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BIZU DO PONTO – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/MTE

DIREITO ADMINISTRATIVO - PROF. FABIANO PEREIRA


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Olá!

Seja bem-vindo ao nosso “BIZU” de Direito Administrativo para o


concurso do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, mais precisamente para o
cargo de Auditor Fiscal do Trabalho.
Meu nome é Fabiano Pereira e atualmente ocupo o cargo de Analista
Judiciário do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais. Além disso,
também exerço o magistério em universidades e vários cursos preparatórios
presenciais no Estado de São Paulo e de Minas Gerais. Aqui no Ponto dos
Concursos, ministro cursos de Direito Administrativo e Direito Eleitoral.
Nas próximas páginas, serão apresentadas informações essenciais e
imprescindíveis para quem quer fazer uma excelente prova de Direto
Administrativo do CESPE, portanto, aconselho que você faça uma atenta leitura
de todo o material.
Apesar de o edital ser muito amplo, sugiro que seja dada atenção especial
aos tópicos sobre “atos administrativos”, “poderes administrativos” e
“responsabilidade civil do Estado”.
No mais, desejo que você faça uma excelente prova. Fico aguardando o
convite para o churrasco de comemoração da nomeação!

Sucesso!

Fabiano Pereira
Fabianopereira@pontodosconcursos.com.br

FACEBOOK: www.facebook.com.br/fabianopereiraprofessor

"Consulte não a seus medos, mas a suas esperanças e sonhos. Pense não sobre
suas frustrações, mas sobre seu potencial não usado. Preocupe-se não com o
que você tentou e falhou, mas com aquilo que ainda é possível a você fazer."
(Papa João XXIII)

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1. É muito comum você encontrar em provas questões que se referem à remoção
de servidores com o objetivo de punição ou aplicação de penalidade.
Entretanto, a remoção não possui essas finalidades, mas sim o objetivo de suprir
a necessidade de pessoal. Portanto, caso seja usada para punir um servidor,
restará caracterizado, nesse caso, o famoso “desvio de finalidade” ou “desvio de
poder” (o que ensejará a anulação da remoção);
2. O ato discricionário pode ter a sua legalidade analisada pelo Poder
Judiciário, que ainda possui a prerrogativa de verificar a conformidade do mérito
administrativo com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade;
3. O abuso de poder configura-se por uma conduta praticada pelo agente
público em desconformidade com a lei e pode se apresentar sob três formas
diferentes: a) quando o agente público ultrapassa os limites da competência
que lhe foi outorgada pela lei (excesso de poder); b) quando o agente público
exerce a competência nos estritos limites legais, mas para atingir finalidade
diferente daquela prevista em lei (desvio de poder ou desvio de
finalidade); c) pela omissão;
4. Consoante a doutrina majoritária, a atribuição do poder de polícia não pode ser
delegada a particulares, sendo esse poder exclusivo do Estado e expressão do
próprio ius imperii, ou seja, do poder de império, que é próprio e privativo do
poder público. Todavia, o STJ entende que os atos materiais podem ser
delegados (a simples instalação de um radar, por exemplo);
5. O Poder Judiciário jamais poderá revogar um ato editado pela
Administração, mas somente anulá-lo, quando for ilegal ou contrariar princípios
gerais do Direito. Somente a própria Administração pode revogar os seus
atos, pois essa possibilidade está relacionada diretamente à conveniência e à
oportunidade. Por outro lado, lembre-se de que o Poder Judiciário pode revogar
seus próprios atos administrativos, a exemplo de uma licença para tratar de
assuntos particulares concedida a servidor de seu quadro;
6. A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial;
7. O poder disciplinar consiste na prerrogativa assegurada à Administração
Pública de apurar infrações funcionais dos servidores públicos e demais
pessoas submetidas à disciplina administrativa (a exemplo dos
concessionários e permissionários de serviços públicos), bem como aplicar
penalidades após o respectivo processo administrativo, caso seja cabível e
necessário;

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8. O objeto do poder de polícia administrativa é todo bem, direito ou atividade
individual que possa afetar a coletividade ou pôr em risco a segurança nacional;
9. A publicação do ato administrativo em órgão oficial de imprensa não é
condição de sua validade, mas sim condição de eficácia e moralidade;
10. O poder disciplinar se caracteriza por uma limitada discricionariedade quando
confere à administração poder de escolha da pena a partir do exame da natureza
e gravidade de eventual infração praticada por servidor público faltoso;
11. Segundo a teoria dos motivos determinantes, o motivo alegado pelo
agente público no momento da edição do ato deve corresponder à realidade (ser
verdadeiro), pois, caso contrário, comprovando o interessado que o motivo
informado não guarda qualquer relação com a edição do ato ou que aquele
simplesmente não existe, o ato deverá ser anulado pela própria Administração
ou pelo Poder Judiciário;
12. Todo e qualquer ato administrativo (independente da espécie ou
classificação) é presumivelmente legítimo, isto é, considera-se editado em
conformidade com a lei. Entretanto, a presunção será sempre juris tantum
(relativa), pois é assegurado ao interessado recorrer à Administração, ou
mesmo ao Poder Judiciário, para que não seja obrigado a submeter-se aos
efeitos do ato, quando for manifestamente ilegal;
13. Nem sempre os atos administrativos irão gozar de autoexecutoriedade, a
exemplo do que ocorre com as multas. Nesse caso, apesar da aplicação da multa
ser decorrente do atributo da imperatividade, se o particular não efetuar o seu
pagamento, a Administração somente poderá recebê-la se recorrer ao Poder
Judiciário, não sendo possível exercer a prerrogativa da autoexecutoriedade;
14. Delegação não transfere competência, mas somente, e em caráter
temporário, transfere o exercício de parte das atribuições do delegante;
15. É inviável em Mandado de Segurança a revisão de penalidade imposta em
Processo Administrativo Disciplinar, sob o argumento de ofensa ao princípio da
proporcionalidade, por implicar reexame do mérito administrativo (MS
17.479-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 28/11/2012);
16. Os atos praticados pelo agente público devem ser imputados à entidade a
qual está vinculado, seja ela de direito público ou de direito privado, e não a si
próprio. É o que diz a teoria do órgão (também chamada de teoria da
imputação volitiva), criada pelo jurista alemão Otto Gierke;

17. A desconcentração nada mais é que a distribuição interna de


competências dentro de uma mesma pessoa jurídica. Trata-se da criação de
órgãos públicos que fazem parte de uma mesma estrutura, hierarquizada,

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criada com o objetivo de tornar mais ágil e eficiente a execução das finalidades
administrativas previstas em lei. Por outro lado, ocorre a “descentralização
administrativa” quando um ente estatal (União, Estados, DF e Municípios)
transfere a outra pessoa, pública ou privada, o exercício de uma determinada
atividade administrativa. Nesse caso, a função administrativa não será
executada por órgãos públicos, mas por uma outra pessoa jurídica, com
personalidade jurídica distinta do ente estatal que transferiu a execução da
função administrativa.
18. O § 1º, do art. 173, da CF/1988, dispõe que as empresas públicas e
sociedades de economia mista, bem como suas respectivas subsidiárias que
também explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços estão sujeitas ao regime jurídico próprio das
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários. Todavia, em relação às empresas estatais
prestadoras de serviços públicos em regime de monopólio (a exemplo
dos Correios), o entendimento é um pouco diferente. Nesse caso, defende a
doutrina majoritária que tais entidades podem gozar das prerrogativas
asseguradas às autarquias e demais entidades regidas pelo direito público,
inclusive imunidade tributária recíproca;
19. No julgamento do Mandado de Segurança nº 25.092-5/DF, de relatoria do
Ministro Carlos Velloso, publicado no DJE em 17/03/2006, o Supremo Tribunal
Federal ratificou o entendimento de que “as empresas públicas e as sociedades
de economia mista, integrantes da administração indireta, estão sujeitas à
fiscalização do Tribunal de Contas da União, não obstante seus servidores
estarem sujeitos ao regime celetista”;

20. É válido esclarecer que para a criação de subsidiárias não existe a


necessidade de lei específica, mas somente autorização legislativa (qualquer
espécie legislativa). Além disso, a autorização legislativa tem que ser concedida
em cada caso, ou seja, a cada criação de uma nova subsidiária. Contudo, apesar
do texto constitucional ser expresso ao afirmar a necessidade de autorização
legislativa para cada caso, em 2004 o Supremo Tribunal Federal, no julgamento
da ADI 1649, decidiu que a autorização legislativa específica para a criação de
empresas subsidiárias é dispensável nos casos em que a lei autorizativa de
criação da empresa de economia mista ou empresa pública matriz também
previu a eventual formação das subsidiárias;

21. Controle por vinculação ou controle finalístico é o controle exercido


externamente pelas entidades da Administração Direta (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal) em relação às entidades da Administração

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Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de
economia mista), sem existência de relação de hierarquia entre ambas;

22. Os recursos hierárquicos próprios são aqueles dirigidos a autoridades ou


órgãos imediatamente superiores aos responsáveis pelo ato ou decisão
impugnados. Podem ser interpostos mesmo inexistindo disposição legal
expressa, pois derivam do controle hierárquico que os órgãos e autoridades
superiores devem realizar em face dos atos e atividades administrativas
exercidos pelos seus subordinados. De outro lado, recursos hierárquicos
impróprios são aqueles endereçados a autoridades ou órgãos que não são
hierarquicamente superiores àqueles responsáveis pela edição do ato ou decisão
que se deseja impugnar. Podemos citar como exemplo um recurso interposto
perante uma Secretaria Estadual de Governo em face de decisão proferida por
entidade integrante da Administração Indireta daquele mesmo Estado
(autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista ou empresas
públicas);

23. A propositura de recursos hierárquicos impróprios depende de expressa


previsão legal, já que não existe relação de hierarquia entre os órgãos ou
autoridades que analisarão o pedido de reapreciação da decisão ou ato
praticado;
24. As sociedades de economia mista somente podem ser constituídas sob a
forma de sociedade anônima (S.A.), sejam elas federais, estaduais,
municipais ou distritais. Por outro lado, as empresas públicas podem ser
constituídas sob qualquer forma jurídica prevista em lei (sociedade anônima,
sociedade limitada ou sociedade em comandita por ações), inclusive sob uma
forma jurídica inédita (no caso das entidades federais);

25. O Supremo Tribunal Federal pacificou o entendimento de que existem duas


espécies de fundações públicas, as de direito público e as de direito privado.
As primeiras são criadas por lei, nos mesmos moldes das autarquias e, portanto,
serão regidas pelo direito público. As segundas terão a criação autorizada por lei
e, sendo assim, serão regidas pelo direito privado;
26. Ao responder às questões de provas, lembre-se sempre de que somente as
autarquias e as fundações públicas de direito público são criadas por lei
específica. As empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
públicas de direito privado tem a criação autorizada por lei específica;
27. O art. 3º da Lei de Improbidade Administrativa é expresso ao afirmar que o
seu texto não se restringe aos agentes públicos, alcançando também aquele
que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do
ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta;
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28. O termo inicial do prazo decadencial de cinco anos para que a
Administração Pública anule ato administrativo referente à concessão de
aposentadoria, previsto no art. 54 da Lei n. 9.784/1999, é a data da
homologação da concessão pelo Tribunal de Contas. A concessão de
aposentadoria tem natureza jurídica de ato administrativo complexo que
somente se perfaz com a manifestação do Tribunal de Contas acerca da
legalidade do ato (STJ - EREsp 1.240.168-SC, Rel. Min. João Otávio de Noronha,
julgados em 7/11/2012);
29. A prática do ato de improbidade administrativa pressupõe a existência de
dolo ou de culpa, isto é, não existe responsabilidade objetiva em matéria de
improbidade administrativa. A modalidade culposa é admitida somente na
hipótese de prejuízo ao erário; nas demais modalidades há a necessidade da
presença do dolo;
30. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas na Lei 8.429/1992
podem ser propostas: a) até cinco anos após o término do exercício de mandato,
de cargo em comissão ou de função de confiança; b) dentro do prazo
prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou
emprego;
31. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial;
32. Não podem ser objeto de delegação a edição de atos de caráter normativo, a
decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva
do órgão ou autoridade;
33. Lembre-se sempre de que prevê o artigo 61 da Lei 9.784/99 que, salvo
disposição legal em contrário, o recurso administrativo não tem efeito
suspensivo. Isso quer dizer que a decisão proferida produzirá imediatamente
todos os seus efeitos até a decisão final do recurso proposto;
34. Em relação à responsabilidade civil do Estado, lembre-se de que no Brasil foi
adotada a teoria do risco administrativo, que admite excludentes de
responsabilidade, tais como a culpa exclusiva da vítima, o caso fortuito e força
maior;

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35. As pessoas jurídicas de direito privado, desde que prestadoras de serviços
públicos (como as concessionárias, por exemplo), respondem objetivamente
pelos danos que seus agentes causarem aos usuários ou não-usuários do
serviço prestado;
36. A absolvição do servidor na esfera penal, por insuficiência de provas, não
exclui a possibilidade de condenação na esfera administrativa em virtude de falta
residual. Por outro lado, a absolvição do servidor na esfera penal, por negativa
de autoria ou inexistência do fato, obriga à absolvição do servidor também
na esfera administrativa;
37. Em relação aos atos típicos (leis) editados pelo Poder Legislativo,
predomina o entendimento na doutrina de que o Estado somente poderá ser
responsabilizado civilmente em duas hipóteses: edição de leis
inconstitucionais ou leis de efeitos concretos. No mesmo sentido, a regra é a
de que não será possível responsabilizar o Estado pelos atos jurisdicionais
praticados pelos magistrados integrantes do Poder Judiciário, desde que no
exercício de suas funções típicas (a de julgar). Entretanto, o próprio inciso LXXV,
do art. 5º, da CF/1988, apresenta duas exceções, ao estabelecer que o “Estado
indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença”;
38. O Plenário do STF, no julgamento do MS 26.210, da relatoria do ministro
Ricardo Lewandowski, decidiu pela imprescritibilidade de ações de
ressarcimento de danos ao erário;
39. As principais características dos órgãos públicos, que estão presentes na
maioria deles (não em todos), são: integram a estrutura de uma pessoa jurídica;
não possuem personalidade jurídica; são resultado da desconcentração; alguns
possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira; podem firmar, por
meio de seus administradores, contratos de gestão com outros órgãos ou com
pessoas jurídicas (CF, art. 37, § 8º.); não tem capacidade para representar em
juízo a pessoa jurídica que integram; alguns tem capacidade processual para a
defesa em juízo de suas prerrogativas funcionais e não possuem patrimônio
próprio;
40. A partir de agosto de 2007, voltou a vigorar, pelo menos em caráter
provisório, o denominado “regime jurídico único”. Desse modo, a União, as
autarquias e as fundações públicas federais de direito público estão proibidas de
contratar agentes administrativos pelo regime celetista, já que devem
prevalecer os efeitos da medida cautelar (liminar) proferida pelo STF na ADI
2135-4 e que suspendeu a alteração promovida no texto original do art. 39 da
Constituição Federal. Todavia, foram mantidas as contratações de agentes pelo
regime trabalhista, por parte da administração pública direta, autárquica e

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fundacional, no período compreendido entre a promulgação da EC 19 e aquela
decisão da Corte;
41. Para responder às questões do CESPE, lembre-se de que “as dívidas passivas
da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou
ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua
natureza, prescrevem em (cinco) anos, contados da data do ato ou fato do
qual se originarem”;
42. Os sistemas de controle interno e de controle externo da administração
pública federal se caracterizam por serem autônomos entre si, não havendo
subordinação hierárquica entre um e outro;
43. Lembre-se sempre de que nos termos do art. 70, parágrafo único, da
Constituição Federal, “prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens
e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta,
assuma obrigações de natureza pecuniária”.
44. Servidores públicos, civis ou militares, transferidos de ofício têm direito à
matrícula em instituição de ensino superior do local de destino, desde que
observado o requisito da congeneridade em relação à instituição de origem, salvo
se não houver curso correspondente em estabelecimento congênere no local da
nova residência ou em suas imediações, hipótese em que deve ser assegurada a
matrícula em instituição não congênere. Em regra, a matrícula fica garantida em
instituições de ensino congêneres, ou seja, de universidade pública para pública
ou de privada para privada (STJ - AgRg no REsp 1.335.562–RS, Rel. Min. Arnaldo
Esteves Lima, julgado em 6/11/2012);
45. Lembre-se de que Súmula Vinculante nº 3 é clara ao afirmar que “nos
processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e
a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade
do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.”
46. No julgamento da Reclamação 6650, o Supremo Tribunal Federal declarou
que a contratação de parentes para cargos políticos (Ministros, Secretários
de Estado e Secretários municipais, por exemplo) não viola a Constituição
Federal, pois são cargos que devem ser providos por pessoas de extrema
confiança da autoridade nomeante. Nesses termos, o Prefeito de um Município
pode nomear sua mãe para ocupar o cargo de Secretária Municipal da Fazenda,
mas não pode nomear a irmã para ocupar o cargo de Gerente do Posto de Saúde
“X”, pois este não é considerado cargo político e sim um cargo administrativo;

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47. O direito de opção previsto no caput do art. 133 da Lei n. 8.112/1990 a um
dos cargos, empregos ou funções públicas indevidamente acumulados deve ser
observado somente nas hipóteses em que o servidor puder fazer pedido de
exoneração de um dos cargos. Isso porque o servidor que responde a
processo administrativo disciplinar não pode ser exonerado a pedido até
o encerramento do processo e o cumprimento da penalidade eventualmente
aplicada, de acordo com o art. 172 do mesmo diploma. Assim, fica suspenso o
direito de opção previsto no art. 133 enquanto pendente a conclusão de processo
administrativo disciplinar em relação a um dos cargos (STJ - RMS 38.867-AC,
Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 18/10/2012);
48. É importante esclarecer que o Supremo Tribunal Federal fixou jurisprudência
no sentido de que não há direito adquirido à regime jurídico-funcional
pertinente à composição dos vencimentos ou à permanência do regime legal de
reajuste de vantagem, desde que eventual modificação introduzida por ato
legislativo superveniente preserve o montante global da remuneração, não
acarretando decesso de caráter pecuniário;
49. No julgamento do Mandado de Segurança nº 26.294, de Rel. do Min. Ricardo
Lewandowski (publicado no DJE de 15-2-2012), o Supremo Tribunal Federal
decidiu que “não é possível a nomeação de candidato em quadro diverso do qual
foi aprovado, ainda que os cargos tenham a mesma nomenclatura, atribuições
iguais, e idêntica remuneração, quando inexiste essa previsão no edital do
concurso. A falta de previsão no edital sobre a possibilidade de aproveitamento
de candidato aprovado em certame destinado a prover vagas para quadro
diverso do que prestou o concurso viola o princípio da publicidade, norteador de
todo concurso público, bem como o da impessoalidade e o da isonomia”;
50. A partir da publicação do ato de provimento (nomeação), o candidato terá o
prazo de 30 (trinta) dias para tomar posse no cargo público. Caso a posse não
ocorra nesse prazo, o ato de provimento será tornado sem efeito. Por outro
lado, se o candidato tomar posse, terá o prazo de 15 (quinze) dias para entrar
em exercício (começar efetivamente a trabalhar) no cargo público. Se, por
algum motivo, deixar de entrar em exercício, será exonerado do cargo;
51. A CF/1988, em seu art. 41, inc. III, § 2º, dispõe que “invalidada por sentença
judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço”;

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52. A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se
integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou
diminuir o seu bom conceito na vida funcional;
53. A atividade de notário é inacumulável com qualquer cargo, emprego ou
função pública, ainda que em comissão, mesmo que o servidor esteja no gozo de
férias ou licença remunerada. O status de servidor público, que não é
desconfigurado pelo fato de o servidor estar no gozo de férias ou licenças, é
incompatível com a atividade de notário nos termos do art. 25 da Lei n.
8.935/1994 (STJ - RMS 38.867-AC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
18/10/2012);
54. O emprego público é uma unidade de atribuições que se distingue do
cargo público principalmente por vincular o agente ao Estado por um contrato
de trabalho sob o regime celetista;
55. Se o ato infracional praticado pelo servidor justificar a imposição de
penalidade de suspensão por mais de trinta dias, será obrigatória a instauração
de processo administrativo disciplinar;
56. Os servidores públicos titulares de cargos efetivos da União, dos estados, do
DF e dos municípios, incluídas suas autarquias e fundações, submetem-se a
regime previdenciário especial, não ao RGPS, aplicável aos trabalhadores em
geral da iniciativa privada;
57. Não é devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalhador cujo
contrato de trabalho temporário efetuado com a Administração Pública sob o
regime de "contratação excepcional" tenha sido declarado nulo em razão da falta
de realização de concurso público. De acordo com o art. 19-A da Lei n.
8.036/1990, é devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalhador cujo
contrato de trabalho tenha sido declarado nulo devido à inobservância das regras
referentes ao concurso público previstas na CF. A questão disciplinada por esse
artigo diz respeito à necessidade de recolhimento do FGTS em favor do
ex-servidor que teve sua investidura em cargo ou emprego público anulada. O
trabalhador admitido sob o regime de contrato temporário, entretanto, não se
submete a esse regramento (AgRg nos EDcl no AREsp 45.467-MG, Rel. Min.
Arnaldo Esteves Lima, julgado em 5/3/2013);
58. Caso exista compatibilidade de horários, é possível a acumulação do cargo de
médico militar com o de professor de instituição pública de ensino (RMS
39.157-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 26/2/2013).

Boa prova!!
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