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Como calcular o I.

R em operações com Ações e Opções


No final de cada mês na bolsa de valores é necessário fazer a apuração do I.R, algo que
muitos investidores esquecem ou até mesmo nem sabem que precisam fazer. Para iniciar, é
necessário ter em mãos o lucro (já descontadas todas as taxas que constituíram as transações
de compra e venda do negócio) de todos os negócios que foram finalizados no mês de
apuração.

As taxas que constituem as transações de compra e venda de um negócio são: corretagem,


ISS, emolumentos, taxa de liquidação e taxa de registro (no caso de opções). Todas essas
taxas estão discriminadas nas notas de corretagem, geralmente disponibilizadas no próprio
site da corretora. No caso de venda a descoberto, o custo com o aluguel de ações também
pode ser usado para reduzir o lucro, e consequentemente reduzir o valor a pagar de IR.

Tendo em mãos os resultados dos negócios, o investidor deve separá-los em dois tipos:
operações normais (compra e venda em dias diferentes) e operações day trade (compra e
venda no mesmo dia). E assim obter para cada uma dessas modalidades qual foi o resultado
geral das operações realizadas no mês. 

Taxa do Imposto: 15% para operações normais e 20% para operações day trade. O investidor
precisa estar antenado ao fato de só poder compensar prejuízos entre operações de mesma
espécie (normal com normal e day trade com day trade). Ou seja, é permitido compensar
prejuízos entre operações normais de ações e operações normais de opções. E também entre
operações day trade de ações e operações day trade de opções. 

Isenção para pessoa física: Para operações normais com ações existe isenção de I.R caso o
investidor tenha vendido até R$ 20 mil em ações no mês. Apesar de isenção valer apenas para
as operações normais, é necessário somar também as vendas day trade com ações. Ou seja, a
isenção é válida quando a soma das vendas de normal e day trade (de ações) for menor ou
igual a R$ 20 mil. Para operações normais com opções e operações day trade não há nenhum
tipo de vantagem tributária.

DARF: O imposto deve ser pago até o último dia útil do mês subsequente ao mês da apuração.
O recolhimento deve ser feito através de DARF código 6015 (o mesmo código é utilizado para
todos os tipos de operações). O investidor pode usar o imposto retido na fonte para abater o
valor a ser pago. Por exemplo:

* O Imposto Retido na Fonte (IRRF), discriminado nas notas de corretagens, só pode ser usado
para abater os pagamentos até o fim do ano em que foi gerado.

* O atraso no pagamento da DARF gera multa de 0,33% ao dia (limitada a 20%) e juros de mora
(baseado na Taxa Selic do período). O investidor que precisar gerar uma DARF com o valor
reajustado pode utilizar o programa Sicalc, disponível para download no site da Receita
Federal.

Ordem dos abatimentos: Os prejuízos devem ser usados para abater lucros ocorridos no
mesmo mês de apuração ou em operações de meses subsequentes do mesmo tipo de operação
(normal ou day trade). Caso tenha imposto a pagar pendente de algum mês, não poderá usar
um prejuízo futuro para compensá-lo.

Mais...

- Para quem ainda estiver com dificuldades para calcular e declarar o IR de ações, opções,
fundos imobiliários, mercado futuro, mercado à termo, recomendo o Guia Completo de
Imposto de Renda na Bolsa (CLIQUE AQUI).

- Aqui no blog temos um modelo de planilha para cálculo de I.R. CONFIRA

Não deixe de declarar suas operações na bolsa

Mesmo que você opere pouco, esteja com prejuízo acumulado, apenas compre ações, opere
na faixa de isenção (em operações normais) ou tenha parado de operar, deve declarar toda
essa situação na declaração anual do imposto de renda. Veja algumas dicas para não ter
problemas com o fisco:

- Se você apenas comprou ações e não vendeu, independente de quantas, deve declará-las na
aba “Bens e Direitos – código 31”, com o preço médio de aquisição da ação, data de compra,
quantidade e nome + CNPJ da empresa emissora do papel.

- Declare todos rendimentos como bonificações, dividendos e juros sobre capital próprio,


recebidos durante o ano. 

- Se teve prejuízo, não deixe de declarar, caso contrário você não conseguirá usá-lo para
abater o imposto de lucros futuros. Todos os resultados mensais obtidos com as operações
devem ser incluídos na ficha “Renda Variável -> Operações Comuns / Day trade”.

- Caso tenha prejuízo acumulado de anos anteriores, ainda assim deve declarar TODOS os
resultados de forma correta. Por exemplo, não pense que não precisa declarar o lucro do ano
só por ter prejuízos acumulados de anos anteriores.

- Lembre-se que vendas até R$ 20 mil são isentas apenas no mercado à vista, quem opera
termo, day trade ou opções misturado com operações comuns, deve se preocupar em calcular
estas operações para não sair do critério de isenção sem perceber. Os lucros obtidos na
condição de isenção devem ser informados na ficha de Rendimentos Isentos e Não Tributáveis
– linha 18 “Ganhos Líquidos em operações no mercado à vista de ações negociadas em bolsas
de valores nas alienações realizadas até R$ 20.000,00, em cada mês, para o conjunto de
ações”

- Se você parou de operar, é muito importante que os anos nos quais você operou sejam
calculados e as operações declaradas, pois em até 5 anos a Receita Federal pode intervir e
cobrar o imposto dessas operações com multa e juros. 

Acha complicado fazer este controle de lucro e prejuízo? Existem ferramentas que


resolvem este problema para você. É o caso da CALC1 da Sencon, calculadora de IR online
muito utilizada por investidores e agentes autônomos de investimentos. Clique aqui para
obter mais informações sobre a ferramenta.

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