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ESTUDO MULTIDISCIPLINAR

A EFETIVIDADE D O P R O C E S S O

J O R G E LUIZ S O U T O M A I O R ('>

“O processo deve dar, a quem tem um direito, tudo aquilo e


precisamente aquilo que ele tem o direito de obter"
(Chiovenda).

A história d o processo civil, segundo relato d e Cândido Rangel Dina-


marco{'\ p o d e ser dividida e m três períodos: o primeiro m a r c a d o pelo
sincretismo, n o qual o processo era considerado u m direito adjetivo e m
relação a o direito material, ou seja, não tinha vida própria e dependia, e m
tudo, d o direito material: o segundo denominado autonomista ou conceitu­
ai, q u e teve inicio c o m a obra de Oskar Von Bülow, 1868, no qual passou-
se a buscar a identidade do processo, localizando-o c o m o ciência autôno­
m a e m relação ao direito material, tendo à vista seus princípios e objetos
próprios: e o terceiro, atual, c h a m a d o de instrumentalista ou teleológico,
q u e t e m por base o reconhecimento de que o processo não pode, simples­
mente, ser encarado sob o ponto de vista de suas estruturas internas, de
seu sistema, entendido este c o m o u m conjunto de elementos q u e se inter­
ligam harmonicamente, voltados, Iodos, para u m objetivo c o m u m . O pro­
cesso, então, passa a ser visto c o m o u m conjunto prático de ações, c o m
conotações éticas, destacando-se a sua instrumenlalidade c o m o valor de
acesso à justiça, c o m objetivos a serem cumpridos nos planos social, eco­
nômico e político*21.
Neste último sentido, o processo é dito c o m o válido pelos resultados
positivos q u e é capaz de produzir no m u n d o real. A s técnicas e os métodos *1

(•) Juiz ctoTrabalho, titular d a 3a. Vara d e Jundial/SP Livre-docente e m Direito d o Trabalho pela USP.
(1) "El tuturo dei derecho procesal civil", X V Jornadas Iberoamericanas d e D e r e c h o Procesal,
Instituto C o l o m b i a n o d e D e r e c h o Procesal, 1996, págs. 289-95.
(2) A grande revolução atual d o processo, q u e tez ressurgir a preo c u p a ç ã o c o m o procedimento
oral, foi impulsionada pela obra d e Franz Klein, obra cujo êxito está relacionado à “c o m p r e e n s ã o
sociológico-económica d a instituição processual”.C o m isso, "o processo austríaco loi o primeiro
q u e t o m o u a sério a efetivação d o conhecimento de q u e o processo seria u m a manilestação
social d a s m a s s a s e deveria ser organizado c o m o instituição d e b e m púbico!" (Rainer Sprung,
" O s l u n d a m e n t o s d o direilo processual auslrlaco", in Revista d e Processo n. 17, pág. 149)

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processuais, portanto, são estabelecidos e interpretados no sentido d e al­
cançar e corroborar tais escopos. Nestes termos, busca-se a efetividade da
tutelajurisdicional e do processo, consequentemente.
N a visão d e José Carlos Barbosa Moreira'34 ',u m dos processualistas
q u e mais se ocupou c o m o t ema e m questão, a efetividade d o processo
deve ser procurada, tomando-se por ponto de partida aquilo que este autor
d e nomina de “programa básico d a c a m p a n h a e m prol da efetividade”. O s
componentes desse plano são:
“a) o processo deve dispor de instrumentos de tutela adequados, na
medida d o possível, a todos os direitos (e outras posições jurídicas d e van­
tagem) contemplados no ordenamento, quer resultem de expressa previ­
são normativa, quer se p o s s a m inferir do sistema:
b) esses instrumentos d e v e m ser praticamente utilizáveis, ao m e n o s
e m principio, sejam quais forem os supostos titulares dos direitos (e das
outras posições jurídicas de vantagem) de cuja preservação ou reintegra­
ção se cogita, inclusive q u a n d o indeterminado ou indeterminável o círculo
dos eventuais sujeitos;
c) impende assegurar condições propícias à exata e completa recons­
tituição dos fatos relevantes, a fim de que o convencimento do julgador
corresponda, tanto quanto puder, à realidade;
d) e m toda a extensão da possibilidade prática, o resultado do pro­
cesso há d e ser tal que assegure à parte vitoriosa o gozo pleno da especí­
fica utilidade a que faz jus segundo o ordenamento;
e) c u m p r e que se possa atingir semelhante resultado c o m o mínimo
dispêndio de te m p o e energias.”
Para Cândido Rangel Dinamarcd'', a efetividade da tutela jurisdicio­
nal representa a própria legitimação d o processo, e m razão dos resultados
que, e m virtude desse movimento, o processo ó capaz de produzir, sendo
que isso se alcança "por el aumento en el acceso a los médios de tutela,
desformalizando racionalmente los procedimientos y acelerando los médios
d e defensa...”
C o m o se vê, os objetivos dos estudos e m busca da efetividade do
processo são bastante amplos. Compõem-se não só da busca da celerida­
de, mas, e principalmente, do reforço da idéia de que os atos processuais
devem ser eficazes para produzir resultados no mundo real. Para tanto,
deve o processo estar apto a reproduzir essa realidade e impedir q u e qual­
quer rigorismo formalista obstrua tanto a investigação d a realidade quanto
a presteza dos provimentos, ou seja, a sua utilidade.
Esse é u m debate q u e não se p ode limitar ao c a m p o das idéias. C o m o
se trata d a busca d e efetividade, obviamente, esta pressupõe u m a atuação
prática. Neste sentido, o estudo e m prol d a efetividade do processo encon­

(3) “Efetividade d o Processo e Técnica Processual", Revista d e Processo, S â o Paulo, RT, n. 77,
pâg. 168 .
(4) Ou. cil., “El futuro...", pág. 294.

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tra óbice d e aplicabilidade, pois muitas das novidades almejadas somente
p o d e m ser alcançadas c o m alteração legislativa, q u e se reflete e m u m a
atuação política que se encontra, normalmente, fora d o alcance d e doutri-
nadores e aplicadores d o direito.
Entretanto, tal aspecto não diminui a importância d e u m estudo des­
sa natureza, primeiro porque não é raro que estudos doutrinários a c a b e m
influenciando o legislador151 e segundo, porque p o d e auxiliar decisivamente
na aplicação d e regras processuais, chegando-se a u m a interpretação
evolutiva, prescindindo até m e s m o d a alteração legislativa161.
N o c a m p o do direito processual d o trabalho a importância desse tema
ainda mais se reforça porque muitas das inovações q u e p o d e m auxiliar na
busca d a efetividade d o processo trabalhista não precisam ser conseguidas
por alteração d e lei. Muitas vezes, basta que se a b a n d o n e m antigas con­
cepções d o processo civil tradicional que se incorporaram, indevidamente,
na consciência trabalhista, que, cabe frisar, n e m mais a atual doutrina pro­
cessual civil acata. O foco, então, é o da revalorização d a técnica proces­
sual trabalhista na sua pureza, especialmente no que se refere ao seu pro­
cedimento que é específico.
Esta procura da efetividade do processo, n o entanto, não está isenta
de perigos. C o m o diz Barbosa Moreira17', há alguns riscos desse pen s a ­
m e n t o que precisam ser evitados. O primeiro deles seria o d e tornar a efe­
tividade u m valor absoluto, q u e faria c o m q u e se a almejasse a qualquer
preço, s e m reconhecer q u e e m tudo na vida há limites a ser e m respeitados.
O segundo, corolário d o primeiro, seria o d e se “romper o equilíbrio do
sistema, hipertrofiando u m a peça e m detrimento das restantes". O terceiro
consistiria e m hipervalorizar o novo, desprezando-se os esforços doutriná­
rios d o passado direcionados à construção d e u m a teoria geral d o proces­
so e, especialmente, à afirmação de sua autonomia.
Por isso, as reformas d e v e m ser pensadas, m a s respeitando-se a téc­
nica processual, até porque “Deficiências técnicas na formulação da nor­
m a acarretam dúvidas e controvérsias hermenêuticas d e q u e c o s t u m a m
alimentar-se incidentes processuais...““L A propósito, vide, por exemplo, o
q u e tem ocorrido c o m as Leis ns. 9.957/00 e 9.958/00, do rito sumaríssimo
e das conciliações prévias. A falta de técnica do legislador — ainda que
estivesse imbuído d o nobres propósitos — tem feito c o m q u e as lides tra­
balhistas estejam tendo mais incidentes processuais q u e antes.

(5) Basta veriticar a s múltiplas e recentes alterações legislativas introduzidas n o processo civil,
n ã o só por influência d o s processualistas. m a s muitas delas até por eles m e s m o s elaboradas
Vide. neste sentido. Sãlvio d e Figueiredo Teixeira. "A efetividade d o processo e a reforma proces­
sual". in Revista de Processo, n. 78. pags. 88-94.
(6) B a r b o s a Moreira (ob cit., "Efetividade...", p. 170) ressalta a importância d o s estudos d o s "ope­
radores d o direito" tanlo na aplicação quanto n a formulação d a s regras: “Felizmente, o u s a m o s
afunlar; se a s s i m n ã o fosse, a o processualista desprovido d e apetite para a militância politica e m
sentido estrito, s e m disposição para candidatar-se a deputado o u senador, n ã o restaria outra
salda s e n ã o recollier-se a celebérrima torre d e marfim e ali matar o t e m p o c o m charadas exegéticas
s e m repercussão a l g u m a n o m u n d o exterior"
(7) Ob. cit. "Efetividade...", p ã g s 171-2.
(8) B a r b o s a Moreira, ob. cit.. "Efetividade...", pág. 172.

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A respeito de técnica e efetividade, Barbosa Moreira faz questão de
frisar q u e "efetividade e técnica não são valores contrastantes ou incompa­
tíveis”, antes são "valores complementares", sendo a técnica, de s d e que
b e m aplicada, "instrumento precioso a serviço da própria efetividade". Deve-
se, na visão ainda desse autor, pôr-se e m relevo “o papel instrumental da
técnica", mas, igualmente, evitar-se que a sua invocação seja obstruída
por u m d e s m edido receio d e se estar retrocedendo a o "velho e desacredi­
tado formalismo”. Materializando sua lição, Barbosa Moreira diz: "quando
porventura nos pareça que a solução técnica de u m problema elimina ou
reduz a efetividade d o processo, desconfiemos, primeiramente, d e nós
m e s m o s . É b e m possível q u e estejamos confundindo c o m os limites da
técnica os d a nossa própria incapacidade d e dominá-la e d e explorar-lhe a
fundo as virtualidades"191.
O estudo e m prol da efetividade d o processo, portanto, p õ e o jurista
diante d o duplo desafio: a) reinterpretar os institutos jurídicos: e, b) avaliar,
criticamente, a o r d e m jurídica, c o m o escopo d e propor as m u d a n ç a s n e ­
cessárias a o aprimoramento d o direito processual.
U m a rápida olhada na realidade atual do direito processual civil bra­
sileiro permite constatar que o movimento da efetividade já produziu vários
efeitos concretos nesse r a m o d o direito. C o m efeito, n ã o são poucas as
obras doutrinárias q u e analisam os institutos jurídicos processuais sob a
perspectiva d a efetividade. A p e n a s para citar alguns exemplos: 1) “A Ins-
trumentalidade d o Processo", de Cândido Rangel Dinamarco\ 2) "Poderes
Instrutórios d o Juiz”, d e José Roberto dos Santos Bedaque; 3) “Nov a s Li­
n has do Processo Civil”, de Luiz Guilherme Marinoni; 4) “D a Cognição no
Processo Civil”, d e Kazuo Watanabe: 5) “Participação e Processo", coorde­
n a d o por Ada Pellegrini Grinover, além dos valiosos artigos escritos a res­
peito por José Carlos Barbosa Moreira, publicados na Revista de Proces­
so, d a Ed. RT.
Esses estudos, a propósito, foram fonte de inspiração, tanto para u m a
nova visão de diversos institutos processuais civis quanto para a introdu­
ção n a legislação d e vários preceitos q u e refletem a noção d e efetividade,
tais c o m o o Código d e Defesa d o Consumidor, especialmente no q u e se
refere aos conflitos d e natureza coletiva e à distribuição d o ô nus d a prova.
O direito processual do trabalho, porque procurou servir de instru­
me n t o célere e eficiente para atuar o direito do trabalho, respeitando as
características especiais d o direito d o trabalho, já foi construído c o m base
n a noç ã o d e efetividade, m a s esta noção se perdeu a o longo dos anos, por
influência da inserção de teorias clássicas do processo civil, ainda não
voltadas para a noção de efetividade. O resultado prático foi que, nos dias
atuais, estas noções se impregnaram no processo d o trabalho, fazendo
c o m q u e este, na sua vivência prática, e m muitos aspectos, se veja mais
complicado q u e o processo civil, que, c o m o dito, está impregnado pela noção
d e efetividade.

(9) Ob. cit..‘Elolividade..'. pág. 175

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Concretamente, é preciso q u e a base do direito processual do traba­
lho seja reconstruída, c o m apoio na noção d e efetividade, para o fim de:
a) vincular a validade da técnica processual pelos resultados positi­
vos q u e possa produzir na realidade;
b) reinterpretar os institutos processuais trabalhistas, c o m o propósi­
to d e recuperar a simplicidade e a celeridade objetivadas na fixação do
procedimento d o processo d o trabalho;
c) ampliar o acesso à justiça, eliminando as barreiras q u e o obstam,
concedendo-se a assistência judiciária além das amarras da Lei n. 5.584/
70 e condenando-se o sucumbente ao p a g a mento dos honorários advoca-
ticios da parte contrária;
d) n ã o perder d e vista q ue as características especiais do direito
material que o processo d o trabalho visa a instrumentalizar justificam a
existência de u m procedimento especial, q u e se previu na CLT, e m conso­
nância c o m o principio da oralidade.
Essa visão teórica, que poucos serão contra, porque possui forte apelo
retórico, no entanto, precisa ser concretizada, para que não se perca no vazio.
Neste aspecto os desafios são maiores, m a s precisam ser enfrentados. H á de
se afastar o obstáculo mental, que nos impede de ver as coisas de m o d o
diferente do que estamos acostumados a ver, para que, concretamente:
a) os juizes a b a n d o n e m a noção d e que a conciliação é o papel
precípuo da Justiça, pois que tais conciliações na maioria das vezes têm
representado, e m verdade, a institucionalização da precarização dos direi­
tos trabalhistas;
b) se evite, a o máximo, a homologação d e acordos s e m reconheci­
men t o d e vinculo empregatício — a não ser nos casos e m que a natureza
d o vínculo seja efetivamente discutível, sob o prisma jurídico;
c) se iniba a prática dos acordos para p a g a m e n t o d e verbas rescisó­
rias, c o m a intenção d e obter quitação d e todo o contrato d e trabalho;
d) se utilize, e m larga escala, os mecanismos d e defesa coletiva de direi­
tos individuais homogêneos: substituição processual e ação civil pública;
e) se utilize a tutela antecipada, para inibir o sucesso d e defesas
m e r a m e n t e protelatórias, especialmente quanto ao não p a g a m e n t o injusti­
ficado d e verbas rescisórias;
f) se reformule o processo d e execução, especialmente n o que se
refere à sua teorização, c o m o afastamento de alguns dogmas, c o m o o da
execução m e n o s onerosa ao devedor;
g) se inibam as chicanas processuais, ou pelo m e n o s que se penali­
ze, c o m litigância de má-fé, aqueles q u e assim a g e m no processo, valendo
lembrar aqui outra observação d e Barbosa Moreira, de q u e não são todos
q u e militam n a Justiça que q u e r e m a sua celeridade, p o d e n d o ser citados
c o m o exemplos d e chicanas processuais:
— formulação de pedidos na petição inicial s e m qualquer e m b a s a ­
me n t o jurídico;

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— apresentação d e preliminares e m defesa, manifestamente procras-
tinatórias;
— requerimento d e oitivas de testemunhas por carta precatória, so­
mente para procrastinar os feitos;
— apresentação d e contraditas a testemunhas apenas para constar;
— juntada d e documentos c o m a defesa só para fazer volume (cópias
de acórdãos, sentenças etc...);
— requerimento d e realização d e perícias contábeis, para apuração
d e diferenças salariais; d e horas extras e até de equiparação salarial, ha­
vendo nos autos elementos mais que suficientes para se chegar a convic­
ções plenas sobre a controvérsia, s e m a utilização d e tal expediente;
— provocação d e arquivamentos sucessivos d e reclamações, e m ra­
zão d o não comparecimento d o reclamante à audiência, s e m qualquer jus­
tificativa para tanto;
— apresentação d e recursos só para ganhar tempo, seja o ordinário,
seja o de e m b a r g o s declaratórios; seja o de agravo de petição.
Para instrumentalizar o juiz nesta atuação, deve-se adotar, c o m maior
elasticidade, o instituto da antecipação da tutela, para que tenha caráter
satisfativo e possa ser proferido c o m iniciativa ex officio.
A l é m disso, no aspecto da prova, deve-se reconhecer q u e o e m p r e ­
gador é q u e m possui maior aptidão para a produção d a prova e, concreta­
mente, inverter para este o ônus da prova, diante d e alegações verossí­
meis d o empregado, sen d o q u e a esta verossimilhança se possa chegar
por m á x i m a s de experiência o u m e s m o por conhecimento adquirido de
outras lides e m face d o m e s m o empregador — o que a doutrina estrangeira
d e n o m i n a d e “conhecimento judiciar1'01. A Z P O alemã, por exemplo, prevê
q u e não d e p e n d e m d e prova os “fatos notórios para o Tribunal" (parág. 291).
N o q u e tange a o novo rito sumaríssimo, deve-se estar atento para o
fato de que a necessidade de acelerar o julgamento dos processos não
pode ser implementada a qualquer custo, principalmente, ao custo d e difi­
cultar o acesso à justiça, impondo ao reclamante o cumprimento d e requi­
sitos injustificáveis, tais c o m o a “liquidação" precisa dos pedidos, pois que
isso somente seria possível respeitando-se a correta evolução salarial do
reclamante, calculando-se parcelas m ê s a m ê s e fazendo incidir sobre elas
juros e correção monetária, esforço que pode se tornar inútil q u a n d o a sen­
tença considerar, por exemplo, que somente parte das horas extras plei­
teadas restaram provadas.
A respeito d a novidade das comissões de conciliação prévia não se
p o d e fixar c o m o pressupostos jurídicos que o acesso ao Judiciário fica con­
dicionado a ter-se, antes, buscado a conciliação e m tais comissões, e que
o acordo q u e eventualmente lá se faça tenha o efeito de liberar o emprega-

(10) Vide. a propósito, Friedrich Stein. " O C o n h e c i m e n t o Privado d o Juiz", tradução d e A n d r é s de


la Oliva Santos. Universidade de Navarra. 1973. p i g s 210-1 e 216-7.

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dor de todo e qualquer direito que possa decorrer da relação de emprego,
m e s m o os q u e n ã o tenham sido expressamente transacionados no acordo,
pois q u e isso apenas favorece à constituição d e comissões c o m propósitos
d e burlar a legislação trabalhista, s e m qualquer benefício para aquelas que
t e n h a m objetivo de servir c o m o via alternativa legítima da solução d e con­
flitos trabalhistas.
E m conclusão, pode-se dizer que a idéia de efetividade do processo,
q u e n e m é tão nova assim, é fundamental para a com p r e e n s ã o d o proces­
so moderno. Mas, mais do q u e divulgar as idéias que integram esse m o d o
d e pensar o processo, c o m ares d e intelectualidade, é importante que se
faça u m real esforço para afastar aquele quase temor que os processualis-
tas t ê m de tornar o processo u m efetivo instrumento d e realização d e justi­
ça, c o m o fazem os governantes c o m relação às noções d e cidadania, d e ­
mocracia e solidariedade social.

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