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Origens

Seu nome era Aurélio Agostinho. Nasceu em Tagaste, uma cidade do Norte da África
dominada pelos romanos, na região onde hoje fica a Argélia, em 13 de novembro do
ano 354. Filho primogênito, seu pai, chamado Patrício, era pagão e pequeno proprietário
de terras. Sua mãe, pelo contrário, era cristã fervorosa, tanto que tornou-se santa, Santa
Mônica, celebrada no dia 27 de agosto, um dia antes da festa de Santo Agostinho.
Mônica sempre buscou educar o filho na fé cristã. Agostinho, porém, por causa do
exemplo do pai, não se importava com a fé.

Infância
Santa Mônica queria que seu filho se tornasse cristão, mas percebia que a hora de Deus
ainda não tinha chegado. Tanto que adiou seu batismo, com receio de que ele profanasse
o Sacramento. Aos onze anos, Agostinho foi enviado para estudar em Madauro, perto de
Tagaste. Lá, estudou literatura latina e algo que o distanciaria da fé cristã: as práticas e
crenças do paganismo local e romano.

Juventude conturbada
Com dezessete anos, foi para Cartago estudar retórica. Lá, embora tenha recebido
formação cristã de sua mãe, passou a seguir a doutrina maniqueísta (que enxerga o
mundo apenas como bem e mau), negada veementemente pelos cristãos. Além disso,
tornou-se hedonista, ou seja, seguidor da filosofia que tem o prazer como fim absoluto
da vida. Dois anos depois, passou a viver com uma mulher cartaginense, com a qual
teve um filho chamado Adeodato. O relacionamento dos dois durou treze anos. Durante
todo esse tempo, Santa Mônica rezava pela conversão do filho.

Passando por várias doutrinas


Agostinho tornou-se um professor de retórica reconhecido. Chegou a abrir uma escola
em Roma e conseguiu o posto de professor na corte imperial situada em Milão.
Decepcionado com as incoerências do maniqueísmo, aproximou-se do ceticismo. Sua
mãe mudou-se para Milão e exerceu certa influência sobre seu comportamento. Nesse
tempo, também decepcionado com o ceticismo, Agostinho aproximou-se do bispo
Ambrósio (Santo Ambrósio de Milão). A princípio, queria apenas ouvir a retórica
excelente do bispo. Antes de se converter, Agostinho separou-se de sua companheira
após treze anos de relacionamento e ainda envolveu-se com outras mulheres. Depois,
porém, foi se convencendo da verdade sobre Jesus Cristo pelas pregações de Santo
Ambrósio. Sua mãe, ao mesmo tempo, não cessava de orar por ele.

Conversão
Depois das buscas incessantes pela verdade e de vários casos amorosos, Agostinho
finalmente rendeu-se à coerência da mensagem de Jesus Cristo. Encontrou em Jesus o
que não encontrara em nenhuma outra filosofia, em nenhum outro mestre. Assim, ele e
seu filho Adeodato, então com 15 anos, foram batizados em Milão por Santo Ambrósio,
durante uma vigília Pascal. A partir de então, passou a escrever contra o maniqueísmo,
que ele conhecia tão bem. Mas depois disso, escreveu obras tão importantes que o
tornaram Doutor da Igreja.

Sofrimentos
Agostinho dedicava grande atenção a Adeodato formando-o na fé e nas ciências
humanas. De repente, porém, seu filho veio a falecer. Foi um grande choque. Por causa
disso, decidiu voltar para Tagaste. No caminho de volta, aconteceu que sua mãe também
faleceu. Agostinho menciona em suas “Confissões” a maravilha e o alimento espiritual
que eram os diálogos que ele tinha com sua mãe, Santa Mônica, sobre a pessoa de Jesus
Cristo e a beleza da fé cristã. Esses diálogos foram decisivos para sua formação. E
agora, com a morte da mãe, muita falta ele sentiu dessas conversas restauradoras.

De vilta à terra Natal


Depois de sepultar sua mãe continuou decidido sua volta para a terra natal. Ele chegou a
Tagaste no ano 288. Lá, optou pela vida religiosa. Junto com alguns amigos de fé, deu
início a uma comunidade monástica cujas regras foram escritas por ele mesmo. Deste
embrião nasceram várias ordens e congregações religiosas masculinas e femininas,
todas seguindo as regras e a inspiração “Agostiniana”.

Não se coloca uma lâmpada debaixo da mesa


O bispo de Hipona, percebendo a forte inspiração que Deus colocara na alma de
Agostinho, convidou-o para ir junto nas missões e pregações. O bispo, já idoso e
enfraquecido, vendo confirmada a sabedoria de Agostinho, ordenou-o como sacerdote,
o que foi aceito com grande alegria pelos fiéis. E, depois, em 397, logo após a morte do
bispo, o povo, em uma só voz, aclamou Santo Agostinho como bispo de Hipona. Ele
ocupou o cargo durante 34 anos, derramando toda sua sabedoria nas pregações, nos
livros, na caridade para com os pobres, na espiritualidade profunda. Combateu heresias,
tornou-se uma dos mais importantes teólogos e filósofos da Igreja, influenciando
pensadores até o presente. Foi aclamado Doutor da Igreja e um dos “Padres da Igreja”
por causa de seu ministério iluminador. Entre os livros de maior destaque em suas
obras, estão “Confissões” e “Cidade de Deus”, livros autobiográficos que se tornaram
best-sellers ao longo de vários séculos e até hoje.

Morte
Santo Agostinho faleceu feliz pela força da Igreja de Hipona, mas, ao mesmo tempo,
triste, por causa da invasão bárbara em Hipona, motivo de grandes perseguições contra
os fiéis. Sua morte ocorreu em 28 de agosto do ano 430. Mais tarde, em 725, seus restos
mortais foram exumados e trasladados para a cidade de Pávia, na Itália, onde são
venerados na igreja de São Pedro do Céu de Ouro. A igreja fica perto do local onde
ocorreu sua conversão.

Oração a Santo Agostinho


“Gloriosíssimo Pai Santo Agostinho, que por divina providência fostes chamado das
trevas da gentilidade e dos caminhos do erro e da culpa a admirável luz do Evangelho
e aos retíssimos caminhos da graça e da justificação para ser ante os homens vaso de
predileção divina e brilhar em dias calamitosos para a Igreja, como estrela da manhã
entre as trevas da noite: alcançai-nos do Deus de toda consolação e misericórdia o
sermos chamados e predestinados, como Vós o fostes, a vida da graça e a graça da
eterna vida, onde juntamente convosco cantemos as misericórdias do Senhor e gozemos
a sorte dos eleitos pelos séculos dos séculos. Amém.”

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