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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Turismo e Informática

Tema: O Direito do Ambiente e o Ordenamento Territorial

Armando António Buruhane

Auge Gimo

Geraldo Fabião

Sofia Francisco Manjomeco

Pemba, Maio de 2020.


Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Turismo e Informática

Tema: O Direito do Ambiente e o Ordenamento Territorial

Armando António Buruhane

Auge Gimo

Geraldo Fabião

Sofia Francisco Manjomeco

Curso: L. em Gestão de Meio


Ambiente e dos Recursos Naturais

Disciplina: Direito do Ambiente

3° ano Noturno

Docente: Cadmiel Armindo

Pemba, março de 2020·.


Índice
Introducao...................................................................................................................................................4
Objetivo Geral:........................................................................................................................................4
Objetivos Específicos...............................................................................................................................4
Noção..........................................................................................................................................................5
Direito do Ambiente....................................................................................................................................5
Características do direito do Ambiente.......................................................................................................6
 Globalidade ou Universalidade........................................................................................................6
 Autonomia.......................................................................................................................................6
 Interdisciplinaridade........................................................................................................................7
Princípios do Direito Ambiental...................................................................................................................7
Princípios Fundamentais do direito ambiental............................................................................................7
Função do Direito do Ambiente..................................................................................................................9
Órgãos de gestão ambiental......................................................................................................................10
Órgãos de gestão ambiental e suas competências................................................................................10
Responsabilidade de Dano do Ambiente...................................................................................................11
 Responsabilidade Administrativa:.................................................................................................11
 Responsabilidade Criminal.............................................................................................................11
 Responsabilidade Civil...................................................................................................................12
Fontes do Direito Ambiental.....................................................................................................................12
Regulamentos da Lei do Ambiente............................................................................................................14
Ordenamento Territorial...........................................................................................................................14
Características de Ordenamento Territorial..............................................................................................15
Objectivos de ordenamentos territorial....................................................................................................15
Constituem objetivos específicos da presente Lei:................................................................................15
Importancia de Ordenamento Territorio...................................................................................................16
Desenvolvimento sustentavel e Educacao Ambiental...............................................................................17
Zoneamento Ecologico Economico............................................................................................................18
Conclusão..................................................................................................................................................21
Referencias Bibliograficas..........................................................................................................................21
Introducao

Diante das constantes agressões ao meio ambiente, confirmadas pela ciência e condenadas pela
ética e pela moral, surge à necessidade de se repensar conceitos desenvolvimentistas clássicos.
Neste sentido, torna-se imperiosa a agregação de diversas áreas do conhecimento científico,
técnico e jurídico, aliados aos conhecimentos locais e de comunidades tradicionais em torno da
construção de uma nova teoria de desenvolvimento econômico que agregue a noção de
sustentabilidade. Em outras palavras, significa a internalização pelo processo produtivo de
externalidades que até então não eram computadas nos custos de produção. A sustentação
jurídica desta nova forma de encarar a relação do homem com o meio ambiente reside
justamente no reconhecimento do direito das futuras gerações de usufruírem, em igualdade de
condições, os recursos naturais disponíveis hodiernamente. O direito ambiental está inserido
neste contexto. Um ramo do direito que regula a relação entre a atividade humana e o meio
ambiente. Por sua natureza interdisciplinar, o direito do ambiente acaba se comunicando com
outras áreas da ciência jurídica.

Como restrita este autor defende que o Ordenamento deverá compreender uma competência
muito importante, a de harmonizar e coordenar as várias atividades existentes num determinado
território. Esta acepção é, igualmente, partilhada por Orea (2001), o qual admite que, do ponto de
vista administrativo, o Ordenamento deverá ter uma função pública porque só assim é possível
controlar, de uma forma equidistante, o crescimento espontâneo das atividades humanas,
públicas ou privadas, evitando problemas e constrangimentos futuros, fomentando e garantindo
uma justiça sócia espacial.

Objetivo Geral:
 Compreender o Direito do Ambiente e o Ordenamento Territorial

Objetivos Específicos:

 Contextualizar o direito do ambiente e o ordenamento territorial


 Compreender os princípios fundamentais de direito do ambiente
 Identificar a responsabilidade de dano do ambiente
 Identificar as importâncias de ordenamento territorial e suas características
Noção
Existem várias teorias que apresentam vários sentidos do termo “ambiente”, a saber:

Concepção Antropocêntrica- defende o ambiente como o conjunto de bens naturais que


constituem fonte de sustentação da vida humana.

Concepção Ecocêntrica - defende que o ambiente que por si só merece uma tutela autónoma,
directa, independente da consideração de algum dano ao ser humano.

Concepção Ampla – considera que o ambiente é o conjunto dos recursos naturais, renováveis e
não renováveis e pelas construções humanas, que têm a natureza como suporte (C.
antropocêntrica).

Concepção Restrita – a semelhança da Ecocêntrica defende que o ambiente é um conjunto dos


recursos naturais renováveis e não renováveis.

A Declaração de Estocolmo de 1972 transformou o ambiente no protagonista das preocupações


mundiais.

“Entretanto, em Moçambique, somente a partir da Constituição de 1990 ouviu-se falar do Direito


do Ambiente dispondo o seguinte: “todo o cidadão tem o direito de viver num ambiente
equilibrado e o dever de defendê-lo” e que, em consequência disso,” o Estado promove
iniciativas pares a garantir o equilíbrio ecológico e conservação e preservação do meio ambiente
visando à melhoria da qualidade de vida dos cidadãos”.

Em consequência do texto constitucional foi aprovada a Lei 20/97, de 1 de Agosto, designada


Lei do Ambiente, que vem definir as bases legais para a utilização e gestão correcta do ambiente
e seus componentes, com vista à materialização de um sistema do desenvolvimento sustentável
dos pais (art.2 da lei do ambiente).

Direito do Ambiente

 O conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos organicamente estruturados para


assegurar um comportamento que não atente contra a sanidade mínima do meio
ambiente. (Sérgio Ferraz).
 “Conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos sistematizados e informados por
princípios apropriados que tenham por fim a disciplina do comportamento relacionado ao
meio ambiente” (Diogo Figueiredo Moreira Neto).
 “Conjunto de normas e princípios editados objetivando a manutenção do perfeito
equilíbrio nas relações do homem com o meio ambiente” (Tycho Brahe Fernando Neto)
 Conjunto de princípios e regras destinados à proteção do meio ambiente, compreendendo
medidas administrativas e judiciais, com a reparação econômica e financeira dos danos
causados ao meio ambiente e aos ecossistemas de uma maneira geral. (Carlos Gomes de
Carvalho).
 O Direito do Ambiente é um direito à conservação do meio ambiente. (Alexandre Kiss).
 Direito ambiental é um ramo do Direito que estuda as relações jurídicas ambientais,
observando a natureza
constitucional, difusa e transindividual dos direitos e interesses ambientais, buscando a
sua proteção e efetividade.

Vale dizer que Direito difuso ou transindividual é todo aquele que protege interesses que vão
além dos individuais e atingem um número indeterminado ou indeterminável de indivíduos. Tais
interesses tocam os indivíduos sem, necessariamente, exigir que os mesmos pertençam a grupos
ou categoria determinada. Trata-se, por isso mesmo, de um direito difuso, espalhado pela
sociedade, do qual todos são titulares.

Características do direito do Ambiente

Assim como os outros ramos, o direito do ambiente apresenta certas características:

 Globalidade ou Universalidade – os danos ambientais gerados em determinadas


localidades podem alcançar extensões diferentes daquelas que o poluidor pretendia, na
medida em que não há como controlar as consequências dos danos ao meio ambiente.

Ex: Geração de gases de efeito estufa, que culminou com o Protocolo de Quioto, onde os países
assumiram o compromisso de reduzir a emissão de gases poluentes geradores do efeito estufa
para a atmosfera.

 Autonomia – pois tem objecto, características, conceitos e princípios próprios.


 Interdisciplinaridade – no que diz respeito a uma ciência que percorre outros ramos de
direito.

Ex: Como poderá um profissional de Direito atestar que há poluição? Será necessária a
interferência de profissionais capacitados tecnicamente, que atestarão a ocorrência da poluição.

Princípios do Direito Ambiental

a) Princípio da Legalidade, que é o princípio segundo o qual ninguém é obrigado a fazer ou


deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei.
b) E o Princípio da Reserva Legal que é compreendido como um princípio “que submete
determinada imposição à existência da respectiva lei específica”. Princípio segundo o
qual a lei de regência é a do tipo indicada pela Constituição.

Para Machado, a tarefa do Direito ambiental é criar normas que verifiquem a necessidade do uso
dos recursos naturais, conforme segue:

O Direito ambiental tem a tarefa de estabelecer normas que indiquem como verificar as
necessidades de uso dos recursos ambientais. Não basta a vontade de usar esses bens ou a
possibilidade tecnológica de explorá-los. É preciso estabelecer a razoabilidade dessa utilização,
devendo-se, quando a utilização não seja razoável ou necessária, negar o uso, mesmo que os bens
não sejam atualmente escassos (SERRA, 2012).

Princípios Fundamentais do direito ambiental

Os princípios são suportes normativos, verdadeiros alicerces, que conferem organização lógica a
certo ramo jurídico, estabelecendo bases interpretativas e tendo força normativa para a solução
de um caso concreto. Consoante o ensinamento de (DI PIETRO, 2010), “princípios são as
proposições básicos fundamentais típicos que condicionam todas as estruturações subsequentes”.
No que tange à enumeração dos princípios de direito ambiental, observa-se que há diversas
classificações, sendo que determinados autores desdobram certos princípios em outros, razão
pela qual esse trabalho irá indicar a enumeração mais difundida e consolidada na doutrina.

Princípio da prevenção: O referido princípio exige que se evitem os prejuízos ambientais, com
base no risco conhecido, por meio da utilização de informações e decisões adequadas
antecipadamente. A adoção de planejamentos em face de um determinado empreendimento que
possa causar danos ambientais com a exigência de Estudo Prévios e Relatório de Impacto
Ambiental é um exemplo prático da aplicação do princípio da prevenção. Consoante (Granziera,
2015, p. 61), o princípio da prevenção é assim explicitado: Com base no princípio da prevenção,
havendo uma análise prévia dos impactos que um determinado empreendimento possa causar ao
meio ambiente, é possível, adotando-se medidas compensatórias e mitigadoras, e mesmo
alterando-se o projeto em análise, se for o caso, assegurar a sua realização, garantindo-se os
benefícios econômicos dele decorrentes, sem causar danos ao meio ambiente.

Principio de precaucao: Muitas vezes tido como sinônimo do princípio da prevenção, por
também pretender que se evitem os danos ambientais, na verdade diferencia-se dele pelo fato de
que, para atingir o objetivo pretendido, opera-se com o risco incerto ou desconhecido, por não se
contar com elementos ou pesquisas científicas sobre o tema. A incerteza não pode servir de
justificativa para que não se garanta a proteção. Esse princípio foi expressamente previsto na
Rio-92:
Princípio 15. De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser
amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça
de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada
como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a
degradação ambiental. De acordo com os que defendem a aplicação do princípio da precaução,
não deveria ser permitido o desenvolvimento de certa atividade quando não houvesse certeza
científica quanto ao impacto ambiental, a exemplo da utilização das modificações genéticas,

Princípio do poluidor-pagador: Trata-se de um princípio que teve origem em 1972, na


Recomendação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que
em resumo é uma exigência de que o poluidor arque com os custos das medidas preventivas e do
combate à poluição, com aspecto preventivo e reparador. No que tange ao aspecto preventivo,
deve o responsável pelo empreendimento internalizar os custos da prevenção, do monitoramento
e da reparação dos impactos ambientais. Não se trata de pagar para ter o direito de poluir, mas
sim de computar no custo final da produção as despesas com o custo social externo relativo ao
meio-ambiente. A Declaração do Rio/92 contempla esse princípio:
Princípio 16 – Tendo em vista que o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo decorrente
da poluição, as autoridades nacionais devem procurar promover a internalização dos custos
ambientais e o uso de instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse público,
sem distorcer o comércio e os investimentos.

Princípio do usuário pagador: O referido princípio exige uma forma de limitação do uso de
recursos ambientais mediante a cobrança de contraprestação, de modo que a gratuidade possa
ensejar o consumo exacerbado do bem ambiental passível de escassez. Pretende-se que ao ser
cobrado pelo consumo, o usuário seja incentivado a utilização com moderação para que não haja
diminuição significativa do recurso natural ou sua escassez no futuro. Internacionais

Princípio da participação popular: O referido princípio tem três vertentes, que são o da
informação, da participação comunitária e da educação ambiental. A informação é considerada a
base fundamentadora para a adoção de decisões corretas, considerando-se que o meio ambiente
não deve se sujeitar a lesões de forma irreversível, razão pela qual o princípio da informação tem
notável relevância, devendo ser observado principalmente por autoridades governamentais. As
matérias ambientais são mais bem tratadas quando é garantida a participação dos cidadãos, de
acordo com o nível apropriado, devendo haver o adequado acesso às informações referentes ao
meio ambiente disponibilizadas por autoridades governamentais, mesmo que se trata de
informações acerca de atividades e materiais de natureza perigosa, oportunizando-se a
participação da população em processos de adoção de decisões.

Função do Direito do Ambiente

A função ambiental da propriedade obriga todos os proprietários, sejam eles públicos ou


particulares, a respeitarem as normas ambientais. Na análise da função ambiental, o que
diferencia o regime específico a atuar sobre uma propriedade não é o sujeito desse direito, mas o
seu objeto, ou seja, os bens ambientais existentes num certo espaço territorial submetido ao
direito de propriedade.

 Conservação – utilização do meio ambiente de forma sustentável.


 Preservação - determinados recursos não podem ser mais explorados.
 Restauração – voltar ao “status quo ante”, ou seja, o estado de antes.
 Punitiva – punir o poluidor
 Distributiva – a preservação não é apenas da responsabilidade dos particulares, mas
também da colectividade como todo e do poder público (art. 90 da CRM).

Órgãos de gestão ambiental

Gestão ambiental é o campo de estudo da administração do exercício das atividades econômicas


e sociais de forma a utilizar de maneira racional os recursos naturais incluindo fontes de energia,
renováveis ou não. A gestão ambiental visa ordenar as atividades humanas para que estas não
agridam o meio ambiente.

Órgãos de gestão ambiental e suas competências

À luz do capítulo II da Lei do Ambiente são definidos, como responsáveis pela gestão ambiental
no ordenamento jurídico moçambicano os seguintes órgãos:

 Governo;
 Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável;
 Órgãos locais.  

O Governo  

Competência do MICOA  

Nos termos do disposto no artigo 5.º, da Lei do Ambiente, o Governo é a entidade responsável
por elaborar e executar o Programa Nacional de Gestão Ambiental, que é um processo nacional e
integrado em longo prazo de gestão ambiental, tendo como objetivos principais:  

 Estabelecer uma política e estratégia ambientais para direccionar à gestão ambiental; -


definir as prioridades nacionais de acção ambiental;
 Integrar os aspectos ambientais no processo de desenvolvimento;
 Contribuir para a erradicação progressiva da pobreza;
 Promover a coordenação inter-sectorial;
 Elaborar um conceito global de sustentabilidade para uma melhor compreensão dos
problemas ambientais e definir directrizes a curto, médio e longo prazo;
 Promover e desenvolver uma consciência e cultura ambientais em todos os níveis da
sociedade.  
Posto isto, o (MICOA) foi definido, pelo seu instrumento de criação, como sendo o órgão central
do Aparelho de Estado que, de acordo com os princípios, objetivos e tarefas definidos pelo
Conselho de Ministros, dirigem:  

 A execução da política do ambiente;


 Coordena assessora, controla e incentiva uma correcta planificação e utilização dos
recursos naturais do país.

Responsabilidade de Dano do Ambiente

Dano ecológico é qualquer lesão ao meio ambiente causado por condutas de pessoas físicas ou
jurídicas de direito público ou de direito privado A responsabilidade ambiental é de (três) tipos:
Administrativas, Civil e Penal.

 Responsabilidade Administrativa: Sabemos que sobre os bens ambientais recaem o


interesse difuso. Entretanto os mesmos não deixam de ser tutelado por normas de direito
público, especialmente as administrativas. Assim, a responsabilidade administrativa
resulta da infração de normas administrativas sujeitando-se o infrator a uma sanção de
natureza também administrativa tais como multa, advertência, interdição de atividades,
suspensão de benefícios, etc. Para fazer valer suas normas a administração pública se vale
do poder de polícia exercido sobre bens e atividades que possam afetar a coletividade. As
sanções adminstrativas requerem a instauração do respectivo processo administrativo
punitivo, necessariamente contraditório com oportunidade de defesa e estrita observância
do devido processo legal.
 Responsabilidade Criminal: deriva do cometimento de crimes ou contravenção, ficando
o infrator sujeito a multa (pena pecuniária) ou perda da liberdade (pena de perda de
liberdade) Só se constitui crime ecológico aquilo que estiver definido em lei. Não existe
crime sem definição legal anteriormente prevista. Vale dizer que ação penal relativa aos
crimes ecológicos é de natureza pública e só podem ser propostas pelo Ministério
Público, na forma do Código de Processo Penal.
 Responsabilidade Civil: é aquela que impõe ao infrator a obrigação de restituir os
prejuízos causados pelas condutas lesivas aos bens ambientais. Pode derivar da lei
(responsabilidade legal) ou do contrato (responsabilidade contratual) Sem prejuízos das
sanções administrativas ou penais, o infrator deve quando previsto em lei ou contrato
reparar pecuniariamente os danos causados ao meio ambiente. A responsabilidade deve
ser objetiva, isto é, não é necessário provar a culpa do agente pela degradação ao meio
ambiente, mas sim o nexo de causalidade entre o fato ou a conduta e o dano ecológico
causado.

Fontes do Direito Ambiental

As fontes de proteção do meio ambiente são as leis, os princípios gerais de direito, o costume, a
jurisprudência e a doutrina. Em alguns casos, a analogia e a equidade. Tendo em vista ser o meio
ambiente um bem público internacional e que a poluição não obedece às fronteiras
imaginariamente traçadas pela sociedade de Estados, encontramos tanto fontes criadas pelos
poderes legislativos dos Estados, como fontes criadas pelos Estados durante as conferências
internacionais.

As leis, como as principais fontes de Direito são elaboradas em níveis federal,


estadual, distrital e municipal, que devem ser compatíveis com os princípios constitucionais
que as norteiam. A doutrina é também fonte do direito ambiental e contribui para a construção de
conceitos, de valores mal-definidos nos diversos instrumentos jurídicos. A hermenêutico-jurídica
jurídica pode contribuir para interpretar as normas internas e internacionais mais favoráveis
aos interesses coletivos e não individuais.

O Direito Ambiental tem como objetivo manter o equilíbrio entre o homem e o meio ambiente
através de normas disciplinadoras, visando sua proteção.

Na obra de Machado, o autor descreve o Direito Ambiental como um direito sistematizador,


entende ainda que o Direito Ambiental envolve questões amplas assumindo grandes dimensões,
conforme leciona:

O Direito Ambiental é um Direito sistematizador, que faz a articulação da legislação, da doutrina


e da jurisprudência concernentes aos elementos que integram o ambiente. Procura evitar o
isolamento dos temas ambientais e sua abordagem antagônica. Não se trata mais de construir um
Direito das águas, um Direito da atmosfera, um Direito do solo, um Direito da fauna, um Direito
da biodiversidade (VALÉRIO).

O Direito Ambiental não ignora o que cada matéria tem de específico, mas busca interligar estes
temas com a argamassa da identidade dos instrumentos jurídicos de prevenção e de reparação, de
informação, de monitoramento e de participação (VALÉRIO).

A Lei do Ambiente configura-se actualmente como uma espécie de Lei-quadro, fixando os


pilares do regime de protecção jurídico-legal do ambiente. Segundo o respectivo artigo 2, esta
Lei “tem como objecto a definição das bases legais para uma utilização e gestão correctas do
ambiente e seus componentes, com vista à materialização de um sistema de desenvolvimento
sustentável no país”. Está estruturada em nove capítulos, a saber, dado que tem implicação
relativamente ao respectivo processo de regulamentação:

Assim, a Lei do Ambiente centrou-se fundamentalmente na definição de um conjunto de


conceitos e princípios fundamentais da gestão ambiental, na fixação do quadro institucional
básico de protecção do ambiente, na eleição de uma norma geral de proibição de todas as
actividades que causem degradação ambiental para além dos limites legalmente definidos (com
destaque para a poluição), da enunciação de normas especiais de protecção do ambiente (com
especial enfoque na protecção da biodiversidade), na previsão de um conjunto de instrumentos
de prevenção ambiental (o licenciamento ambiental, o processo de avaliação do impacto
ambiental e a auditoria ambiental) e na caracterização do sistema de infrações, penalidades e
fiscalização (SERRA, 2012).
Regulamentos da Lei do Ambiente

Em termos de regulamentação, há a destacar um assinalável esforço por parte do Governo


moçambicano, traduzido na aprovação de um conjunto importante de regulamentos sobre os
temas principais da Lei do Ambiente. Não aludiremos aos regulamentos que digam respeito ao
quadro institucional, e que resultam do Capítulo II (Órgãos de gestão ambiental), os quais
mereceriam melhor tratamento em sede própria (SERRA, 2012).

O capítulo III da Lei do Ambiente versa sobre a poluição do ambiente e foi já objecto de um
assinalável esforço de regulamentação. Destacam-se o Regulamento sobre a Gestão dos Lixos
Biomédicos (aprovado pelo Decreto n.º 8/2003, de 18 de Fevereiro), o Regulamento sobre
Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes (aprovado pelo Decreto n.º 18/2004,
de 2 de Junho, alterado pelo Decreto n.º 67/2010, de 31 de Dezembro), o Regulamento sobre a
Gestão de Resíduos (aprovado pelo Decreto n.º 13/2006, de 15 de Junho), o Regulamento sobre
Prevenção da Poluição e Proteção do Ambiente Marinho e Costeiro (aprovado pelo Decreto n. °
45/2006, de 30 de Novembro), na parte que diz respeito à poluição, o Regulamento sobre a
Gestão das Substâncias que Destroem a Camada de Ozono (aprovado pelo Decreto n. ° 24/2008,
de 1 de Julho) e o Regulamento obre o Banimento do Amianto e seus Derivados (aprovado pelo
Decreto n. ° 55/2010, de 22 de Novembro) (SERRA, 2012).

Ordenamento Territorial

Ordenamento territorial é o conjunto de princípios, diretivas e regras que visam garantir a


organização de espaço nacional através de um processo continuam, flexível e participativo na
busca do equilíbrio entre homem, o meio físico e os recursos naturais, com vista à promoção do
desenvolvimento sustentável (art.1° lei n°19/2007).

Características de Ordenamento Territorial

 Ao nível nacional definem-se as regras gerais da estratégia do ordenamento territorial, as


normas as directrizes para as acções de ordenamento provincial, distrital e autárquico e
compatibilizam-se as politicas sectoriais de desenvolvimento do território.
 Ao nível provincial definem-se as estratégias de ordenamento o território da província,
integrando-as com as estratégias nacionais de desenvolvimento económico e social e,
estabelecem-se as directrizes para o ordenamento distrital e autárquico.
 Ao nível distrital elaboram-se os planos de ordenamento do territorial da área do distrito e
os projectos para a sua implementação, reflectindo as necessidades e aspirações das
comunidades locais, integrando-os com as politicas nacionais e de acordo com as
directrizes de âmbito nacional e provincial.
 Ao nível autárquico estabelecem-se os programas, planos, projectos de desenvolvimento
e o regime de uso do solo urbano, de acordo com as leis vigentes. (Boletim da Republica,
2008).

Objectivos de ordenamentos territorial

O ordenamento do território visa assegurar a organização do espaço nacional e a


utilização sustentável dos seus recursos naturais, observando as condições legais,
administrativas, culturais e materiais favoráveis ao desenvolvimento social e económico do país,
à promoção da qualidade de vida das pessoas, à proteção e conservação do meio ambiente.
(artigo 6, lei n°19/2007 de 18 de junho).

Constituem objetivos específicos da presente Lei:

 Garantir o direito à ocupação atual do espaço físico nacional pelas pessoas e comunidades
locais, que são sempre consideradas como o elemento mais importante em qualquer
intervenção de ordenamento e planeamento do uso da terra, dos recursos naturais ou do
património construído;
 Requalificar as áreas urbanas de ocupação espontânea, degradadas ou aquelas resultantes
de ocupações de emergência;
 Identificar e valorizar as potencialidades de atividade económica, social e cultural da
população rural, visando a sua maior e melhor inserção nos sectores mais dinâmicos da
economia nacional, para que se obtenha uma maior produtividade para benefício direto
das próprias comunidades em cujo território se identifique tais potencialidades;
 Preservar o equilíbrio ecológico da qualidade e da fertilidade dos solos, da pureza do ar, a
defesa dos ecossistemas e dos habitats frágeis, das florestas, dos recursos hídricos, das
zonas ribeirinhas e da orla marítima, compatibilizando as necessidades imediatas das
pessoas e das comunidades locais com os objetivos de salvaguarda do ambiente;
 Defender, preservar e valorizar o património construído e da paisagem natural ou
transformada pelo Homem;
 Compatibilizar e articular as políticas e estratégias ambientais e de desenvolvimento
socioeconômico respeitando as formas atuais de ocupação do espaço;
 Otimizar a gestão dos recursos naturais para que o seu uso e aproveitamento bem como a
defesa e a proteção do meio ambiente, se processe com a estrita observância da Lei;
 Gerir os conflitos de interesses, privilegiando sempre o acordo entre as partes
salvaguardando os direitos de ocupação das comunidades locais.

Importancia de Ordenamento Territorio

O ordenamento do território é, fundamentalmente, a gestão da interação homem/espaço natural.


Consiste no planeamento das ocupações, no potenciar do aproveitamento das infraestruturas
existentes e no assegurar da preservação de recursos limitados.

O fundamento do planeamento territorial é a gestão dos recursos, ordenando e estabelecendo


regras para as ocupações, sempre com o objetivo último de qualificar a vida das populações.
Trata-se de revalorizar ou de preservar o património natural, construído ou cultural, de prever e
de ordenar as transformações e as dinâmicas dos aglomerados, de estabelecer o equilíbrio
necessário a uma evolução sustentada para as ocupações humanas. Só assim se conseguirá o
objetivo de gerir de forma qualificada o território em que vivemos, tirando o partido máximo das
suas potencialidades, usando os seus recursos sem os extinguir, na consciência que a terra em
que vivemos, o seu ambiente, a sua natureza são, fundamentalmente, património das gerações
vindouras.

Desenvolvimento sustentavel e Educacao Ambiental

Uma determinada sociedade só obtém o seu amplo desenvolvimento quando possui a capacidade
de erradicar todos os impasses que dificultam o alcance aos bens e serviços básicos à vida
humana. 
O homem, enquanto espécie humana inerente no meio social tem necessidades básicas a serem
atendidas, e para tal, este depende do sistema de interação entre os recursos econômicos com os
elementos naturais provindos do meio ambiente para consecução de tal finalidade.

Para que a sociedade possa ter suas necessidades básicas atendidas é necessário o
desenvolvimento econômico, e para a obtenção deste objetivo foi desenvolvido na década de 80
um instituto denominado Desenvolvimento Sustentável, como sendo aquele que supri
as necessidades da geração presente, de modo a não comprometer a possibilidade de atender às
necessidades das gerações futuras. Porém, este conceito somente ganhou força a partir da
Conferência Mundial de Desenvolvimento e Meio Ambiente, realizada no Rio de Janeiro, em
1992.

O processo de desenvolvimento é complexo e para sua realização deve ser analisada uma
vertente histórica e as dimensões que evidenciam sua sustentabilidade social, econômica e
ambiental. O processo de desenvolvimento consiste em compreender as necessidades inerentes
ao meio social em seu espaço e tempo, de acordo com sua cultura, bem como sua situação
naquele determinado momento histórico, e tratar de garanti-las, partindo do entendimento de que
os recursos naturais que utilizamos para tal finalidade são passíveis de esgotamento e, portanto,
deverão ser empregados da forma mais benéfica e eficaz para as gerações atuais e futuras.

Tal instrumento normativo tem o intuito de desenvolver o país econômica e socialmente, ao


passo que, ressalvada a preservação, bem como a defesa do meio ambiente para o presente e
futuras gerações. O proposito precípuo é encontrar o ponto de equilíbrio entre a utilização
racional do meio ambiente e a atividade econômica, para a consecução do progresso econômico.
Desta forma, a constituição conclui que o meio ambiente é de uso comum do povo e essencial à
qualidade de vida, tornando além de princípio, um direito fundamental, de obrigação, aplicação e
garantia do Estado, tal como a sua proteção. Portanto, o meio ambiente é um bem indisponível,
devendo o interesse público preservar e conservá-lo de modo ecologicamente equilibrado,
proporcionando uma sadia qualidade de vida.

Nesta vertente é fundamental mencionar a educação como fator de extrema importância para
consecução do desenvolvimento sustentável enquanto mecanismo de crescimento social. A
sociedade necessita de uma educação que seja capaz de se comprometer com o fazer-se humano,
na qualidade de ser passível e responsável pelas suas escolhas, bem como solidário com seu
círculo de convivência, e desta forma, a educação enquanto produto da sociedade é ferramenta
importante para consolidação da proposta almejada pelo desenvolvimento sustentável.

Por meio da educação ambiental, é possível incorporar as dimensões sociais, políticas,


econômicas, culturais, ecológicas e éticas, de modo a promover uma ação multidisciplinar em
prol da sustentabilidade prevista na carta magna, que significa que ao tratar de qualquer
problema ambiental, devem-se considerar todas as dimensões. Partindo destas premissas, a
educação ambiental tem como propósito, portanto, construir uma consciência social voltada à
preservação ambiental, e transformar-se em filosofia de vida de modo a levar a adoção de
práticas ambientalmente plausíveis com o contexto social em que vivemos, investindo nos
recursos e processos ecológicos do meio ambiente, e desta forma, proporcionar o
desenvolvimento e a escolha de planos de ação, que venham contribuir para a formação do
processo de desenvolvimento sustentável para a melhoria da qualidade de vida social.

Portanto, a sustentabilidade se consubstancia mais que qualidade de um modelo de


desenvolvimento, ela vai além da preservação do meio ambiente. Sustentabilidade enseja uma
relação equilibrada consigo mesmo e com o outro enquanto ser humano e com o ambiente.
Diante disso, não se pode falar em desenvolvimento sustentável sem evidenciar a importância da
educação nesta trama, mas para impulsioná-lo é necessário um dispêndio em várias frentes,
levando em conta todas as circunstâncias da sustentabilidade.

Zoneamento Ecologico Economico

O Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), também chamado Zoneamento Ambiental, tem


como objetivo viabilizar o desenvolvimento sustentável a partir da compatibilização do
desenvolvimento socioeconômico com a conservação ambiental. Este mecanismo de gestão
ambiental consiste na delimitação de zonas ambientais e atribuição de usos e atividades
compatíveis segundo as características (potencialidades e restrições) de cada uma delas. O
objetivo é o uso sustentável dos recursos naturais e o equilíbrio dos ecossistemas existentes.

É um instrumento de legislação ambiental e urbana que estabelece medidas e padrões de


proteção ao meio ambiente, visando assegurar a conservação da biodiversidade, a qualidade
ambiental, dos recursos hídricos e do solo, e garantir, ao mesmo tempo, o desenvolvimento
sustentável da economia e a melhoria da qualidade de vida da população. Ou seja, o zoneamento
é um dos meios de se buscar o equilíbrio entre a proteção do meio ambiente e o uso e a ocupação
do solo, tendo em vista o desenvolvimento de atividades econômicas.

Constitui verdadeira ferramenta de planejamento integrado a serviço da administração pública ao


passo que propõe a solução de problemas contemporâneos ligados ao conflito constante entre o
desenvolvimento econômico e a sustentabilidade ecológica.

Deve-se ressaltar que o zoneamento ambiental não se restringe somente ao meio ambiente


natural, tal como o solo, água, ar, flora e fauna. Também se aplica ao meio ambiente
artificial, que é aquele construído por meio da intervenção humana, tal como os prédios,
construções, ruas, praças.

A nosso ver, quatro pontos devem ser superados para que possamos ter um zoneamento eficaz
(BENATTI et al., 2000):

 A o desconhecimento por parte das agências públicas e da sociedade das atribuições do


zoneamento. Desconhece-se a importância e as vantagens de se realizar um ordenamento
democrático, que garanta a participação de todos os interessados na sua elaboração,
implementação e monitoramento;
 A ausência de um conhecimento sistematizado sobre a atuação concreta das agências
envolvidas e sobre as formas de descentralização adotadas nas áreas de suas atuações;
 A desarticulação e a incoerência na legislação que afeta direta ou indiretamente o
ordenamento territorial, além das dificuldades para aplicar a legislação devido à
diversidade de agências públicas com atribuições na matéria;
 O baixo nível de participação das populações envolvidas no processo de ordenamento
territorial.

O propósito do zoneamento é buscar a conciliação desses fatores da forma mais harmoniosa


possível, com o intuito de proporcionar:

 A melhoria da qualidade de vida,


 O desenvolvimento socioeconômico equilibrado das regiões,
 Uma gestão responsável dos recursos naturais,
 A proteção do meio ambiente e
 A participação das populações.

Ordenamento territorial. Um dos caminhos para garantir a eficácia do zoneamento é a


descentralização. De modo geral, podemos dizer que a descentralização significa a
transferência de um nível central para um nível intermediário ou local, seja do
comando (descentralização política), da execução (descentralização administrativa)
ou dos recursos (descentralização financeira) referentes a um conjunto de ações.

O zoneamento busca a organização do território e o estabelecimento de medidas e padrões de


proteção ambiental destinado a assegurar a qualidade do ambiente, dos recursos hídricos e
do solo e a conservar a biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a
melhoria das condições de vida da população. Seu objetivo geral é vincular as
decisões dos agentes públicos e privados a planos, programas, projetos e atividades
que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena
manutenção do capital natural e dos serviços ambientais dos ecossistemas.
Desse modo, o ZEE é um instrumento importante para harmonizar os
diversos componentes e interesses que atuam em uma determinada área, entre eles
o direito de propriedade.
Conclusão

Pode-se verificar que as primeiras preocupações com o meio ambiente surgiram com as leis
internas, elaboradas com base em situações emergenciais e catastróficas. Diante disso, chega-se
em consonância do entendimento de que o meio ambiente é parte integrante da nossa vida e do
qual necessitamos primordialmente, e desta forma o crescimento econômico é um desafio ao
meio-ambiente, uma vez que existem deficiências referentes à capacidade do meio em suportar
as imposições exercidas pelas atividades humanas, de modo que a implantação dos conceitos de
sustentabilidade faz-se necessário, pois pressupõem o uso consciente dos recursos naturais
necessários à vida humana, fundamentais para garantia das presentes e futuras gerações. 

O processo de ordenamento territorial é à base do desenvolvimento sustentável de uma região,


tendo como ajuda as características criadas para a formação de normais, directrizes para
orientação de como devemos usar o espaço natural, para obtenção de melhor qualidade de vida
para comunidade. Assim beneficiando o ambiente através do uso sustentável dos recursos
naturais, uma vez que estabelecem com clareza as partes do território e suas respectivas
suscetibilidades as diversas actividade produtivas, indicando quais áreas são aptas e para quais
actividades, e quais deverão permanecer intocáveis para assegurar a sobrevivência da sociedade
como um todo.

Referencias Bibliograficas

https://jus.com.br/artigos/68390/meio-ambiente-e-sustentabilidade

BRASIL. SAE/PR. Detalhamento da metodologia para execução do Zoneamento Econômico-


Ecológico pelos Estados da Amazônia Legal. Responsáveis técnicos: Bertha K. Becker e Cláudio
E.G. Egler, LAGET-UFRJ. Brasília, DF: MMA/SCA, SAE/PR, 1997.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Zoneamento_ambiental

ABELHA, Marcelo. Elementos do Direito Ambiental: parte geral. 2. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2005

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