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de Jean Piaget
Por
Hélio Teixeira
-
8 de dezembro de 2015
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Seria difícil superestimar a importância do psicólogo suíço Jean Piaget (1896 – 1980)
para a pesquisa do desenvolvimento. A teoria do desenvolvimento cognitivo geralmente
considerada como a mais compreensiva é a dele. Embora certos aspectos da teoria de
Piaget tenham sido questionados e, em alguns casos, refutados, sua influência é
imensa. Na verdade, a contribuição de sua teoria, como a de outros, é mostrada mais
pela sua influência em teorias e em pesquisas posteriores do que por sua exatidão
máxima.
O Estágio Sensório-Motor
U
m bebê mais novo e um mais velho respondem diferentemente à demonstração da
permanência do objeto, de esconder um objeto debaixo de um cobertor ou atrás de um
anteparo. Enquanto o bebê mais velho procura, o mais novo, aqui apresentado, desvia
o olhar tão logo o objeto desaparece de sua vista.
Embora pesquisas subsequentes tenham posto em dúvida algumas de suas
interpretações quanto à permanência do objeto, parece que os bebês não têm o mesmo
conceito com relação à permanência de objetos que os adultos têm.
A posse de um senso de permanência do objeto exige alguma representação mental
interna de um objeto mesmo quando este não é visto, ouvido ou, de outra forma,
percebido. As respostas do pequeno bebê não exigem uma concepção de permanência
do objeto ou de quaisquer outras representações mentais internas de objetos ou de
ações. Seus pensamentos estão concentrados apenas em percepções sensoriais e
comportamentos motores. No fim do período sensório-motor (18-24 meses de idade),
as crianças começaram a mostrar sinais de pensamento representativo –
representações internas de estímulos externos. Nessa transição para o estágio pré-
operatório, a criança começa a ser capaz de pensar sobre pessoas e objetos que não
são necessariamente perceptíveis naquele momento.
O Estágio Pré-Operatório
A capacidade para manipular os símbolos verbais para objetos e ações – ainda que
egocentricamente – acompanha a capacidade para manipular conceitos, e o estágio pré-
operatório caracteriza-se por acréscimo no desenvolvimento conceitual. Todavia, a
capacidade infantil para manipular conceitos ainda é bastante limitada durante este
estágio. Por exemplo, durante esta fase as crianças exibem centração – uma tendência
para focalizar somente um aspecto especialmente observável de um objeto ou uma
situação complicada. Piaget fez uma série de experimentos que mostravam a centração
das crianças. Ele representava a elas dois exemplares de trens em dois trilhos paralelos
diferentes, conforme é mostrado na figura abaixo. Usava horários distintos de partida e
de parada para cada trem e fazia-os seguirem seus trajetos em velocidades diferentes.
Então entabulava perguntas sobre quem viajava mais lenta ou mais rapidamente.
Ce
ntração: Um único trem no pensamento. Apesar de Jean Piaget mostrar às crianças que
os trens partiam em diferentes horários e deslocavam-se com diferentes velocidades,
elas não consideravam tais variáveis, pois não podiam descentrar-se da única dimensão
que um trem se deslocara de uma distância maior do que o outro.
Descobriu que as crianças com 4 a 5 anos de idade tendiam a concentrar-se em uma
única dimensão, geralmente o ponto no qual os trens paravam. Especificamente, tais
crianças diriam que o trem que percorrera maior distância nos trilhos também se
deslocara mais rapidamente e por mais tempo, sem levar em conta o momento em que
os trens tinham começado ou parado. Assim, no estágio pré-operatório, elas
concentram-se em uma dimensão particular de um problema – tal como a posição final
dos trens -, ignorando os outros aspectos da situação, mesmo quando eles são
relevantes.
Piaget usou diversas tarefas para demonstrar o ingresso nas operações formais.
Considerem, por exemplo, a maneira pela qual delineamos as permutações (variações
em combinações). Pare por um momento e tente responder a esta questão:
Referências:
MOREIRA, Marco Antônio; Teorias de Aprendizagens, EPU, São Paulo, 1
Jean Piaget
Este trabalho abordará a vida de Jean Piaget, suas obras, algumas curiosidades, alem do
tema: Jogos e brincadeiras – A lógica na educação infantil, fator fundamental ao
desenvolvimento das aptidões físicas e mentais da criança, sendo um agente facilitador
para que esta estabeleça vínculos sociais com os seus semelhantes.
Jean Piaget, para explicar o desenvolvimento intelectual, partiu da ideia que os atos
biológicos são atos de adaptação ao meio físico e organizações do meio ambiente,
sempre procurando manter um equilíbrio. Assim, Piaget entende que o desenvolvimento
intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento biológico (WADSWORTH,
1996).
Para Piaget, a atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento “total” do
organismo.
Jean Piaget (1896-1980) foi um renomado psicólogo e filósofo suíço, conhecido por seu
trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Passou grande parte de sua carreira
profissional interagindo com crianças e estudando seu processo de raciocínio. Seus
estudos tiveram um grande impacto sobre os campos da Psicologia e Pedagogia.
Sua Vida
Jean Piaget nasceu no dia 9 de agosto de 1896, em Neuchâtel, na Suíça. Seu pai, um
calvinista convicto, era professor universitário de Literatura medieval.
Piaget foi um menino prodígio. Interessou-se por História Natural ainda em sua
infância. Aos 11 anos de idade, publicou seu primeiro trabalho sobre sua observação de
um pardal albino. Esse breve estudo é considerado o início de sua brilhante carreira
científica. Aos sábados, trabalhava gratuitamente no Museu de História Natural.
O ano de 1919 foi um marco em sua vida. Quando iniciou seus estudos experimentais
sobre a mente humana e começou a pesquisar também sobre o desenvolvimento das
habilidades cognitivas. Seu conhecimento de Biologia levou-o a enxergar o
desenvolvimento cognitivo de uma criança como sendo uma evolução gradativa.
Em 1923, casou-se com Valentine Châtenay, com quem teve três filhas: Jacqueline
(1925), Lucienne (1927) e Laurent (1931). As teorias de Piaget foram, em grande parte,
baseadas em estudos e observações de seus filhos que ele realizou ao lado de sua
esposa.
Sua Obra
Em seu trabalho, identifica os quatro estágios de evolução mental de uma criança. Cada
estágio é um período onde o pensamento e comportamento infantil é caracterizado por
uma forma específica de conhecimento e raciocínio. Esses quatro estágios são: sensório-
motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal.
Construção do conhecimento
Esquema
Por este motivo, os esquemas cognitivos do adulto são derivados dos esquemas
sensório-motores da criança e os processos responsáveis por essas mudanças nas
estruturas cognitivas são assimilação e acomodação.
Assimilação
Acomodação
A acomodação pode ser de duas formas, visto que se pode ter duas alternativas:
Por isso, a acomodação não é determinada pelo objeto e sim pela atividade do sujeito
sobre esse, para tentar assimilá-lo.
Equilibração
Estágios
Sensório motor (0 a 2 anos)
Exemplos: O bebê “pega” o que está em sua mão; “mama” o que é posto em sua boca;
“vê” o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto,
pegá-lo e levá-lo a boca.
Pré-operatório (2 a 7 anos)
Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos “por quês”);
Exemplos: Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que
a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que
a criança já diferencia aspectos e é capaz de “refazer” a ação.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado
de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de
problemas.
Exemplos: Se lhe pedem para analisar um provérbio como “de grão em grão, a galinha
enche o papo”, a criança trabalha com a lógica da ideia (metáfora) e não com a imagem
de uma galinha comendo grãos.
Jogos e Brincadeiras
A lógica na educação infantil
Piaget (1998) acredita que os jogos são essenciais na vida da criança. De início tem-se
o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete uma determinada situação por
puro prazer, por ter apreciado seus efeitos.
Em torno dos 2-3 e 5-6 anos (fase Pré-operatória) nota-se a ocorrência dos jogos
simbólicos, que satisfazem a necessidade da criança de não somente relembrar o
mentalmente o acontecido, mas também de executar a representação.
Vamos analisar uma entrevista feita por Piaget com crianças sobre o jogo “Bola de
gude”.
O experimentador fala mais ou menos isso. “Aqui estão algumas bolas de gude… você
deve me mostrar como jogar. Quando eu era pequeno eu costumava jogar bastante, mas
agora eu me esqueci como se joga. Eu gostaria de jogar novamente. Vamos jogar juntos.
Você me ensinará as regras e eu jogarei com você…”. Você deve evitar fazer qualquer
tipo de sugestão. Tudo o que precisa é parecer completamente ignorante (sobre o jogo
de bola de gude) e até mesmo cometer alguns erros propositais de modo que a criança, a
cada erro, possa dizer claramente qual é a regra. Naturalmente, você deve levar a coisa a
sério, e se as coisas não ficarem muito claras você começará uma nova partida.(Piaget,
1965, p.24).
Com os jogos de regras podemos analisar por traz das respostas, informações sobre seus
conhecimentos e conceitos. Esses níveis de conhecimento podem ser classificados
como: Motor, Egocêntrico, Cooperação e Codificação de Regras, e são paralelos ao
desenvolvimento cognitivo da criança.
Motor: Nível apresentado nos primeiros anos de vida e que normalmente se estende até
o estágio pré-operacional. No estágio de compreensão de regras, a criança não apresenta
nenhuma compreensão de regras. O prazer da criança parece advir grandemente do
controle motor e muscular, e não há atividade social nesse nível.
Egocêntrico: Em geral, essa fase se dá dos 2 aos 5 anos, a criança adquire a consciência
da existência de regras e começa a querer jogar com outras crianças – vemos nesse
ponto os primeiros traços de socialização. Mas notamos também que algumas crianças
insistem em jogar sozinhas, sem tentar vencer, assim revelando uma atividade cognitiva
egocêntrica. As regras são percebidas como fixas e o respeito por elas é unilateral.
Codificação das Regras: Por volta dos 11 a 12 anos, a maioria das crianças passa a
entender que as regras são ou podem ser feitas pelo grupo, podem ser modificadas, mas
nunca ignoradas. A presença de regras se torna um fator importantíssimo para a
existência do jogo.
Segundo Piaget (1976): “… os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou
entretenimento para gastar energias das crianças, mas meios que contribuem e
enriquecem o desenvolvimento intelectual”.
Enquanto Vygotsky fala do faz-de-conta, Piaget fala do jogo simbólico, e pode-se dizer,
segundo Oliveira (1997), que são correspondentes.
“As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que
no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade (Vygotsky, 1998)”.
Piaget (1998) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais
da criança sendo por isso, indispensável à prática educativa (Aguiar, 1977, 58).
Para Vygotsky, citado por Wajskop (1999:35): “… A brincadeira cria para as crianças
uma zona de desenvolvimento proximal que não é outra coisa senão à distância entre o
nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver
independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado
através da resolução de um problema, sob a orientação de um adulto, ou de um
companheiro mais capaz”.
Vygotsky, citado por Lins (1999), classifica o brincar em algumas fases: durante a
primeira fase a criança começa a se distanciar de seu primeiro meio social, representado
pela mãe, começa a falar, andar e movimentar-se em volta das coisas. Nesta fase, o
ambiente a alcança por meio do adulto e pode-se dizer que a fase estende-se até em
torno dos sete anos. A segunda fase é caracterizada pela imitação, a criança copia os
modelos dos adultos. A terceira fase é marcada pelas convenções que surgem de regras
e convenções a elas associadas.
Entendemos, a partir dos princípios aqui expostos, que o professor deverá contemplar a
brincadeira como princípio norteador das atividades didático-pedagógicas,
possibilitando às manifestações corporais encontrarem significado pela ludicidade
presente na relação que as crianças mantêm com o mundo.
Porém essa perspectiva não é tão fácil de ser adotada na prática. Podemos nos
perguntar: como colocar em prática uma proposta de educação infantil em que as
crianças desenvolvam, construam/adquiram conhecimentos e se tornem autônomas e
cooperativas?
Como os professores favorecerão a construção de conhecimentos se não forem
desafiados a construírem os seus? O caminho que parece possível implica pensar a
formação permanente dos profissionais que nela atuam.
Conclusão
Em seus estudos sobre crianças, Jean Piaget descobriu que elas não raciocinam como os
adultos. Esta descoberta levou-o a recomendar aos adultos que adotassem uma
abordagem educacional diferente ao lidar com crianças. Ele modificou a teoria
pedagógica tradicional que, até então, afirmava que a mente de uma criança é vazia,
esperando ser preenchida por conhecimento. Na visão de Piaget, as crianças são as
próprias construtoras ativas do conhecimento, constantemente criando e testando suas
teorias sobre o mundo. Grande parte desse conhecimento é adquirida através das zonas
do conhecimento onde os jogos e brincadeiras infantis têm sua principal influencia,
onde as noções de regras são criadas, a socialização se faz presente, o simbólico é
exercitado, além do físico e o mental. Fazendo uma comparação relativa com os
pensamentos e a linha de trabalho de Vygotsky.
Piaget forneceu uma percepção sobre as crianças que serve como base de muitas linhas
educacionais atuais. De fato, suas contribuições para as áreas da Psicologia e Pedagogia
são imensuráveis.
Piaget com apenas 10 anos publicou, em Neuchâtel, um artigo sobre um pardal branco.
Referências bibliográficas
OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de (org). 2000. Educação infantil: muitos olhares.
4.ed. São Paulo: Cortez.
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