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TRIBUNAL DE CONTAS
MINISTÉRIO PÚBLICO ESPECIAL
P A R E C E R
I – DO RELATÓRIO
Trata-se da análise dos Termos Aditivos n.º 09 a 19 ao Contrato n.º 11/2006,
decorrente da Concorrência n.º 03/05, cujo objeto é a execução das obras de construção do
Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande.
Por força dos princípios da economia processual e da celeridade, foi tomado como
parte do Relatório o resumo do trâmite processual presente no despacho do Relator às fls.
4285/4287, quando, ao final, os autos foram encaminhados ao MPjTC para pronunciamento
acerca dos aspectos formais do Termos Aditivos n.º 09 a 17.
Relatório da DILIC, fl. 4311, concluindo pela regularidade do Termo Aditivo n.º 18.
Anexação do Termo Aditivo n.º 19, fls. 4312/4511, que foi considerado regular pela
Unidade de Instrução, fl. 4319.
II - DA ANÁLISE
Infere-se dos autos haver a Auditoria concluído pela regularidade de todos os
termos aditivos em análise, com exceção daquele de n.º 09, cujo objeto foi o acréscimo de
R$ 7.618.203,72, perfazendo, assim, um aumento de 61,29% do contratado inicialmente (R$
20.889.997,97), já que o 1.º aditivo aumentou em R$ 773.700,05 o valor ajustado e o 5.º
aditivo em R$ 4.411.794,46, razão por que a DICOP realizou diligência in loco e constatou
acréscimo significativo em alguns itens do contrato e, ainda, a inclusão de 40 novos serviços
sem realização de prévia e obrigatória licitação. Foi constatado, ademais, pagamento
excessivo no serviço de tapume em chapa galvanizada n.º 22, no valor de R$ 12.909,60.
§ 1.º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos
ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por
cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou
de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.
Deve-se ter em mente que o valor permitido para acréscimo quantitativo é uma
previsão da Lei nº 8.666/93, que tem como objetivo realizar ajustes de possíveis imprecisões
ocorridas durante a elaboração do projeto básico, assim a quantia superior ao limite previsto
na Lei de Licitações deve ser considerada como despesa não licitada.
Com o fito de não haver bis in idem ou decisões discrepantes sobre a referida eiva,
entende-se pelo apensamente dos presentes autos ao Processo TC nº 01475/06.
III - DA CONCLUSÃO
ANTE O EXPOSTO, opina esta representante do Parquet Especial pela
REGULARIDADE dos Aditivos n.º 10 a 19 ao Contrato n.º 11/2006, realizados pela
Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado - SUPLAN, entretanto,
pela IRREGULARIDADE do Termo Aditivo n.º 09 amo citado Contrato, que majorou o ajuste
em valor superior ao previsto no art. 65, § 1º, da Lei nº 8.666/93, devendo ser aplicada multa
pessoal ao Sr. Raimundo Gilson Vieira Frade, ex-Diretor Superintendente da SUPLAN,
responsável por este Aditivo, pelas razões acima explanadas, sem impedimento de
recomendação ao atual gestor da SUPLAN para não incorrer na mesma infração.
Represente-se ao Ministério Público comum, a fim de se investigarem indícios de
cometimento de crime licitatório pelo mencionado ex-gestor.
mce