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Proposta da atividade: Revisitar o Projeto Político Pedagógico e reorganizá-lo

1. Identificação da Unidade

1.1. Unidade Educacional:


Escola Municipal de Ensino Fundamental Leonardo Villas Boas, situada na rua José
Viriato de Castro, número 63, no bairro Jardim Bom Refúgio na cidade de São Paulo. Possui
três períodos de funcionamento, atendendo no período matutino e vespertino os três Ciclos da
modalidade Regular do Ensino Fundamental (Alfabetização, Interdisciplinar e Autoral) e no
período noturno a Educação de Jovens e Adultos.

1.2. Estrutura Física


A escola é composta por 14 salas de aula, sala de recursos multifuncionais para
Atendimento Educacional Especializado (AEE), Laboratório de informática, Laboratório de
Ciências, Sala de Leitura, quadra de esportes coberta e descoberta, parque infantil, áreas de
usos compartilhado e dependências administrativas.

1.3. Matrículas por série/modalidade de ensino (Censo 2019):


Regular - Ensino Fundamental de 9 anos EJA
Turma Aluno Turma
Ciclo Série Ciclo Série Alunos
s s s
1º Ano 3 76 Etapa Alfabetização II (3º ano) 1 27
Alfabetização
(I)
2º Ano 3 89 I Etapa Básica I (4º ano) 1 27
3º Ano 3 93 Etapa Básica II (5º ano) 1 20
4º Ano 3 86 Etapa Complementar I (6º ano) 1 23
Interdisciplinar
(II)
5º Ano 3 91 Etapa Complementar II (7º ano) 1 28
II
6° Ano 4 129 Etapa Final I (8º ano) 1 28
7º Ano 3 103 Etapa Final II (9º ano) 1 43
Autoral
(III)
8º Ano 3 93
9º Ano 3 74
Total: 28 834 Total: 7 196
Fonte: http://eolgerenciamento.prefeitura.sp.gov.br/frmgerencial/NumerosEscola.aspx?Cod=093041

2. Missão, Visão e Valores

2.1. Missão
Acreditamos que a escola é uma instituição fundamental para o pleno
desenvolvimento da pessoa, do território e da sociedade. Logo nossa missão é garantir o

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acesso, a permanência com sucesso na escola e o desenvolvimento da Educação Integral
humanizada, por meio da gestão democrática e inovação educacional.

2.2. Visão
Ser uma escola de referência pela qualidade e excelência dos serviços educacionais
prestados, transparência e compromisso com a gestão pública democrática e por ações de
educação integral humanizada visando à formação cidadã do aluno.

2.3. Valores
Desenvolver um trabalho pautado por valores como: comprometimento, pois
acreditamos no potencial de nossa comunidade escolar, e com isso buscaremos o
envolvimento de todos para o sucesso de nossos alunos; inovação, incentivando formas
diversificadas para desenvolvimento de ações que favoreçam uma aprendizagem significativa,
que não desenvolva apenas na esfera intelectual e física, mas também cultural, emocional e
social do aluno; integração escola-família-comunidade, para alcançarmos efetivamente uma
gestão participativa centrada no desenvolvimento do aluno, buscando desenvolver suas
potencialidades para o pleno exercício da cidadania. Nesta perspectiva, nosso propósito é
garantir do Projeto Político Pedagógico (PPP) construído pela comunidade escolar, visando
criar condições para uma gestão democrática e participativa cujo foco seja a aprendizagem do
aluno e a valorização dos trabalhadores da Educação.

3. Contexto

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Leonardo Villas Boas está localizada no


Jardim Bom Refúgio, bairro da periferia no distrito do Campo Limpo, zona sul, cresceu
graças à expansão de Santo Amaro e da vertiginosa industrialização da região. Mais da
metade dos moradores trabalham no centro ou em Santo Amaro, o que faz o bairro um grande
dormitório. Porém, atualmente na comunidade, há muitos pais e mães desempregados devido
à crise financeira que o país enfrenta.
A escola atende uma população de médio e baixo nível sócio-econômico-cultural,
portanto, a renda familiar dos alunos é também média e baixa. O bairro é urbanizado, conta
com rede de água e esgoto, coleta de lixo, cabeamento telefônico e internet.
No entanto, cerca de 47% dos alunos não tem acesso a internet em suas residências,
apenas 23% possuem cum computador em casa.

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Nas proximidades é possível encontrar uma ampla rede de apoio (CRAS Campo
Limpo, CAPS Infanto-juvenil II – Campo Limpo, e ONG’s), com a qual a escola mantem
parcerias.
Quanto ao suporte à integração família-escola, a escola reconhece e respeita as
diferentes formas de organização das famílias e prioriza momentos de diálogo e escuta,
buscando estabelecer estreita comunicação, fazendo uso, para tanto, de meios adequados,
como a Associação de Pais e Professores (APP), que, além da ampliar a participação dos
familiares no cotidiano da escola, também possui papel relevante na integração com a
comunidade em geral.

4. Caracterização da escola

O histórico de crescimento do Ideb vem se mantendo desde 2017, mesmo que a meta
para 2019 não tenha sido atingida.

Gráfico I: Evolução Ideb 2005 - 2019


7

0
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Fonte: http://idebescola.inep.gov.br/ideb/escola/dadosEscola/35054012

Os Anos Finais não conseguem dar continuidade ao crescimento apresentado pelos


Anos Iniciais, seja pelos maiores índices de evasão e reprovação observados na etapa, seja
pela falta de sintonia do ensino com o amadurecimento desses jovens na entrada na

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adolescência. Por isso, políticas públicas que tenham o enfoque na aprendizagem dos
estudantes são necessárias.

Tabela I: Taxas de rendimento - 2019


Etapa Escolar Reprovação Abandono Aprovação
2,9% 1,3% 95,8%
Anos Iniciais
14 reprovações 7 abandonos 447 aprovados
9,4% 1,8% 88,7%
Anos Finais
37 reprovações 7 abandonos 344 aprovações
Fonte: http://portal.inep.gov.br/web/guest/indicadores-educacionais

A implementação de uma Base Nacional Comum Curricular pode ajudar a induzir uma
evolução na qualidade e equidade da etapa. O documento ainda não foi finalizado e, por isso,
cabe a todos nós ficarmos atentos e acompanharmos tanto a sua formulação quanto a sua
implementação.

4. Diretrizes pedagógicas

A proposta pedagógica é fundamental numa instituição educativa, pois ela define


identidade da instituição, assim como o relacionamento na comunidade em que ela se insere.
A proposta pedagógica pode ser o material para a construção do projeto político pedagógico
(PPP) da escola.
A construção do Projeto Político Pedagógico, parte de um princípio básico de repensar
a prática educativa desenvolvida na escola, refletir sobre o trabalho do educador e a
construção da cidadania, partindo de um diálogo e da mobilização das pessoas envolvidas no
processo educativo, para que se crie uma visão integradora e coletiva do trabalho pedagógico,
de forma a não fragmentar o processo educativo. Logo é imprescindível que este instrumento
não fique restrito a escola e sim compartilhado pela comunidade onde a escola está inserida.
Para isso, nossa prática deve ir além dos conteúdos, trabalhando com temas atuais e
significativos para os alunos, que envolvam o campo político, social, intelectual, na qual se
possa expandir a visão do aluno em relação a sociedade onde vive. Para tal devemos formar
um ser humano crítico, consciente de seu papel, com honestidade, um sujeito que seja ativo e
autônomo, que saiba de seus direitos e de seus deveres, um sujeito interessado em buscar
conhecimento, que tenha curiosidade. De modo que os alunos participem e se sintam partes
integrantes da aula, da escola e da sociedade.

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Dentro desta visão é preciso promover a participação dos docentes, funcionários,
alunos, familiares e comunidade na elaboração dos projetos desenvolvidos pela escola,
ressaltando a proposição de ações, a construção da identidade da escola, o acompanhamento e
a realização das propostas, os métodos avaliativos, o desenvolvimento de alternativas para
resolução de problemas e a articulação de novos conhecimentos e conteúdo para a construção
do processo de ensino aprendizagem.
Embora não exista uma regra para a construção dessa proposta, entendem-se algumas
premissas como fundamentais para sua concepção e bom funcionamento, que devem atender
os princípios da Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes de Bases da Educação (Lei
nº 9394/96). Sendo assim os caminhos de uma proposta pedagógica deve:
 Ser elaborado por um grupo de trabalho representativo da comunidade escolar. Nele
devem participar alunos, professores, funcionários, pais e a direção. Se a escola tiver
relações próximas com equipamentos da comunidade eles também devem estar presentes
 Partir de um diagnóstico. Ainda que por meio de instrumento informal, a escola deve
compreender onde se insere, quais as características de seu público e de sua equipe
profissional. Quais são as dificuldades do seu território, quem são as famílias dos
estudantes, quais os parceiros que a escola já tem, são algumas das perguntas importantes
a serem respondidas.
 Dialogar com as matrizes legais do município, estado e do país. De que forma a escola
busca responder aos parâmetros curriculares nacionais (PCNs).
 Representar qual a missão da escola e quais são seus objetivos estratégicos e esses devem
estar em diálogo com o que pressupõe a educação integral.
 Ser revisado, revisitado e alterado periodicamente em diálogo com as transformações da
própria comunidade escolar.
 Ser realmente um instrumento orientador da escola, que convoque todos a concretização
de um plano comum acordado por todos os envolvidos.

Para garantir essa organização e diálogo a escola deve prever espaços de formação de
sua equipe e de diálogos entre a equipe e suas instituições representativas, como o Conselho
Escolar, a Associação de Pais e Mestres e Grêmios.
A ideia e que escola preveja na elaboração de sua proposta pedagógica formas de
garantir a construção de percursos pedagógicos que aproximem atores da comunidade, seja
levando os estudantes a comunidade, seja levando a comunidade aos alunos. Esses processos

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podem ser acordados com os próprios alunos na construção de percursos pedagógicos
significativos.

5. Plano de ação

5.1. Metas
 Visar a excelência do processo de aprendizagem a partir de projetos;
 Promover e desenvolver as competências socioemocionais de autogestão, engajamento,
afetividade, resiliência e abertura ao novo;
 Divulgar as ações realizadas na escola, valorizando a comunidade escolar;
 Fortalecer a participação dos alunos, família e da comunidade nas atividades pedagógicas
promovidas pela escola, incluindo o Grêmio Estudantil, Associação de Pais e Mestres e
Conselho de Escola;
 Ampliar a integração da escola com o território e a comunidade;
 Promover ações alternativas que integrem os diferentes processos, setores e equipes
envolvidas no processo educativo;
 Viabilizar ações de inovação tecnológica, que facilitem e auxiliem a realização de
atividades realizadas por docentes e aluno;
 Fortalecer as ações de transparência de dados como índices de aprendizado e
desenvolvimento, propostas e projetos pedagógicas, utilização de recursos.

5.2. Ações a serem desenvolvidas


Dimensões Ações

- Acompanhar, participar e viabilizar recursos para execução de projetos;


- Realizar reuniões periódicas com a equipe de apoio escolar, auxiliares de limpeza e
cozinha para organização do trabalho e reavaliação coletiva das ações;
- Promover ações para melhorar a comunicação entre a equipe escola e a gestão; motivar
os funcionários e servidores da unidade; e integrar a equipe nas ações e projetos
Administrativa complementares realizados pela escola;
- Garantir a segurança e integridade física dos alunos, professores e funcionários;
- Diminuir o número de situações de indisciplina dentro e fora da sala de aula, como a
criação de uma Comissão de Mediação de Conflitos;
- Promover ações que levem a construção de uma cultura de paz entre a escola e sua
comunidade.

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- Garantir e melhorar a qualidade das instalações escolares;
- Adquirir equipamentos como: aparelhos de projeção (Data show), telões para projeção,
materiais adaptados para AEE, impressora (Grêmio), etc.;
- Fazer reformas: novos bebedouros de alvenaria, bancos e toldos para pátio externo,
canteiros para a horta comunitária, sala para grêmio estudantil, rampas para o acesso dos
Recursos,
cadeirantes a horta comunitária;
estrutura e
- Viabilizar recursos e materiais para a ampliação e manutenção dos projetos e atividades
finanças
complementares;
- Consulta dos órgãos colegiados sobre os meios possíveis para captação de recursos,
assim como na definição de seu uso;
- Divulgar amplamente (quadros, blog, reuniões) os planos de aplicação dos recursos,
demonstrativos de despesas e a prestação de contas.

- Fortalecer a formação continuada de toda a equipe escolar, com vista as necessidades da


equipe escolar, através de encontros para estudo por áreas específicas e interdisciplinares,
presenciais e a distância (plataforma Teams);
- Promover reuniões para planejamento e preparação de atividades;
- Expandir e ampliar as ações extraclasse e atividades complementares (Mais Educação),
realizando avaliações coletivas e periódicas dos resultados;
Pedagógica
- Promover as ações de monitoria entre as turmas do fundamental II e o ciclo de
alfabetização;
- Abertura da unidade para a comunidade durante os finais de semana, ofertando
atividades complementares (esportivas, artísticas e culturais), projetos e oficinas que
atendam às necessidades da comunidade (horta comunitária, culinária com
reaproveitamento de alimentos, artesanato, fabricação de sabão com óleo de cozinha, etc.)

- Divulgar os órgãos colegiados da unidade (Grêmio Estudantil, APM, Conselho de


Escola, CIPA, etc.) e promover a ampla participação da comunidade;
- Garantir a participação de toda comunidade escolar na elaboração e revisão do PPP;
- Garantir junto à comunidade escolar a transparência e a democracia na tomada de
Participação decisões;
da comunidade - Realizar reuniões bimestrais através da APM e do Conselho de Escola;
- Disponibilizar e divulgar um horário semanal para o atendimento individual das
demandas dos pais e responsáveis;
- Promover os canais de comunicação da escola para atender as dúvidas, sugestões e
reclamações dos familiares.

7. Reavaliação da efetividade do PPP


A avaliação se dará de forma periódica e democrática, ao final de cada semestre,
envolvendo toda a comunidade escolar, possibilitando que sejam elencados tanto os aspectos
positivos, quanto os negativos do projeto, através do registro das sugestões e críticas e de um
questionário avaliativo sobre a escola e o grupo gestor.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 - Capítulo III: da


educação, da cultura e do desporto. Brasília: Senado, 1988. Disponível em:
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_05.10.1988/CON1988.pdf.
Acesso em: 25 de abril de 2020.

BRASIL. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da


educação nacional. Brasília: MEC, 1996. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em 25 de abril de 2020.

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