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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED


PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ -
UNIOESTE

OBJETO DIDÁTICO
CADERNO PEDAGÓGICO DE ARTE:
MÚSICA

Profa. PDE: Vera Lucia Ferreira Lourenço Buba.

NRE: Foz do Iguaçu.

Profa. Orientadora da IES: Dra.Valdeci Batista de Melo Oliveira.

IES Vinculada: UNIOESTE

Escola de Implementação: Colégio Estadual P. Costa e Silva - EF e M.

Público Objeto de Intervenção: Alunos de Arte de 5ª e 6ª série do EF.


INTRODUÇÃO

Estudos científicos garantem que a música pode influenciar o


comportamento das pessoas. Será verdade? Será que é por isso que há música
no mercado, no shopping, nos rodeios? Que mensagens estariam elas levando às
pessoas? O dr. Straliotto, médico e músico, explica que, ao chegarem aos nossos
ouvidos, os sons são levados, por meio do nervo auditivo, até o cérebro e lá
existe uma glândula chamada tálamo, que seleciona aqueles sons que ficarão
armazenados no consciente e serão lembrados mais tarde. Quanto aos outros
sons, são descartados para o inconsciente e, de certa forma, influenciarão nosso
comportamento. Quanto mais elementos conhecidos (ritmo, melodia, letra,
harmonia) tiver a música, mais associações o cérebro fará, ficando mais fácil
lembrar a mensagem que acompanha a melodia. Por isso existem músicas que
ouvimos uma vez apenas e ela não nos sai da cabeça. Isso acontece muito com
aquelas músicas utilizadas em propagandas políticas e em comerciais de TV.

Você já observou que, muitas vezes, ao ouvir uma música, temos


vontade de bater palmas ou de mexer os pés? No carnaval, vemos as cantoras
Daniela Mercury e Ivete Sangalo, em cima de num trio elétrico, movimentando
multidões, todos cantando acompanhados por uma banda. Parece que existe algo
vivo na música, algo que contagia, que pulsa. É como o pulsar do coração em um
organismo vivo. Às vezes mais rápido, outras, mais lento.

Não é verdade que ouvir e cantar é tão agradável que nem parece
trabalho ou estudo? Essa ideia está presente até na fábula da cigarra e da
formiga. Nessa fábula de La Fontaine, a cigarra trabalha cantando enquanto a
formiga carrega peso e pensa que a cigarra não faz nada.

Na história da humanidade, a música sempre foi assunto de muita


importância. José Miguel Soares Wisnik (1989), músico e professor da Literatura
Brasileira da USP, nos fala que a música sempre esteve ligada à magia ou à
religião. Na China e na Grécia antigas a música era tão importante que era
controlada pelo Estado, pois naquela época já tinham observado a influência no
comportamento das pessoas, então não era tudo que podia ser ouvido, ou seja, os
governantes controlavam o que podia ser ouvido pelo povo. Mais tarde, na Idade
Média, a música oficial era cantada nas igrejas como meio de elevar a alma a
Deus. E Santo Agostinho dizia que era preciso ter cuidado para não se deixar
levar pelos encantos das melodias e das vozes. Alguns povos em várias partes do
mundo compõem suas músicas apenas com ritmos de madeiras, de metais e de
sons com a boca, e outros usam os mais diversos instrumentos.

Nietszche (1844-1900), filósofo alemão, dizia que a música era um


consolo metafísico, isto é, as pessoas podiam esquecer dos sofrimentos e das
angústias e ultrapassar os limites da condição humana.

Atualmente, os grupos de Rock e as bandas carnavalescas fazem


música para agitar multidões, grupos de Rap denunciam as injustiças sociais e
muitos outros grupos usam a música para fazer propagandas de todos os tipos e
para expressar sentimentos amorosos.

Segundo o dr Straliotto, por estar associada à memória, a música


também desenvolve a inteligência. Mesmo assim, não basta só ouvir música,
senão todos nós seríamos quase gênios! É necessário perceber os elementos, os
sons, cantar, tocar, criar, compor, ouvir com atenção, pois quanto mais integração
ocorrer com essas atividades, mais os neurônios são ativados e ficam abertos
para receber outras informações.

É de senso comum pensar que só os gênios compõem. Realmente


existem grandes compositores na música erudita e na popular: Bach, Beethoven,
Mozart, Villa Lobos, Caetano Veloso, Chico Buarque de Holanda, e muitos outros,
que criaram obras maravilhosas. Como chegaram a compor suas músicas? Como
Beethoven, mesmo surdo, compôs a 9º Sinfonia, que é uma obra para vários
instrumentos de orquestra? Parece que eles brincam com os sons. E é
exatamente aí que está o segredo: A música é a arte de trabalhar com os sons,
venham eles a partir de objetos, de instrumentos ou de vozes. Assim como os
poetas usam palavras; os pintores, as tintas; os músicos usam os sons para
expressar suas ideias. Tatit (2002) diz que os cancionistas compõem suas
músicas a partir das entoações da fala.

Na história da humanidade, as pessoas escolheram, dentre todos os


sons do universo, alguns para compor suas músicas. Isso acontece em todos os
povos e culturas de todos os tempos, cada povo fazendo escolhas diferentes dos
outros povos. E a música de um povo traz a sua marca no ritmo, nas melodias,
nos instrumentos utilizados e nas letras. Por isso as músicas orientais são
diferentes das nossas.

Neste Caderno vamos trabalhar um pouco com os elementos da música


(ritmo, melodia, letra e composição), para podermos expressar algumas ideias
musicais. Embora não seja nossa pretensão formar músicos, pois para isso seria
necessário um estudo longo e profundo com professor especializado, nada
impede que você conheça um pouco dessa arte que faz muito bem a todos e
venha a desenvolvê-la no futuro.

Um bom estudo.
1ª UNIDADE: SONS E RITMOS

O mundo está tomado por silêncios superpostos por diversidade de


sons e por uma infinidade de ruídos: pássaros, ventos, pessoas falando... Wisnik
(1989) nos fala que sons, ruídos e silêncios sempre estiveram juntos na música e,
por mais que fiquemos em absoluto silêncio, para não ouvir nada, estaremos
acompanhados pelos sons do nosso corpo: coração, circulação sanguínea e
respiração. Onde houver vida haverá sons e ruídos. Ele nos fala também que, na
própria onda sonora, existe som e silêncio e se, não fosse assim, nossos tímpanos
(membranas existentes nos ouvidos) não aguentariam. O silêncio é necessário
para que haja som.

Atividade:

Em silêncio experimente ouvir com atenção os sons que existem a sua


volta e faça uma lista de todos os que você conseguiu perceber... Fique também
atento para aqueles sons que estão na natureza: os próximos e os distantes, os
fortes e os fracos. Converse com seus colegas para conferir se os sons ouvidos
por você são os mesmos ouvidos por eles.

Dentre todos os sons da natureza, cada povo escolhe aqueles que


mais lhe agradam para expressar suas ideias sonoras. Por isso as músicas ao
redor do mundo não são iguais. Algumas são mais rítmicas, outras mais
melódicas. Os instrumentos usados são diferentes e a maneira de compor
também difere.

Você é capaz de escrever um bilhete ou uma mensagem? Certamente


que sim, pois conhece as palavras, as frases e seus significados. E, com certeza,
já fez vários desenhos e várias pinturas nas aulas de arte. Está claro que, para ser
um escritor ou um pintor, é necessário muito estudo ainda, mas você já pensou
em fazer uma composição com sons? Vamos tentar? Primeiro é preciso adquirir o
material, ou seja: os sons. Já que eles não estão à venda no mercado, então
você terá que pesquisá-los em casa. O som é algo muito abstrato, isto é, você não
pode pegá-lo, ele não tem peso, não tem cor e é invisível. Podemos apenas ouvi-
lo e produzi-lo.

Atividade de Pesquisa:

Na pesquisa você irá procurar, produzir e ouvir os sons, a partir de


papel, madeiras, pedras, água, garrafas de plástico, caixas de papelão e outros
objetos que encontrar. Você pode bater, amassar, chacoalhar, etc. Se você puder,
grave alguns sons e traga os materiais sonoros para a próxima aula (papel,
papelão, plástico, potes, pedaços de madeira, latinhas, sementes, etc.).

*CD 1

Quando seu avô era jovem (e não faz tanto tempo assim), o meio de
comunicação mais moderno era o rádio. Naquela época as novelas eram
transmitidas pelo rádio e, como o rádio não transmite imagens, o trabalho de
sonorização das histórias tinha que ser muito bem feito. Para isso existiam
profissionais, que eram contratados somente para trabalhar com os sons: eram os
sonoplastas, que produziam sons de passos, cavalaria, tempestades, chuva,
trovão, vento e muitos outros, além de selecionarem as músicas que eram temas
dos personagens. Isso fazia com que aquelas pessoas que estivessem ouvindo
em casa pudessem imaginar a cena da história com muita clareza. E, acreditem!
Muita gente chorava e ria de emoção. Converse com seu avô sobre isso. Ele pode
lhe contar mais detalhes.
Atividade:

Em grupo, a partir dos materiais pesquisados em casa e trazidos para a


aula, monte uma história só com sons, fazendo um trabalho de sonoplastia.
Vamos, atrás de uma cortina, apresentar para os colegas, gravar a história e ouvi-
la.

Segundo Straliotto (2001), o som que ouvimos é resultado de uma onda


sonora que é captada pelo nosso ouvido e levada pelo nervo auditivo até o
cérebro, onde é codificada. Cada onda sonora tem, dentro dela, vários sons.
Wisnik (1989) nos fala que, se você tocar bem forte um prato de metal ou um sino,
e ficar bem próximo, ouvindo até acabar o som, vai poder perceber que, depois do
primeiro som, que vai diminuindo a intensidade, vão aparecendo outros sons,
chamados de harmônicos. É preciso ouvir com muita atenção para perceber.

Atividade:

Cada um escolherá um objeto sonoro e (sem falar) andará com ele


produzindo um som (que não poderá ser forte). Você terá que ouvir o seu som e
os dos outros colegas, tentando entrar em sintonia com eles. A um sinal do
professor, combinado previamente, formam-se grupos de cinco e, depois de tocar
um pouco juntos, ficam em silêncio. Cada grupo, sem ensaio prévio, apresenta-se
para a turma. Vamos gravar esta atividade.

Nas DCEs da Educação Básica do Estado do Paraná consta que os


sons possuem propriedades características que são estudadas por músicos e por
físicos. Então grave esses nomes: altura, intensidade, densidade, timbre e
duração. Os sons são classificados uns em relação aos outros, isto é, precisamos
ter no mínimo dois sons diferentes para fazer a classificação.

CLASSIFICAÇÃO:

Quanto à altura, os sons são agudos ou graves: O som do apito do


professor de Educação Física é mais agudo que o som da bola batendo no chão.
Quanto à intensidade, são fortes ou fracos: O som do apito é mais
forte que o da bola batendo no chão.

Quanto à duração, são longos ou curtos: O som do apito quando o


professor manda parar o jogo é mais longo que o da bola batendo no chão.

Quanto à densidade, são muitos ou poucos: O som que existe na


quadra em dia de campeonato é mais denso que o som existente em uma sala de
aula em dia de prova.

Quanto ao timbre, significa que tem uma voz própria: Pelo timbre
você sabe quem está chamando, mesmo que você esteja com os olhos fechados.

*CD 2, 3 e 4

Essas propriedades (acima apresentadas) são muito usadas pelos


compositores em música.

Atividade:

A partir dos materiais trazidos para a aula, vamos produzir sons e,


juntos, montar uma escala de sons dos mais fracos até os mais fortes. Depois
montamos outra escala dos sons mais curtos até os mais longos e outra dos mais
graves até os mais agudos. Vamos gravar, ouvir os sons e também criar símbolos
para eles.

A GRAFIA DOS SONS


Hoje podemos criar músicas e gravá-las em CDs, MP3, DVDs, fitas
cassetes, VHS, pen drives. Temos o rádio e a televisão. Podemos até, por meio
de alguns aparelhos e computador, tocar a música em um instrumento e a
partitura já sair escrita na tela, restando apenas o trabalho de imprimi-la.
Antigamente e até recentemente isso não era possível. Então, antes
dessa tecnologia toda, como era possível registrar as ideias musicais para que
elas não se perdessem?

Atividade:

Em grupo de 3 alunos,

a) vamos utilizar os materiais que trouxemos e criar, para cada som, um


código escrito.

b) Vamos agora fazer uma composição com sons, escrevendo-a com


os códigos no caderno.

Observe os desenhos abaixo e, juntos, vamos fazer os sons.

1)

2)
Atividade:

Em dupla, crie códigos sonoros para o colega ler.

Atividade:

Em grupo de cinco pessoas

a) Usando as propriedades do som, cada um deverá produzir quatro


sons diferentes, batizá-los criando um código para eles.

b) Escrever esses códigos sonoros em cinco pedaços de papel e


sortear, colocando-os na ordem em que aparecerem.

c) Montar, em um cartaz tamanho sulfite, os códigos criados.

d) Apresentar para a turma.

Massin (1997) nos conta que, na antiga Grécia já havia a preocupação


com a escrita musical com sinais, sinais que eram colocados sobre as letras das
músicas de corais. Passados alguns séculos, apareceram os neumas, que eram
sinais para indicar se a melodia ia para o agudo ou para o grave. Mais tarde
apareceram as tablaturas para os instrumentos de corda (Viuhella, Alaúde),
usadas até hoje por algumas pessoas que tocam violão popular. Veja um exemplo
da música “Asa Branca”, escrita em tablatura, no site: <http://www.
cifras.com.br/tablatura/luiz-gonzaga/asa-branca>. As linhas representam as cordas
do violão, os números são as casas onde se colocam os dedos da mão esquerda,
o número “0” indica que a corda deve ser tocada solta, isto é, sem apertar
nenhuma casa. Bem depois apareceram as partituras tradicionais, que usamos até
hoje.

PULSAÇÃO

Wisnik nos conta que o ritmo é muito presente nas músicas de alguns
povos. Já em outros povos, o que predomina é a melodia. No CD Ziskid (1989),
que acompanha o livro “O Som e o Sentido”, você poderá ouvir exemplos de
músicas tocadas por alguns povos do Oriente, da África e da América do Sul. O
ritmo é muito rico, envolvente, repetitivo, algo mágico, que pulsa.

O ritmo está presente em tudo na natureza:

− dia / noite;
− primavera / verão / outono / inverno;
− lua nova / lua crescente / lua cheia / lua minguante;
− batidas do coração, nossos passos, palmas quando aplaudimos;
− respiração: inspira / expira.

Atividade:
a) Coloque o polegar da mão esquerda levemente sobre a veia que
está no pulso direito e sinta a pulsação do seu coração.
b) Agora inspire contando quatro pulsações e depois expire contando
também quatro pulsações.
c) Inspire contando quatro pulsações, segure contando quatro e expire
produzindo som de ss contando quatro pulsações.
d) Sentado, marque com os pés as pulsações de seu coração.
e) Marque as pulsações falando ta ta ta ta.

*CD

Atividade:
Vamos ler os gráficos abaixo sempre com o polegar direito no pulso
esquerdo para sentir a pulsação.

Códigos: Cada pulsação é representada por um traço vertical e a


respiração por uma linha contínua.

a) Enquanto o coração pulsa você inspira:

b) Enquanto o coração pulsa você expira:

c) Igual atividade a:
d) Enquanto o coração pulsa, você segura o ar:

e) Enquanto o coração pulsa, você solta o ar com som de s:

f) Utilizando voz para a pulsação:


Voz oooooooooooooooooooooooo
Pulsação | | | |

g) Nos próximos exercícios enquanto o professor faz a pulsação com o


tambor, você faz os sons com os pés:
d - pé direito
e - pé esquerdo

Pés d____ e_____ d____ e_____


Pulsação | | | |

h) Bata palmas e caminhe ao som da pulsação marcada pelo professor:


Palmas _ _ _ _
Passos d____ e_____ d____ e____
Pulsação | | | |

A música também tem uma pulsação que, assim como a do coração,


está escondida, mas é muito importante, pois todo o ritmo é feito a partir dela. Na
música, as pulsações precisam ser bem regulares, isto é, sempre com a mesma
velocidade.
Existe um instrumento muito usado por estudantes de música,
denominado metrônomo. Consiste em um pêndulo com um peso móvel, que,
quando em movimento, marca a pulsação. Quanto mais alto estiver o peso, mais
lenta será a pulsação e vice-versa. Neste pêndulo existem marcações de quantas
pulsações por segundo o aparelho registra. Observe o exemplo no CD que
acompanha este Caderno.

Agora observe no CD o ritmo feito com palmas em cima das pulsações.

Moura, Boscardin e Zagonel (1989) falam que, para facilitar a


aprendizagem do ritmo, podemos associar as figuras rítmicas às palavras. Essas
figuras sugerem uma palavra para cada pulsação. Se falarmos uma palavra em
cada pulsação, dependendo do número de sílabas, elas podem ficar mais rápidas
ou mais lentas. Por exemplo:
Faça pulsações bem regulares com palmas e tente falar em cada
pulsação uma das palavras abaixo:
pão, bala, liquidificador, inconstitucionalmente.
| | | |

As duas últimas palavras precisam ser faladas muito rapidamente para


caber dentro de uma pulsação ou as duas primeiras, faladas bem lentamente.

Vamos colocar em cada pulsação uma palavra:


Monossílabas:
Pé, pão, pá, fé, má, vai, pai,
mãe, dá, cruz, só, teu, seu,
sei, dom, bom, com, som,
etc.
Cada palavra termina quando começa a outra e cada uma está em uma
pulsação.

Atividade:

a) O professor faz a pulsação com um tambor e você fala as palavras.

Tom bom com som Monossílabos


| | | | Pulsação

b) Agora o professor faz a pulsação com um tambor e você pensa nas


palavras e faz o ritmo com palmas.

c) Em duas alturas diferentes, uma grave e outra aguda:


Tom Som

Bom Com

| | | |

d) Com intensidades diferentes: forte e fraco:

Tom bom com som Monossílabos


| | | | Pulsação

Usando palavras dissílabas paroxítonas:


pato, vela, porta,
pires, vale, vida, livro,
etc.
Para cada pulsação deve ser dita uma palavra. Como cada palavra tem
duas sílabas, elas devem ser colocadas em cada pulsação de maneira que sejam
faladas com a mesma duração cada uma. Além disso, a sílaba tônica de cada
palavra deve coincidir com a pulsação.
Vela Bolo Prato Livro
| | | |

Observe o exemplo no CD. As sílabas têm, exatamente, a mesma


duração.

Atividade:

a) Faça uma lista de palavras monossílabas e dissílabas paroxítonas e


monte uma sequência de quatro palavras em cada linha que forme
algum sentido.
b) Fale cada palavra dentro de uma pulsação.
c) Apresente para a turma.

Usando palavras com quatro sílabas dentro de uma pulsação, elas


ficam mais rápidas:
Exemplo: Ligeirinho, chocolate, cataratas, batedeira, travesseiro,
geladeira...

Geladeira Cataratas Batedeira Ligeirinho


| | | |

Aqui também as sílabas têm exatamente a mesma duração.


Fale as palavras batendo uma palma para cada sílaba e mantendo-as
dentro das pulsações:
Bom Bolo Chocolate Bom
_______ ___ ___ __ __ __ __ _____
| | | |
Associando cada grupo de palavras a uma célula rítmica, temos o
seguinte esquema:

Monossílabas Semínima

Dissílabas paroxítonas Colcheias

Tetrassílabas Semicolcheias

Atividade:

Escolha uma palavra de cada grupo e faça a leitura rítmica abaixo,


falando as palavras e batendo palmas. Depois repita o exercício sem falar as
palavras.

SEMÍNIMAS E COLCHEIAS
Faça a leitura rítmica abaixo com palmas:
Atividade:
Experimente fazer uma linha rítmica com os pés e outra com palmas.

Agora com as mãos fazendo coisas diferentes e os pés:


PESQUISANDO SONS E CRIANDO INSTRUMENTOS PERCUSSIVOS

1- Chocalho:

Pegue algumas latinhas de molho de tomate, daquelas que vêm com


tampa, lave bem até sair o cheiro do molho e deixe secar ao sol para não ficar
úmido.
Coloque em cada uma delas materiais diferentes (feijão, arroz, outras
sementes e outros objetos que produzam som). Ouça e escolha o que você achar
melhor. Observe quais são os sons agudos, os graves, os mais fortes e os mais
fracos. Feche as latinhas com fita adesiva e faça uma decoração bem criativa, que
pode ser com colagem, fios ou tinta. Pronto. Está feito um chocalho!

Toque com o chocalho as seguintes sequências rítmicas: *CD

2-Tambor de caixa de sapato:

Pegue várias caixas de sapato de diversos tamanhos, caixas que


estejam em bom estado de conservação. Duas canetas sem carga serão as
baquetas. Faça uma decoração. Observe o som antes de pintar a caixa e observe
depois. Se você fizer colagem, provavelmente vai alterar o som.
Experimente tocar as sequências abaixo. Observe que o material não é
muito resistente, então as batidas não poderão ser muito fortes. Toque em uma
caixa todas as batidas e depois faça com caixas diferentes. Observe os sons, a
pulsação e o ritmo.

D- Mão direita
E- Mão esquerda

Traga de casa baldes de diversos tamanhos. Vamos tocar no fundo dos


baldes observando os sons. Note que eles têm timbre e altura diferentes dos sons
produzidos com as caixas de sapato e, quanto maior o balde, mais grave o som;
quanto menor, mais agudo. Você pode tocar com a mão ou com uma baqueta feita
com uma colher de pau enrolada em um pedaço de tecido.
Escolha um balde e toque as sequências:

4- Tambores feitos de garrafas PET (½, 1,2 e 2,5 litros) vazias e


com tampa, e galões de água ( 5, 10 e 20 litros) vazios também:
Experimente os materiais e escolha os que mais lhe agradarem. Apesar
de o material não ser o convencional usado em música, o resultado final pode ficar
muito bom.
Faça agora as seguintes sequências: *CD

5- Reco-reco:

Segundo Jeandot (1997), o reco-reco é um instrumento de origem


indígena. É feito de bambu com marcas transversais. Consegue-se o som
passando uma vareta nessas marcas. Existe uma garrafa PET, de água, que já
vem com essas marcas. Pegue uma vareta e vamos tocá-la.

6- Outros instrumentos:

Podem-se utilizar caixinhas de pasta de dente ou de sabonete, latas de


achocolatado, latas de leite em pó, etc. As baquetas podem ser feitas com canetas
sem carga ou com escovas de dentes usadas. Você pode conseguir uma gama
bem grande de sons e fazer um belo musical. Lembre-se de fazer Música e não
barulho. Até porque o excesso de barulho prejudica nossa audição sem que
percebamos, ou seja, aos poucos vamos ficando surdos e a perda da audição não
se recupera. Então desde cedo precisamos cuidar muito com o que ouvimos.No
site a seguir, você encontrará muitas sugestões de instrumentos criativos que
podem ser feitos: <http://pwp.netcabo.pt/jose-lucio/Pagina2/Pag2.htm>.

PAUSA DE SEMÍNIMA

Ela é usada no lugar da semínima, mas ela representa uma pulsação


de silêncio. Isto é, não tem som. Com palmas experimente ler a sequência a
seguir. Na pausa você não toca nada:

Leitura rítmica:

Atividade:
Sorteio das palavras. Em grupo de cinco:

a. cada aluno escreve uma palavra em um pedaço de papel, que pode


ser monossílaba, dissílaba paroxítona e tetrassílaba, sem que os
outros saibam qual palavra está sendo escrita;
b) sortear as palavras,colocando-as na ordem em que aparecerem.
c) escrever quatro palavras em cada linha e, embaixo de cada palavra, a
célula rítmica correspondente.
d) escolher os instrumentos fabricados e fazer a leitura rítmica resultante do
trabalho com as palavras.

A mínima dura o dobro da semínima, logo, se a semínima dura uma


pulsação, a mínima dura duas pulsações.

Atividade:
Faça a leitura rítmica das figuras: *CD.
A semibreve dura o dobro da mínima, logo, se a mínima dura duas
pulsações, a semibreve dura quatro.

Leitura rítmica: *CD


As músicas são divididas em partes iguais denominadas de compasso.
Estes compassos podem ter dois, três ou quatro pulsações, estas também
chamadas de tempos. Você já percebeu que, quando uma banda vai começar a
tocar, geralmente o baterista conta 1, 2, 3, 4 e só então todos começam? O
mesmo acontece com outros grupos, como corais, orquestras, fanfarras, escolas
de samba, etc. Contar antes de começar uma música significa determinar o
andamento. Isso é, se será rápida ou lenta e o compasso, ou seja, se ele vai ter
dois, três ou quatro tempos, que são todos de mesma duração. Cada compasso é
separado por um traço vertical, chamado barra de compasso. Então os
compassos podem ser:
Binários - 2 tempos
Ternários - 3 Tempos
Quaternários - 4 tempos
Você viu, até agora, que as figuras têm durações diferentes e que estão
relacionadas umas com as outras, ou seja, a mínima é o dobro da semínima, que
é o dobro da colcheia e que é o dobro da semicolcheia. Nenhuma tem valor fixo. O
que determinará o valor das figuras é a fórmula de compasso, que fica no início
da pauta e que também determinará quantas pulsações cada compasso deverá
ter.
Fórmula de Compasso:
Compasso binário- Significa que cada compasso terá dois tempos e
cada tempo terá a duração de uma semínima. Observe que o número 4
representa a semínima.

Compasso Ternário- Cada compasso terá três tempos e cada tempo


uma semínima.
Compasso quaternário- Cada compasso terá quatro tempos e cada
tempo uma semínima.

Nesses três exemplos, cada tempo tem a duração de uma semínima, mas
existem casos em que cada tempo pode ter também a duração de uma mínima ou
de uma colcheia e assim por diante.
Segundo Piolli (1977), o quadro completo de figuras e de valores
apresenta as figuras, mais as pausas com os respectivos nomes. Apresenta
também os números, que indicam quantas figuras são necessárias para ocupar o
mesmo espaço de uma semibreve.

Figuras e valores
Neste Caderno vamos estudar apenas até a semicolcheia. Além das
células rítmicas estudadas até aqui, existem outras que estão muito presentes na
música popular brasileira, ritmicamente muito rica, herança dos povos africanos
que compõem a nossa população. Nas próximas células rítmicas veja que o
espaço ocupado pela colcheia é o mesmo de duas semicolcheias.

Uma colcheia e duas semicolcheias

Faça a Leitura:
Duas semicolcheias e uma colcheia

Leitura:
Semicolcheia colcheia e semicolcheia

Leitura:
Colcheia pontuada e semicolcheia

Leitura:
Semínima pontuada e colcheia: Aqui a semínima pontuada ocupa
uma pulsação e meia, portanto são quase duas pulsações.

Leitura:

Ligadura – Consiste em ligar duas figuras prolongando o som da


primeira
Ritmos Brasileiros –
Todos os detalhes vistos acima são muito usados na música brasileira,
que, ritmicamente, é riquíssima, em razão da herança dos povos africanos,
indígenas e europeus que compõem nossa população.

Segundo Jeandot (2006, p. 155-156), os seguintes ritmos brasileiros


podem ser escritos assim:

Marcha:

Marcha Rancho:

Maxixe:
Samba- Existem muitas variações de samba. A mais característica é
esta:

Além desses, existem muitos outros ritmos e muitas outras variações.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

JEANDOT, Nicole. Explorando o universo da música. 2. ed. São Paulo:


Scipione, 2006.

MASSIN, Jean e Brigitte. História da música ocidental. Tradução de Maria


Teresa R. Costa, Carlos Sussekind e Ângela Ramalho Viana. Rio de Janeiro
:Nova Fronteira, 1997.

MOURA, Ieda de Camargo de; BOSCARDIN, Maria T.T.; ZAGONEL, Bernadete.


Muzicalizando crianças: teoria e prática da educação musical. São Paulo:
Ática,1989.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.


Diretrizes Curriculares de Arte para os Anos Finais do Ensino Fundamental e
para o Ensino Médio. Curitiba: SEED/DEB, 2008.

PRIOLLI, Maria Luisa de Mattos. Princípios básicos da música para a


juventude 1º V. 15. ed. Rio de Janeiro: Casa Oliveira de Música,1977.

STRALIOTTO, João. Cérebro e música: segredos desta relação. Blumenau, SC:


Odorizzi, 2001.

WISNIK, José Miguel. O som e o sentido. 2 ed. São Paulo: Círculo do Livro /
Companhia das Letras,1989.

Sites:
<http://www.cifras.com.br/tablatura/luiz-gonzaga/asa-branca>. Acesso em: 21 nov.
2008.
<http://pwp.netcabo.pt/jose-lucio/Pagina2/Pag2.htm>. Acesso em: 26 nov. 2008.
2ª UNIDADE- MELODIA

Uma propriedade muito importante do som é a altura. Quando falamos


em altura não significa que é para aumentar ou abaixar o volume de algum
aparelho. Nesses casos, o que fazemos é alterar a intensidade. A altura
corresponde aos sons agudos (finos) e graves (grossos).

Experimente girar bem rápido uma mangueira de borracha e verá que


produz um som. Som é vibração. Os mais agudos vibram mais e os mais graves,
menos. Cada nota musical tem um número certo de vibrações por segundo. Existe
um objeto chamado diapasão, que serve para afinar os instrumentos e que produz
o chamado lá-440, porque ele vibra 440 vezes por segundo produzindo um som e
foi decidido que esse som seria o lá. Observe o diapasão no CD.

Entre uma altura e outra existe uma distância que é chamada de


intervalo. Segundo Wisnik (1989), na imensa maioria das músicas ocidentais
(Europa, EUA, e países colonizados pelos Europeus), o menor intervalo usado é
de um semiton. No resto do mundo (países orientais, África e alguns povos da
América do Sul), são praticados também o quarto de tom e o oitavo de tom. Por
isso as músicas orientais soam, para nós, meio estranhas.

Ouça, no CD, os tons e semitons.


Você pode consultar no site <www.youtube.com.br> e digitar, na busca,
os seguintes temas, um de cada vez: música tradicional hindu, música tradicional
chinesa, música tradicional japonesa, música tradicional da África, música
tradicional dos povos indígenas brasileiros. Há uma variedade bem grande de
exemplos. E se você digitar, na pesquisa, instrumentos tradicionais hindus,
chineses, japoneses, árabes, etc., vai ouvir bem o som característico da música
oriental, com seus quartos e oitavos de tom, que, para nós, soa como se estivesse
desafinado. E se você quiser ouvir músicas do povo guarani, que também são
diferentes das nossas, basta entrar no site <www.artenossa.pr.gov.br>, entrar em
projetos e baixar as músicas para ouvi-las.

Hermeto Pascoal, compositor brasileiro muito criativo, pesquisa sons


diferentes a partir de diversos materiais e cria música com eles. No site <http://br.
youtube.com/watch?v=06Qm-Z5OsHw> você poderá ouvir: “Música na Lagoa”. É
muito interessante. Veja também Hermeto Pascoal no zôo, consultando o seguinte
site: <http://br.youtube.com/watch?v=Y10Ewgcqky8&NR=1>.

Vimos, na Unidade 1, que os povos escolhem os sons para compor suas músicas.
Assim como temos o alfabeto e dele tiramos as letras para a escrita, na música
temos uma seleção de notas musicais. E, assim como o alfabeto da língua
portuguesa é diferente do alfabeto da língua guarani, por exemplo, as notas
escolhidas para tocar as músicas ocidentais são diferentes das notas escolhidas
para tocar as músicas orientais. A essa seleção de notas escolhidas damos o
nome de escala e é com elas que construímos as melodias. Segundo Méd (1980),
existem várias escalas no mundo chamadas de exóticas. Dentre elas, os povos
que vivem nos países orientais usam, para compor suas melodias, a escala
pentatônica (penta: cinco, tônica: tom). É também a mais antiga.

Escala Pentatônica: Fá, Sol, Lá, Dó, Ré

Como nosso país faz parte do mundo ocidental, você já deve ter ouvido
falar que as notas musicais são sete. No Ocidente usamos a escala diatônica:
Escala Diatônica: Dó, Ré, Mi, Fá Sol, Lá, Si, Dó

Quando a sequência das notas está nessa ordem, dizemos que ela é
ascendente. Vai da nota mais grave até a mais aguda. Quando for ao contrário, da
mais aguda até a mais grave, será descendente:

− Escala ascendente: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó

− Escala descendente: Dó, Si, Lá, Sol, Fá, Mi, Ré, Dó

Cada nota representa uma altura diferente de som e os intervalos entre


essas notas podem ser de semiton, que se encontram entre Mi-Fa e Si-Dó, e de
um tom entre as outras notas. Veja, em um teclado, que, entre Mi-Fa e Si-Dó não
existe a tecla preta e entre as outras existe.

Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi
Colaboração: Prof. Vera L.F.Lourenço Buba

Se existe um tom entre as notas, que sons são aqueles emitidos pelas
teclas pretas que ficam entre essas notas? De uma nota até a tecla preta ocorre
um semiton e da tecla preta até a nota seguinte ocorre mais um semiton. E
quando queremos que uma nota fique um semiton mais aguda, dizemos que ela
tem um sustenido. Quando queremos que a nota fique um semiton mais grave,
dizemos que ela tem um bemol.
Por exemplo:
Dó - dó# = Dó sustenido
Ré - réb = Ré bemol.
O sustenido é representado pelo sinal:

E o bemol:

O Bequadro anula o efeito dos sinais anteriores na partitura:

Com isso aparece mais uma escala, que é a escala cromática e aí


usamos as teclas pretas do teclado.

− Escala Cromática ascendente:


Dó,dó#,ré,ré#,mi,fá,sol,sol#,lá,lá#.si, dó.

− Escala cromática descendente


Dó,si,sib,lá,láb,sol,solb,fá,mi,mib,re,réb,dó.

Os instrumentos que usamos já vêm construídos para tocar a música


diatônica. Por isso, na flauta, basta tampar os furinhos de acordo com as notas e
soprar.

Abaixo temos o desenho de uma flauta, onde os números representam


os dedos das mãos direita e esquerda. É preciso tampar bem os furinhos para sair
um som limpo e sem ruídos.

FLAUTA
Experimente tocar. Respire pelo nariz e sopre fazendo um movimento
com a língua como se falasse ru, ru, ru, ru. O som deve ser bem suave. Lembre-
se de que flauta não é apito. Comece com as posições mais simples e,
gradativamente, vá para as mais difíceis. Siga a sequência abaixo. Ouça bem
cada som.

Colaboração: Profa. Vera L. F. L. Buba


Outras Notas: Observe que o polegar da mão esquerda tampa
somente a metade do furinho que fica atrás da flauta.

Colaboração: Profa. Vera L. F. L. Buba

Atividade:
a) Toque as escalas pentatônica e diatônica.
b) Experimente criar uma melodia com a escala pentatônica. É só você
não usar o mi nem o si.
c) Agora experimente tocar uma melodia com a escala diatônica.

A flauta é um dos instrumentos mais antigos que existem. Nas pinturas


antigas de diversas culturas já foram encontrados desenhos e baixos-relevos com
pessoas tocando flautas. Ao longo da história, elas foram fabricadas com diversos
materiais: ossos, bambu, madeira, metal e, atualmente, o plástico. É um
instrumento muito simples de tocar e, quando bem tocado, produz um som muito
bonito. Segundo Akoschky (1985), para manter a flauta bem conservada é preciso
sempre, após o uso, enxugá-la com um pano macio ou um papel absorvente.Para
afinar as flautas é só usar como referência o lá da flauta mais grave e mexer na
embocadura das outras flautas até todas emitirem o mesmo som. Muito bom para
treinar o ouvido.
PARTITURA

Vimos, na Unidade 1, que sempre foi uma preocupação das pessoas


poder escrever suas ideias musicais. Segundo Massin (1997), na Idade Média já
havia uns sinais chamados neumas, sinais que eram colocados sobre a letra das
músicas e indicavam quando a melodia ia para o grave ou para o agudo. Aos
poucos essa forma de escrever foi evoluindo, até chegar, no século XVI, à
partitura tradicional como a conhecemos hoje. Na partitura são representados
alturas e ritmos diferentes, logo ler uma partitura não é apenas ler os nomes das
notas, significa produzir essas diferenças de altura e ritmo, ou seja, o mesmo que
tocar ou cantar.

Segundo Priolli (1977), na partitura tradicional, a pauta tem cinco linhas


e quatro espaços:

No início da pauta é colocada a Clave de Sol.

A clave de sol é um sinal que dá nome às notas. Observe que seu


desenho começa na segunda linha e a nota que está na segunda linha é sol.
Então a clave é uma espécie de chave para descobrir um código. A partir do sol
sabe-se todas as outras notas. Existem também outras claves, com outros nomes,
porém, neste Caderno, estudaremos somente a clave de sol.
As notas estão colocadas nas linhas e nos espaços. Veja como ficam
as notas na pauta.

NOTAS NAS LINHAS:

NOTAS NOS ESPAÇOS

Ao lado da clave é colocada a fórmula de compasso que indica o


número de tempos de cada compasso que ao longo da obra são separados por
traços verticais chamados: barras de divisão.

Cada nota escrita na pauta corresponde a uma posição na flauta.


Sabendo as notas na pauta você poderá tocar as melodias que estão nesta
unidade e outras que você encontrar ao longo da vida.

Atividade:

Vamos treinar com a flauta as cinco notas: ré2, dó2, si, lá sol e depois
tocar a melodia abaixo:
Agora toque as notas sem olhar para o desenho da flauta até conseguir.

Atividade:
Dois grupos. Um toca a melodia com a flauta e outro o ritmo em
ostinato com os instrumentos de percussão. Ostinato é quando o mesmo ritmo se
repete ao longo de toda a música.

Melodia 1-
.

Agora veja essas outras posições na flauta e as correspondentes notas


escritas na pauta:

Atividade:

Agora toque as seguintes notas até não precisar mais olhar para os
desenhos da flauta.
Nos exercícios abaixo, vamos tocar e cantar.

Atividade:

Observe, entre as pessoas da sala, que algumas falam mais agudo e


outras mais grave. Isso acontece por causa das pregas vocais. Quanto maiores as
pregas vocais, mais grave será a voz; quanto menores, mais aguda. Por isso, as
crianças têm as vozes mais agudas que os adultos e as mulheres têm vozes mais
agudas que os homens. A voz é uma característica individual de cada um, assim
como a cor dos olhos ou dos cabelos. É nossa marca e somos reconhecidos por
ela.

Segundo Martinez (2000), grande maestro brasileiro conhecido também


no exterior (você poderá saber mais sobre ele no site: <http://www.emanuelmarti
nez.mus.br/apresenta_01.htm>), em um coral, as vozes são classificadas em:

Vozes Masculinas: voz mais grave: Baixo


Barítono
Voz mais aguda: Tenor
Vozes Femininas: Voz mais grave: Contralto
Meio Soprano
Voz mais aguda: Soprano.

Como cantar também é uma atividade física, isto é, usamos os


músculos, os nervos, etc., sempre é preciso fazer uns exercícios de alongamento,
pois as pregas vocais situam-se na laringe e são prolongamentos da musculatura
do pescoço, além de muito sensíveis. Quando estamos com a musculatura
relaxada, a música soa muito melhor e não prejudica nosso organismo, que é um
conjunto. Por isso vamos começar os exercícios desde os pés.

Exercícios:

a) Alongamento:
Conte até oito para cada movimento.
1 - Com uma perna um pouco levantada do chão, gire o pé para a
direita (oito vezes) fazendo círculos e depois para a esquerda (oito vezes). Faça o
mesmo com o outro pé.
2 – Agora com a perna um pouco acima do chão gire o joelho, fazendo
círculos para um lado e depois para o outro. Faça o mesmo com a outra perna.
3 – Gire o quadril para a direita e depois para a esquerda. Faça o
mesmo com o tronco.
4 – Gire os ombros para frente oito vezes e depois para trás.
5 – Entrelace os dedos das duas mãos e estique os braços para frente
(conte até oito) depois para trás.
6 – Movimente a cabeça lentamente para frente, para trás, para a
direita e para a esquerda.
8 – Faça com a cabeça um círculo, duas vezes para a direita e duas
vezes para a esquerda. Repita devagar.
9 – Estique bem os braços para cima e fique na ponta dos pés.
10 – Dê uma espreguiçada com bocejo abrindo bem a garganta.

b) Respiração:

− Inspire contando até oito. Segure o ar em oito tempos. Expire em oito


tempos. Repita várias vezes. Aos poucos aumente os tempos. Você estará
aumentando sua capacidade respiratória.
− Faça o mesmo e expire com som de “s”.

Respiração e relaxamento também são muito importantes para quem


toca flauta, pois a produção do som está intimamente relacionada com a coluna de
ar que sai dos pulmões e passa por dentro do instrumento.

Melodia 2- Toque e depois cante:

Atividade:

Toque, com a flauta, as linhas melódicas abaixo e, depois, cante-as.

Melodia 3

Melodia 4

Melodia 5
Melodia 6

Atividade:

- Usando a flauta, crie uma linha melódica, com as notas estudadas até
aqui e, depois, cante-a e escreva-a.

Toque toda a escala.

Observe que, da nota Dó mais grave até a nota Dó mais aguda, há oito
notas. Então dizemos que há, entre as duas notas, um intervalo de uma oitava.
Entre Dó e Sol, cinco notas, logo o intervalo será de quinta. E o intervalo de
quarta? Tem que ter quatro notas. E os outros intervalos?

Wisnik (1989) nos conta que quem descobriu essa sequência de notas
com esses intervalos foi Pitágoras, na antiga Grécia. Grande estudioso,
matemático e músico, criou um instrumento chamado monocórdio (mono= um;
córdio= corda) e com ele descobriu a escala e que alguns sons, quando tocados
juntos, combinam mais que outros. Além de soar bem para os ouvidos, deu uma
explicação matemática para isso. Pitágoras descobriu as notas, mas quem as
denominou como hoje as conhecemos foi Guido d’Arezzo, na Idade Média.

Vamos tocar as músicas a seguir.

Melodia 7 - com acompanhamento de percussão.

Melodia 8:
Melodia 9:

Melodia 10:

Além das notas da oitava que estudamos até aqui com a flauta, existem
outras mais agudas. Experimente tocar:
Wisnik (1989) nos conta que, na antiga Grécia, existiam vários modos
e cada um deles tinha um caráter diferente. Alguns eram mais alegres, outros
mais tristes.

Observe que, em todos os modos gregos, a sequência de notas é a


mesma, porém sempre iniciam com uma nota diferente, o que faz com que mude
o lugar onde acontecem os semitons e, consequentemente, o sentido da melodia.
No CD que acompanha o livro “O Som e o Sentido”, Ziskid (1989) usa a música
“Canto do Povo de um Lugar”, de Caetano Veloso, tocada em todos os modos,
para ilustrar como muda o caráter da melodia. Você pode ouvir no CD (ZISKID,
1989). Ele começa pelo modo mais claro e vai até o mais escuro, nessa ordem:

Experimente tocar na flauta e, depois, cantar os modos gregos que


estão a seguir. Você precisará também das notas que estão na segunda oitava:
Modo Jônico: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó.

Modo Dórico: Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó, Ré.

Modo Frígio: Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó, Ré, Mi.

Modo Lídio: Fá, Sol, Lá, Si, Dó, Ré, Mi, Fá.

Mixolídio: Sol, Lá, Si, Dó, Ré, Mi, Fá, Sol.

Eólio: Lá, Si, Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá.

Modo Lócrio: Si, Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si.

Melodia 11:

Agora que você já conhece as posições na flauta e as notas na pauta,


tente tocar as músicas que estão no anexo. Observe que algumas músicas têm
repetições na melodia e no ritmo. Algumas começam na nota mais aguda, outras
com uma nota no meio e outras com uma nota mais grave e a maioria termina
com a melodia fazendo um percurso descendente (vai do agudo para o grave).

Você já pensou em compor a sua música?

Segundo Howard, o compositor começa com uma ideia inicial e, a partir


daí, vai trabalhando como se fosse um texto. Diálogos, repetições, assuntos
totalmente diferentes. Toca com vários instrumentos, ouve, analisa... até que
chega o momento em que fica de acordo com o que ele quer.

Atividade:

a) Crie uma ideia musical: pode ser uma linha melódica ou rítmica. Essa
ideia inicial será chamada de tema. Assim como em uma redação,
em que existe um tema e toda a escrita gira em torno dele, na
música acontece praticamente o mesmo.
b) Escreva essa ideia (tema).
c) Vamos trabalhar a ideia com:
− Repetição- Você pode repetir o tema várias vezes.

−Inversão – Se o tema é ascendente, a inversão é descendente.


Se tiver muitas notas, a inversão terá poucas, etc.

− Contraste- Você pode criar algo totalmente diferente da primeira


ideia.

− Variação- A partir da primeira ideia, você pode manter a mesma


melodia variando o ritmo ou variando a altura ou, ainda, variando
a altura e o ritmo.

d) Escreva e grave tudo.


e) Apresente para seus colegas.

Por exemplo:
Repetição- existe um tema e ele é repetido uma ou mais vezes:

Inversão – O tema é tocado invertido:

Contraste- O tema é ascendente, lento e a segunda parte é mais


movimentada:
Variação- Você pode variar a melodia e o ritmo:

Na música erudita existem muitos outros recursos que, ao longo dos


séculos foram usados pelos compositores. Segundo Wisnik (1989) e Ziskid (1989),
do século X até os dias de hoje houve uma grande evolução na música ocidental
europeia. No século X, a música tinha como finalidade a elevação da alma até
Deus e monges católicos cantavam na Igreja em uníssono (Todos cantando a
mesma melodia ao mesmo tempo) e à capela, ou seja, sem acompanhamento
instrumental. Era o chamado canto gregoriano, porque o criador foi o monge
Gregório Magno e eram usados modos muito parecidos com os modos gregos,
que vimos anteriormente. Ao longo dos séculos, outras vozes diferentes foram
acrescentadas a essa única voz e todas eram cantadas juntas. Aos poucos, as
melodias foram se tornando independentes, até se chegar à polifonia (poli= várias;
fonia= sons), em que várias vozes, com melodias e com ritmos diferentes, são
tocadas e cantadas ao mesmo tempo. Enquanto umas vozes param, outras
continuam. É muito bonito. Você pode ouvir vários exemplos de canto gregoriano
e polifonia acessando o site <www.youtube.com.br> e digitar, na busca, polifonia
medieval, música do século XIV, e poderá ouvir e ver várias apresentações de
música, inclusive com alaúde, que era um instrumento típico da época e que ainda
hoje é usado. Com toda essa evolução, no século XVIII aparecem obras em que
essas vozes diferentes formam sequências de acordes e surgem grandes
compositores, como Bach e Beethoven, que parecem brincar com tudo isso.
Estas mesmas sequências de acordes que eram usadas para
harmonizar as músicas no século XVIII ainda hoje são usadas na música popular
brasileira para o acompanhamento das canções. Você já deve ter visto alguém
tocando violão ou guitarra. Enquanto o vocalista canta a melodia, o guitarrista faz
na guitarra os acordes com a mão esquerda e o ritmo com a mão direita. O estudo
dos acordes é chamado de harmonia.
Estudar harmonia é um tanto complexo, exige dedicação,
acompanhamento de um professor especializado e leva certo tempo para dominar
bem o assunto. O que vamos fazer aqui é apenas uma breve introdução.
Vimos, anteriormente, que existem as escalas, as notas e, entre elas,
os intervalos, que podem ser de segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sétima,
oitava ou mais. Eles também são classificados em maiores, menores, justos,
aumentados ou diminutos, dependendo do número de tons e de semitons
existentes entre eles.

Podemos montar acordes sobre cada nota da escala. Os acordes


podem ser de três, quatro, cinco ou mais sons. Nessa pequena introdução vamos
estudar apenas os acordes de três sons, que também são chamados de tríades e
podem ser maiores ou menores, aumentados ou diminutos.

Para montar as tríades, você precisa colocar sobre cada nota do acorde
duas terças sobrepostas (uma sobre a outra), isto é, sobre a nota Dó, você
colocará o Mi e, depois, o Sol. E assim por diante.

Observe, no exemplo abaixo: Sobre cada nota há mais duas e as três


devem ser tocadas juntas.
Grupo A- 3ª Voz- 5ª - Grau - Sol - Lá - Si - Dó - Ré - Mi - Fá - Sol
Grupo B- 2ª Voz- 3ª- Grau - M i - Fá - Sol - Lá - Si - Dó - Ré - Mi
Grupo C- 1ª Voz- 1ª- Grau - Dó - Ré - Mi - Fá - Sol - Lá - Si - Dó

Atividade:
Em três grupos.
A um sinal do professor, cada grupo fará com a flauta uma nota do
acorde.
Ouça os acordes com atenção. Observe que eles são diferentes.
Vamos fazer o mesmo cantando. Concentre-se no som.
Nas tríades tocadas, três são maiores, três menores e uma diminuta.

Maiores:
Dó maior: Dó – Mi - Sol
Fá maior: Fá - Lá- Dó
Sol maior: Sol –Si- Ré.

Menores:
Ré menor: Ré - Fá - Lá
Mi menor: Mi - Sol - Si.
Lá menor: Lá - Dó - Mi.
Diminuta:
Si Dimin.: Si - Ré - Fá.

Atividade:

Em grupo de 4.
a) Três alunos tocam com as flautas um acorde.(Cada um toca uma
nota).
b) Um aluno improvisa uma melodia. Vejam se o resultado fica bom.
c) Experimente com outros acordes.
d) Grave e escreva a melodia e os acordes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS

AKOSCHKI, Judith e VIDELA, Mario. Iniciação à flauta doce (soprano em dó).


São Paulo: Ricordi, 1985.

HOUWARD, John. Aprendendo a compor. Tradução e adaptação: Maria Tereza


de Resende Costa e Luiz Paulo Sampaio. Rio de Janeiro: Zahar, 1991.

MASSIN, Jean e Brigitte. História da música ocidental. Tradução de Maria


Teresa R. Costa, Carlos Sussekind e Ângela Ramalho Viana. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1997.

MED, Bohumil. Teoria da música. Brasília: Thesaurus, 1980.

MARTINEZ, Emanuel. Regência coral: princípios básicos. Curitiba, PR: Colégio


Dom Bosco, 2000.

PRIOLLI, Maria Luisa de Mattos. Princípios básicos da música para a


juventude 1º V. 15. ed. Rio de Janeiro: Casa Oliveira de Música, 1977.

WISNIK,J osé Miguel. O som e o sentido. 2. ed. São Paulo: Círculo do Livro /
Companhia das Letras, 1989.

Sites:
<www.youtube.com.br>. Acesso em: 24 nov. 2008.
<www.artenossa.pr.gov.br>. Acesso em: 24 nov. 2008.
<http://www.emanuelmartinez.mus.br/apresenta01.htm>. Acesso em: 26 nov.
2008.
<http://br.youtube.com/watch?v=06Qm-Z5OsHw>. Acesso em: 27 nov. 2008.
<http://br.youtube.com/watch?v=Y10Ewgcqky8&NR=1>. Acesso em: 27 nov. 2008.
3ª UNIDADE- COMPOSIÇÃO E LETRA

Em uma canção, além da parte musical (melodia, ritmo, harmonia),


encontramos a letra, que nos diz muitas coisas e, quando a composição, unindo
letra e melodia, é bem feita, então nos provoca muitas emoções, como, há muitos
anos, vem dizendo o Rei (da canção), Roberto Carlos.

Sobre isso nos fala Luiz Tatit (2007), músico, filósofo e professor da
Universidade de São Paulo (USP) e você poderá saber mais sobre ele e sua obra
acessando o site: <http://www.luiztatit.com.br/>.

Desde a adolescência, quando ganhou, de seu avô, um rádio e um violão,


Tatit compõe músicas. Hoje, com vários CDs gravados e livros editados, é
conhecido no Brasil e no exterior. Depois de adulto, já professor na universidade,
fez uma análise profunda das letras de músicas populares brasileiras e chegou a
conclusões muito interessantes. Ele fala do cancionista, que não é um músico
erudito formado em conservatório e nem um poeta com formação acadêmica, mas
é um compositor ou intérprete que cria suas canções a partir das entoações da
fala, juntando melodia e letra com tanta habilidade que o ouvinte se sente atraído
pela música. Essa capacidade de conquistar o ouvinte está presente em muitos
compositores conhecidos por todos nós. Nas canções, o cancionista conta suas
angústias, seus medos, suas alegrias... usando a letra, a melodia e o ritmo. Ao
ouvir as músicas de vários compositores (como de Roberto Carlos, de Djavan, de
Gilberto Gil, de Caetano Veloso, de Milton Nascimento e de muitos outros), Tatit
observou que as canções poderiam ter sua origem nas entoações da fala. Veja o
que ele diz:

Compor uma canção é eliminar a fronteira entre o falar e o cantar.


É fazer da continuidade e da articulação um só projeto de sentido.
Compor é ainda decompor e compor ao mesmo tempo. O
cancionista decompõe a melodia com o texto, mas recompõe o
texto com a entoação. (TATIT, 2002, p. 11).
Geralmente as pessoas pensam que um compositor tem uma
inspiração sobrenatural para realizar sua obra, um dom que só algumas pessoas
privilegiadas possuem, mas não é bem assim. Por trás da emoção existe também
muito trabalho intelectual. Ele pode ter uma ideia musical inicial, ideia que tanto
pode ser uma melodia, um acorde, um ritmo ou, ainda, algumas palavras, uma
paisagem, uma poesia, etc. Ou seja, quando o cancionista compõe sua música, a
ideia não surge como num passe de mágica, inteira, pronta e acabada, e nem
desce do céu um anjo para tocar lira em seu ouvido. Ele tem uma ideia inicial de
letra ou de melodia, aí ele procura as palavras mais adequadas, muda a melodia,
muda as palavras novamente até chegar um momento em que fica do jeito que ele
quer. Veja o que diz Tatit:

Tudo começa com um modo melódico de dizer e, só no final, o


autor define aquilo que de fato será dito. [...]. As letras que mais
admiramos foram geradas a partir de fragmentos
incompreensíveis, nascidos de contornos musicais e de sons
lingüísticos sem qualquer vínculo direto com o sentido final do
texto ou com o próprio título da canção. (TATITt, 2007, p. 140).

Na Unidade 2 vimos que as ideias melódicas ou rítmicas podem ser


trabalhadas por meio de alguns recursos muito utilizados pelos compositores.
Eles usam a repetição, a inversão, a variação e outros. O cancionista, além de
trabalhar a melodia e o ritmo, usa também a letra. E, na maioria das vezes, sua
ideia inicial é a letra ou, melhor, a entoação que existe ao falar as palavras. Para
Tatit (2007, p. 230), o Rap é o máximo da canção porque mantém a entoação
crua.
Uma característica do Rap é a denúncia de injustiças sociais. Escolha
um rap de sua preferência e traga para ouvirmos na aula. Observe que as
palavras provocam o ritmo e quase não têm melodia.

Atividade:
Em grupo. Escolha um assunto de seu interesse: e em grupo ou
individualmente, crie um rap. Apresente para a turma.
Você pode ouvir muitos raps acessando o site: <http://br.youtube.com/
watch?v=RH14YOAsTps>.

Tatit fala que o cancionista é um malabarista que consegue equilibrar


melodia e texto brincando, como se não fizesse qualquer esforço para isso. Para o
cancionista, o que mais importa é a maneira de dizer. Na realidade, ele é um
especialista em provocar emoções nos ouvintes. Para isso, nas canções, ele
trabalha com as palavras. Você sabe que as palavras têm vogais e consoantes.
As vogais têm um som mais limpo, isto é, não têm atrito. Já as consoantes vêm
acompanhadas do ruído, que provoca o ritmo. Nas vogais são trabalhadas as
melodias e nas consoantes os ritmos.

Atividade:
Em duplas:
a) Cada aluno escreve duas palavras em dois pedaços de papel.
b) Cada um sorteia as palavras e escreve algumas frases formando ou
não um sentido.
c) Com a ajuda da flauta, cada um cria uma melodia e um ritmo,
observando onde estão as vogais que serão mais compridas e as
que serão mais rápidas.
d) Escreva suas ideias e grave-as.
e) Apresente para os colegas.

Quando as vogais são prolongadas, naturalmente cai o andamento da


música, isto é, torna-se mais lenta. Quando a música é mais lenta, pode-se
aumentar a tessitura (chama-se tessitura a extensão total das notas existentes na
música da mais grave até a mais aguda). Isso provoca no ouvinte a sensação da
paixão e, nesse momento, o ouvinte se deixa levar apaixonadamente pelo som da
música e pelas palavras da letra, e o cancionista conquista o ouvinte por meio da
emoção. Como exemplo, temos as músicas românticas.
Nas músicas rápidas torna-se complicado cantar com uma tessitura
muito ampla, logo as durações das vogais ficam reduzidas, deixando as
consoantes mais próximas umas das outras. Então ouvimos mais o ritmo, que
pode ser samba, baião, marcha, valsa, etc. Isso provoca, no ouvinte, a vontade de
tamborilar os dedos, mexer os pés, sair dançando. Novamente aparece o
cancionista cativando o ouvinte, mas, desta vez, por meio do corpo. Isso acontece
muito no carnaval. O povo todo pula, sem parar, atrás do trio elétrico. É
contagiante.

Atividade:
Vamos cantar as músicas a seguir e observar esses detalhes. Em casa,
procure ouvir músicas e perceber em qual das duas situações elas podem
encaixar-se.

“Carinhoso”, Pixinguinha /João de Barro, 1937

Meu coração,
Não sei por quê,
Bate feliz, quando te vê.
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo,
Mas, mesmo assim, foges de mim. (TATIT, 1987, p. 27).

Nessa música, observe que algumas vogais são prolongadas. A música


é lenta e a letra fala de amor, fala que o coração se sente feliz ao ver a pessoa
amada, mas ela foge e o autor tenta passar todo esse sentimento na melodia. Já
no trecho da música abaixo, a letra exalta a figura do samba, o ritmo é samba e o
som das consoantes faz um ritmo que provoca, no ouvinte, a vontade de dançar.
Não há vogais prolongadas e a tessitura é curta, não ultrapassa uma oitava.

“Samba da minha terra”. Dorival Caymmi, 1940

O samba da minha terra deixa a gente mole.


Quando se samba, todo mundo bole.
Quando se samba, todo mundo bole. (TATIT, 1987, p. 49).

Atividade:

Crie uma estrofe com quatro versos e, com a ajuda de uma flauta, crie
uma melodia para ela. Observe a tessitura, onde podem ser colocadas as notas
mais longas e onde pode recair um ritmo mais acentuado. Grave e apresente para
a turma.

Você já ouviu a história do flautista de Hamelin?

Ela está no site: <http://pt.wikipedia.org/wiki/OFlautistadeHamelin>. Diz


assim: Há muitos anos, na cidade de Hamelin, Alemanha, apareceram muitos
ratos, que tomaram conta da cidade, comendo e destruindo tudo. Um homem
apareceu e disse que resolveria o problema e receberia por esse serviço uma
grande quantia em moedas. Feito o trato com as autoridades da cidade, o homem
foi para a rua e começou a tocar uma flauta cuja melodia hipnotizou os ratos, que
foram levados até o rio, onde morreram, todos afogados. Ao voltar para receber o
pagamento, as pessoas da cidade não quiseram pagar o combinado, por acharem
que só tocar flauta não era um grande trabalho. Como vingança, o homem foi para
a rua e começou a tocar uma melodia muito linda, mas desta vez todas as
crianças da cidade foram de mãos dadas, hipnotizadas, sorrindo, atrás do
misterioso flautista e sumiram para sempre.

Que final trágico! Ainda bem que é apenas uma história e,


cientificamente, não existe nenhuma fórmula mágica ou melódica para hipnotizar
ratos e pessoas, mas, segundo o dr. Straliotto, a música interfere no
comportamento humano, pois os sons que chegam ao nosso cérebro atuam nas
glândulas responsáveis em liberar substâncias que desencadeiam as emoções em
nosso organismo. Já Tatit nos fala que o cancionista, ao compor suas canções,
usa elementos da música que levam o ouvinte a interessar-se pela canção e a
sentir as mesmas emoções que ele sente no momento da composição. O
cancionista tem o poder de fazer o ouvinte querer ouvir. Ele faz isso jogando com
as tensões da melodia que acompanha a letra.

Toda obra de arte (teatro, dança, romance, novela, música), para ficar
interessante, precisa dos momentos de tensão, caso contrário fica sem graça e as
pessoas perdem o interesse. Tanto é que os momentos de maior audiência na TV
acontecem quando as novelas apresentam um conflito que será solucionado ou
um mistério que será desvendado. Nesse momento todos estão tensos, curiosos,
querendo saber o que acontecerá. É notícia até no Jornal Nacional.

Você já provocou um susto em alguém? Já fez uma surpresa? Já


deixou alguém curioso com alguma noticia? Já deixou alguém bravo? Essas
atitudes são diferentes maneiras de provocar as emoções. No susto existe um
elemento surpresa, algo que a pessoa não esperava e acontece. Na curiosidade,
a pessoa fica ansiosa para saber o que tem dentro de um pacote, por exemplo, e
aquela ansiedade só acaba quando o pacote for aberto e aí ela pode ter uma
grande alegria ou uma decepção.

Na música, o artista provoca as emoções usando as tensões existentes


nas melodias, nas harmonias e nas letras. Ele cria efeitos que tornam a música
uma obra de arte. Encanta o ouvinte. Esse efeito mágico acontece quando o
compositor trabalha com a tensividade. Quando uma música é sempre igual:
mesma melodia, mesma letra, mesmo ritmo, ela fica chata, não dá vontade de
ouvir, mas existem músicas de que gostamos tanto que podemos ouvir o dia
inteiro, sem cansar.

Tatit fala que isso acontece por causa dos elementos de persuasão
presentes tanto na letra quanto na música. São eles: persuasão figurativa,
persuasão passional e persuasão decantatória. Vamos, junto com Tatit, analisar
esses elementos de persuasão existentes nas músicas.
PERSUASÃO FIGURATIVA

Você sabe que, no texto, existem as regras gramaticais (as regras de


concordância, por exemplo), as narrativas e outras que são usadas para passar as
informações ao leitor ou ouvinte. E é no texto que acontece a persuasão figurativa
por meio da entoação e da figurativização.

1- Entoação

As entoações, ou seja, as maneiras de falar, enfatizam as informações


do texto e se acomodam às acentuações das palavras. Por exemplo: Se chegar
uma pessoa de que você gosta muito em sua casa, você vai dizer: “− Entre, por
favor!”, com uma entoação, mas se chegar, em sua casa, alguém de que você não
gosta nem um pouquinho e, para demonstrar educação, sua mãe vai obrigar você
a dizer: ”– Entre, por favor!”, vai haver uma grande diferença na entoação das
palavras e a pessoa nem precisa ser muito esperta para perceber que deve ficar
do lado de fora. Para Tatit, o cancionista usa essas entoações da fala ao compor
suas canções.

Veja, no site a seguir, como Tatit usa a entoação em suas músicas:


<http://br.youtube.com/watch?v=kxJjWYVJkiU>:

A compatibilidade entre texto e melodia é a mesma da linguagem


coloquial. Os versos parecem frases da fala e a melodia parece
entoação. (TATIT, 1987, p. 25).

Atividade:
1- Leia a poesia abaixo para os colegas da turma como se fosse um
robô e sem pontuação.

2- Agora leia a mesma poesia pensando na entoação das palavras e


dando-lhes sentido.

Qual a diferença entre as leituras?

DEBUSSY

Para cá, para lá...


Para cá, para lá...
Um novelinho de linha...
Para cá, para lá...
Para cá, para lá...
Oscila no ar pela mão de uma criança
(vem e vai)
Que delicadamente e quase a adormecer o balança
- Psiu..-
Para cá, para lá...
Para cá e ...
O novelinho caiu.
(Bandeira, Manuel. “Carnaval”. In: CUNHA, 1976, p. 93)

A entoação das palavras faz toda a diferença no sentido do texto. Tatit


fala que, em todas as canções, os cancionistas usam esse recurso.

2- Figurativização:

Na figurativização, os cancionistas usam os mesmos recursos que


usamos quando conversamos com alguém, inclusive gírias e expressões prontas.
Isso nos dá a sensação de ouvir na canção, algo que também acontece na vida
real. Para Tatit, o personagem da canção (que ele denomina de interlocutor),
conta uma história para um outro personagem (o interlocutário, que ouve), mas
que também somos nós. É como se o cantor estivesse manipulando fantoches.

Segundo Tatit (1987, p. 9), na música “Saudosa Maloca”, de Adoniran


Barbosa, acontece um diálogo entre interlocutor e interlocutário, mas parece que o
cancionista está contando o fato para nós, que estamos ouvindo a música e a
situação soa tão real, por causa do jeito de ele cantar, da entoação dada às
palavras, que temos vontade de continuar ali, ouvindo só para ver o que acontece
no final. Você conhece outras músicas assim? Existem alguns raps onde também
aparece esse recurso.

Observe o trecho abaixo:

“Saudosa Maloca”, Adoniran Barbosa, 1951

Se o senhor não está lembrado,


Dá licença de contar” (In: TATIT, 1987, p. 9).

Atividade:

Você é compositor e seus colegas são os ouvintes. Crie um


personagem (interlocutor) com características físicas, sociais, etc. que contará
uma pequena história para outro personagem (interlocutário). Este último poderá
ficar só ouvindo ou participar do diálogo. Com a ajuda de uma flauta, coloque
melodia no diálogo.

PERSUASÃO PASSIONAL

O compositor faz com que o ouvinte se emocione com a canção,


comunicada por meio dos quatro verbos modalizadores. São eles:

poder, dever, querer e saber.

Só fazemos aquilo que podemos, devemos, queremos ou sabemos. E,


pensando negativamente, não fazemos aquilo que não podemos, não devemos,
não queremos e não sabemos.
O cancionista usa esses verbos para escrever a letra enquanto a
melodia reforça o que a letra diz, indo para o agudo ou para o grave ou, ainda,
permanecendo na mesma altura.

Parece que os personagens da canção adquirem vida. Aquilo que o


interlocutor gostaria que acontecesse não se realiza porque o outro personagem
da canção (que Tatit chama de actante construído) não pode, não deve, não quer
ou não sabe. Pela letra é contada a história e pela melodia o compositor conta sua
emoção em estar vivendo essa história. Quando a letra e a melodia se reforçam
mutuamente, o compositor cativa o ouvinte, que se sente atraído pela história
contada na música e que, na maioria das vezes, é muito parecida com a sua.

Se as modalidades são dispositivos que nos ajudam a analisar as


emoções contidas num texto e sua conversão em figuras
passionais, são elas também que permitem estabelecer a
compatibilidade entre um texto de canção e sua melodia. (TATIT,
1987, p. 32).

1- Modalização do texto

Quando, no texto da música, acontece uma disjunção, que pode ser


um desencontro, uma briga, uma discussão, uma desatenção por parte do actante
construído (um personagem), isso é considerado, por Tatit, como um centro de
tensão, pois o interlocutor (aquele que está contando a história) não consegue
realizar o que ele quer e isso movimenta a música até o final. A disjunção ainda
pode ser provocada por figuras passionais, que são: revolta, ciúme, decepção,
amargura, vingança, etc.

Tatit (1987, p. 27-46) analisa, em várias músicas, esses momentos de


tensão. Vamos ouvir:

“Carinhoso”, Pixinguiha/João de Barro, 1937


E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo,
Mas, mesmo assim,
Foges de mim! (In: TATI, 1987, p. 27).

Nessa música, a conjunção não acontece porque um dos actantes foge.


E, mais adiante, a letra diz: “Ah! Se tu soubesses como eu sou tão carinhoso...”.
Ou seja, a conjunção não acontece, porque o outro não sabe que ele é carinhoso
(modalizador negativo: não saber). E assim vai, até acabar a música.
Em algumas músicas, principalmente as românticas, o que movimenta
a canção são os momentos de conjunção.

“Foi um rio que passou em minha vida”, Paulinho da Viola, 1970


Ai, minha Portela,
Quando vi você passar,
Senti meu coração apressado,
Todo o meu corpo tomado,
Minha alegria voltar. (In: TATIT, 1987, p. 27).

Nessa música, o personagem que canta está muito feliz porque o


actante (Portela) está passando. É uma conjunção.

Observe-se que existem, na maneira de falar, alguns momentos mais


agudos e outros mais graves. Algumas vogais são mais longas e outras são mais
curtas, cortadas pelas consoantes. O compositor alia essas variações de altura e
de duração existentes no texto com a melodia, muitas vezes inspirando suas
canções.

3-Modalização da melodia

Atividade:
Em duplas, sem usar palavras, monte um diálogo somente com uma
sílaba (pá, tá, hum). Fazer perguntas, respostas, afirmações exclamativas,
surpresas, de espanto, etc.
Observe-se, com essa atividade, que a voz vai para o grave ou para o
agudo, conforme o que você queira expressar.

Tatit fala que o mesmo acontece nas canções. A melodia precisa estar
de acordo com o texto para que a música fique atrativa para o ouvinte. Enquanto o
texto descreve uma situação, a melodia reforça, fazendo um contorno que
acompanha o texto na mesma orientação. Ela vai para o agudo e para o grave ou
fica no mesmo tom, conforme o texto.

Os sintomas de tensão que aparecem no texto, ligados ao


movimento de disjunção e conjunção entre actantes, na melodia
assumem a forma de ascendência ou permanência no mesmo
tom nos finais de frase melódica (nos chamados tonemas). (TATIT,
1987, p. 33).

Atividade:
Pesquise, em uma música de que você goste, trechos onde estão
presentes os seguintes elementos: a ascendência, a permanência e a
descendência.

Asseveração:

A asseveração significa que o assunto acabou. Há um repouso, acabou


a tensão. Você já observou que, quando afirmamos algo, a nossa voz vai para o
grave? E quando perguntamos, ela vai para o agudo? Da mesma forma, quando o
compositor quer afirmar algo, ele o faz construindo a melodia descendente. Tatit
denomina esse efeito de asseveração. E quando o cancionista quer dar ênfase à
afirmação, primeiro ele faz uma parte da melodia ascendente e, logo em seguida,
descendente.

Atividade:

Pesquise, em uma música de que você goste, onde aparece a


asseveração.
Tensões melódicas:

Quando, ao contrário, na canção, há continuidade, elevações melódicas


ou permanências, a tensão se mantém. Isso acontece quando, no texto, os
actantes: não podem, não querem, não sabem ou não devem realizar a
conjunção.

Interrogação:

Na interrogação é onde acontece a pergunta e a melodia vai para o


agudo. Por exemplo:

“A Noite dos Mascarados”, de Chico Buarque de Holanda, 1967.

Quem é você?
Adivinha se gosta de mim. (In: TATIT, 1987, p. 43).

Usando esses recursos, o cancionista consegue influenciar o ânimo do


ouvinte. Você já ficou triste, alegre, esperançoso, animado... depois de ouvir
alguma música? Existe alguma música que já despertou algum outro sentimento
em você?

PERSUASAO DECANTATÓRIA

Outra forma de atrair o ouvinte é quando o compositor garante a


compatibilidade entre um actante construído e a melodia. Isso acontece por meio
da tematização melódica e da exaltação do personagem. Você viu, na Unidade 2,
que o tema é uma pequena melodia, uma ideia inicial que se repete ao longo da
música. São muitas as músicas que apresentam esse recurso. Em todas as vezes
que uma informação é repetida, nosso cérebro entende que aquilo é conhecido e
passa a esperar ou a prever o que vai acontecer depois.
1-Tematização melódica:

Na música “Águas de Março”, do Tom Jobim (1974), aparece a


repetição da melodia. E isto faz dela um tema. Com essa reiteração (repetição)
podemos reconhecer o que já ouvimos e prever o que ainda ouviremos. São muito
importantes, aqui, a duração e o perfil melódico (ascendente, descendente,
ondulante, pontilhado, etc.).

“Águas de Março”, Tom Jobim, 1974


É pau, é pedra,
é o fim do caminho,
é um resto de toco,
é um pouco sozinho,
é um caco de vidro. (In: TATIT, 1987, p. 47).

O gênero:

A repetição dos temas dá origem aos gêneros: samba, roque, bolero,


baião, marcha, etc. Esses gêneros se formam com o ritmo e com as acentuações
do componente melódico. Na formação dos temas é o momento em que a melodia
mais se afasta das entoações da fala. Existem várias tematizações exaltando o
próprio gênero.

Exemplo: “O Samba da Minha Rerra”, de Dorival Caymmi, 1940.

“Baião”, de Luiz Gonzaga, 1946.

2- Exaltação:

Assim como na melodia existe a tematização, no texto existe a


exaltação, que é um elogio às qualidades do actante construído.

O actante construído pode ter a função de sujeito desencadeador


de processos de sedução, ou seja, sujeito de um fazer que afeta
os demais actantes envolvidos na canção. (TATIT, 1987, p. 50).
O compositor organiza o texto e a melodia de forma que um combine
com o outro e que a melodia reforce o que a letra diz. Ouça a música: “Garota de
Ipanema”, de Antonio Carlos Jobim, compositor carioca, que viveu de 1927 a
1994. Você pode saber mais sobre ele no site: <http://www2.uol.com.br/tomjobim/
biografia.htm>.

Na música, a letra fala de uma garota que caminha na praia em direção


ao mar e a melodia reforça isso, pois a repetição do tema dá a sensação de
alguém caminhando despreocupadamente, de férias, numa tarde de verão.

“Garota de Ipanema”, Tom Jobim/Vinícius de Morais, 1963

Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça,


É ela a menina que vem e que passa,
Num doce balanço a caminho do mar. (In: TATIT,1987, p. 52).

Atividade:

Usando esses conhecimentos das Unidades 1, 2 e 3, vamos compor


uma música pensando nas entoações da fala, nas vogais e nas consoantes, no
tema e no ritmo. Depois vamos gravar e apresentar para a turma e observar que
emoções provocamos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Poesia na escola. São Paulo: Discubra, 1976.

RODARI, Gianni. Gramática da fantasia. Tradução: Antônio Negrini. São Paulo:


Summus, 1982.

TATIT, Luiz. A canção - eficácia e encanto. 2. ed. São Paulo: Atual, 1987.

________. O cancionista: composição de canções no Brasil. 2. ed. São Paulo:


Edusp, 2002.
________. Todos entoam: ensaios, conversas e canções. São Paulo: Publifolha,
2007.

Sites:

<http://www.luiztatit.com.br/>. Acesso em: 24 nov. 2008.

<http://br.youtube.com/watch?v=kxJjWYVJkiU>. Acesso em: 27 nov. 2008.

<http://br.youtube.com/watch?v=RH14YOAsTps>. Acesso em: 27 nov. 2008.

<http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Flautista_de_Hamelin>. Acesso em: 21 nov. 2008.

<http://www2.uol.com.br/tomjobim/biografia.htm>. Acesso em: 21 nov. 2008.


ANEXO- PARTITURAS

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