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RESUMO – ANOTAÇÕES

I - Prescrição Executória e Intercorrente

Súmula 150 – Supremo Tribunal Federal

“Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação”

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. PRESCRIÇÃO.


CUMPRIMENTO DE SENTENÇA CONDENATÓRIA DE REPARAÇÃO CIVIL.
SÚMULA 150/STF. DIREITO INTERTEMPORAL. ACTIO NATA. CC/16. PRAZO
VINTENÁRIO. TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA.
1. A pretensão do cumprimento de sentença é a mesma pretensão da ação de
conhecimento. Não há uma nova pretensão executiva que surge na data do trânsito em
julgado da sentença condenatória. Precedente da 4ª turma.
2. O momento em que nasce a pretensão de reparação civil (teoria da actio nata) é o
critério para definir a legislação do prazo prescricional aplicável à hipótese. Incidência
da Súmula 150/STF.
3. O prazo da prescrição da execução flui a partir do trânsito em julgado da
sentença condenatória.
4. Na hipótese, a pretensão de reparação civil surgiu antes da entrada em vigor do
CC/02, incidindo o regime jurídico do CC/16 para contagem do prazo prescricional do
cumprimento de sentença.
6. Recurso especial não provido.
(REsp 1419386/PR, relatora ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 18/10/16, DJe 24/10/16)

Voto da Ministra Nancy Andrighi:

“Sobre esse tema, o STJ já decidiu que “a sentença não é nascedouro de direito material
novo, não opera a chamada "novação necessária", mas é apenas marco interruptivo de
uma prescrição cuja pretensão já foi exercitada pelo titular. Essa a razão da máxima
contida na Súmula n. 150/STF: "Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da
ação". Não porque nasce uma nova e particular pretensão de execução, mas porque
a pretensão da "ação" teve o prazo de prescrição interrompido e reiniciado pelo
"último ato do processo". (REsp 1275215/RS, QUARTA TURMA, julgado em
27/09/2011, DJe 01/02/2012).”

Portanto, transitada em julgado uma decisão e não iniciado o cumprimento de


sentença no mesmo prazo que o credor teria para ingressar com a ação de
conhecimento, extingue-se a pretensão executória. Neste caso, o direito ao crédito
existirá, mas não haverá quem possa obrigar o devedor quanto ao pagamento.
Diferentemente ocorre no caso da prescrição intercorrente. Ela se dá somente no
curso do processo de execução, estando prevista no art. 921 do Código de Processo
Civil de 2015. Não deve ser ela confundida com a prescrição da pretensão executória,
que é de natureza intertemporal e se dá antes de iniciado o cumprimento de sentença.
A prescrição intercorrente ocorre apenas e tão somente no curso do processo de
execução. É preciso que o cumprimento de sentença tenha se iniciado por impulso do
credor.

TÍTULO IV
DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

CAPÍTULO I
DA SUSPENSÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

Art. 921. Suspende-se a execução:

I - nas hipóteses dos arts. 313 e 315 , no que couber;

II - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à


execução;

III - quando o executado não possuir bens penhoráveis;

IV - se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes e o


exequente, em 15 (quinze) dias, não requerer a adjudicação nem indicar outros bens
penhoráveis;

V - quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916 .

§ 1º Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de 1


(um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição.

§ 2º Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja localizado o


executado ou que sejam encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o
arquivamento dos autos.

§ 3º Os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução se a qualquer


tempo forem encontrados bens penhoráveis.

§ 4º Decorrido o prazo de que trata o § 1º sem manifestação do exequente,


começa a correr o prazo de prescrição intercorrente.

§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá,


de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e extinguir o processo.

Art. 922. Convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo
concedido pelo exequente para que o executado cumpra voluntariamente a obrigação.
Parágrafo único. Findo o prazo sem cumprimento da obrigação, o processo
retomará o seu curso.

Art. 923. Suspensa a execução, não serão praticados atos processuais, podendo o
juiz, entretanto, salvo no caso de arguição de impedimento ou de suspeição, ordenar
providências urgentes.

CAPÍTULO II
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

Art. 924. Extingue-se a execução quando:

I - a petição inicial for indeferida;

II - a obrigação for satisfeita;

III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida;

IV - o exequente renunciar ao crédito;

V - ocorrer a prescrição intercorrente.

(...)

Art. 1.056. Considerar-se-á como termo inicial do prazo da prescrição prevista


no art. 924, inciso V , inclusive para as execuções em curso, a data de vigência
deste Código.

Incidente de Assunção de Competência, lastreado no REsp. 1.604.412/SC, julgado em


27 de junho de 2018 (teses fixadas):

1.1 Incide a prescrição intercorrente, quando o exequente permanece inerte por prazo
superior ao de prescrição do direito material vindicado, conforme interpretação
extraída do art. 202, parágrafo único, do Código Civil de 2002.

1.2 O termo inicial do prazo prescricional, na vigência do CPC/1973, conta-se do


fim do prazo judicial de suspensão do processo ou, inexistindo prazo fixado, do
transcurso de um ano (aplicação analógica do art. 40, § 2º, da Lei 6.830/80).

1.3 O termo inicial do art. 1.056 do CPC/2015 tem incidência apenas nas
hipóteses em que o processo se encontrava suspenso na data da entrada em vigor
da novel lei processual, uma vez que não se pode extrair interpretação que
viabilize o reinício ou a reabertura de prazo prescricional ocorridos na vigência
do revogado CPC/1973 (aplicação irretroativa da norma processual).

1.4. O contraditório é princípio que deve ser respeitado em todas as


manifestações do Poder Judiciário, que deve zelar pela sua observância, inclusive
nas hipóteses de declaração de ofício da prescrição intercorrente, devendo o
credor ser previamente intimado para opor algum fato impeditivo à incidência
da prescrição.

O REsp. 1.340.553/RS, julgado em 12 de setembro de 2018, por meio do qual a 1ª


seção do STJ definiu que, findo o prazo de 1 ano de suspensão do processo de
execução fiscal, volta a correr o prazo prescricional para cobrança automaticamente,
isto é, sem necessidade de prévia intimação da Fazenda Pública para dar andamento
ao processo.

Declarada a prescrição intercorrente por ausência de localização de bens, incabível


a fixação de verba honorária em favor do executado.
Por força dos princípios da efetividade do processo, da boa-fé processual e da
cooperação, não pode o devedor se beneficiar do não-cumprimento de sua
obrigação.
O fato de o exequente não localizar bens do devedor não pode significar mais uma
penalidade contra ele, considerando que, embora tenha vencido a fase de
conhecimento, não terá êxito prático com o processo.
Há situações em que, mesmo não sucumbindo no plano do direito material, a parte
vitoriosa é considerada como geradora das causas que produziram o processo e
todas as despesas a ele inerentes.
Assim, a responsabilidade pelo pagamento de honorários e custas deve ser fixada
com base no princípio da causalidade, segundo o qual a parte que deu causa à
instauração do processo deve suportar as despesas dele decorrentes.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.835.174-MS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
05/11/2019 (Info 660).
STJ. 4ª Turma. REsp 1.769.201/SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
12/03/2019 (Info 646).

II – FUNRURAL

Informativo 859 – STF (https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2017/05/info-


859-stf1.pdf)

Informativo 903 – STF (https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2018/07/info-903-


stf.pdf)
III – ASSOCIAÇÕES: LEGITIMIDADE PROCESSUAL E AUTORIZAÇÃO
EXPRESSA

A autorização estatutária genérica conferida a associação não é suficiente para


legitimar sua atuação em juízo na defesa de direitos de seus filiados, sendo
indispensável que a declaração expressa seja manifestada por ato individual do
associado ou por assembleia geral da entidade.

O inciso XXI do art. 5º da Constituição encerra representação específica e não alcança


a previsão genérica do estatuto da associação a revelar a defesa dos interesses dos
associados. Além disso, acarreta a distinção entre a legitimidade das entidades
associativas para promover demandas em favor de seus associados (art. 5º, XXI) e a
legitimidade das entidades sindicais (art. 8º, III).

Somente os associados que tiverem apresentado, na data da propositura da ação de


conhecimento, autorizações individuais expressas à associação podem executar
título judicial proferido em ação coletiva.

Não é possível alterar título judicial, na fase de execução, para que sejam incluídas
pessoas não apontadas como beneficiárias na inicial da ação de conhecimento e que não
autorizaram a atuação da associação, como exigido no preceito constitucional em
debate.

RE 573.232/SC, rel. orig. min. Ricardo Lewandowski, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio,
julgado em 14-5-2014, acórdão publicado no DJE de 19-9-2014. (Informativo 746,
Plenário, Repercussão Geral – Tema 82)

A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito ordinário,
ajuizada por associação civil na defesa de interesses dos associados, somente alcança
os filiados, residentes no âmbito da jurisdição do órgão julgador, que o fossem em
momento anterior ou até a data da propositura da demanda, constantes da relação
jurídica juntada à inicial do processo de conhecimento.

RE 612.043, Info 864, Tema 499 de RG

IV – HONORÁRIOS

Tipos de honorários:
- Honorários contratuais

- Honorários sucumbenciais

- Honorários arbitrados

- Honorários assistenciais

* A concessão de gratuidade da justiça não afasta a responsabilidade do beneficiário


pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua
sucumbência. Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência
ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se,
nos 5 anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos (art. 98, §§ 2º e
3º, CPC).

V – MANDADO DE SEGURANÇA

RE 669367 / RJ - RIO DE JANEIRO


RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a):  Min. LUIZ FUX
Relator(a) p/ Acórdão:  Min. ROSA WEBER
Julgamento:  02/05/2013           Órgão Julgador:  Tribunal Pleno
Publicação
ACÓRDÃO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO
DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10-2014
Parte(s)
RECTE.(S) : PRONOR PETROQUÍMICA S/A
ADV.(A/S) : ANDRÉ MACEDO DE OLIVEIRA
RECDO.(A/S) : COMISSÃO DE VALORES MOBILIARIOS - CVM
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL
Ementa
EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL
ADMITIDA. PROCESSO CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. PEDIDO DE
DESISTÊNCIA DEDUZIDO APÓS A PROLAÇÃO DE SENTENÇA.
ADMISSIBILIDADE. “É lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de
segurança, independentemente de aquiescência da autoridade apontada como
coatora ou da entidade estatal interessada ou, ainda, quando for o caso, dos
litisconsortes passivos necessários” (MS 26.890-AgR/DF, Pleno, Ministro Celso de
Mello, DJe de 23.10.2009), “a qualquer momento antes do término do julgamento”
(MS 24.584-AgR/DF, Pleno, Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de 20.6.2008),
“mesmo após eventual sentença concessiva do ‘writ’ constitucional, (…) não se
aplicando, em tal hipótese, a norma inscrita no art. 267, § 4º, do CPC” (RE
255.837-AgR/PR, 2ª Turma, Ministro Celso de Mello, DJe de 27.11.2009).
Jurisprudência desta Suprema Corte reiterada em repercussão geral (Tema 530 -
Desistência em mandado de segurança, sem aquiescência da parte contrária, após
prolação de sentença de mérito, ainda que favorável ao impetrante). Recurso
extraordinário provido.
Decisão
O Tribunal, por maioria, deu provimento ao recurso, vencidos os Ministros Luiz Fux
(Relator) e Marco Aurélio. Votou o Presidente. Redigirá o acórdão a Ministra Rosa
Weber. Ausentes, justificadamente, o Ministro Joaquim Barbosa (Presidente), para
participar da celebração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, na corte
Interamericana de Direitos Humanos, em São José, Costa Rica, e o Ministro Teori
Zavascki. Falou pela recorrente a Dra. Luciana Loureiro Terrinha. Presidiu o
julgamento o Ministro Ricardo Lewandowski (Vice-Presidente). Plenário, 02.05.2013.

Tema
530 - Desistência em mandado de segurança, sem aquiescência da parte contrária, após
prolação de sentença de mérito, ainda que favorável ao impetrante.
Tese
É lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de segurança, independentemente de
aquiescência da autoridade apontada como coatora ou da entidade estatal interessada ou,
ainda, quando for o caso, dos litisconsortes passivos necessários, a qualquer
momento antes do término do julgamento, mesmo após eventual sentença concessiva do
‘writ’ constitucional, não se aplicando, em tal hipótese, a norma inscrita no art. 267, §
4º, do CPC/1973.

- Não existe honorários de sucumbência em mandado de segurança.

Art. 25.  Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de


embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios,
sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé (Lei nº
12.016/2009)

VI – BASE DE CÁLCULO DO PIS-COFINS

“O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não compõe a


base de cálculo para a incidência da contribuição para o PIS e da COFINS”
(Informativo 857 do STF)
Superação de posicionamento do STJ (Informativo 594 do STJ)

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