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17° DIA

O RESPEITO HUMANO

O respeito humano é uma praga na vida cristã. É, também, uma praga para muitos cristãos.
Onde se vê Deus ofendido, Jesus ultrajado, Maria e os santos maltratados, precisaríamos ver
os cristãos corajosos e coerentes que fariam muros de defesa e de honra à própria fé. Ao invés,
quanta covardia de espírito! Até se esforçam em esconder-se entre os inimigos da Fé com
medo de serem descobertos e apontados. É verdade que hoje, neste mundo corrupto, nesta
sociedade escandalosa e debochada, dominada pelo
ateísmo mais animalesco que se possa conceber, ocorre uma grande coragem para sermos
coerentes. Mas não é talvez este um motivo a mais para que os cristãos, longe de se
esconderem, apresentarem-se como testemunhas enérgicos da fé "que vence o mundo" (Jo
5,4)? Aqueles que se envergonham, que têm medo de aparecer como verdadeiros cristãos,
têm mais roupas de verdadeiros traidores do que de discípulos de Cristo. Contra eles existe a
palavra terrível de Jesus: "Quem se envergonhar de mim e das minhas palavras junto a esta
geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando
chegar na Glória do seu Pai com os Anjos e Santos." (Mc 8,38)

Pescadores e Pescadoras

Na luta contra o Protestantismo que arruinava a fé de tantos cristãos com as suas heresias
doutrinais e morais, S. Carlos Borromeu quis instruir grandes escolas de Catecismo e de
instrução religiosa para o povo. Precisou de cristãos e leigos corajosos. Achou-os homens e
mulheres. Dividiu-os em grupos de 'pescadores' e 'pescadoras' e organizou os giros
apostólicos pelas casas, pelas ruas, pelos campos. Era um espetáculo de verdadeira fé, ver
estes cristãos corajosos à obra para testemunhar Jesus e anunciar o seu Evangelho puro,
sem erros. Cada cristão deveria fazer seu, com orgulho, o grito de S. Paulo: "Não me
envergonho do Evangelho" (Rm 1,16). Em qualquer lugar: em casa ou fora, nos escritórios e
nas escolas. S. Gregório Magno dizia que os verdadeiros cristãos sabem morrer, mas não
transigir. E deveria chegar à lembrança dos Mártires, sempre vivos na Igreja Celeste e
Terrestre. A glória deles confirma luminosamente a Palavra de Jesus: "Quem quiser salvar a
própria vida, a perderá; mas quem perder sua vida por minha causa e do Evangelho, a
salvará". (Mc 8,35).

Se envergonham

O que dizer de muitos cristãos, que por respeito humano, faltam até aos deveres
fundamentais? Envergonham-se de fazer o sinal-da-cruz e de recitar qualquer oração de
manhã e a noite, ou antes das refeições. Envergonham-se de entrar numa Igreja para rezar,
tecer um Rosário, saudar uma imagem sagrada nas bancas de jornais. Envergonham-se de ir
à Missa, de confessar-se, de receber a Eucaristia. Envergonham-se de reprovar quem
blasfema ou profana coisas sagradas. Por fim, alguns chegam até a envergonhar-se de não
blasfemar!!! Envergonham-se de defender a fé dos ataques e insultos dos inimigos e se
envergonham de serem ainda considerados cristãos. Envergonham-se de não ler impressos
para porcos, de não ver cinemas imundos, de não seguir as modas indecentes.
Envergonham-se de chamar atenção de quem dá escândalo, que ofende a Moral Evangélica.
Chegam a envergonhar-se de opor-se ao aborto, ao divórcio, à pílula contra a vida humana.
Envergonham-se... parece que não sabem fazer mais nada além disso.

Quem não se envergonha


Ainda jovem, S. Bernardino de Siena foi convidado uma vez por um tio para ir à casa dele.
Foi, mas encontrou lá outras pessoas que na conversa, com facilidade, não falavam
corretamente. Pronto e resoluto, o Santo disse ao tio: "Ou estes senhores mudam o modo de
falar, ou eu vou embora". O tio advertiu os hóspedes e a linguagem não mais foi incorreta.
Mas onde quer que se achasse S. Bernardino, incutia respeito a todos. Até os seus
companheiros o sabiam bem, e se às vezes deixavam falarem qualquer discurso, não correto,
só ao vê-lo chegar, diziam entre eles: "paremos, está chegando Bernardino". O Beato José
Moscati foi um cristão cheio de luz e exercitava uma fascinação indescritível com o
testemunho de sua fé viva. Quem queria podia vê-lo cada manhã recolhido na igreja, por
duas horas de oração. Na cátedra, antes de começar a lição, exortava aos estudantes de
sempre elevar a mente ao "Senhor, Deus das ciências" (I Sm 2,3). Não apenas soava o
Ângelus, interrompia cada discurso e até a visita médica, convidando os presentes a recitar
com ele. Que força e transparência de fé vivia n'Ele, não os mesquinhos respeitos humanos
da nossa fé de covardes complexados.

Não envergonhar-se d'Ela

"Faze-me digno de te louvar, ó Virgem Santa!" Contra todo respeito humano, contra todo
medo ou covardia, devo e quero louvar Maria, que é minha Mãe. Não só não me
envergonharei dela, mas quero defendê-la e glorificá-la, quero amá-la e fazê-la amar, onde
quer que seja, com paixão filial sempre ardente. Posso olhar todos os santos, paladinos de
amor vibrante pela Mãe celeste. Em particular, S. Maximiliano, apóstolo e vítima da
Imaculada que dela nunca se envergonhou, mas consumou-se totalmente por Ela, até o
ponto de ser considerado louco, aliás, ao ponto de chamar-se a si próprio: "o louco da
Imaculada".

Votos

- Saudar as imagens de Maria nos quiosques das ruas;


- Falar de Maria em casa e no trabalho;
- Fazer o sinal-da-cruz antes das refeições, convidando a todos.

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