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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Olá, pessoal!
A aula de hoje é sobre um assunto que é bem presente em provas da
área jurídica: a improbidade administrativa. A Lei 8.429/1992 nos
embasará, então, na condução do assunto. Tentaremos ser bem
objetivos, e, sobretudo, apontaremos o que é imprescindível para a
boa compreensão, ok?
No mais, vamos para a aula.
Grande abraço e uma boa leitura.
Cyonil Borges.
(HC 148.765):
PENAL. PREFEITO. UTILIZAÇÃO DE MAQUINÁRIO PÚBLICO.
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
IMPOSSIBILIDADE.
1. Não é possível a aplicação do princípio da insignificância a
prefeito, em razão mesmo da própria condição que ostenta,
devendo pautar sua conduta, à frente da municipalidade, pela
ética e pela moral, não havendo espaço para quaisquer desvios
de conduta.
2. O uso da coisa pública, ainda que por bons propósitos ou
motivado pela "praxe" local não legitima a ação, tampouco lhe
retira a tipicidade, por menor que seja o eventual prejuízo
causado. Precedentes das duas Turmas que compõem a
Terceira Seção.
Desse julgado, restou a lição: o ato de improbidade é de tamanha
repercussão para a boa imagem da Administração que, por mais que
o prejuízo seja mínimo, não pode deixar de ser apurado, aplicando-se
as sanções que a conduta determine.
2. Sujeito Ativo da Improbidade
Pela definição da Lei 8.429/1992, o agente público não é somente
aquele que podemos qualificar como “servidor”, em sentido estrito,
que pode cometer ato de improbidade. Com efeito, vejamos o que diz
o art. 2º da Lei, ao conceituar agente público:
“Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei,
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior”.
Perceba que a LIA abrange todos aqueles que, com ou sem
remuneração, com ou sem caráter de permanência nos quadros da
Administração, sejam responsáveis pela execução dos fins da
Administração.
Todavia, além dos agentes públicos, terceiros também podem ser
Atenta que, por não haver um agente público envolvido, não caberia
o MP entrar com a ação de improbidade, restando, como via
alternativa, a ação civil pública.
E mais: nota, no caso de terceiro, que há duas situações que podem
ser identificadas como ato de improbidade: induzir ou concorrer
para o cometimento do ato, e, nesse caso, não é necessário o
auferimento de qualquer vantagem patrimonial; e se beneficiar do
ato de improbidade, direta ou indiretamente, o que exige, de algum
modo, uma vantagem recebida.
Interessante é que, por poderem ser beneficiadas pelo ato de
improbidade, pessoas jurídicas também podem responder por tal
espécie de ilícito, ainda que desacompanhadas de seus sócios. Há
jurisprudência dos Tribunais Superiores sobre o tema. Já decidiu o
STJ (REsp 1127143):
demonstra-se irrelevante.
(...)
PROVIDO.
(REsp 1075882):
5. Declaração de rendimentos
Dentre as múltiplas determinações que constam da Lei 8.429/1992,
uma ganha especial atenção em concursos da área fiscal. Vejamos:
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam
condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores
que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada
no serviço de pessoal competente.
1
O art. 16 prevê, ainda: sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha
enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, caso fundados
indícios de responsabilidade; e, quando for o caso, a investigação, o exame e o
bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado
no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. Esses pedidos são de
competência do Ministério Público, não custa repetir.
Entretanto, coisas que podem parecer simples, por vezes, não são...
Exemplo disso é a interpretação do dispositivo acima, no caso de
prefeitos reeleitos, que tenham cometido o ato tido por de improbidade
em seu primeiro mandato. Então... A partir de quando será contado o
prazo prescricional? Para o STJ, o prazo deverá começar a correr com o
encerramento do segundo mandato, pois, a reeleição, embora não
prorrogue simplesmente o mandato, importa em fator de continuidade
da gestão administrativa2.
Há outras disposições na Lei que dizem respeito ao andamento da
ação de improbidade, mas por serem elas muito mais afetas ao
Direito Processual, deixarão de ser aqui examinadas.
2
Resp 1107833.
Ressarcimento
Aplicável Aplicável Aplicável
ao erário
Perda da
Função Aplicável Aplicável Aplicável
Pública
Suspensão dos
direitos De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos
Políticos
Perda dos
Bens Pode ser Pode ser
Deve ser aplicada
acrescidos aplicada aplicada
ilicitamente
Proibição de
contratar com SIM (por 10 SIM (por cinco SIM (por três
o Poder anos) anos) anos)
Público
Bom, pessoal, para facilitar a vida, segue resumo com tudo que há de
mais importante que podemos catalogar a respeito de improbidade,
- Os agentes públicos de
qualquer nível ou hierarquia são
obrigados a velar pela estrita
observância dos princípios de
legalidade, impessoalidade,
moralidade e publicidade no trato
dos assuntos que lhe são afetos.
- Ocorrendo lesão ao patrimônio
público por ação ou omissão,
dolosa ou culposa, do agente ou
de terceiro, dar-se-á o integral
ressarcimento do dano.
- No caso de enriquecimento
ilícito, perderá o agente público
ou terceiro beneficiário os bens
ou valores acrescidos ao seu
patrimônio.
- Quando o ato de improbidade
causar lesão ao patrimônio
CARACTERÍSTICAS público ou ensejar
enriquecimento ilícito, caberá a
autoridade administrativa
responsável pelo inquérito
representar ao Ministério Público,
para a indisponibilidade dos bens
do indiciado (que recairá sobre
bens que assegurem o integral
ressarcimento do dano, ou sobre
o acréscimo patrimonial
resultante do enriquecimento
ilícito).
- O sucessor daquele que causar
lesão ao patrimônio público ou se
enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta lei
até o limite do valor da herança.
- Qualquer pessoa pode
representar a autoridade
administrativa competente para
que seja instaurada investigação
destinada a apurar a prática de
ato de improbidade.
- As sanções independem de
efetiva ocorrência de dano ao
patrimônio público e da
aprovação ou rejeição das contas
pelo órgão de controle interno ou
Tribunal de Contas.
- perda da função pública e a
suspensão dos direitos políticos
só se efetivam com o trânsito em
julgado da sentença
condenatória.
A autoridade judicial ou
administrativa competente
poderá determinar o afastamento
do agente público do exercício do
cargo, emprego ou função, sem
prejuízo da remuneração, quando
a medida se fizer necessária à
instrução processual.
- A aplicação das sanções
previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano
ao patrimônio público;
II - da aprovação ou rejeição das
I - Atos de Improbidade
Administrativa que Importam
Enriquecimento Ilícito;
II - Atos de Improbidade
ATOS DE IMPROBIDADE Administrativa que Causam
(ASSIM CONSIDERADOS) Prejuízo ao Erário;
III - Atos de Improbidade
Administrativa que Atentam
Contra os Princípios da
Administração Pública.
legais e regulamentares ou
aceitar garantia insuficiente ou
inidônea;
VII - conceder benefício
administrativo ou fiscal sem a
observância das formalidades
legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de
processo licitatório ou dispensá-lo
indevidamente;
IX - ordenar ou permitir a
realização de despesas não
autorizadas em lei ou
regulamento;
X - agir negligentemente na
arrecadação de tributo ou renda,
bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio
público;
XI - liberar verba pública sem a
estrita observância das normas
pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação
irregular;
XII - permitir, facilitar ou
concorrer para que terceiro se
enriqueça ilicitamente;
XIII - permitir que se utilize, em
obra ou serviço particular,
veículos, máquinas,
equipamentos ou material de
qualquer natureza, de
propriedade ou à disposição de
qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei,
bem como o trabalho de servidor
público, empregados ou terceiros
DAS PENAS
(art.12):
Na fixação das
penas previstas
nesta lei o juiz
levará em conta
a extensão do
dano causado,
assim como o
proveito
patrimonial
obtido pelo
agente.
- Perda da
ART.9º: função pública;
- Multa civil
Atos que dão - Proibição de de até 3 vezes
ensejo ao contratar com o o valor do
enriqueciment Poder Público acréscimo
o ilícito ou receber patrimonial;
(Auferir benefícios ou
- Perda dos
qualquer tipo de incentivos - Suspensão
bens ou valores
vantagem fiscais ou dos direitos
patrimonial creditícios, acrescidos
políticos de 8 a
ilicitamente ao
indevida em direta ou 10 anos.
patrimônio;
razão do indiretamente,
exercício de ainda que por -
cargo, mandato, intermédio de Ressarcimento
função, emprego pessoa jurídica integral do
ou atividades da qual seja dano, quando
mencionadas no sócio houver.
art. 1º). majoritário,
pelo prazo de
10 anos.
ART.10: - Perda da
função pública;
Atos que
- Proibição de - Multa civil
geram prejuízo
ao Erário contratar com o de até 2 vezes
Poder Público o valor do
(Qualquer ação ou receber dano;
ou omissão, benefícios ou - Perda dos
dolosa ou incentivos bens ou valores
culposa, que fiscais ou - Suspensão
acrescidos
enseje perda creditícios, dos direitos
ilicitamente ao
patrimonial, direta ou políticos de 5 a
patrimônio, se
desvio, indiretamente, 8 anos.
concorrer esta
apropriação, ainda que por situação;
malbaratamento intermédio de
ou dilapidação pessoa jurídica -
dos bens ou da qual seja Ressarcimento
haveres das sócio integral do
entidades majoritário, dano.
referidas no art. pelo prazo de
1º) 5 anos.
majoritário, dano, se
pelo prazo de houver.
3 anos.
- Procedimento Administrativo
DOS PROCEDIMENTOS
- Procedimento Judicial.
Cyonil Borges
ESAF - AFT/2006
3
Letra A.
4
ERRADO.
5
Letra D.
6
CERTO.
7
CERTO.
8
ERRADO.
9
Letra A.
Estão corretas
d) apenas as afirmativas I, IV e V.
10
Letra C.
11
ERRADO.
12
Letra D.
13
Gabarito: Letra C.
a) F, F, V, V
b) V, V, F, V
c) F, F, V, F
d) V, V, V, F
e) F, F, F, V14
14
Gabarito: Letra E.
15
Gabarito: Letra A.
16
Letra A.
17
Letra B.
18
Gabarito: Errado.
ESAF - AFT/2003
a) a escolaridade do réu.
19
Gabarito: letra D.
20
Letra C.
21
Letra A.
22
ERRADO.