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Auge Gimo
Geraldo Fabião
Auge Gimo
Geraldo Fabião
3° ano Noturno
Diante das constantes agressões ao meio ambiente, confirmadas pela ciência e condenadas pela
ética e pela moral, surge à necessidade de se repensar conceitos desenvolvimentistas clássicos.
Neste sentido, torna-se imperiosa a agregação de diversas áreas do conhecimento científico,
técnico e jurídico, aliados aos conhecimentos locais e de comunidades tradicionais em torno da
construção de uma nova teoria de desenvolvimento econômico que agregue a noção de
sustentabilidade. Em outras palavras, significa a internalização pelo processo produtivo de
externalidades que até então não eram computadas nos custos de produção. A sustentação
jurídica desta nova forma de encarar a relação do homem com o meio ambiente reside
justamente no reconhecimento do direito das futuras gerações de usufruírem, em igualdade de
condições, os recursos naturais disponíveis hodiernamente. O direito ambiental está inserido
neste contexto. Um ramo do direito que regula a relação entre a atividade humana e o meio
ambiente. Por sua natureza interdisciplinar, o direito do ambiente acaba se comunicando com
outras áreas da ciência jurídica.
Como restrita este autor defende que o Ordenamento deverá compreender uma competência
muito importante, a de harmonizar e coordenar as várias atividades existentes num determinado
território. Esta acepção é, igualmente, partilhada por Orea (2001), o qual admite que, do ponto de
vista administrativo, o Ordenamento deverá ter uma função pública porque só assim é possível
controlar, de uma forma equidistante, o crescimento espontâneo das atividades humanas,
públicas ou privadas, evitando problemas e constrangimentos futuros, fomentando e garantindo
uma justiça sócia espacial.
Objetivo Geral:
Compreender o Direito do Ambiente e o Ordenamento Territorial
Objetivos Específicos:
Concepção Ecocêntrica - defende que o ambiente que por si só merece uma tutela autónoma,
directa, independente da consideração de algum dano ao ser humano.
Concepção Ampla – considera que o ambiente é o conjunto dos recursos naturais, renováveis e
não renováveis e pelas construções humanas, que têm a natureza como suporte (C.
antropocêntrica).
Direito do Ambiente
Vale dizer que Direito difuso ou transindividual é todo aquele que protege interesses que vão
além dos individuais e atingem um número indeterminado ou indeterminável de indivíduos. Tais
interesses tocam os indivíduos sem, necessariamente, exigir que os mesmos pertençam a grupos
ou categoria determinada. Trata-se, por isso mesmo, de um direito difuso, espalhado pela
sociedade, do qual todos são titulares.
Ex: Geração de gases de efeito estufa, que culminou com o Protocolo de Quioto, onde os países
assumiram o compromisso de reduzir a emissão de gases poluentes geradores do efeito estufa
para a atmosfera.
Ex: Como poderá um profissional de Direito atestar que há poluição? Será necessária a
interferência de profissionais capacitados tecnicamente, que atestarão a ocorrência da poluição.
Para Machado, a tarefa do Direito ambiental é criar normas que verifiquem a necessidade do uso
dos recursos naturais, conforme segue:
O Direito ambiental tem a tarefa de estabelecer normas que indiquem como verificar as
necessidades de uso dos recursos ambientais. Não basta a vontade de usar esses bens ou a
possibilidade tecnológica de explorá-los. É preciso estabelecer a razoabilidade dessa utilização,
devendo-se, quando a utilização não seja razoável ou necessária, negar o uso, mesmo que os bens
não sejam atualmente escassos (SERRA, 2012).
Os princípios são suportes normativos, verdadeiros alicerces, que conferem organização lógica a
certo ramo jurídico, estabelecendo bases interpretativas e tendo força normativa para a solução
de um caso concreto. Consoante o ensinamento de (DI PIETRO, 2010), “princípios são as
proposições básicos fundamentais típicos que condicionam todas as estruturações subsequentes”.
No que tange à enumeração dos princípios de direito ambiental, observa-se que há diversas
classificações, sendo que determinados autores desdobram certos princípios em outros, razão
pela qual esse trabalho irá indicar a enumeração mais difundida e consolidada na doutrina.
Princípio da prevenção: O referido princípio exige que se evitem os prejuízos ambientais, com
base no risco conhecido, por meio da utilização de informações e decisões adequadas
antecipadamente. A adoção de planejamentos em face de um determinado empreendimento que
possa causar danos ambientais com a exigência de Estudo Prévios e Relatório de Impacto
Ambiental é um exemplo prático da aplicação do princípio da prevenção. Consoante (Granziera,
2015, p. 61), o princípio da prevenção é assim explicitado: Com base no princípio da prevenção,
havendo uma análise prévia dos impactos que um determinado empreendimento possa causar ao
meio ambiente, é possível, adotando-se medidas compensatórias e mitigadoras, e mesmo
alterando-se o projeto em análise, se for o caso, assegurar a sua realização, garantindo-se os
benefícios econômicos dele decorrentes, sem causar danos ao meio ambiente.
Principio de precaucao: Muitas vezes tido como sinônimo do princípio da prevenção, por
também pretender que se evitem os danos ambientais, na verdade diferencia-se dele pelo fato de
que, para atingir o objetivo pretendido, opera-se com o risco incerto ou desconhecido, por não se
contar com elementos ou pesquisas científicas sobre o tema. A incerteza não pode servir de
justificativa para que não se garanta a proteção. Esse princípio foi expressamente previsto na
Rio-92:
Princípio 15. De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser
amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça
de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada
como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a
degradação ambiental. De acordo com os que defendem a aplicação do princípio da precaução,
não deveria ser permitido o desenvolvimento de certa atividade quando não houvesse certeza
científica quanto ao impacto ambiental, a exemplo da utilização das modificações genéticas,
Princípio do usuário pagador: O referido princípio exige uma forma de limitação do uso de
recursos ambientais mediante a cobrança de contraprestação, de modo que a gratuidade possa
ensejar o consumo exacerbado do bem ambiental passível de escassez. Pretende-se que ao ser
cobrado pelo consumo, o usuário seja incentivado a utilização com moderação para que não haja
diminuição significativa do recurso natural ou sua escassez no futuro. Internacionais
Princípio da participação popular: O referido princípio tem três vertentes, que são o da
informação, da participação comunitária e da educação ambiental. A informação é considerada a
base fundamentadora para a adoção de decisões corretas, considerando-se que o meio ambiente
não deve se sujeitar a lesões de forma irreversível, razão pela qual o princípio da informação tem
notável relevância, devendo ser observado principalmente por autoridades governamentais. As
matérias ambientais são mais bem tratadas quando é garantida a participação dos cidadãos, de
acordo com o nível apropriado, devendo haver o adequado acesso às informações referentes ao
meio ambiente disponibilizadas por autoridades governamentais, mesmo que se trata de
informações acerca de atividades e materiais de natureza perigosa, oportunizando-se a
participação da população em processos de adoção de decisões.
À luz do capítulo II da Lei do Ambiente são definidos, como responsáveis pela gestão ambiental
no ordenamento jurídico moçambicano os seguintes órgãos:
Governo;
Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável;
Órgãos locais.
O Governo
Competência do MICOA
Nos termos do disposto no artigo 5.º, da Lei do Ambiente, o Governo é a entidade responsável
por elaborar e executar o Programa Nacional de Gestão Ambiental, que é um processo nacional e
integrado em longo prazo de gestão ambiental, tendo como objetivos principais:
Dano ecológico é qualquer lesão ao meio ambiente causado por condutas de pessoas físicas ou
jurídicas de direito público ou de direito privado A responsabilidade ambiental é de (três) tipos:
Administrativas, Civil e Penal.
As fontes de proteção do meio ambiente são as leis, os princípios gerais de direito, o costume, a
jurisprudência e a doutrina. Em alguns casos, a analogia e a equidade. Tendo em vista ser o meio
ambiente um bem público internacional e que a poluição não obedece às fronteiras
imaginariamente traçadas pela sociedade de Estados, encontramos tanto fontes criadas pelos
poderes legislativos dos Estados, como fontes criadas pelos Estados durante as conferências
internacionais.
O Direito Ambiental tem como objetivo manter o equilíbrio entre o homem e o meio ambiente
através de normas disciplinadoras, visando sua proteção.
O Direito Ambiental não ignora o que cada matéria tem de específico, mas busca interligar estes
temas com a argamassa da identidade dos instrumentos jurídicos de prevenção e de reparação, de
informação, de monitoramento e de participação (VALÉRIO).
O capítulo III da Lei do Ambiente versa sobre a poluição do ambiente e foi já objecto de um
assinalável esforço de regulamentação. Destacam-se o Regulamento sobre a Gestão dos Lixos
Biomédicos (aprovado pelo Decreto n.º 8/2003, de 18 de Fevereiro), o Regulamento sobre
Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes (aprovado pelo Decreto n.º 18/2004,
de 2 de Junho, alterado pelo Decreto n.º 67/2010, de 31 de Dezembro), o Regulamento sobre a
Gestão de Resíduos (aprovado pelo Decreto n.º 13/2006, de 15 de Junho), o Regulamento sobre
Prevenção da Poluição e Proteção do Ambiente Marinho e Costeiro (aprovado pelo Decreto n. °
45/2006, de 30 de Novembro), na parte que diz respeito à poluição, o Regulamento sobre a
Gestão das Substâncias que Destroem a Camada de Ozono (aprovado pelo Decreto n. ° 24/2008,
de 1 de Julho) e o Regulamento obre o Banimento do Amianto e seus Derivados (aprovado pelo
Decreto n. ° 55/2010, de 22 de Novembro) (SERRA, 2012).
Ordenamento Territorial
Garantir o direito à ocupação atual do espaço físico nacional pelas pessoas e comunidades
locais, que são sempre consideradas como o elemento mais importante em qualquer
intervenção de ordenamento e planeamento do uso da terra, dos recursos naturais ou do
património construído;
Requalificar as áreas urbanas de ocupação espontânea, degradadas ou aquelas resultantes
de ocupações de emergência;
Identificar e valorizar as potencialidades de atividade económica, social e cultural da
população rural, visando a sua maior e melhor inserção nos sectores mais dinâmicos da
economia nacional, para que se obtenha uma maior produtividade para benefício direto
das próprias comunidades em cujo território se identifique tais potencialidades;
Preservar o equilíbrio ecológico da qualidade e da fertilidade dos solos, da pureza do ar, a
defesa dos ecossistemas e dos habitats frágeis, das florestas, dos recursos hídricos, das
zonas ribeirinhas e da orla marítima, compatibilizando as necessidades imediatas das
pessoas e das comunidades locais com os objetivos de salvaguarda do ambiente;
Defender, preservar e valorizar o património construído e da paisagem natural ou
transformada pelo Homem;
Compatibilizar e articular as políticas e estratégias ambientais e de desenvolvimento
socioeconômico respeitando as formas atuais de ocupação do espaço;
Otimizar a gestão dos recursos naturais para que o seu uso e aproveitamento bem como a
defesa e a proteção do meio ambiente, se processe com a estrita observância da Lei;
Gerir os conflitos de interesses, privilegiando sempre o acordo entre as partes
salvaguardando os direitos de ocupação das comunidades locais.
Uma determinada sociedade só obtém o seu amplo desenvolvimento quando possui a capacidade
de erradicar todos os impasses que dificultam o alcance aos bens e serviços básicos à vida
humana.
O homem, enquanto espécie humana inerente no meio social tem necessidades básicas a serem
atendidas, e para tal, este depende do sistema de interação entre os recursos econômicos com os
elementos naturais provindos do meio ambiente para consecução de tal finalidade.
Para que a sociedade possa ter suas necessidades básicas atendidas é necessário o
desenvolvimento econômico, e para a obtenção deste objetivo foi desenvolvido na década de 80
um instituto denominado Desenvolvimento Sustentável, como sendo aquele que supri
as necessidades da geração presente, de modo a não comprometer a possibilidade de atender às
necessidades das gerações futuras. Porém, este conceito somente ganhou força a partir da
Conferência Mundial de Desenvolvimento e Meio Ambiente, realizada no Rio de Janeiro, em
1992.
O processo de desenvolvimento é complexo e para sua realização deve ser analisada uma
vertente histórica e as dimensões que evidenciam sua sustentabilidade social, econômica e
ambiental. O processo de desenvolvimento consiste em compreender as necessidades inerentes
ao meio social em seu espaço e tempo, de acordo com sua cultura, bem como sua situação
naquele determinado momento histórico, e tratar de garanti-las, partindo do entendimento de que
os recursos naturais que utilizamos para tal finalidade são passíveis de esgotamento e, portanto,
deverão ser empregados da forma mais benéfica e eficaz para as gerações atuais e futuras.
Nesta vertente é fundamental mencionar a educação como fator de extrema importância para
consecução do desenvolvimento sustentável enquanto mecanismo de crescimento social. A
sociedade necessita de uma educação que seja capaz de se comprometer com o fazer-se humano,
na qualidade de ser passível e responsável pelas suas escolhas, bem como solidário com seu
círculo de convivência, e desta forma, a educação enquanto produto da sociedade é ferramenta
importante para consolidação da proposta almejada pelo desenvolvimento sustentável.
A nosso ver, quatro pontos devem ser superados para que possamos ter um zoneamento eficaz
(BENATTI et al., 2000):
Pode-se verificar que as primeiras preocupações com o meio ambiente surgiram com as leis
internas, elaboradas com base em situações emergenciais e catastróficas. Diante disso, chega-se
em consonância do entendimento de que o meio ambiente é parte integrante da nossa vida e do
qual necessitamos primordialmente, e desta forma o crescimento econômico é um desafio ao
meio-ambiente, uma vez que existem deficiências referentes à capacidade do meio em suportar
as imposições exercidas pelas atividades humanas, de modo que a implantação dos conceitos de
sustentabilidade faz-se necessário, pois pressupõem o uso consciente dos recursos naturais
necessários à vida humana, fundamentais para garantia das presentes e futuras gerações.
Referencias Bibliograficas
https://jus.com.br/artigos/68390/meio-ambiente-e-sustentabilidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zoneamento_ambiental
ABELHA, Marcelo. Elementos do Direito Ambiental: parte geral. 2. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2005