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TECNOLOGIA

De TI a gestão de ponto: o mercado


das empresas que ajudam no home
office
Negócios ajudam a gerenciar a presença de funcionários,
configurar computadores ou mesmo atender chamadas.
Demanda pelos serviços tem sido alta - mas dificuldades
financeiras de alguns clientes, também

5 min de leitura

Ouça     

Ana Laura Stachewski


17 Abr 2020 - 06h15 | Atualizado em 18 Abr 2020 - 11h29

Lázaro Malta, fundador da Ahgora: empresa fornece tecnologia para gestão


de pessoas (Foto: Divulgação)

No início de março, o empreendedor Lázaro Malta reuniu sua


equipe para discutir os próximos passos da Ahgora, empresa
fundada por ele em 2006. O coronavírus já era uma
preocupação pelo mundo, mas a pandemia ainda não havia
sido decretada e a quarentena estava distante do imaginário
brasileiro. Mesmo assim, a decisão foi de antecipar os
preparativos e já colocar parte da equipe em home office.

A especialidade da empresa é fornecer tecnologia para


melhorar a gestão de pessoas. No modelo software as a
service (SaaS), suas plataformas permitem digitalizar desde o
registro de ponto até a gestão de eficiência. Por isso, a
conclusão foi de que seria simples gerenciar a própria equipe à
distância. Mas a realidade não foi bem essa.

“Notamos que era difícil. O modelo de trabalho está se


transformando e dando mais espaço à mobilidade e à
tecnologia, mas a necessidade de trabalhar em grupo não
mudou”, aponta o fundador. “Percebemos que o home office
geraria um impacto muito grande para as empresas e faria o
mercado desabar.”
A solução (para a empresa e seus clientes) foi acelerar um
projeto que já estava no horizonte: o Ahgora Anywhere
Office, uma plataforma construída especialmente para
gerenciar equipes remotas. As funções reunidas permitem
desde marcar presença com reconhecimento facial até
gerenciar o tempo gasto com cada atividade.

O empreendedor também decidiu liberar o acesso gratuito à


ferramenta para os 3 mil clientes e qualquer outra empresa
que se interessar até 30 de setembro. “Nós perdemos
negócios que estavam sendo fechados, mas tivemos um
aumento de 300% nos leads”, diz Malta.

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A Aghora é uma entre várias empresas que viram seu mercado


se comportar de forma diferente frente à pandemia. Se por um
lado o home office aumenta a demanda por plataformas
digitais ou serviços de TI, por outro é mais difícil encontrar
empresas e clientes dispostos a investir.

SAIBA MAIS

Os efeitos da pandemia, segundo startups


e fundos brasileiros

Mais interesse, menos contratos


A quantidade de pessoas interessadas nos serviços da
empresa triplicou desde a liberação da plataforma, mas a taxa
de novos negócios fechados caiu à metade. “O turn down
aumentou e as negociações de adiamento de pagamento,
também. Mas as ferramentas são muito úteis para gerenciar os
gastos, então o que perdemos ainda não foi significativo.”
Apesar de 65% dos clientes serem PMEs, a maior parte do
faturamento da empresa vem dos contratos com as grandes.

A Ahgora faturou cerca de R$ 40 milhões em 2019 e esperava


continuar crescendo neste ano. “Rasgamos as projeções.
Agora é um momento de sobrevivência”, diz o fundador. Ele diz
que a empresa tem recursos para se manter por um período,
mas que, assim como a maioria dos negócios, está sujeita a
riscos se a cadeia demorar para se recuperar. Por isso, tem
negociado com instituições para acessar capital.
“A ameaça vale para nós também. Mas quem passar por esse
cenário entendendo de que forma o mundo será no pós-
coronavírus tem chance de sair vencedor”, afirma.

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SAIBA MAIS

Coronavírus impulsiona assinaturas


digitais em plataforma de pagamentos

Tecnologia em alta
No caso da EuNerd, as mudanças de mercado envolveram
ainda mais esferas. A startup tem uma base de 22 mil
profissionais autônomos de TI e os conecta a empresas para
serviços diversos. Antes da crise, os principais clientes eram
da área de varejo – e os serviços mais buscados eram
relacionados às suas lojas. Com o comércio fechado, foi
preciso mudar a estratégia.

“Como trabalhamos com grandes corporações, não tivemos


muitos cancelamentos nem uma queda grande na receita. Mas
vimos muitas empresas do varejo postergando os pagamentos
ou pausando projetos”, diz o sócio Daniel Tutida. A startup
passou então a focar em áreas que continuam contratando ou
enviando suas equipes atuais para o home office. Os
supermercados também seguiram precisando de suporte.

Daniel Tutida e Bruno Ramos, da EuNerd: plataforma tem 22 mil profissionais


de TI cadastrados (Foto: Divulgação)

A busca proativa por clientes e as parcerias com outros


negócios surtiram efeito. Em geral, Tutida diz que a startup
registrou um aumento na procura por serviços e um
incremento de 8% a 12% na receita. Mas os pagamentos
estão mais prolongados e o fluxo de caixa, menos equilibrado.
“Estamos focando agora em otimizar a receita. Cortamos
ferramentas que não estávamos usando, alongamos prazos
com fornecedores e estamos recorrendo aos bancos, fundos e
investidores”, diz ele.

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Outros custos absorvidos pela startup visam ajudar empresas


em dificuldades e os próprios técnicos. A EuNerd passou a
oferecer serviços a preço de custo para algumas empresas e
criou parcerias com fintechs para garantir acesso a
parcelamentos. Para os profissionais de TI, ofereceu a
antecipação de recebíveis.

A alta na demanda por serviços de TI e assistência técnica


também foi registrada em plataformas de freelance. Mas, ao
menos entre os clientes da Vulpi, não se refletiu da mesma
forma no recrutamento. A startup oferece consultoria para a
contratação de profissionais de tecnologia. De um padrão
mensal de 250 vagas abertas, sobraram 100.

“As empresas estão optando mais por contratar para projetos


pontuais do que por criar laços futuros”, diz o cofundador
Fellipe Couto. O faturamento da startup caiu 50% no último
mês – mas novos contratos com empresas dos EUA devem
fortalecer a receita do ano. “A diferença cambial é muito
favorável, e muitas estão vendo o momento como
oportunidade de aprimorar a tecnologia.”

O braço educacional da empresa também ganhou mais


evidência, com o lançamento de um curso voltado a
profissionais afetados pela crise que pensam em migrar para a
área de TI.

SAIBA MAIS

Startups apostam no digital para salvar


produtores de eventos

Pioneirismo remoto
Antes da crise, os 150 profissionais de call center da Home
Agent já trabalhavam de casa. O home office integra a
proposta de valor oferecida pela empresa aos funcionários e
às 17 médias e grandes empresas que contratam seus
serviços. A maior adaptação com a pandemia foi lidar com o
crescente pedido de outras companhias por auxílio na
transição das equipes de call center para casa.
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“Historicamente, sempre que perguntavam se oferecíamos


estrutura, eu dizia que não. Quando começou a crise, na
terceira ligação que recebi, falei que sim”, diz o fundador Fabio
Boucinhas. Em uma semana, a startup estruturou uma nova
solução que agora é um produto permanente para o mercado.

Fabio Boucinhas, fundador da Home Agent: empresa de call center já adotava home office antes da
crise (Foto: Divulgação)

Fabio Boucinhas, fundador da Home Agent: empresa de call center já


adotava home office antes da crise (Foto: Divulgação)

Nela, em vez de contratar a equipe, a empresa paga pela


metodologia e pelos sistemas desenvolvidos pela Home Agent
em seus quase 10 anos de atendimento remoto. “Muita gente
acha que conseguindo mandar a equipe para casa, está
resolvido. Essa é a hora em que o trabalho e os desafios
começam”, diz o empreendedor.

Com o novo modelo, o número de contratos fechados cresceu


cerca de 40%. Também cresceu o número de currículos
recebidos pela empresa: de uma média de 2 mil por mês,
passaram para 3 mil. “A partir de agora o home office, que até
então era algo interessante, vai se tornar obrigatório. E
enquanto o mercado tradicional vai levar tempo para se
adaptar, nós já estamos prontos.”

SAIBA MAIS

10 passos para o home office perfeito (e o


que fazer se tudo der errado)

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