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UNIDADE 4

SISTEMA DE PROPULSÃO A TURBINA A GÁS

Nesta unidade, você vai:

 Conhecer o ciclo básico da turbina a gás.


 Identificar as transformações termodinâmicas.
 Conhecer os diferentes sistemas da turbina a gás.
 Identificar os componentes básicos das turbinas.

 Conhecer o procedimento de partida da turbina a gás.
 Conhecer o procedimento de parada da turbina a gás.
 Observar o roteiro de segurança de operação.

O estudo básico de turbinas a gás, de que passaremos a tratar nesta unidade,


demonstrará a grande capacidade e versatilidade que este equipamento possui tanto na
propulsão marítima quanto na geração de energia em navios. Hoje em dia, a turbina a gás é
largamente utilizada como meio propulsivo ou como meio gerador de energia elétrica, nos
campos industrial e marítimo. Trataremos inicialmente do processo da combustão
indispensável para o seu bom entendimento. Abordaremos também nesta unidade, os
conceitos fundamentais, as partes principais, a operação, a manutenção, e as dicas de
funcionamento da turbina a gás.

Você sabe quais são os fatores que favorecem a instalação da


turbina a gás como sistema de propulsão?

Confira esses fatores, em comparação ao motor diesel:

1  segurança na instalação;
2  manutenção mais simples;
3  operação mais suave;
4  peso e espaço bem menores;
5  custo inicial mais barato;
6  vibração e nível de ruídos bem menores;

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PRO 01
7  quantidade de equipamentos auxiliares menores;
8  confiabilidade a longo prazo;
9  ótima disponibilidade para grandes raios de ação; e
10  relação peso x potência 4 vezes menor.

Como você pode ver, diante do exposto acima, as possibilidades na aplicação da turbina
a gás como propulsor marítimo é muito grande.

A turbina a gás é tipicamente um motor de combustão interna, do tipo rotativo. Este tipo
de máquina queima uma mistura de combustível e ar. Erroneamente, a falta de informações
técnicas faz com que a maioria das pessoas pense que o combustível utilizado na combustão
seja apenas um gás.

Os gases provenientes da queima do combustível, ao “fugirem” para a atmosfera,


produzem trabalho. Daí, a denominação de “turbina a gás”. O ar, após ser comprimido por um
equipamento chamado de compressor, recebe o combustível injetado na câmara de
combustão, o que .resulta em uma queima que produz um gás com alta temperatura e alta
pressão.

Este gás, que é o produto da combustão de qualquer combustível, vai sofrer um processo
de expansão através das palhetas rotativas da turbina, que, por sua vez, acionam o eixo da
turbina, produzindo potência. Esta potência vai ser usada por um propulsor de navio, ou
mesmo, por um gerador de energia elétrica.

Veja em detalhes um pouco da história da turbina a gás.

A primeira tentativa de se produzir turbinas a gás data do início do século XX.


Uma empresa francesa, em 1905, começou a produção de uma turbina com
cerca de 400 HP de potência útil, cuja rotação era de 4250 rpm (rotação por
minuto). Acontece que somente em 1911, a empresa HOLZWORTH fabricou a
primeira turbina a gás economicamente viável.

Importante:

Para que haja combustão é necessária a presença de ar, de combustível e


de temperatura de iguinição.

Para que você possa entender todo o processo, vamos iniciar seus estudos pelos ciclos.

4.1 CONHECER O CICLO BÁSICO DA TURBINA A GÁS

Observe e analise a figura 4.1:

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Figura 4.1 – Fases de operação de uma turbina a gás.

Você pode observar, na figura 4.1, que a turbina a gás é composta, basicamente, por:

 compressor;
 câmara de combustão ou Combustor; e
 turbina.

O ar admitido no compressor é submetido a uma alta compressão, sendo a seguir


direcionado para a câmara de combustão ou combustor. O combustível é, então, injetado na
câmara de combustão, através dos bicos injetores, formando uma mistura com o ar
anteriormente comprimido. Assim, ocorre a queima do combustível. Inicialmente, esse
processo ocorre com a ajuda de uma centelha elétrica. Posteriormente, como você vai verificar,
a combustão se auto-sustenta não havendo mais a necessidade da centelha elétrica.

Essa combustão produz um gás de alta energia (com alta temperatura). As temperaturas
atuais já estão maiores que 1800°C.

Os gases a alta temperatura se expandem através da turbina, que transforma a energia


térmica, da qual estão possuídos, em energia cinética e, finalmente, em energia mecânica,
promovendo um movimento rotativo da turbina; esta, por sua vez, vai acionar o compressor,
que vai comprimir o ar que participa lá do início do processo.

Todas as turbinas a gás funcionam com base neste mesmo princípio. Existem variações
quanto à construção, mas, independentemente do modelo de qualquer fabricante, contará
sempre com COMPRESSOR, CÂMARA DE COMBUSTÃO e TURBINA.

A figura 4.2 nos mostra todo o ciclo de produção de energia com suas perdas, que
ocorrerá em conjunto com a turbina. Observe que, da esquerda para a direita, todo esse
processo ocorre até o acionamento do propulsor.

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PRO 01
Figura 4.2 – Quadro esquemático de transformação de energia.

Que tal uma parada para uma tarefa?

Tarefa 4.1.1

Observada e feita a análise das figuras 4.1 e 4.2, responda:

4.1.1.1) Quais são as partes que compõem uma turbina a gás?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.1.1.2) Qual é o nome do equipamento que comprime o ar e o prepara para a combustão?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.1.1.3) Qual é o produto resultante da combustão?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

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4.1.1 Ciclo Brayton

Figura 4.1.1 – Ciclo de Brayton Volume (motor de turbina a gás).

Saiba mais!
George Brayton, em 1870, identificou os quatro processos que compõem o ciclo
térmico e que formam um ciclo que recebeu o nome de Ciclo Brayton. A turbina a
gás funciona com base nesse ciclo.

Vamos, então, estudá-los:

 1° A compressão inicial ocorre entre a admissão e a descarga do compressor (Linha


A-B). Em função desta compressão, a pressão e a temperatura do ar aumentam
consideravelmente.

 2° A combustão ocorre na câmara de combustão, onde o combustível e o ar são


misturados em proporções corretas, para que haja uma total combustão e menor resíduo de
cinzas. O aumento de temperatura provoca, então, um grande aumento de volume (Linha B-C).

 3° A expansão ocorre à medida que o gás gerado na fase anterior é acelerado, ao sair

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PRO 01
da câmara de combustão. Os gases em alta temperatura permanecem com a pressão
constante até entrarem na turbina, onde se expandem nos seus estágios. (Linha C-D).

 4° A descarga ocorre através do duto de descarga, com queda de volume,


permanecendo a pressão constante (Linha D-A).

Tarefa 4.1.2

Agora que você conheceu como ocorre o ciclo Brayton, procure responder o que se
pede.

4.1.2.1) O que é o Ciclo Brayton ?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.1.2.2) Quais são os quatro processos que compõem o ciclo Brayton ?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Vamos iniciar, agora, o estudo, sob o aspecto termodinâmico, das seguintes variáveis:
temperatura + pressão + volume.

4.2 IDENTIFICAR AS TRANSFORMAÇÕES TERMODINÂMICAS

As transformações termodinâmicas que ocorrem durante o ciclo de funcionamento farão


com que resultados diferentes de temperatura, pressão e volume ocorram ao longo da sua
operação.

Você sabe quais são as variações que ocorrem durante o ciclo?

Vejamos, então:

Compressão: momento em que o ar admitido é comprimido, aumentando sua pressão e


temperatura com conseqüente redução do seu volume, mas sem aumentar sua velocidade.

Combustão: o ar comprimido no estágio anteriormente descrito recebe o combustível


(pode ser, por exemplo, óleo diesel) que entra em combustão neste ambiente extremamente
aquecido (por estar comprimido), gerando agora temperaturas mais altas que no estágio
anterior, mas mantendo pressão constante.

Expansão: toda a energia produzida sob a forma de calor no estágio anterior passará por
um sistema de expansão, em que sua temperatura e pressão vão diminuir, enquanto seu
volume aumentará.

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No gráfico 4.2.1, temos uma interpretação simples dessas variações durante um ciclo da
turbina.

Figura 4.2.1 – Gráfico das transformações termodinâmicas.

Fácil, não?

Para que possamos nos aprofundar nesses estudos, veremos, agora, as, leis que
determinaram os parâmetros de funcionamento de uma máquina de combustão interna
chamada de turbina a gás.

4.2.1 Primeira lei da termodinâmica

Essa Lei diz que em um sistema fechado que opera com um ciclo, como verificamos na
figura 4.2.1, o fluido de trabalho (gás) troca apenas calor e trabalho com o meio exterior.

4.2.2 Segunda lei da termodinâmica

A s e g u n d a l e i d a t e r m o d i n â m i c a afirma que, mesmo na forma mais eficiente de


operação, com o melhor rendimento possível, somente uma parte do calor produzido na
combustão será convertida em Trabalho.

Ou seja, uma parte será rejeitada. Por quê?

Estudos mais avançados comprovaram o que acabamos de dizer.

Para converter calor em trabalho, deverá existir uma diferença de temperatura entre
a s p a r t e s ”.
O físico francês Nicolas Léonard Sadi Carnot, complementando este conceito e
ampliando este estudo, afirmou: “é impossível para uma máquina atuando por si só,
sem auxílio externo, conduzir calor de uma fonte de mais baixa temperatura para
outra de mais alta temperatura”.

Sintetizando, pode-se dizer que será impossível transformar integralmente calor em


trabalho, devendo existir uma parcela de calor rejeitado.

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PRO 01
Mais ainda, para que possamos operar uma máquina térmica, é necessário existirem
duas fontes de calor: uma de alta e outra de baixa temperatura – fonte quente e fonte fria –
devendo a energia calorífica sempre escoar ou fluir da fonte mais quente para a fonte mais fria.

Observe, no conjunto da figura 4.2.2, uma comparação entre o ciclos térmicos de um


motor diesel de 4 tempos e as fases de operação de uma turbina a gás.

Como vimos anteriormente, ambos os sistemas são máquinas térmicas que respeitam as
leis da termodinâmica.

A turbina tem basicamente as mesmas fases de um motor diesel: admissão,


compressão, expansão e descarga.

Figura 4.2.2 – Comparação das fases de operação de um motor diesel e de uma turbina a gás.

Não é simples?

Que tal mais uma tarefa para verificar o que você acabou de estudar?

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Tarefa 4.2.2

Responda.

4.2.2.1) Quais são as transformações que ocorrem em um ciclo completo da turbina a gás?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.2.2.1) O que afirma a 2ª Lei da Termodinâmica?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Caso você não saiba ainda responder a essas perguntas, reveja o texto anterior antes de
prosseguir.

4.3 CONHECENDO OS DIFERENTES SISTEMAS DA TURBINA A GÁS

Para que a operação de uma turbina a gás ocorra de forma segura e eficiente, é
importante conhecer cada detalhe do processo de geração de potência. A partir de agora,
vamos estudar cada sistema participante deste processo. Você verá que cada sistema é
dotado de todo um conjunto de instrumentos como: termômetros, manômetros, pressostatos,
termostatos, e outros meios de transmissão das variáveis que concederão confiabilidade a todo
o processo.

Vamos estudá-los.

4.3.1 Sistema de ar de combustão

Participa de duas formas no processo:

A primeira é a de fornecer ar nas condições de pressão atmosféricas; ar filtrado, para


participar da mistura na câmara de combustão.

A segunda é a de auxiliar a expulsão dos gases para a atmosfera.

O s i s t e m a d e a r d e c o m b u s t ã o possui normalmente uma caixa de filtragem, onde as


partículas maiores que 10 micra são retidas. O objetivo principal deste estágio de filtragem é o
de evitar a corrosão e a erosão das partes que receberão esse ar e, no caso de instalações
marítimas, tem o objetivo de reter o sal contido no ar.

Esse sistema de filtragem pode ser evitado, através de um by-pass, toda vez que as
telas sofrerem um bloqueio rápido por acúmulo de sujeira. Evita, com isto, a ocorrência de
pane no processo, ou mesmo, interrupção da combustão no gerador de gás causado pela
ausência de ar.

O controle desse sistema é efetuado por transmissores de pressão que atuam por

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PRO 01
pressão diferencial, medida entre a pressão de entrada e a pressão de saída da caixa de
filtragem, evitando uma interrupção do fluxo de ar.

Observe, na figura 4.3.1 em vermelho, o ar que vai para a câmara de combustão, e em


branco, as porcentagens aproximadas de ar destinadas ao resfriamento da carcaça.

Quais são os tipos de sistemas que compõem uma turbina a gás?

Figura 4.3.1 – Ar para a combustão e ar para o resfriamento.

Como demonstrado na figura 4.3.1, nem todo o fluxo de ar admitido é usado no processo
da combustão. Conforme você pôde ver, apenas 20% é usado efetivamente na combustão.

Tarefa 4.3.1

Responda.

4.3.1.1) Quais são as duas formas de participação do ar no processo de combustão?


____________________________________________________________________________

4.3.1.2) Como é efetuado o controle do fluxo de ar na turbina?


____________________________________________________________________________

4.3.2 Sistema de ar de ventilação

A primeira função do ar de ventilação é a retirada do calor gerado no processo da


combustão na câmara de gás.

A segunda função é a de criar um isolante térmico, para evitar que boa parte do calor
produzido na câmara de combustão perca-se em contato com o meio exterior, o que causaria
uma redução da capacidade de produzir trabalho, com conseqüente redução da potência. Nos
sistemas modernos, já estão incorporados detectores de gás e fogo nesse local.

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Esses sistemas de ventilação possuem filtros, dumpers de abertura e fechamento,
ventiladores, sistemas de extinção de incêndio. Possuem também todo um aparato de
instrumentação, e sensores de calor, que concedem segurança ao sistema.

4.3.2.1 Sistema de Dumper

Observe, na figura 4.3.2.1.1, que o


sistema inclui alavanca acionada pelo atuador
pneumático, alterando o DUMPER
(venezianas) e permitindo uma maior ou
menor passagem de ar. Inclui também vários
estágios de filtragem deste ar, reduzindo com
isto, a possibilidade de danos ao compressor
causados por contaminação bacteriológica.

.Figura 4.3.2.1.1 – Sistema de abertura e fechamento pneumático.

Instrumentação utilizada para controle do fluxo de ar (ver figura 4.3.2.1.2).

Figura 4.3.2.1.2 – Atuadores pneumáticos.

Observe que a figura acima possui dois conjuntos de atuadores pneumáticos.

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PRO 01
Figura 4.3.2.1.3 – Detalhes do estágio de filtragem de um sistema.

4.3.3 Sistema de óleo lubrificante

O sistema de óleo lubrificante tem como função básica fornecer e manter fluido
lubrificante na pressão e temperatura especificados no manual do fabricante. Com isto,
mancais, caixas redutoras ou multiplicadoras e outros equipamentos terão um fluxo lubrificante
constante, evitando quebras desnecessárias e manutenções não programadas.

Como exemplo clássico dessa importância, temos os momentos de pré e


pós-lubrificação, que deverão respeitar o tempo de operação determinado pelo manual do
fabricante, tendo em vista as propriedades de contração e dilatação dos componentes
metálicos do conjunto.

O sistema de lubrificação é composto também por:

 Filtros, para retirada de impurezas;


 Resfriadores, para abaixar a temperatura do óleo lubrificante após este ser usado na
turbina;
 Bombas, elétricas e mecânicas; e
 todo um aparato de instrumentação, como sensores de temperatura, pressão, etc.

Analise com muita atenção a figura 4.3.3.1 que ilustra os filtros e bombas do sistema de
óleo lubrificante.

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Figura 4.3.3.1 – Esquema de óleo lubrificante.

Nessa figura, podemos observar o conjunto de componentes de um sistema de óleo


lubrificante, quais sejam:

 filtro duplex;
 tanque de óleo;
 bomba de pré/pós-lubrificação; e
 bomba de emergência.

Figura 4.3.3.2 – Filtros duplex de óleo lubrificante.

Observe que entre os filtros existe uma alavanca que, ao ser movimentada, selecionará o

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PRO 01
filtro que estará em operação, permanecendo o outro filtro na condição de stand-by.

Figura 4.3.3.3 – Bomba de óleo lubrificante de alta pressão.

A bomba de óleo lubrificante de alta pressão é responsável por toda a lubrificação de


mancais, rolamentos e engrenagens da turbina.

Tarefa 4.3.3

Será que você entendeu como é o sistema de óleo lubrificante? Então, responda a estas
perguntas:

4.3.3.1) Qual é a função do sistema de óleo lubrificante?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.3.3.2) Quais são os equipamentos participantes do sistema de óleo lubrificante?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.3.4 Sistema de óleo de comando

Sua função é fornecer pressão hidráulica aos sistemas que possuam atuadores
hidráulicos. Dependendo do tipo e modelo da turbina, o tipo de óleo pode ser o mesmo que o
usado pelo sistema de lubrificação estudado anteriormente.

Para isto, também possui bombas, filtros, resfriadores e um sistema de instrumentação


próprio, que garante confiabilidade ao sistema.

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Figura 4.3.4.1 – Resfriadores de óleo de comando. Figura 4.3.4.2
Bombas mecânicas de óleo de comando.

Nessa figura, podemos observar que o Nessa figura, verificamos que toda a
sistema de resfriamento é efetuado por placas, pressurização do sistema de óleo de comando
utilizando-se a água como meio de refrigeração. funciona mecanicamente, independentemente
de acionamento elétrico.

Então, existe alguma semelhança entre lubrificação de uma turbina a


gás e a de um motor?

4.3.5 Sistema de partida

Como o nome já diz, esse sistema possui a propriedade de comandar a partida da turbina
até a velocidade de purga ou ventilação, permitindo uma limpeza interna com ar, bem como
comandar a aceleração até a velocidade de idle ou velocidade de marcha lenta, momento
em que o sistema se mantém estável, quando, então, o sistema de partida é desligado.

Por ser o sistema que tirará a máquina da inércia, possui uma constituição detalhada,
que tem várias formas de acionamento:

 motor elétrico – acionado por energia elétrica;


 motor hidráulico – acionado pela pressão de óleo hidráulico; e
 motor pneumático – acionado por pressão de ar comprimido.

4.3.5.1 Constituição básica do sistema

 MOTOR DE PARTIDA

Fornece a energia necessária para tirar a turbina da posição de parada até a rotação de
autosustentabilidade. Os tipos de motor de partida são:

1  motor elétrico série/paralelo;


2  motor elétrico e bomba hidráulica; e
3  motor pneumático.

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PRO 01
É importante sabermos também que o sistema de partida possui uma embreagem
de proteção, que desativará o sistema de partida tão logo a turbina atinja rotação
superior à de partida do motor de partida, evitando, com isto, a sua quebra.

Observe a figura abaixo, que mostra as duas posições de uma embreagem.

Figura 4.3.5.1.1 – Sistema de embreagem.

Observe o sentido da seta no interior da embreagem acoplada girando no mesmo sentido


da catraca.

 MOTOR ELÉTRICO DE PARTIDA

Figura 4.3.5.1.2 – Sistema hidráulico de partida.

Observamos, na figura acima, que o motor elétrico encontra-se acoplado a uma bomba
hidráulica para partida.

Vamos executar o que acabamos de estudar?

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Tarefa 4.3.5.1

Responda.

4.3.5.1.1) Qual é a função do sistema de partida?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.3.5.1.1) Quais são as formas de acionamento de partida que conhecemos?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.3.6 Sistema de controle do fluxo de ar

Você sabe qual é a função do controle do fluxo do ar?

Sua função é fornecer uma quantidade de ar, na proporção certa, fazendo com que a
turbina tenha um desempenho correto, com máxima eficiência, de acordo com o exigido pelo
sistema de propulsão no momento. Secundariamente, em alguns equipamentos, participa
também da selagem e resfriamento dos mancais. Quando esse sistema de ar opera
corretamente evita a ocorrência do “Stall” e do “Surge”, o que pode provocar graves avarias à
turbina.

Que fenômenos são esses?


STALL  Interrupção parcial ou total do fluxo de ar.
SURGE  Pode ser causado por um Stall de grande intensidade, às vezes
causando incêndio.

Figura 4.3.6.1 – Válvula controladora de fluxo de ar.

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PRO 01
Observe que, na figura 4.3.6.1, à esquerda, quando o pistão está na posição de aberto, o
ar em excesso é dirigido para a saída do gerador de gás da turbina, ou seja, esse ar vai se
misturar aos gases de descarga.

Porta e Atuador da Válvula de Purga Variável (ver figura 4.3.6.2)

Figura 4.3.6.2 – Atuador da válvula de purga variável.

Este sistema é usado para aliviar o ar, da descarga do compressor para a atmosfera,
durante o processo de partida da unidade ou em regime de variação brusca de carga, evitando,
assim, o fenômeno denominado "stall".

Figura 4.3.6.3 – Válvula automática de fluxo de ar.

A figura 4.3.6.2 nos mostra uma IGV (Inlet Guide Vane) – equipada com palhetas
estatoras, que atuam automaticamente, de forma a direcionar o volume do fluxo de ar, de
acordo com a necessidade do equipamento, aumentando a eficiência do estágio compressor.

Essa IGV atua de forma a prover o sistema de um equipamento, o que dará segurança e
suavidade à operação da turbina.

272
Tarefa 4.3.6

Você acaba de estudar como se processa um sistema de controle de fluxo de ar. Portanto,
verifique o que aprendeu, respondendo às perguntas seguintes:

4.3.6.1) Qual é a função do sistema de controle de fluxo de ar?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.3.6.2) O que é STALL?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.3.6.3 ) O que é SURGE?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.3.7 Sistema de óleo combustível

Esse sistema fornece combustível já purificado e limpo para ser usado no processo. A
planta de purificação de combustível é de extrema importância. Sem isso, aumentaríamos
sobremaneira a possibilidade de desgastes prematuros de peças, com a presença de
substâncias corrosivas, criando reais possibilidades de avaria no difusor, bem como combustão
irregular. Essa ocorrência, de imediato, forçaria os sistemas de controle a atuar, procurando
compensar tal deficiência e obrigando a um trabalho contínuo e desgastante.

Faz parte deste Sistema o Governo, que é basicamente um conjunto de válvulas e


sensores, que atuarão de forma imediata no controle do fluxo de combustível para a
combustão.

Em sistemas que se utilizam de gás como elemento combustível, é necessária a


presença de um equipamento chamado de separador de condensado, que tem a
função de retirar toda a umidade contida no gás, o que diminuiria seu poder de
combustão, bem como a geração do acido sulfúrico, este altamente corrosivo.

Na figura 4.3.7.1 você verá como é efetuado o controle do fluxo de combustível através
de sensores de velocidade, válvulas e controladores de uma planta de combustível.

273
PRO 01
Figura 4.3.7.1 – Sistema de controle de demanda de combustível.

Nessa figura, o sensor de velocidade do gerador de gás (G383) envia um sinal de


temperatura para o processador de demanda de combustível. Por sua vez, esse mesmo
processador recebe sinal do sensor de velocidade da turbina de potência. Esses sinais são
analisados, sendo acionado em seguida o controlador de combustível, enviando um sinal para
o atuador de combustível, para que a quantidade de combustível exigida para a aquele
momento seja rigorosamente atendida..

Conjunto de ignição

Uma turbina a gás, tal qual um motor à gasolina, precisa de uma centelha elétrica,
provocada por uma vela de ignição (ignitor), para proporcionar a queima do combustível. Mas,
na turbina a gás, essa necessidade é apenas por ocasião da partida. Normalmente três velas
distribuídas pela circunferência da câmara de combustão atendem perfeitamente a esse
propósito. Após a partida, a combustão se processa continuamente, não sendo essas velas
mais necessárias.

A figura 4.3.7.2 abaixo, mostra o conjunto de ignição preparado para a utilização de gás
como combustível. Ele possui um conjunto de filtro ignitor e injetor da tocha.

274
O tampão serve para ser aberto nos momentos de manutenção para observação e
limpeza do conjunto.

Figura 4.3.7.2 – Conjunto tocha de ignição.

Tarefa 4.3.7

Com base no que você estudou até agora, responda:

4.3.7.1) Qual é a função do sistema de óleo combustível?


____________________________________________________________________________

4.3.7..2) Qual é a importância de purificarmos o óleo combustível?


____________________________________________________________________________

4.3.7.3) O que é GOVERNOR?


____________________________________________________________________________

4.3.8 Sistema de ignição

O sistema de ignição produzirá centelhas de alta tensão, que provocarão o início da


combustão da mistura de ar-combustível dentro da câmara de combustão. Essa centelha
atuará em momentos diferentes da partida, pois depende do modelo e tipo da turbina.

Observe a figura!

Figura 4.3.8.1 – Sistema de ignição.

275
PRO 01
O sistema consiste em um:

1  ignitor de faísca de alta tensão;


2  excitador de ignição; e
3  cabo de interconexão.

Durante a seqüência de partida, a mistura ar-combustível é inflamada pelo ignitor, que é


energizado pelo excitador de ignição. Quando a combustão se torna auto-sustentável, o ignitor
é desenergizado.

Importante:
Quando há dois sistemas de combustível (gás natural e diesel, por exemplo), o
controle de consumo do combustível é feito automaticamente com a turbina em
operação e sem provocar variações na rotação dessa turbina..

Em que consiste o sistema de ignição?

Ao observar a figura 4.3.8.2 você terá, depois de terem sido abordados os sistemas que
compõem uma turbina a gás, uma visão mais clara de tudo o que foi mostrado até agora.

Figura 4.3.8.2 – Turbina a gás.

A figura acima nos mostra que todos os sistemas abordados anteriormente estão bem
explícitos e dão idéia de forma clara da sua localização em um conjunto completo de turbina a
gás.

276
Tarefa 4.3.8

Para finalizarmos o estudo sobre sistemas, responda às seguintes perguntas.

4.3.8.1) Como funciona o sistema de ignição?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.3.8.2) Quais são as partes componentes de um sistema de ignição?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.3.8.3) Em que momento o ignitor é desenergizado?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Continue seus estudos!

Veja como se dividem os componentes básicos das turbinas.

4.4 IDENTIFICAR OS COMPONENTES BÁSICOS DE UMA TURBINA A


GÁS

Passaremos a estudar agora os principais componentes de uma turbina a gás.

4.4.1 Compressores

Normalmente uma turbina possui um compressor de alta pressão e um compressor de


baixa pressão. Independente do número de estágios que cada compressor possua, a
operação sempre será a mesma, seguindo o princípio do ciclo de Brayton.

 Condutos Convergentes e Divergentes

Os compressores possuem condutos convergentes e divergentes para gerar as altas


pressões do ar necessárias na câmara de combustão.

Observando a figura 4.4.1.1, pode-se notar que o ar, ao escoar pelos condutos
convergentes (à esquerda), de baixa velocidade, perde pressão; enquanto nos condutos
divergentes (à direita), de alta velocidade, ganha pressão.

277
PRO 01
 Compressor de Fluxo Axial

Figura 4.4.1.1 – Compressor de fluxo axial.

Ainda na figura 4.4.1.1, vê-se que um compressor transforma um grande volume de ar


com baixa pressão e baixa velocidade em um pequeno volume de ar de alta velocidade a alta
pressão.

Essa alta pressão, como já dito, será a impulsionadora de todo o processo de operação
de uma turbina.

Na figura 4.4.1.2 abaixo, as palhetas rotativas do compressor, entre cada estágio,


aumentam a velocidade do ar, velocidade esta que é transformada em pressão nos estágios
fixos.

As palhetas fixas de admissão dirigem, ou alinham, o fluxo de ar para a primeira seção de


palhetas rotativas, onde a velocidade aumenta pela adição de energia.

O fluxo de ar, então, penetra no segundo estágio a uma velocidade e pressão iniciais
bem mais elevadas do que na entrada no estágio anterior. Cada estágio subseqüente fornece
um aumento substancial de velocidade e pressão.

Figura 4.4.1.2 – Palhetas rotativas.

278
As palhetas fixas do compressor têm a função básica de direcionar o fluxo de
ar, com o ângulo correto, para os canais formados pelas palhetas rotativas.

4.4.2 Câmaras de combustão

A alta temperatura da chama ilustrada no centro do combustor (figura 4.4.2) nos permite
entender o local exato onde é feita a injeção do combustível e mistura deste com o ar, quando
a turbina está em carga.

Os metais usados na construção da câmara de combustão ainda hoje possuem


dificuldade em suportar temperaturas na faixa de 1500°C. Daí, a necessidade de passagens
de fluxo de ar entre as paredes internas e externas da câmara, para resfriamento.

O ar, quando flui para dentro da câmara interna, é direcionado através de pequenos
orifícios, forçando a chama a ficar concentrada no centro da câmara, visando evitar o contato
direto da chama com as paredes da câmara de combustão.

Como já abordamos anteriormente, aproximadamente 80% do fluxo de ar que entra nas


câmaras de combustão, é usado para resfriamento, diluição e para centralizar a chama.
Apenas 20% é usado efetivamente para combustão, ou seja, para a produção de energia
/trabalho.

A regulagem da quantidade de combustível determina a temperatura de combustão da


turbina. O controle das palhetas permite regular a pressão e a velocidade do ar que entra na
câmara de combustão.

Esses dois processos – regulagem da quantidade de combustível e controle das palhetas


– controlam conjuntamente o resultado final de potência na turbina.

Figura 4.4.2 – Combustor e seus processos.

279
PRO 01
Qual é a importância do ar de diluição na carbonização de uma
câmara de combustão?

Estudaremos agora como se dá o procedimento de partida da turbina.

4.5 CONHECER O PROCEDIMENTO DE PARTIDA DA TURBINA A GÁS

Em condições normais, independentemente do fabricante da turbina, são respeitados


nove procedimentos para iniciarmos um seqüenciamento de partida. Todos eles são
acompanhados de sensores, que confirmam se o procedimento está sendo efetuado
corretamente.

Caso isto não ocorra e surja um problema, um sistema de proteção atuará, travando a
seqüência de partida. Um novo procedimento de partida só será reiniciado quando o problema
for solucionado. São eles:

1 PARADA – STOP. 6 ACELERAÇÃO, COLOCANDO CARGA. FASE DE


OPERAÇÃO.

2 PRÉ-LUBRIFICAÇÃO. A BOMBA OPERARÁ DENTRO DE UM 7 PARADA OU SHUT-DOWN. OU TAMBÉM FASE DE IDLE


TEMPO JÁ PREVIAMENTE ESTABELECIDO. COOL - DOWN RESFRIAMENTO.

3 VENTILAÇÃO OU PURGA. 8 PARADA TOTAL. É CORTADO O ÓLEO COMBUSTÍVEL

4 PARTIDA OU IGNIÇÃO. PÓS-LUBRIFICAÇÃO. A BOMBA OPERARÁ DENTRO


9 DE UM TEMPO J Á PREVI AMENTE ESTABELECIDO
PROPORCIONANDO UM RESFRI AMENTO
5 IDLE OU WARM-UP OU AQUECIMENTO. HOMOGÊNEO DA CARCAÇ A DA TURBINA,
EVITANDO EMPENOS E RACHADURAS.

Figura 4.5.1 – Ciclo de partida.

Observação:
Cada fabricante de turbina programará o tempo que cada fase demandará.
Alterações neste período de tempo normalmente não são permitidas.

280
Figura 4.5.2 – Gráfico de partida.

Os metais usados na confecção e usinagem da câmara de combustão


podem suportar temperaturas na faixa de 1500º C.

A seguir, você estudará como se efetuam os procedimentos de parada de uma turbina.

4.6 CONHECER O PROCEDIMENTO DE PARADA DA TURBINA A GÁS

Nesta subunidade, você vai perceber que, para efetuarmos o procedimento de parada
de uma turbina a gás, será necessário toda uma rotina de procedimentos, que dará segurança
à operação, bem como a preparação da turbina para nova operação.

Usaremos como exemplo destes procedimentos o manual do fabricante de uma turbina


LM6000 (da General Electric). Essa cópia fiel nos dará uma idéia das várias situações que
podem provocar uma parada na turbina. Portanto, preste atenção em toda a seqüência.

A paralisação da turbina pode ser iniciada pelo operador ou provocada por condições
operacionais da unidade, a qualquer momento, durante os procedimentos de partida ou em
operação normal.

No exemplo escolhido, o manual de operação da LM6000 relaciona mais de 130


condições existentes na turbina, que podem causar sua paralisação.

As cinco seqüências de paralisação programada, que podem ocorrer quando se inicia


uma ocorrência anormal, são as seguintes:

1  travamento de parada rápida sem acionamento;


2  parada rápida com acionamento;
3  travamento de resfriamento;
4  desaceleração lenta para carga mínima ; e
5  desaceleração rápida para marcha lenta.

281
PRO 01
Vamos, então, estudar cada uma delas.

4.6.1 Travamento de parada rápida sem acionamento

O travamento de parada rápida sem acionamento ocorre quando não reiniciamos o


funcionamento da turbina de forma imediata e seqüencial.

Automaticamente se dará início às seguintes ações:

 as válvulas de combustível (e válvulas de água ou vapor, se for o caso) se fecham;


 disjuntor da unidade abre;
 as aletas diretrizes de entrada variável se fecham;
 as portas das válvulas de purga variável ficam abertas;
 o sistema de ignição e o acionador são desativados; e
 os alarmes de pressão de óleo são desviados.

Quando esses passos são completados, as válvulas de dreno e ventilação são abertas;
os alarmes, intertravas e os cronômetros de seqüência de partida são rearmados; e, o medidor
de tempo em operação é desligado.

4.6.2 Parada rápida com acionamento

Uma parada rápida, automaticamente, dá início a um travamento como descrito


anteriormente, e em seguida, o acionador é ativado por 25 minutos, quando a turbina de baixa
atinge 1700 rpm.

Observe neste caso a preocupação principal com a rotação da turbina, pois é de suma
importância que possa existir a possibilidade imediata de reiniciar o processo.

Em que situação você precisaria de uma parada rápida e, logo a seguir, do


reinício da operação da turbina?

4.6.3 Travamento de Resfriamento

Veja, a seguir, os procedimentos referentes a travamento de resfriamento:

 a carga é reduzida para carga mínima (marcha lenta);

 é desativado o sistema de injeção de vapor/água e o disjuntor de disparo da unidade;

 a velocidade do rotor de alta pressão diminui para aproximadamente 8400 rpm, por 5
minutos;

 o sistema de partida é ativado por 20 minutos quando a turbina de baixa cai para 1700
rpm; e

 se o reajuste eliminar a paralisação durante o período de resfriamento, então o


procedimento de travamento é abortado.

282
Observe a preocupação com o tempo.

4.6.4 Desaceleração lenta para carga mínima

É uma desaceleração controlada, cumprindo procedimentos estipulados no manual do


fabricante, respeitando limites do seu resfriamento, limites estes mantidos dentro de condições
seguras. Em vez de fazer a desaceleração total até a marcha lenta, a turbina desacelera até o
ponto de carga mínima. Isto permite que a condição seja investigada, sem necessitar de uma
paralisação.

Uma desaceleração lenta automaticamente inicia as seguintes ações:

 queda de carga rápida para carga mínima, em 20 segundos.

 se o problema ainda persistir após 3 minutos, deverá ser acionado, então, o


travamento de resfriamento.

4.6.5 Desaceleração rápida para marcha lenta

É a desaceleração rápida máxima permitida para marcha lenta, seguida de uma pausa
de 10 segundos e, depois, a paralisação.

A desaceleração rápida oferece uma maneira mais controlada e ordenada de parar a


unidade do que um corte brusco e imediato. A pausa de 10 segundos em marcha lenta normal
permite que, por exemplo, as aletas diretrizes de entrada variável (VIGV) e válvulas de purga
variável (VBV) atinjam a sua condição estabilizada, antes da parada total.

Confira os procedimentos:

 A carga é imediatamente reduzida até a unidade atingir a marcha lenta normal,


fazendo com que a turbina desacelere o mais rapidamente possível.

 Dez (10) segundos após atingir a marcha lenta normal, acontece o travamento de
parada rápida sem acionamento.

Então, como você verificou, existe uma rotina de procedimentos. Cada fabricante
determinará sua rotina própria. É só segui-la.

Agora, vamos estudar como se procede ao roteiro de segurança.

4.7 O B S E R V A R O R O T E I R O D E S E G U R A N Ç A D E O P E R A Ç Ã O

Um roteiro de segurança, se cumprido, permitirá ao operador um conhecimento geral de


seu equipamento antes de operá-lo.

É muito importante conhecer cada detalhe do equipamento que vai operar, pois, além de
lhe dar confiança, permitirá retirar da turbina uma maior eficiência.

Veja abaixo os itens e algumas perguntas que, uma vez conhecidos e respondidos,
facilitarão o seu trabalho.

283
PRO 01
Conheça o roteiro de segurança.

1) TURBINA 2) SISTEMA E ÓLEO DE LUBRIFICAÇÃO

 Marca (fabricante) GG  Qual deve ser o tipo de óleo utilizado?


 Marca (fabricante) PT  Qual é a carga para abastecimento?
 Modelo  Qual é o volume do reservatório?
 Potência ISO  Quantas bombas?
 Eficiência térmica  Qual é o tipo de resfriador?
 Tipo  Como é efetuado o controle de
 Mancais ( tipo e números) temperatura?
 Compressor de ar  Qual é o modelo do elemento filtrante
 Tipo e quantos por filtro?
 Número de estágios  Qual é a micragem do filtro?
 Materiais  Como é efetuado o controle de
 IGV (inlet guide vane) pressão?
 Válvulas anti-surge  Quais são os limites operacionais do
 Câmara de combustão sistema?
 Tipo
 Número de câmaras 3) SISTEMA DE ÓLEO DE COMANDO
 Material
 Número de injetores  Quantas bombas existem instaladas?
 Número de ignitores  Quais são os modelos?
 Combustível  Como é efetuado o controle de pressão?
 Roda da turbina HP (número de  Qual é o modelo, número de elementos e
estágio, rotação e material) a micragem dos filtros?.
 Roda da turbina LP (número de  Quais são os limites operacionais do
estágio, rotação e material) sistema?
 Temperatura limite de operação
contínua
 Limites operacionais

4) SISTEMA DE PARTIDA 5) SISTEMA DE GÁS COMBUSTÍVEL

 Motor de partida - tipo e potência  Como é efetuado o controle de pressão


 Caso tenha conversor de torque, qual é o do gás?
modelo?  Qual é o modelo da válvula dosadora?
 Como é o sistema de acoplamento?  Como são acionadas as válvulas?
 Quais são os componentes?  Quais são os parâmetros que fazem
 Quantas velas de ignição? parte da malha de controle?
 Quais são os limites operacionais?

284
6) SISTEMA DE AR 7) SISTEMA DE RECUPERAÇÃO DE CALOR

 Quantos são os estágios de filtragem  Citar os Dampers do sistema


de ar?  Capacidade térmica de troca de calor
 Quantos são os elementos por  Qual é a filosofia de controle?
estágio?  Citar a instrumentação de segurança.
 Qual é a queda de pressão
recomendada para troca dos 8) HOOD E SISTEMA DE SEGURANÇA
elementos?
 Qual é o percentual do ar que é  Citar os meios de segurança.
comprimido pelo compressor e que  Conhecer o layout de distribuição dos
participa da queima? sensores.
 Quais são as partes resfriadas da  Conhecer a filosofia de segurança.
turbina?
 Qual é a origem do ar de selagem? 9) CAIXA DE ACESSÓRIOS
 Quantos ventiladores existem para
ventilação do casulo?  Quantos eixos há?
 Como é o acionamento dos  Quais são os equipamentos acionados?
DAMPERS de ar do casulo?

Considerações Finais

Você pôde verificar, nesta unidade, a operação de uma turbina a gás é de grande
simplicidade. Como vimos anteriormente, a análise de dados para conhecimento da operação
torna-se fundamental, pois permitirá uma operação segura.

Fique atento aos princípios da termodinâmica abordados no início desta unidade, pois lhe
darão uma visão geral de todo o ciclo de geração de energia, conseguido numa turbina a gás.

Muito bem! Você terminou com sucesso a unidade 4. Agora, verifique o que
aprendeu realizando o teste de auto-avaliação.

Teste de Auto-Avaliação da Unidade 4

Responda.
4.0.a) O que é turbina a gás?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.0.b) Quando ocorreu a primeira tentativa de se produzir turbinas a gás?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.0.c) Qual é a porcentagem de ar que efetivamente participa da combustão?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

285
PRO 01
4.0.d) Qual é a grande vantagem de usarmos o óleo lubrificante dentro das especificações
técnicas do manual do fabricante?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.0.e) Qual é a função da embreagem do sistema de partida?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.0.f) O que é velocidade de IDLE?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.0.g) Para que serve a válvula de sangria?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.0.h) O que permite controlar a regulagem das PALHETAS?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.0.i) Como é controlado o resultado final de potência da turbina?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4.0.j) Quais são as duas funções do ar que participa do sistema de ventilação?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Chave de Respostas das Tarefas e do Teste de Auto-Avaliação da Unidade 4

Tarefa 4.1.1

4.1.1.1) Compressor, câmara de combustão e turbina.


4.1.1.2) Compressor.
4.1.1.3) Gás de alta energia.

Tarefa 4.1.2

4.1.2.1) É um ciclo térmico das turbinas a gás


4.1.2.2) Compressão, combustão, expansão e descarga.

286
Tarefa 4.2.2

4.2.2.1) Compressão, combustão e expansão.


4.2.2.2) Para converter calor em trabalho deverá existir uma diferença de temperatura entre as
partes.

Tarefa 4.3.1

4.3.1.1) Fornecer ar nas condições de pressão atmosférica para participar da mistura na


câmara de combustão e para auxiliar a expulsão dos gases para a atmosfera.
4.3.1.2) Por transmissores de pressão que atuam por pressão diferencial.

Tarefa 4.3.3

4.3.3.1) Fornecer fluido lubrificante na pressão e temperatura especificados no manual do


fabricante.
4.3.3.2) Filtros, resfriadores, bombas e todo um aparato de instrumentação.

Tarefa 4.3.5.1

4.3.5.1.1) Comandar a partida inicial até a velocidade de curva, permitindo uma limpeza da
turbina, bem como comandar a aceleração até a velocidade de Idle ou velocidade
de marcha lenta.
4.3.5.1.2) Motor elétrico, motor hidráulico e motor pneumático.

Tarefa 4.3.6

4.3.6.1) Fornecer quantidade de ar na proporção certa, fazendo com que a turbina tenha um
desempenho correto com máxima eficiência.
4.3.6.2) Interrupção parcial ou total do fluxo de ar.
4.3.6.3) É um stall de grande intensidade, podendo as vezes causar incêndio.

Tarefa 4.3.7

4.3.7.1) Fornecer combustível já purificado e limpo para ser usado no processo de geração de
poder calorífico.
4.3.7.2) Evitar a possibilidade de desgaste prematuro com presença de substancias corrosivas
no difusor, bem como combustão irregular.
4.3.7.3) Conjunto de válvulas e sensores que controlam o volume uniforme de combustível
para a combustão.

Tarefa 4.3.8

4.3.8.1) Produzindo centelhas de alta tensão, que provocarão o início da combustão da mistura
ar-combustível.
4.3.8.2) Um ignitor de faísca de alta tensão, um excitador de ignição e um cabo de
interconexão.

287
PRO 01
4.3.8.3) Quando a combustão se torna autosustentável.

Respostas ao Teste de Auto-Avaliação da Unidade 4

4.0.a) É tipicamente um motor de combustão interna, do tipo rotativo, com variadas


aplicações.

4.0.b) Ocorreu no início do século XX, em 1905.

4.0.c) 20%.

4.0.d) Evitar desgaste desnecessário dos equipamentos forçando paradas não programadas.

4.0.e) De proteção, que desativará o sistema de partida, assim que a turbina atingir rotação
superior a partida do motor.

4.0.f) Velocidade de marcha lenta em que o sistema encontra-se estável, desligando o


sistema de partida.

4.0.g) É usada para aliviar o ar de descarga do compressor durante o processo de partida,


evitando o fenômeno de STALL.

4.0.h) Regular a pressão e velocidade do ar que entra na câmara de combustão.

4.0.i) Com regulagem da quantidade de combustível; e, a pressão e velocidade do ar que


entra na câmara de combustão.

4.0.j) A primeira função é a de participar da mistura com o combustível na câmara de


combustão; a segunda é de auxiliar a expulsão desses gases gerados para a
atmosfera.

Parabéns! Por ter conseguido acabar mais uma unidade


com êxito.
Continue sua viagem, máquinas a vante.

288
BIBLIOGRAFIA

NORRIS, A. C. Eng., F. I. Mar. E. Marine Engineering Practice. Institute of Marine Engineers.


SCHEGLIÁIEV, A. V.. Turbinas de Vapor. Parte 1 e 2.
BOSCH, Robert. Manual de Tecnologia Automotiva. 25. ed. São Paulo: Editora Edgard
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Oficias da Marinhas Mercante. Monografia, 2007. 41 fl.
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290

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