mais polipeptídeos (cadeias de aminoácidos).

Principais Funções:

São componentes estruturais para as células – Ex.: citoesqueleto.


São sensores – alteram sua conformação na mudanças de temperatura e na concentração
iônica.
Participam da importação ou exportação de substâncias através da
membrana plasmática.
Podem ser enzimas - reações químicas mais rapidamente (catalisadoras).
Ligam-se a genes específicos (ativando-os ou desligando-os).
Motora - movimentam outras moléculas, queimando energia química (ATP).
Sinalizadores: extracelulares - liberados por uma célula para a com outras células.
intracelulares - transportando informações dentro das células.

Ácidos Nucléicos - São polímeros formados por unidades de nucleotídeos.

Nucleotídeos – Molécula formada por: 1 mol de Ác. Fosfórico, 1 pentose e uma base
nitrogenada. Esta pode ser de dois tipos:
Púrica – Adenina e guanina ou
Pirimídica – Timina, uracila e citocina .
Principais Funções: contêm as Informações para a Produção das Proteínas; controlam o
metabolismo celular e a diferenciação celular; participa da transmissão genética para os
seus descendentes

Citoplasma

O citoplasma abrange a região da célula situada entre a membrana plasmática e o


núcleo.
É preenchido, nas células vivas, por um líquido gelatinoso denominado
hialoplasma, também conhecido por citoplasma fundamental, ou matriz citoplasmática.
O hialoplasma pode ter uma consistência de gel mais viscoso, denominado
citogel ou uma consistência de gel mais líquido, denominado citosol.
São encontrados no citoplasma íons de potássio, cloro, magnésio, cálcio,
bicarbonato e fosfato.
Imersas no hialoplasma encontram-se as organelas celulares.
Diferença entre citoplasma e citosol: citoplasma: organelas e gel; citosol: gel.
Núcleo Celular

É a principal característica da célula eucariótica. É o componente celular que


abriga os genes.. Estes constituem o material genético que codifica a síntese de
proteínas e faz o controle das atividades celulares.
Estrutura do núcleo:
Carioteca: também conhecida como cariomembrana é a estrutura que envolve o
conteúdo nuclear. É formada por duas membranas lipoprotéicas – lamela interna e
externa- entre as quais existe um espaço chamado perinuclear. É dotada de vários poros
que permitem a comunicação entre o material nuclear e o citoplasma.
Cariolilfa: Também conhecida por nucleoplasma ou suco nuclear, é uma massa
incolor constituída principalmente por água e proteínas que preenchem o núcleo celular.
Cromatina: Conjunto de cromossomos, que durante a interfase, está
desespiralizado, sob a forma de filamentos entrecruzados. Ao microscópio, a cromatina
se apresenta soba forma de uma massa homogênea.Pode ser dividida em eucromatina
que cora-se pouco e heterocromatina que adquire forte coloração.
Nucléolo: Corpúsculo esponjoso e desprovido de membranas, que se encontra
em contato direto com o suco nuclear. Tamanho e forma dependem da atividade celular,
variando de espécie para espécie, tecido para tecido, etc. Sua função é produzir
ribossomos.

O DNA

É o banco de informações genéticas da célula e seu vetor pelas várias gerações


celulares.
Encontra-se na cromatina em forma de macromoléculas, constituído por duas
cadeias helicoidais de polinucleotídeos complementares (purina-pirimidina) associadas
por pontes de hidrogênio, girando para a direita ao redor de um eixo imaginário.
Membrana Plasmática

Ocorre em todas as células eucarióticas e procarióticas, mas não existe nos vírus.
Mantém constante o meio intracelular e possui receptores para hormônios e outros
sinais químicos. Estabele conexões entre células, uma vez que está em contato com o
meio extracelular.
É formada por uma bicamada fluida de fosfolipídeos, onde estão inseridas
moléculas de proteínas que se deslocam por atividade de um citoesqueleto encontrado
dentro do citossol da célula. Uma face da membrana é diferente da outra, em função da
disposição de suas proteínas. Nas células animais há um álcool, o colesterol, e na sua
face externa, a glicocálix, formada por glicídios ou carboidratos, com função de união
entre as células e de imunidade.
As moléculas da camada dupla de lipídeos estão organizadas com suas cadeias
apolares (hidrofóbicas) voltadas para o centro da membrana, ao passo que as cabeças
polares (hidrofílicas) se voltam para a parte extracelular ou para o citoplasma. As duas
camadas lipídicas estão associadas entre si pela interação hidrofóbica de suas cadeias
apolares. A membrana é formada portanto por uma camada hidrofóbica mediana e duas
camadas hidrofílicas, uma extra e outra intracelular.
A MP apresenta um caráter seletivo, isto é, atua selecionando as substâncias
que entram e saem da célula de acordo com suas necessidades.

Especializações da Membrana Plasmática

Na MP existem estruturas especializadas para aumentar a absorção de


substâncias, a aderência entre as células ou melhorar movimentos celulares.
São elas:
Microvilosidades: São dobramentos da membrana plasmática na superfície da célula,
voltadas para a cavidade (luz) do órgão que o epitélio reveste.
Ex.: Células do intestino e rim.
Interdigitações: Conjuntos de saliências e reentrâncias nas células epiteliais que
possibilitam o encaixe entre elas.
Ex.: Células da epiderme.
Junções Celulares: são especializações da membrana plasmática das células que tem
como função a ligação entre células vizinhas ou entre células e a matriz extracelular.

Junções intercelulares são :

• Junção de oclusão (zonula occludens)


• Junção aderente (zonula adherens)
• Desmossomo (maculae adherens)
• Junção comunicante (gap junction)

Junções célula-matriz são:

• Junção de adesão focal


• Hemidesmossomo

Junção de Oclusão: Cinturão descontínuo ao redor da célula - fasciae occludens


Limita a difusão passiva de íons e pequenas moléculas através do espaço intercelular

Junção aderente: Cinturão descontínuo como pontos de adesão intercelular que circunda
a região subapical da célula - fasciae adherens
Promover uma firme adesão entre células vizinhas com proteínas e filamentos de actina.

Desmossomos: Estruturas descontínuas localizadas abaixo da região da junção aderente


Visualizados como 2 placas lineares e paralelas, que se unem através de proteínas.
Promover a adesão intercelular, principalmente em tecidos que sofrem freqüente
estresse mecânico. Resistência através dos filamentos intermediários.

Junção comunicante: é uma coleção de canais na membrana plasmática que liga o


citoplasma de duas células adjacentes.
Junções Célula-matriz

Interação com o ambiente extracelular por meio de moléculas de adesão


inseridas ma membrana plasmática (proteínas)

Junção de adesão focal – Filamentos de actina


Hemidesmossomo - Filamentos intermediários.

Transporte da Membrana Plasmática

A membrana plasmática não isola totalmente a célula do meio exterior. A célula


precisa adquirir substâncias do meio externo, assim como precisa eliminar os resíduos
de seu metabolismo. Nesse processo, a membrana exerce um grande controle sobre as
substâncias que devem entrar ou sair da célula. O fluxo de materiais através da
membrana pode envolver ou não gasto de energia. De acordo com esse critério, são
distinguidos dois tipos fundamentais de transporte: passivo e ativo.

Transporte passivo

O transporte passivo não envolve gasto de energia no nível da membrana. A


membrana, nesse caso, permite a livre passagem de substâncias sem o caráter seletivo.
São exemplos de transporte ativo a difusão, a difusão facilitada e a osmose.

Difusão – fluxo espontâneo de partículas do meio mais concentrado em soluto para o


meio menos concentrado em soluto, para estabelecer um equilíbrio.

Difusão Facilitada – ocorre por intermédio de proteínas carreadoras, que em presença de


certas substâncias permitem a passagem de partículas do meio extra-celular para o intra
celular e vice-versa.
Osmose – Processo especial de difusão pelo qual ocorre a passagem do solvente do
meio menos concentrado em soluto (hipotônico) para o meio mais concentrado em
soluto (hipertônico).

Transporte ativo

O transporte ativo confere à membrana um caráter seletivo, permitindo a entrada


e saída de substâncias diversas de acordo com as necessidades da célula.
Ocorre a passagem de íons contra um gradiente de concentração , ou seja, de um meio
menos concentrado em soluto para um meio mais concentrado em soluto. A Bomba
Sódio-Potássio é um exemplo de transporte ativo, responsável pela manutenção do
potencial elétrico da membrana plasmática, e que tem a função de expulsar Na+ para o
meio extracelular e introduzir K+ no citossol.

Transporte em massa

Endocitose: processo pelo qual a célula adquire do meio externo partículas grandes ou
macromoléculas, que normalmente não seriam absorvidas pela membrana plasmática
pelos outros processos citados. A endocitose pode ocorrer sob a forma e fagocitose e
pinocitose.

 Fagocitose: corresponde à inclusão de partículas sólidas pela célula, através da


emissão de pseudopodos. Os protozoários se nutrem dessa maneira e os
leucócitos( glóbulos brancos) fagocitam bactérias ou elementos prejudiciais ao
nosso organismo.
 Pinocitose: corresponde ao emglobamento de parículas líquidas. Ocorre com a
invaginação da MP em torno dessas moléculas, formando vesículas.

Exocitose: processo de eliminação de produtos da célula, inverso a endocitose. As


vesículas são lançadas, desfeitas na superfície da MP. Corresponde à defecação celular.
Organelas Citoplasmáticas

São estruturas citplasmáticas especializadas na realização de determinadas funções.

Retículo Endoplasmático: Rede de canais e vesículas achatadas (cisternas) que se


estendem por toda a célula. É dividodo em Retículo Endoplasmático Liso e Rugoso.

R.E. Liso – Característica: Ausência de ribossomos. Funções: Síntese de lipídeos,


transporte e armazenamento de substâncias, desintoxicação da célula, transporte e
produção de triglicerídeos.

R.E. Rugoso – Característica: Presença de ribossomos aderidos às partes externas de


sua membrana. Funções: Síntese de proteínas, transporte e intercâmbio de substâncias.

Complexo de Golgi - Conjunto de vesículas ou sacos achatados com as porções laterais


alargadas, dispostas paralelamente uma à outras. Funções: Síntese de glicoproteínas
(principalmente em células secretoras, onde é necessária a presença do muco, é o caso
das células foliculares dos ovários, da traquéia, glicocálix), Organização do acrossomo
nos espermatozóides, e o armazenamento de proteínas. O complexo de golgi é completa
as modificações pós-tradução, empacota e coloca endereço nas moléculas sintetizadas
pela célula, principalmente as do retículo endoplasmático.

Lisossomos – São vesículas desprendidas do complexo de golgi, repletas enzimas


digestivas, que através da endocitose, fazem a digestão celular. Estão diretamente
relacionados com o processo de autofagia, que é quando uma organela envelhecida ou
inativa é digerida pela própria célula. Isso ocorre com a glândula mamária no fim da
lactação.

Peroxissomos – São vesículas repletas de enzimas diversas, como a catalase, capazes de


decompor o peróxido de hidrogênio (H2O2 ou água oxigenada) em água e oxigênio.

Mitocôndrias – Apresentam ácidos nucléicos e ribossomos. Fazem a respiração celular,


e como conseqüência produzem energia (ATP). Dessa forma, quanto maior a atividade
metabólica desempenhada pela célula, maior será o número de mitocôndrias presentes.

Ribossomos - pequenos grânulos. Quando encontram-se na forma livre, são


responsáveis pela síntese de proteínas destinadas ao citossol ou ao núcleo, mitocôndria,
cloroplastos ou peroxissomos. Quando unidos atuam no RNAm e quando ligados à
membrana do RE são responsáveis pela síntese de proteínas destinadas ao próprio RE,
Golgi, lisossomos ou membrana.

Citoesqueleto

O citoesqueleto é uma rede complexa de microtubulos, filamentos de actina,


(microfilamentos) e filamentos intermediários. Essas proteínas estruturais influem na
forma das células, junto com as proténas motoras, possibilitam os movimentos de
organelas e vesículas citoplasmáticas. O citoesqueleto é também responsável pela
contração celular, pela movimentação da célula inteira e pelo formato da célula.

Microtúbulos – São estruturas encontradas no citoplasma, e também nos


prolongamentos celulares como cílios e flagelos. Tem comprimento muito variável. São
rígidos e desempenham papel muito significativo no desenvolvimento e na manutenção
da forma das células, pois constituem o substrato para os movimentos intracelulares de
organelas e vesículas. Esses movimentos guiados pelos microtubulos são impulsionados
por proteínas motoras, que utilizam a energia de ATP. Compõem estruturas como os
centríolos, responsáveis pelo processo de divisão celular, e também estão presentes em
cílios e flagelos.

Obs: Algumas síndromes como a síndrome dos cílios imóveis, o que leva a infertilidade
masculina (devido à imobilidade do flagelo nos espermatozóides) e infecções crônicas
das vias respiratórias, como a sinusite, tanto no homem quanto na mulher, devido à
ausência da atividade limpadora dos cílios das vias respiratórias, tem uma relação
ínfima com a presença e formação dos microtúbulos.

Filamentos de Actina (Microfilamentos) - filamentos flexíveis associados em feixes


ou pacotes. Nos músculos constituem uma estrutura paracristalina em associação com
filamentos de miosina, com importante atividade de contração. No citoplasma da
maioria das células, esses filamentos constituem uma rede no citoplasma, participando
de diversas atividades, como endocitose, exocitose, e migração das células. Também se
encontram filamentos de actina associados a organelas, vesículas e grânulos
citoplasmáticos. No final da divisão celular, filamentos de actina encontram-se
associados à miosina formando uma cinta cuja contrição resulta na divisão em duas
células-filhas. Os filamentos de actina são bastante instáveis.

Filamentos Intermediários - formam uma rede que comunica a membrana celular ao


envoltório nuclear formando uma malha contínua. Estes estão envolvidos com a
manutenção da forma celular e no estabelecimento das posições das organelas dentro da
célula. Esses filamentos são constituídos por diversas proteínas como:

 Queratinas: São codificadas por uma família de genes e têm diferenças


químicas e imunitárias. As queratinas são encontradas nas células dos tecidos
epiteliais. São encontradas também em estruturas extracelulares.

 Vimentina: Proteína que constitui, principalmente, os filamentos intermediários


das células originadas do mesênquima (um tecido embrionário). A vimentina é
uma proteína única que pode copolimerizar com outras proteínas e originar
filamentos intermediários mistos.

 Desmina: encontrada nos filamentos intermediários do tecido muscular liso e


em algumas linhas do músculos esqueléticos e cardíaco.

 Proteína Fibrilar ácida da glia: ou GFAP, característica dos filamentos


intermediários dos astrócitos (tecido nervoso).

 Proteínas dos neurofilamentos: encontrados nos filamentos intermediários das


células nervosas.

Obs: A presença de filamentos intermediários específicos em células cancerosas pode


sugerir o tecido de origem do tumor.

Morte Celular

As células morrem em conseqüência de Agressões ou do Programa interno.


A morte celular programada ocorre quando entra em ação um programa genético
– Relógio genético.

Ex.: é evidente na regressão da cauda de girino, na regressão do útero pós-parto,


regressão da mama após a lactação entre outros.
No organismo adulto, a morte celular ocorre para remodelar tecidos ou remover
células desnecessárias, danificadas, envelhecidas, etc.

A morte celular pode ser:

Fisiológica (programada) – apoptose.

Acidental - necrose.
Necrose - Ocorre quando a célula está danificada por substâncias tóxicas ou então
privada de nutrientes essenciais.

O que ocorre?

• Essas células normalmente incham e se rompem


• Liberam seu conteúdo no meio extracelular
• Resultando em inflamação.

Ex.: A casca que se forma ao redor de um ferimento é um exemplo familiar de tecido


necrosado.

Apoptose - é uma série de eventos programados que se constituem na morte celular.

 é um tipo de "autodestruição celular"

 Requer energia e síntese protéica para a sua execução.

 Está relacionado com a homeostase na regulação fisiológica do tamanho dos


tecidos, exercendo um papel oposto ao da mitose.

A apoptose pode ser induzida por agentes estressores como radiação, drogas, choque
térmico, metais pesados.
As células também podem morrer se não receberem os sinais de manutenção de
vida ou se receberem a sinalização de morte.
1. Qual a importância do citoesqueleto?

2. Fale sobre a estrutura dos filamentos intermediários?

3. Como se organizam os microtúbulos?

4. Qual é a função do peroxissomo na célula?


.
5. Qual é a morfologia do peroxissomo?

6. O microtúbulo participa da formação de vários processos celulares, comente


sobre eles:

7. Quais os tipos de junções celulares? Comente sobre cada uma delas.

8. Qual a importância das junções celulares para a célula?

9. O que é centrossoma?
10. A capacidade que as células eucarióticas têm de organizar interiormente seus
componentes, de adotar uma variedade de formas e de realizar movimentos
coordenados depende de qual estrutura?

11. Quais são os três filamentos do citoesqueleto?

12. Cite uma função básica dos elementos do citoesqueleto.


.
13. Filopódios e lamelipódios são estruturas formadas por qual tipo de filamento?

14. Quais as funções do complexo de Golgi?

15. O que acontece no processo de autofagia e qual a função deste acontecimento?

16. Cite diferenças entre as duas faces presentes no aparato de golgi?

17. De que forma o citosol fica protegido da ação de enzimas digestivas do


lisossoma?

18. O que são endossomos e qual a sua função?

19. Que são lisossomos e qual a sua função?

20. Qual a importância da glicosilação?

21. Qual a função do núcleo?

22. Quais são os constituintes dos poros nucleares e qual a sua função?

23. Conceitue: DNA, cromatina, genes, cromossomos, eucromatina, e heterocromatina.

24. Comente sobre a morfologia e os constituintes dos nucléolos.

25. Diferencie apoptose de necrose.

26. Esquematize a origem das células.

27. Conceitue vírus. Quais são suas características principais?

28. Quais são as funções do capsídeo dos vírus?

29. Diferenças entre procariontes e eucariontes:

30. Quais as características que distinguem as células vegetais das células animais?

31. Composição química das células.

32. Quais os principais sais minerais na célula e suas funções?


33. Quais as funções dos lipídios e quais os mais importantes?

34. São 4 as maneiras de organização estrutural das proteínas. Comente:

35. Funções das proteínas.

36. Diferencie Citoplasma x Citosol.

37. Principais funções da membrana plasmática.

38. Fosfolipídio possui bicamada lipídica. Sendo a cabeça...................(polar/apolar)


e a cauda ..............................(polar/apolar). Qual é a importância desta
organização?

39. Quais são os movimentos que os fosfolipídeos realizam?

40. As proteínas de membrana organizam-se de duas formas, quais? Diferencie-as.

41. As membranas celulares são:

( )impermeáveis ( )semi-permeáveis ( )permeáveis

42. Diferencie os tipos de soluções.

43. Especifique transporte passivo e transporte ativo.


Referências Bibliográficas

JUNQUEIRA, Luis Carlos Uchoa; CARNEIRO, José. Histologia Básica. 11ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

PAULINO, Wilson Roberto. Biologia. 9 ed. São Paulo: Ática, 2006.

GUYTON, Arthur C. Fisiologia Humana. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,


2008.

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