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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA 

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 


DISCIPLINA: TECNOLOGIA - INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO  
PROFESSORA: FABIANA MENDES 
 
 
 
 
 
 
 
PAULA DELAI RIEDI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCRETO: R
​ evolução na arte de projetar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOINVILLE 
2020

 
SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 5 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................... 9 
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICO ........................................................................................... 8 
3 REFERENCIAL TEÓRICO E CONCEITUAL ............................................................................ 9 
3.1 As origens e a evolução do concreto …………….…………….………..…………...……… 10 
3.2 Definições e composição ...................................................................................... 10 
3.3 Generalidades e propriedades …………………….................................................... 10 
3.4 Possibilidades e aplicações do concreto …......................................................... 10 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 12 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
1 INTRODUÇÃO 

Em  uma  breve  abordagem,  pode-se  afirmar  que  o  concreto,  proveniente  da 

inventividade  construtiva  do  homem,  é  um  material  composto  artificial,  que  depois  de 

endurecido  apresenta  resistência  semelhante  às  das  rochas  naturais,  e  em  estado 

fresco  é  um  material  de  extrema  plasticidade,  possibilitando  inúmeras  formas  e 

tamanhos. (PEDROSO, 2009). 

Duas  características  que  diferenciam  o  concreto  dos  outros  materiais  são  a 

resistência  à  água,  que  diferente  dos  compostos  como  aço  e  madeira  o  concreto  sofre 

menor  deterioração  quando  exposto  à água, tornando viável sua utilização em diversos 

tipos  de  obras,  e  o  outro  fator  bastante  diferencial  do  concreto  em  relação  aos  outros 

materiais  é  a  grande  disponibilização  de  seus  elementos  constituintes  por  um  preço 

acessível.  

Como  material  mais  utilizado  na  construção  civil,  o  concreto  trata-se 

basicamente  da  composição  entre  pelo  menos  um  aglomerante,  no  caso  o  cimento  e, 

também,  água,  pedra  e  areia,  além  de  outros  materiais  eventuais,  denominados  como 

aditivos.  O  cimento,  que  atua  como  aglomerante,  ao  ser  hidratado  com  a  água,  dá 

origem  a  uma  espécie  de  pasta,  que  deverá  aderir  aos agregados graúdos e miúdos da 

mistura,  formando  um  material  de  alta  plasticidade  e  resistência  à  compressão. 

(ALMEIDA, 2002). 

Pode-se  citar  concretos  específicos  para  diferentes  tipos  de  finalidade, 

garantindo  eficácia  integral  nos  serviços  do  setor  construtivo.  Diante  de  todas  as 

possibilidades  propostas  pelo  concreto  e  seus  derivados,  e  do  desenvolvimento 

alavancado  pelo  seu  surgimento,  reconhece-se  a  sua  importância  para  a  humanidade, 

conforme corrobora Toraya: 


”Não  estará  a  humanidade  passando por uma era que no futuro será conhecida 

como  a  Idade  de  Cimento?  Talvez  seja  muito  cedo  para  tal  afirmação,  mas  é 

legítimo perguntar sobre a existência de uma Era ou até mesmo de uma Idade  

marcada pelo cimento.” (TORAYA, 2002). 

 
2 OBJETIVOS 
 
Considera-se  como  objetivo  geral  desta  pesquisa  realizar  um  estudo  científico  a 

respeito  do  concreto  estrutural  de  classe  de  resistência  C25  e  traço  1:2:3, identificando 

sua origem, composição, propriedades e aplicações. 

 
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

● Realizar  uma  pesquisa  histórica  a  respeito  do  concreto,  demonstrando  as 

circunstâncias que conduziram a sua elaboração.   

● Estabelecer  relações  entre  o concreto e a construção civil, elencando seus usos e 

possibilidades. 

● Detalhar  as  propriedades  e  características  do  material,  a  fim  de  compreender  a 

sua performance. 

● Elaborar  uma  análise  crítica  sobre  o  tema,  ponderando a relevância do concreto 

para o desenvolvimento da sociedade. 

 
3 REFERENCIAL TEÓRICO/CONCEITUAL 
 
Este  tópico  abrange  quatro  capítulos  principais,  como  fundamentação  teórica 

necessária  para  a  elucidação  do  tema  e  embasamento  do  trabalho  a  ser  desenvolvido. 

O  capítulo  ​As origens e a evolução do concreto, ​denota as circunstâncias e o impulsos que 

levaram  o  homem  a  desenvolver  o  material  construtivo  mais  utilizado  no  Brasil  e  no 

mundo.  Em  ​Definições  e  composição​,  faz-se  uma  abordagem  técnica,  discorrendo  sobre 

definições  básicas  e  os  elementos  constituintes  do  concreto.  Em  seguida,  o  capítulo  ​As 

propriedades  do  concreto  aborda  conceitos  como  resistência  e  trabalhabilidade, 


realizando  uma  análise  mais  apurada  a  respeito  do  concreto  específico a ser estudado, 

neste  caso,  o  concreto  C25,  de  traço  1:2:3.  Por  fim,  o capítulo ​Possibilidades e aplicações 

do  concreto  demonstra  a  multiplicidade  de  usos,  relacionando  uma  série  de  aplicações 

na construção civil. 

 
3.1 AS ORIGENS E A EVOLUÇÃO DO CONCRETO 

Em  um  panorama  amplo,  para  se  compreender  o  surgimento  do  concreto,  é 

preciso  investigar  as  primeiras  manifestações  que  induziram  o  homem  a  desenvolver 

tecnologias na arte de projetar e construir estruturas. 

Segundo  Andrade  e  Helene  (2010),  por  volta  de  48  séculos  atrás,  os  egípcios 

desenvolveram  métodos  e  procedimentos para a utilização de rochas como material de 

construção  de  estruturas  estáveis  e  duráveis,  substituindo  materiais  como  madeira  e 

argila  que  até  então  eram  os  mais  utilizados.  O  político  e  alquimista  Imhotep,  foi 

considerado  e  nomeado  o  primeiro  Arquiteto  da  história  da  humanidade  -  já  que  a 

denominação  de  Engenheiro  somente  seria  adotada  muitos  séculos  depois  -  após 

projetar  e  construir  em  blocos  de  rocha  a  primeira  pirâmide  durável  do  planeta,  a 

Pirâmide escalonada de Djoser (Figura 1). 

F​igura 1: Pirâmide escalonada de Djoser, considerada a primeira pirâmide projetada e construída 


pelo homem. 

F​onte: Wikipedia, 2010. 


Percebeu-se  então  que  o  novo  material  empregado  se  mostrou  muito  mais 

durável  e competente para proteger os restos mortais dos imperadores egípcios, dando 

origem  às obras de engenharia mais resistentes ao tempo na história da humanidade, e 

denotando  o  poder  criativo  e  o  desenvolvimento  desta  civilização.  Posteriormente, 

grandes  civilizações  como  os  gregos,  romanos,  incas  e  astecas,  fizeram  uso  da  rocha, 

escrevendo a história por meio da construção civil. (ANDRADE; HELENE, 2010). 

Historicamente,  quem  começou  a  utilizar  o  concreto  em  grande  escala  como 

material  de  construção  foi  o  povo  da  Roma  Antiga.  O  Antigo  Império  Romano,  aplicou 

concreto  simples  em  centenas  de  quilômetros  de  rodovias  e  pavimentos  (Figura  2), 

além  de  construir  a  cúpula  de  maior  vão  livre  da  antiguidade, o Panteão de Roma, com 

44m de diâmetro, feita em caixotões de concreto. 

F​igura 2: Via Ápia, uma das principais estradas da antiga Roma. 

F​onte: Wikipedia, 2008. 

Andrade  e  Helene  (2010)  explicam  que  o  concreto  romano  tratava-se  de  um 

concreto primitivo, obtido da mistura de cal hidratada com argila pozolânica, abundante 

na  região  de  Pozzuoli,  que  o  transformava  em  um  material  muito  durável  mas,  ainda, 

com resistências baixas, comparadas às de hoje.  

Milhares  de  séculos  mais  tarde,  em  1756,  o  inglês  John  Smeaton  descobre  a 

mistura  calcinada  de  calcário  e  argila,  retomando  o  desenvolvimento  do  material.  Na 

sequência,  em  1818,  o  químico  francês  Louis  Vicat  apresenta  o  resultado  de  seus 

estudos  sobre  a  criação  de  um  tipo  de  cimento  artificial,  composto  de  calcário  e argila. 

Finalmente,  em  1824,  o inglês John Aspdin cria e patenteia o cimento Portland, principal 

elemento de composição do concreto atual. (ENGEMIX, [20??], w


​ eb​). 

Aspdin  queimou  conjuntamente  pedras  calcárias  e  argila  e,  a  seguir,  moeu-as, 

transformando-as  num  pó  fino.  Percebeu  então  que  obtinha  uma  mistura  que,  após 

secar,  tornava-se  tão  dura  quanto  as  pedras  empregadas  nas  construções,  e  que  a 

mesma  não  se  dissolvia  em  água,  a  patenteando  com o nome de cimento Portland, em 

função  da  cor  e  das  propriedades  de  durabilidade  e  solidez  semelhantes  às  rochas  da 

ilha  britânica  de  Portland.  O  cimento  portland,  misturado  com  água  e  outros  materiais 

de  construção,  tais  como  a  areia,  a  pedra  britada,  o  pó-de-pedra, a cal e outros, resulta 

nos  concretos  e  nas  argamassas  usadas  na  construção  de  casas,  edifícios,  pontes, 

barragens etc. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 2002, w


​ eb​). 

No  Brasil,  os  primeiros  estudos  relativos  à  fabricação  do  cimento  Portland 

iniciaram  em  1888,  quando  o  comendador  Antônio  Proost  Rodovalho  instalou  uma 

fábrica  em  sua  fazenda,  situada  em  Santo  Antônio  -  SP,  que  operou  por  anos 

extinguindo-se  definitivamente  em  1918.  Várias iniciativas esporádicas de fabricação de 

cimento foram desenvolvidas nessa época. (BATTAGIN, 2010). 

Apesar  das  tentativas  que  se  seguiram,  o  marco  da  implantação  da  indústria 

brasileira  de  cimento  se  deu  em  1924,  com  a  construção  de  uma  fábrica  em  Perus 

(Figura  3),  Estado  de  São  Paulo,  pela  Companhia  Brasileira  de  Cimento  Portland.  As 

primeiras  toneladas  foram  produzidas  e  colocadas  no  mercado  em  1926,  sendo 

gradativamente elevada com a implantação de novas fábricas. (CARVALHO, 2010). 

F​igura 3: Fábrica de cimento Portland em Perus, São Paulo. 

F​onte: São Paulo in Foco, 2017. 

 
3.2 DEFINIÇÕES E COMPOSIÇÃO 

Em  uma  definição  breve  sobre  o  concreto  pode-se  dizer  que  é  um  material 

empregado  na  construção  civil,  proveniente  da  mistura,  em  proporção  adequada,  de: 

aglomerantes,  agregados,  água  e  possíveis  aditivos.  Segundo  Mehta  e  Monteiro  (2008), 

em  uma  definição  mais  científica  “o  concreto  é  um  material  composto  que  consiste 

essencialmente  de  um  meio  contínuo  aglomerante,  dentro  do  qual  estão  mergulhados 

partículas ou fragmentos de agregados”. Neste contexto, compreende-se que: 

● O aglomerante é o cimento em presença de água; 

● O  agregado  é  qualquer  material  granular,  como  areia, pedregulho, seixos, rocha 

britada, escória de alto-forno e resíduos de construção e de demolição;  


● Os  aditivos  e  adições  são  substâncias  químicas  adicionadas  ao  concreto  em seu 

estado  fresco  que  lhe  alteram  algumas  propriedades,  adequando-as  às 

necessidades construtivas. 

Com  relação  aos  elementos  que  compõe  o  concreto,  elaborou-se  uma  imagem 

esquemática: 

F​onte: Engemix, adaptado pela autora. 

 
Elaborou-se  também  um  organograma  demonstrando  as  etapas  de  mistura dos 

elementos que compõem o concreto, organizados por ordem: 

F​onte: Engemix, adaptado pela autora. 


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a)  Pasta:  Resulta  das  reações  químicas  do  cimento  com a água. Quando há água 

em excesso, denomina-se nata. 

b)  Argamassa:  Provém  da  pela  mistura  de  cimento,  água  e  agregado  miúdo,  ou 

seja, pasta com agregado miúdo. 

c)  Concreto  simples:  É  formado  por  cimento,  água,  agregado  miúdo  e  agregado 

graúdo, ou seja, argamassa e agregado graúdo. 

Ao  se  fazer  a  mistura  do  concreto,  deve-se  atentar  as  etapas,  pois  elas  deverão 

influenciar  na  qualidade  do  concreto.  Portanto,  para  obterem-se  as  características 

essenciais  do  concreto,  como  a  facilidade  de  manuseio  quando  fresco,  boa  resistência 

mecânica,  durabilidade  e  impermeabilidade  quando  endurecido,  faz-se  necessário  o 

conhecimento  destes  fatores:  uso  de  materiais  de  boa  qualidade;  a  proporção  correta 

dos  componentes;  a  manipulação  adequada do concreto e a cura cuidadosa. (ALMEIDA, 

2002). 

Como material estrutural, o concreto apresenta várias vantagens em relação a 

outros  materiais,  que  estão  diretamente  relacionadas  ao  processo  e  aos  seus 

componentes.  Dentre  as  principais  vantagens  estão  a  alta  maleabilidade,  que  permite 

grande  variabilidade  de  formas  e  de  concepções,  a  boa  resistência  à  maioria  dos  tipos 

de  solicitação,  desde  que  seja  feito  um  correto  dimensionamento,  o  baixo  custo  dos 

materiais  -  água  e  agregados  graúdos  e  miúdos  -,  o  baixo  custo  de  mão-de-obra,  pois 

em  geral  não  exige  profissionais  com  elevado  nível  de  qualificação,  a  durabilidade  do 

material e outros. PINHEIRO (2007). 

Ainda  sobre  a  sua  composição,  também  podem  ser  adicionados  ao  concreto 

aditivos,  que  modificam  algumas  características  do  concreto, para facilitar a aplicação e 

melhorar  a  trabalhabilidade  do  mesmo.  Dentre  os mais comuns pode-se citar: o aditivo 

plastificante  (Figura  4),  que  reduz  em  6%  a  quantidade  de  água  a  ser  adicionada, 

mantendo  a  resistência  e  elevando  a  trabalhabilidade  (ou  vice-versa);  os  aditivos 


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retardadores,  que  aumentam  o  tempo para aplicação, Evitando a perda de consistência 

e  reduzindo  o  calor de hidratação (a perda de água é menos intensa, evita rachaduras e 

segregação);  e  o  aditivo  acelerador,  que  permite  a  utilização  do  concreto  a  baixas 

temperaturas,  diminuindo  o  tempo  de  desforma  do  concreto  (pré-moldados). 

(UNICAMP, [20??], w
​ eb​). 

F​igura 4: Aditivo plastificante CEMIX, um dos tipos de aditivos para concreto. 

 
F​onte: VEDACIT, 2019. 

 
CIMENTO CP I - Classe de resistência: 25 MPa. 

O  cimento  de  classificação  CP  I  (Figura  5), é o primeiro cimento portland lançado 

no  mercado  brasileiro.  Se  diferencia  por  não  conter  nenhuma  adição  além  de  gesso, 

como  retardador  de  pega.  É  considerado  o  cimento  referência  e  base  para  o 

desenvolvimento  dos  outros  tipos  de  cimento,  que  levam  na  composição  outros 

aditivos. 

Apesar  do  cimento  CP  I  atender  às  necessidades  da  maioria  das  aplicações 

comuns,  apenas  1%  de  todo  o  cimento  consumido  no  Brasil  faz  parte  desta  categoria. 

Em  sua  composição,  utiliza  uma  grande  quantidade  de  clínquer,  fator  que  faz com que 

o produto ocasione maior prejuízos ao meio ambiente. 


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Enquanto ao traço ​1:2:3​, é considerado a fórmula básica, pois atende à maior 

parte das estruturas comuns em obras de pequeno porte. Neste caso, a proporção 

significa: 

● 1: o
​ primeiro número diz respeito ao cimento. 

● 2:​ o segundo diz respeito ao agregado miúdo (areia). 

● 3:​ o terceiro diz respeito ao agregado graúdo (brita). 

Isto  significa  que,  ao  se  usar  um  saco  de  100kg  de  cimento,  pesando 

aproximadamente  80  litros,  será  necessário  utilizar  160  litros  de  areia  e  por  fim  300 

litros  de  brita,  ou  seja,  1  parte  de  cimento  por  2  partes  de  areia  e  3  partes  de  brita. 

Lembrando  que  a  água  deve  ser  muito  bem  dosada  pois  implicará  na  trabalhabilidade 

do produto final.  

 
3.3 GENERALIDADES E PROPRIEDADES 

Os  parâmetros  de  classificação do concreto podem variar, entretanto, ao se falar 

de  um  modo  mais  amplo  a  respeito  dos  tipos  de  concreto,  geralmente  classifica-se 

com  base  no  processo  produtivo  e/ou  seus  componentes.  Dentro  disso,  pode-se citar 

os  tipos  como  o  concreto  armado,  concreto  protendido,  concreto  leve,  concreto  de 

alto desempenho, concreto usinado entre outros. 

Entretanto,  também  é  possível  classificá-lo  conforme  massa  específica  e  a 

resistência: 

Classificação conforme massa específica: 

1. Concreto pesado = 2,8 a 5,0 tf/m³ 

2. Concreto normal = 2,0 a 2,8 tf/m³ 

3. Concreto leve = 1,2 a 2,0 tf/m³ 

Classificação conforme resistência: 

1. Concreto de baixa resistência: resistência menor que 20MPa 

2. Concreto de resistência convencional: resistência entre 20MPa e 40MPa 


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3. Concreto de alta resistência (CAD): resistência superior a 40MPa 

O  concreto  possui  propriedade  de  resistência tração e compressão, neste último 

caso,  Almeida  (2002) afirma que a resistência à compressão simples é a característica 

mais  importante  de  um  concreto.  É  determinada  em  corpos  de  prova  padronizados 

para possibilitar que resultados de diferentes concretos possam ser comparados. 

É  necessário  também  compreender  que  as  propriedades  do  concreto  podem 

diferir do estado fresco para o estado molhado, como detalha Almeida (2002): 

 
PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO 

Consistência  e trabalhabilidade: ‘’​A consistência traduz as propriedades intrínsecas 

da  mistura  fresca  relacionada  com  a  mobilidade  da  massa  e  a  coesão  entre  os 

elementos  componentes,  tendo  em  vista  a  uniformidade  e  a  compacidade  do 

concreto.  Já  a  trabalhabilidade  não  é  apenas  uma  característica  inerente  ao  próprio 

concreto,  mas  envolve  também  as  considerações  relativas  à  natureza  da  obra  e  aos 

métodos de execução adotados, neste caso, as operações de transporte, lançamento e 

adensamento  do  concreto  devem  ser  cuidadosas,  permitindo  a  obtenção  de  uma 

massa homogênea e sem vazios.’’ 

Exsudação:  ‘’​Exsudação é a tendência da água de amassamento de vir à superfície 

do concreto recém lançado. Em conseqüência, a parte superior do concreto torna-se 

excessivamente unida, produzindo um concreto poroso e menos resistente. A água, ao 

subir  à  superfície,  pode  carregar  partículas  finas  de  cimento,  formando  uma  pasta, 

que  impede  a  ligação  de  novas  camadas  de  material  e  deve  ser  removida 

cuidadosamente.’’ 

PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO 

Massa específica:​ ver ​Classificação conforme massa específica. 

Deformações: ​‘’As deformações do concreto podem ser causadas por variação das 

condições  ambientes  -  incluindo  retração  e  deformações provocadas por variações de 


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umidade  e  temperatura  ambiente,  e  as  deformações  causadas  pela  ação  de  cargas 

externas  -  deformação  imediata,  deformação  lenta,  deformação  lenta  recuperável  e 

fluência.’’ 

 
3.4 POSSIBILIDADES E APLICAÇÕES DO CONCRETO 

Como  já  foi mencionado, o concreto possui um papel de destaque na construção 

civil,  como  o  principal  e  mais  consumido  material construtivo. Pode-se considerar que 

alguns  fatores  principais  possibilitaram  a  popularidade  do  concreto,  dentre  estes 

fatores podem ser mencionados:  

● Versatilidade:  ​É  um  material  de  fácil  produção  e  manejo,  com 

plasticidade notável, que possibilita ser moldado.  

● Durabilidade:  ​O  concreto  é  um  material  de  alta  resistência  a  diversos 

fatores, inclusive a água.   

● Economia:  ​É  considerado  um  dos  materiais  mais  baratos  do  mercado,  e 

de grande disponibilidade. 

De  forma  mais  direta,  pode-se  relacionar  a  aplicação  do  concreto  nos  seguintes 

casos:  Estruturas  –  Como os edifícios e pontes; Pavimentos – Como estradas e passeios; 

Peças  pré-moldadas  –  Como  tijolos,  postes  ,  tubos,  etc. A seguir, elenca-se um exemplo 

para cada uma destas aplicações. 

 
ESTRUTURAS 

Os  edifícios  são  compostos  por  um  conjunto  de  elementos  estruturais (Figura 5) 

responsáveis  por  atribuir  rigidez  ao  mesmo,  e  esta  resistência  desses  elementos  está 

diretamente  relacionada  ao  material  que  os  compõe.  Em  uma  abordagem  geral, 

pode-se elencar os principais elementos: 


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1. Lajes:  Responsáveis  por  receber, além das cargas permanentes, as ações de uso, 

transmitindo-as  para  os  apoios;  travam  os  pilares  e  distribuem  as  ações 

horizontais entre os elementos de contraventamento; 

2.   Vigas:  elemento  horizontal  que  delimita  as  lajes,  suportam  paredes  e  recebem 

ações das lajes ou de outras vigas e as transmitem para os apoios; 

3. Pilares:  elemento  vertical  que  recebe  as  ações  das  vigas  ou  das  lajes  e  dos 

andares  superiores  as  transmitem  para  os  elementos  inferiores  ou  para  a 

fundação; 

4. Fundação:  Podem  ser  de  diversos  tipos,  dentre  eles: blocos, lajes, sapatas, vigas, 

estacas etc., e são responsáveis por transferir os esforços para o solo. 

 
F​igura 5: Vigas e pilares em concreto. 

Fonte: Viva Decora, [201?]. 

 
PAVIMENTOS 

Conforme  já  abordado,  desde  a roma antiga já se utilizava o concreto simples na 

pavimentação  de  vias.  Na  construção  civil  moderna,  tornou-se  crescente o emprego do 


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concreto  em  pisos  industriais  (Figura  6) e em pavimentos de vias urbanas e rodoviárias, 

principalmente nos casos de tráfego intenso e pesado. (ALMEIDA, 2002). 

F​igura 6: Piso em concreto polido. 

Fonte: Lages Esteves, [201?]. 

 
PEÇAS PRÉ MOLDADAS 

Um  exemplo  simples  de  peça  pré-moldada  em  concreto  são  os  blocos  de 

concreto  (Figura  7).  Este  setor  tem  experimentado  grande  crescimento  nos  últimos 

anos,  fruto  dos  investimentos  dos  empresários  e  da  organização  da  cadeia  produtiva. 

Os  blocos  de  concreto  têm  como  principais  características  a  elevada  resistência 

mecânica,  dimensões  modulares  e  serem  vazados  na  posição  vertical.  Estas 

características  minimizam  o índice de perdas por quebras, a necessidade de cortes para 

modulação  e  passagem  de  instalações  elétricas,  e  reduzem  o  uso  de  argamassa  de 

assentamento  e  de  revestimento,  diminuindo  o  consumo  de  materiais  e  a  geração  de 

resíduos. (SILVA, 2014). 


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F​igura 7: Bloco comum de concreto. 

Fonte: Balaroti, [201?]. 

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Diante  do  que  foi  pesquisado,  conclui-se  que  a  construção  civil  no  Brasil  e  no 

mundo  vem  apresentando  um  crescimento  vertiginoso,  assim  como  um  forte 

desenvolvimento  tecnológico,  atribuindo  destaque  para  o  concreto  -  principal 

componente do âmbito -, que proporciona facilidade e agilidade na construção. 

Constatou-se  que  a  versatilidade  deste  material  gera  uma  porção  de  vantagens, 

mas  da  mesma  forma  é  importante  mencionar  que  existem  algumas  desvantagens, 

como  o  seu  peso  próprio  que  é  elevado.  Entretanto,  o  maior  problema  do  concreto 

trata  das  reformas  e  demolições,  que  são trabalhosas e geram uma grande quantidade 

de resíduos poluentes a natureza. 

A  sustentabilidade  no  século XXI também é fator fundamental a ser considerado, 

visto  que  a  construção  civil  causa  excessivo  impacto  ambiental.  Neste  contexto,  o 

concreto  vem  se  remodelando  para  atender  os  requisitos  do  mercado,  criando  opções 

sustentáveis  que  substituem  os  agregados  e  aglomerantes  por  materiais 

complementares  como  cinzas  de  casca  de  arroz  e  cinzas  de  bagaço  de  cana,  ou 
18 

simplesmente  realizam  a  reutilização  de  resíduos  da  construção  civil  em  sua 

composição, como forma de mitigar a poluição e gerar economia de recursos naturais.  

A respeito da vida útil do concreto observou-se que ela depende de fatores como 

a  compactação,  a  cura,  a  qualidade  dos  materiais  utilizados  e  a  realização  correta  dos 

procedimentos  envolvidos,  lembrando  que existem critério de projeto para que se evite 

a deterioração do material. 

Por  fim,  concluiu-se  que  deve-se  considerar  o  investimento  no  estudo  das 

estruturas  de  concreto  como  sendo  um  importantes  investimentos  na  ciência  e 

tecnologia,  influenciando  diretamente  na  qualidade  de  vida  da  população.  Além  disso, 

sua  variabilidade  permite  este  constante  desenvolvimento,  como  denota  o  surgimento 

de  tecnologias  como  o  concreto  de  alto  desempenho,  o  concreto  de  ultra-alta 

resistência,  concreto  translúcido,  o  concreto  autolimpante  e  tantas  outras 

possibilidades  que  surgiram  e  continuam  a  surgir,  conduzindo  o  constante  movimento 

do setor.  

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

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[http://ibracon.org.br/publicacoes/revistas_ibracon/rev_construcao/pdf/Revista_Concret
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MEHTA,  Kumar;  MONTEIRO,  Paulo  J.  M.  ​Concreto:  Microestrutura,  propriedades  e 
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massa específica e consistência​. Rio de Janeiro: ABNT, 2009. 
 
 

Figura  1:  Pirâmide  escalonada  de  Djoser,  considerada  a  primeira  pirâmide  projetada  e 
construída  pelo  homem.  Disponível  em: 
[​https://pt.wikipedia.org/wiki/Pir%C3%A2mide_de_Djoser​]. Acesso em: 25 abr. 2020.  
 
Figura  2:  Via  Ápia,  uma  das  principais  estradas  da  antiga  Roma.  Disponível  em: 
[​https://pt.wikipedia.org/wiki/Via_%C3%81pia​]. Acesso em: 25 abr. 2020.  
 
Figura  3:  Fábrica  de  cimento  Portland  em  Perus,  São  Paulo.  Disponível  em: 
[​http://www.saopauloinfoco.com.br/companhia-de-cimento-portland/ 
]. Acesso em: 22 abr. 2020.  
 
Figura 4: Aditivo plastificante CEMIX, um dos tipos de aditivos para concreto. Disponível 
em: [​https://www.vedacit.com.br/produtos-e-solucoes/aditivos/cemix​]. Acesso em: 25 
abr. 2020.  
 
Figura  5:  Vigas  e  pilares  em  concreto.  Disponível  em: 
[​https://www.vivadecora.com.br/pro/curiosidades/calcular-concreto/​].  Acesso  em:  26 
abr. 2020.  
 
 
Figura  6:  Piso  em  concreto  polido.  Disponível  em: 
[​https://www.lajesesteves.com.br/pt/produtos/piso-concreto-polido​].  Acesso  em:  27 
abr. 2020.  
 
Figura  7:  Bloco  comum  de  concreto.  Disponível 

em:[​https://www.balaroti.com.br/bloco-concreto-115x19x24cm-valleblock-101536/p​]. 

Acesso em: 28 abr. 2020.  

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