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Socialização Organizacional

A Socialização Organizacional é definida como sendo o processo pelo qual


um novo integrante estabelece suas atitudes, comportamentos e conhecimentos,
visando a participação como membro efetivo da organização. Esse processo de
mútua adaptação e aprendizagem de papéis viabiliza a passagem do indivíduo de
elemento externo a membro ativo e efetivo da organização (GRIFFIN; COLELLA;
GOPARAJU, 2000)

De acordo com Van Maanen (1996), o processo de adequação do indivíduo à


realidade organizacional acaba sendo um evento gerador de estresse, insegurança
e ansiedade ao novo integrante, visto que essa pessoa fará parte de uma realidade
que, até então, era desconhecida. Desse modo, a socialização organizacional é
vista como um processo de aprendizagem que ocorre toda vez que um indivíduo
passa por modificações, sendo elas de status, papel ou função em uma
organização.

A socialização organizacional configura-se como o esquema de recepção e


de boas-vindas aos novos integrantes, representando uma etapa de iniciação
importante, com o objetivo de desenvolver um bom relacionamento de longo prazo
entre o indivíduo e a organização. Além disso, a socialização funciona também
como elemento de fixação e manutenção da cultura organizacional. (SILVA E
FOSSÁ, 2013)

Van Maanen (1996) enfatiza que a socialização organizacional pretende fazer


com que o sujeito aprenda os valores e as normas de comportamento esperados,
fazendo com que ele se sinta membro da organização. Esse processo não ocorre
somente na introdução do indivíduo a organização, e sim durante toda a sua
carreira, pois a socialização organizacional também implica a renúncia de
determinadas atitudes, valores e comportamentos.

De acordo com Dias (apud Chiavenato, 2010), os métodos mais utilizados de


socialização organizacional são o processo seletivo, o conteúdo do cargo, o
supervisor como tutor, o grupo de trabalho e programas de integração.

O processo seletivo, segundo o autor, é o início de todo o processo de


socialização, pois é onde o candidato terá o primeiro contato com seu ambiente de
trabalho e a cultura da empresa. Além disso, as primeiras tarefas atribuídas ao
funcionário devem ser capazes de internalizar nele um alto padrão de desempenho
e boas expectativas, para que mantenham esse padrão ao longo de sua jornada na
empresa. É necessário que desde o início o funcionário seja capaz de se conectar
com um tutor para ajudar sua socialização organizacional, que será responsável por
acompanha-lo e orientá-lo ao longo de todo o processo.

Os grupos de trabalho também desempenham um papel essencial na


socialização nos novos empregados, os grupos de trabalho têm uma grande
influência sobre a opinião do novo funcionário com a organização e além disso é
capaz de satisfazer suas necessidades sociais, explica Dias (apud Chiavenato,
2010). Já os programas de integração são programas formais e intensivos que
busca apresentar a empresa ao novo integrante, seja a parte da cultura
organizacional, a estrutura física ou as missões e objetivos da organização.

De acordo com Silva e Fossá (apud Van Maanen, 1989) existem seis pares de
estratégias de socialização que são empregadas pelas empresas, porém na prática
são combinadas de diversas formas.
Formal e Informal
A socialização formal é apenas a primeira etapa de socialização de um novo
funcionário dentro da empresa. Quanto mais o papel do novato é separado e
especificado, maior é a tensão que ele sofre. Isso influencia os valores e atitudes
tomadas por ele. Nessa etapa, o novo funcionário fica separado do restante da
equipe até estar preparado para desenvolver as atividades estabelecidas. A
socialização informal pode ser considerada a segunda etapa do processo, onde o
novo funcionário terá a maior parte do conhecimento adquirido decorrente das
tarefas que envolvem sua posição e das redes sociais. Geralmente o processo
formal prepara o funcionário para uma nova posição, um novo cargo, dentro da
empresa, já o processo informal prepara o funcionário para desempenhar um papel
Individuais e Coletivas
O procedimento coletivo prevê organizar os novos funcionários em grupos
(selecionados por suas similaridades), pois isso lhes atribui um caráter mais
homogêneo. A ideia é que o grupo seja capaz de compartilhar os problemas e
através das argumentações estruturar soluções. O grande problema é que esse
modelo permite que os membros se desviem do padrão imposto dentro da empresa.
Já no procedimento individual os funcionários são socializados individualmente,
portanto o processo da mudança depende da relação direta estabelecida entre o
agente socializador e os funcionários.
Sequenciais e Randômicas
A socialização sequencial ocorre quando o profissional recém contratado passa
por uma série de etapas progressivas para otimizar a aprendizagem. Já a
socialização randômica é utilizada provisoriamente e as etapas são independentes.
Fixas e Variáveis
A estratégia fixa de socialização consiste em prover ao novo membro o
conhecimento necessário, de forma padronizada, para completar o estágio de
socialização, geralmente com período de início e fim pré definidos. As estratégias
variáveis de socialização dependem do desenvolvimento apresentado pelo novo
membro durante o processo e, portanto, não tempo de duração.
Série e Isoladas
Na estratégia de socialização em série os funcionários antigos preparam e
orientam os membros novos. No modelo de socialização isolado existem poucos
funcionários aptos a treinar os novos funcionários, portanto, eles são socializados
com base em sua própria iniciativa, sem nenhum padrão.
Investidura e Despojamento
Essas duas estratégias visam confirmar (ou destruir) a identidade do novo
membro. A socialização por investidura é valorizada a utilidade dos valores do novo
funcionário, ou seja, ele é aceito como ele é. Na socialização por despojamento a
empresa busca despojar certo tipo de pensamento e valores do funcionário.

Solução

Após a compreensão de como recrutar e selecionar Gerentes, Assistentes e


Auxiliares Administrativos, com os conceitos citados acima, vimos que é necessário
que haja uma introdução do funcionário no meio em que ele será inserido. Desse
modo, a Socialização Organizacional vem com o objetivo de integrar o funcionário
no meio organizacional para que ele se adeque a cultura da empresa e passe de um
elemento externo para um elemento interno da organização, estabelecendo
atitudes, comportamentos e conhecimentos visando sua participação como membro
efetivo da organização.

Bibliografia

DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. São Paulo: Editora Nacional,


1987.
GRIFFIN, A. E. C.; COLELLA, A.; GOPARAJU, S.. Newcomer and organizational
socialization tactics. Human Resource Management Review, v.10, p.453-474,
2000.

VAN MAANEN, J.. Processando as pessoas: estratégias de socialização


organizacional. São Paulo: Atlas, 1996.

SILVA, Andressa; FOSSÁ, Silva. O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO


ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO INDIVÍDUO E
ORGANIZAÇÃO. REUNA: Belo Horizonte, v. 18, n. 4, p. 5-20, dez./2005. Disponível
em: https://revistas.una.br/reuna/article/view/558/544. Acesso em: 2 abr. 2020.

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