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Aula 03

Controle Externo p/ TCU ? Técnico e Auditor (Tecnologia da Informação e


Biblioteconomia)

Professor: Erick Alves

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Controle Externo TCU TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014
Teoria e exercícios comentados
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AULA 03

Olá pessoal!

Nosso objetivo nesta aula é seguir o estudo das competências do


TCU. Na aula passada vimos as competências atribuídas pela Constituição.
Nesta Aula 03 veremos as competências dispostas na legislação
infraconstitucional.

Para tanto, seguiremos o seguinte sumário:

SUMÁRIO

Competências do TCU previstas na legislação infraconstitucional..................................................... 2


Competências reunidas no art. 1º do RI/TCU ................................................................................................... 2
Bateria de questões .................................................................................................................................................... 21
RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................................................................... 53
Questões comentadas na Aula .............................................................................................................................. 55
Gabarito ............................................................................................................................................................................. 65

A sequência desta aula está um pouco diferente. Primeiro veremos a


teoria e depois uma bateria de questões comentadas. Ao final, como
sempre, ainda temos o resumo dos tópicos mais importantes e a lista de
questões seguidas do gabarito.
Uma opção de estudo para vocês, não só nesta aula como nas
demais, é tentar resolver as questões por conta própria, inclusive as
discursivas, logo após estudar a teoria. Mas, depois, não deixem de
também estudar com atenção os comentários, pois eles complementam o
conteúdo teórico, ok?

Preparados?! CF, LO/TCU e RI/TCU a postos?!


Então, aos estudos!

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COMPETÊNCIAS DO TCU PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO


INFRACONSTITUCIONAL

Leitura obrigatória:
LO/TCU, art. 1º; RI/TCU, art. 1º

As competências fundamentais do TCU foram atribuídas diretamente


pela Constituição. Não obstante, a legislação infraconstitucional atribui
uma série de responsabilidades para o Tribunal de Contas. As principais
delas estão compiladas no art. 1º da LO/TCU e no art. 1º do RI/TCU. Esse
último é mais completo, abrangendo tudo que está na Constituição, na
LO/TCU e em outras normas relevantes. Assim, o estudo dos 34 incisos do
art. 1º do RI/TCU esgota tudo o que precisamos saber sobre as
competências do Tribunal.
Vamos fazer isso, apenas deixando de lado os incisos que repetem as
competências atribuídas ao TCU pela Constituição, que são: incisos I a IV,
VI, VIII, IX, XI, XII, XVI e XVIII a XXII do art. 1º do RI/TCU. Nós já
estudamos as matérias tratadas nesses incisos na aula passada, ok?
Veremos, então, os demais.

COMPETÊNCIAS REUNIDAS NO ART. 1º DO RI/TCU

O art. 1º do RI/TCU informa que compete ao TCU, na forma da


legislação vigente, em especial a Lei 8.443/1992 (LO/TCU):

Auditar projetos e programas de Governo

V – auditar, por solicitação da comissão mista permanente de senadores e


deputados referida no §1º do art. 166 da Constituição Federal, ou de comissão técnica
de qualquer das casas do Congresso Nacional, projetos e programas autorizados na
lei orçamentária anual, avaliando os seus resultados quanto à eficácia, eficiência,
efetividade e economicidade;

O dispositivo trata da realização de auditorias de natureza


operacional em projetos e programas autorizados na lei orçamentária
anual (LOA). Exemplos de programas de Governo são o Bolsa Família, Luz
para Todos, Merenda Escolar etc.

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Nas auditorias de natureza operacional (ANOp), procura-se ir além do


exame dos aspectos formais, da pura legalidade, passando a focar
aspectos de desempenho e resultado, com o principal objetivo de
contribuir para o aperfeiçoamento da gestão pública. Assim, os projetos e
programas são avaliados quanto à eficácia, eficiência, efetividade e
economicidade. Não obstante, as ilegalidades eventualmente
identificadas deverão receber o tratamento adequado pelo TCU.
Segundo o RI/TCU, os legitimados para solicitar auditorias
operacionais em projetos e programas de Governo autorizados na LOA são
a CMO ou comissão técnica de qualquer das casas do Congresso
Nacional.

Acompanhar a arrecadação da receita

VII – acompanhar a arrecadação da receita a cargo da União, das entidades da


administração indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
pelo poder público federal, e das demais instituições sob sua jurisdição, mediante
fiscalizações, ou por meio de demonstrativos próprios;

Receita pública não compreende apenas tributos, mas também toda


entrada de recursos que implique aumento patrimonial da Administração
Pública, direta e indireta. Como exemplo, pode-se mencionar os
dividendos devidos ao Tesouro em função das participações societárias
detidas pela União, que não são tributos, mas constituem receita pública.
Assim, o acompanhamento da arrecadação da receita pública realizado
pelo TCU não se confunde com a fiscalização tributária, a cargo da Receita
Federal.
O trabalho do Tribunal consiste em verificar se as receitas públicas
arrecadadas pelos órgãos e entidades da União foram efetivamente
recolhidas aos cofres do Tesouro. Compreende, ainda, a fiscalização das
renúncias de receitas.
O TCU exerce fiscalização em todas as etapas da receita, por meio
de levantamentos, auditorias, inspeções, acompanhamentos ou
monitoramentos, incluindo a análise de demonstrativos próprios, com a
identificação dos respectivos responsáveis.

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Fiscalizar o cumprimento da LRF1

XIII – fiscalizar, no âmbito de suas atribuições, o cumprimento, por parte dos


órgãos e entidades da União, das normas da Lei Complementar n° 101, de 4 de maio
de 2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal;

O TCU possui competência para fiscalizar, no âmbito de suas


atribuições, o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) pelos
órgãos e entidades da União, em auxílio ao Poder Legislativo. Não é
demais lembrar que a competência do TCU, também aqui, se restringe à
esfera federal.
A própria LRF (art. 59) atribui ao TCU a responsabilidade de:
 Verificar o cálculo dos limites da despesa total com pessoal na
esfera federal;
 Acompanhar as operações do Banco Central do Brasil referentes à
dívida pública;
 Alertar aos Poderes ou órgãos da União, quando constatar:
 a possibilidade de limitação de empenho e movimentação
financeira;
 que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90%
do limite;
 que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das
operações de crédito e da concessão de garantia encontram-se
acima de 90% dos respectivos limites;
 que os gastos com inativos e pensionistas encontram-se acima
do limite definido em lei;
 a ocorrência de fatos que comprometam os custos ou os
resultados dos programas ou indícios de irregularidades na
gestão orçamentária.

Além disso, o TCU fiscaliza o cumprimento das obrigações específicas


atribuídas aos demais órgãos e Poderes da União pela LRF, como, por
exemplo, o dever que o Poder Executivo possui de promover, até trinta de
junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos
entes da Federação relativas ao exercício anterior, dando a devida

1 A Resolução TCU 142/2001 dispõe sobre as competências atribuídas ao Tribunal pela LRF.

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divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público (LRF, art. 51).
O responsável pelo cumprimento dessa obrigação no âmbito do Executivo
Federal está sujeito à fiscalização do TCU.

Processar e julgar infrações administrativas contra as finanças


públicas e a responsabilidade fiscal

XIV – processar e julgar as infrações administrativas contra as finanças


públicas e a responsabilidade fiscal tipificadas na legislação vigente, com vistas à
aplicação de penalidades;

Conforme tipificado na Lei 10.028/2000 (Lei dos Crimes Fiscais), as


infrações administrativas contras as finanças públicas, são:
 deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao
Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal, nos prazos e
condições estabelecidos em lei;
 propor lei de diretriz orçamentária anual que não contenha as
metas fiscais na forma da lei;
 deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e
movimentação financeira, nos casos e condições estabelecidos
em lei;
 deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei,
a execução de medida para a redução do montante da despesa
total com pessoal que houver excedido a repartição por Poder do
limite máximo.

Cuidado, pois tais irregularidades são tipificadas como infrações


administrativas, não como crimes, apesar do nome que se dá à lei.
Compete ao TCU processar e julgar essas infrações. O agente que der
causa a qualquer uma delas será punido com multa de, exatamente,
30% dos seus vencimentos anuais. Ou seja, não há previsão de
gradação da pena em razão da gravidade da conduta do agente em cada
caso concreto: o valor será sempre correspondente a 30% dos
vencimentos anuais do responsável. Ah, o pagamento da multa é de
responsabilidade pessoal do agente, e não do órgão em que trabalha.
Vale observar que, caso a conduta do gestor configure crime, a
competência para julgamento não é mais do TCU, mas sim do órgão do

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Poder Judiciário com jurisdição sobre a matéria, a partir de denúncia do


Ministério Público.

Acompanhar, fiscalizar e avaliar os processos de desestatização e as


concessões, permissões e autorizações de serviço público

XV – acompanhar, fiscalizar e avaliar os processos de desestatização


realizados pela administração pública federal, compreendendo as privatizações de
empresas, incluindo instituições financeiras, e as concessões, permissões e
autorizações de serviço público, nos termos do art. 175 da Constituição Federal e das
normas legais pertinentes;

O TCU acompanha, fiscaliza e avalia:


 Processos de desestatização e privatização de empresas, incluindo
instituições financeiras;
 Concessões, permissões e autorizações de serviço público.

No geral, os processos de desestatização, assim como as concessões,


caracterizam-se pela transferência para a iniciativa privada de ativos
ou direitos detidos pela União relacionados à execução de serviços
públicos.
Como exemplos de processos da espécie fiscalizados pelo TCU pode-
se mencionar: as privatizações de instituições financeiras realizadas no
Governo FHC; as concessões de rodovias federais; as concessões para
geração e transmissão de energia elétrica; concessões de serviços de
telecomunicações e, mais recentemente, os leilões de concessão para
exploração e administração de aeroportos.
O TCU acompanha, fiscaliza e avalia esses processos em todas as
fases, desde o estágio em que são expostas as razões e fundamentações
para a privatização ou concessão, passando pelo procedimento licitatório,
pelos estudos de viabilidade econômico-financeira, e indo até a fase de
execução contratual.
O controle do TCU ocorre, especialmente, sobre as agências
reguladoras, como a Anatel, Aneel, Anac, ANP e ANTT. Essas, por sua
vez, fiscalizam e regulam a prestação dos serviços públicos e atividades
econômicas relacionadas à sua área de atuação. Nesse sentido, o trabalho
do Tribunal tem por objetivo verificar se as referidas agências estão
cumprindo adequadamente suas funções de regulação e

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fiscalização, de forma a garantir a qualidade dos serviços públicos


prestados. O TCU não as substitui, ou seja, não promove ações de
fiscalização direta sobre concessionários ou permissionários que não
pertençam à administração pública federal.

 Exemplos de fiscalizações do TCU sobre desestatização:


Acórdão 1121/2005 Plenário
Entidade: Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)
Sumário: Auditoria realizada na Concessionária da Ponte Rio-Niterói S.A. - PONTE,
para verificar a pertinência das tarifas de pedágio cobradas desde o início da
concessão, a execução contratual e a manutenção do seu equilíbrio econômico-
financeiro em virtude das revisões, reajustes e adequações realizadas.
Determinações à ANTT. Determinação à Secretaria de Fiscalização de
Desestatização/TCU para realização de auditoria nas obras realizadas pela
concessionária. Autorização para requisição de técnicos especializados da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Arquivamento dos autos com proposta de
monitoramento. Ciência ao Ministério dos Transportes, à ANTT e à Concessionária.

Acórdão 324/2010 Plenário


Entidade: Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
Sumário: Acompanhamento. Agência Nacional de Energia Elétrica. Revisão
tarifária periódica. Segundo ciclo de revisão. Ampla Engenharia Ltda. Regularidade
dos procedimentos adotados. Arquivamento.

Acórdão 3233/2011 Plenário


Assunto: Desestatização
Sumário: Acompanhamento do 1º estágio de concessão do aeroporto
internacional de Brasília/DF. Impropriedades nos estudos de viabilidade técnica,
econômico-financeira e ambiental. Aprovação do 1º estágio, com ressalvas.
Determinação à Agência Nacional de Aviação Civil para correção das
impropriedades. Recomendações. Ciência aos interessados.

Repare, nos exemplos acima, que as determinações do TCU são


sempre direcionadas às agências reguladoras, e não às concessionárias
responsáveis pela exploração do serviço.

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Aplicar sanções e adotar medidas cautelares

XVII – aplicar aos responsáveis as sanções e adotar as medidas cautelares


previstas neste Regimento;

O dispositivo preceitua que o TCU pode aplicar sanções aos


responsáveis (jurisdicionados) e, além disso, pode adotar medidas
cautelares. Já falamos sobre a aplicação de sanções na aula passada ao
comentarmos o inciso VIII do art. 71 da CF. Nos ocuparemos agora
somente das medidas cautelares.
Medidas cautelares são ações preventivas adotadas pelo Tribunal
com o objetivo de neutralizar situações lesivas ao erário, reais ou
iminentes, ou, ainda, situações que possam vir a obstruir o exercício do
controle externo. As medidas cautelares estão previstas expressamente
na LO/TCU (art. 44 e art. 61) e no RI/TCU (art. 273 a 276), sendo que na
Constituição Federal elas estão apenas implícitas. Decorrem do poder
geral de cautela que assiste ao TCU, conforme reconhecido pelo STF2,
sendo uma forma de possibilitar que o órgão de controle externo
desempenhe suas funções com efetividade.
As medidas cautelares que podem ser adotadas pelo TCU são:
 afastamento temporário do responsável que possa retardar ou
dificultar a realização de auditoria ou inspeção;
 decretação de indisponibilidade de bens do responsável;
 solicitação de providências para o arresto de bens dos responsáveis
julgados em débito;
 suspensão cautelar de ato ou procedimento impugnado, com ou
sem a prévia oitiva da parte.

Estudaremos essas medidas na nossa última aula. Por ora, cumpre


apenas ficarmos atentos para a diferença entre: (i) suspensão cautelar
de ato ou procedimento impugnado (RI/TCU, art. 276) e (ii) sustação da
execução de ato ou contrato, quando não adotadas as providências para o
exato cumprimento da lei (RI/TCU, art. 251).
A suspensão cautelar é provisória, perdurando até que se corrija
a irregularidade e o Tribunal decida sobre a matéria. Já a sustação é

2 MS 26.547/DF, DJ 29/5/2007. Segundo o STF, o poder geral de cautela que assiste ao Tribunal de Contas

decorre, por implicitude, das atribuições que a Constituição expressamente outorgou à Corte de Contas
(Teoria dos Poderes Implícitos).

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definitiva e irreversível, não cabendo revogação. No dia-a-dia, o TCU


acaba adotando o instituto da suspensão cautelar na maioria das vezes,
eis que a correção da irregularidade é o que verdadeiramente importa,
reservando a sustação para casos extremos.

Fiscalizar as declarações de bens e rendas

XXIII – fiscalizar as declarações de bens e rendas apresentadas pelas


autoridades e servidores públicos;

A Lei 8.730/1993 estabelece a obrigatoriedade da apresentação de


declaração de bens e rendas no momento da posse ou da entrada em
exercício de cargo, emprego ou função pública, bem como no final de
cada exercício financeiro, no término da gestão ou mandato e nas
hipóteses de exoneração, renúncia ou afastamento definitivo, por
parte de autoridades3 e de todos quantos exerçam cargos eletivos e
cargos de confiança na administração direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União. O cumprimento dessa obrigação poderá ser feito
mediante a entrega de cópia da declaração anual de Imposto de Renda ou
por meio de autorização de acesso à declaração entregue à Receita
Federal, sendo nulo o ato de posse ou de entrada em exercício que se
realizar sem a entrega da declaração.
O declarante deverá remeter uma cópia da declaração ao TCU para
que este mantenha registro próprio dos bens e rendas de autoridades
públicas e adote as providências inerentes às suas atribuições no controle
da legalidade e legitimidade desses bens e rendas, sendo-lhe lícito
verificar a compatibilidade entre as variações patrimoniais e os
rendimentos declarados, representando ao Poder competente sobre
irregularidades ou abusos apurados.
A LO/TCU prevê, ainda, a possibilidade de que o Plenário ou as
Câmaras do Tribunal, a seu critério, solicitem cópias das declarações de
bens e rendas de quaisquer servidores responsáveis por atos de que
resulte despesa pública (art. 104).
Por fim, registre-se que os servidores do TCU obrigam-se a manter
em sigilo o conteúdo das declarações apresentadas (LO/TCU, art. 104, §1º).

3 Presidente e Vice-Presidente da República, Ministros de Estado, membros do Congresso Nacional, do

Ministério Público da União, da Magistratura Federal, incluídos os Ministros e Auditores (Ministros-


Substitutos) do TCU e os membros do Ministério Público junto ao TCU.

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Decidir sobre denúncias e representações

XXIV – decidir sobre denúncia que lhe seja encaminhada por qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato, bem como sobre representações
em geral;

Como vimos na aula passada, a competência para o Tribunal decidir


sobre denúncia provém da própria Constituição (art. 74, §2º): “qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima
para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o
Tribunal de Contas da União”.
De forma semelhante, a LRF dispõe que qualquer CAPPS (cidadão,
associação, partido político ou sindicato) é parte legítima para denunciar
ao Tribunal de Contas o descumprimento das prescrições estabelecidas na
referida Lei (LRF, art. 73-A).
O dispositivo do Regimento Interno informa ainda que o Tribunal
dispõe de competência para decidir sobre representações em geral, as
quais devem ser apresentadas por pessoas legitimadas, listadas no
art. 237 do RI/TCU. Cuidado para não confundir com a representação feita
pelo TCU às autoridades competentes, quando se depara com
irregularidade estranha à sua esfera de atuação (CF, art. 71, XI).
Denúncias e representações são institutos semelhantes, utilizados
para levar ao conhecimento do Tribunal a ocorrência de ilegalidades,
irregularidades ou abusos havidos na administração contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e entidades sujeitos à
sua jurisdição ou na aplicação de quaisquer recursos repassados pela
União. Ao examinar denúncia e representação, o TCU decide pela
procedência, procedência parcial ou improcedência do fato
inquinado. Fundamentalmente, os dois institutos diferenciam-se apenas
em relação aos legitimados para propor um ou outro perante o TCU. As
características próprias desses instrumentos serão estudadas em detalhes
na nossa Aula 06.
O inciso XXVI apresenta dois casos particulares de representações
que podem ser encaminhadas ao Tribunal. Na sequência, veremos cada
um deles.

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Decidir sobre representações relativas a licitações e contratos

XXVI – decidir sobre representações relativas a licitações e contratos


administrativos (...), nos termos da legislação vigente;

A Lei de Licitações e Contratos (Lei 8.666/1993) estatui que o


controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos
por ela regidos será feito pelo Tribunal de Contas competente, sem
prejuízo da atuação do sistema de controle interno4.
Para tanto, a Lei faculta a qualquer licitante ou contratado, bem
como a qualquer pessoa física ou jurídica não envolvida no
certame, a qualquer tempo, representar ao Tribunal de Contas ou
aos órgãos de controle interno contra irregularidades na aplicação da
Lei. Assim, a representação pode ser feita antes da conclusão do certame
ou após a celebração do contrato, por qualquer pessoa, mesmo que não
tenha participado da licitação.
Ademais, a Lei dispõe que o Tribunal de Contas e o controle interno
poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à
data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já
publicado. Em função do exame realizado, o Tribunal poderá, dentre
outras medidas, determinar a suspensão cautelar da licitação em caso de
fundado receio de grave lesão ao erário, ficando a Administração obrigada
a adotar as medidas corretivas pertinentes que lhe forem determinadas
pelo Tribunal em função do exame do edital. Por exemplo, se a
Administração realizar uma licitação de obra pública instruída por um
projeto básico deficiente que não permita a correta caracterização da obra
ou que apresente um orçamento desarrazoado, fora dos parâmetros de
mercado, o TCU poderá determinar a suspensão cautelar do certame até
que a Administração refaça as peças irregulares.
O controle da aplicação da Lei de Licitações e Contratos é uma das
atividades mais corriqueiras do TCU, o qual acumula vasta jurisprudência
sobre o assunto. Aliás, vale saber que as decisões do TCU relativas à
aplicação de normas gerais de licitação, sobre as quais cabe
privativamente à União legislar, devem ser acatadas pelos
administradores dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios5.

4 Lei 8.666/1993, art. 113, §§1º e 2º.


5 Súmula TCU nº 222.

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Decidir sobre representações relativas a notificações de liberação


de recursos federais para municípios

XXVI – decidir sobre representações relativas (...) ao descumprimento da


obrigatoriedade de que as câmaras municipais, os partidos políticos, os sindicatos de
trabalhadores e as entidades empresariais sejam notificados da liberação de recursos
federais para os respectivos municípios, nos termos da legislação vigente;

O dispositivo decorre da Lei 9.452/1997, que estabelece obrigação


aos órgãos e entidades da União de notificar as Câmaras Municipais
acerca dos recursos financeiros que tenham liberado, a qualquer título,
para os Municípios. Da mesma forma, a prefeitura beneficiária do recurso
deverá notificar os partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e
entidades empresariais com sede no Município acerca da respectiva
liberação.
O descumprimento das referidas obrigações poderá ser objeto de
representação ao TCU, encaminhada pelas Câmaras Municipais.

Decidir sobre consultas acerca da aplicação de dispositivos legais e


regulamentares

XXV – decidir sobre consulta que lhe seja formulada por autoridade
competente, a respeito de dúvida suscitada na aplicação de dispositivos legais e
regulamentares concernentes a matéria de sua competência;

Em caso de dúvida na aplicação de disposição legal ou regulamentar,


o Plenário do TCU decidirá sobre consulta que atenda aos seguintes
requisitos de admissibilidade (RI/TCU, art. 264 e 265):

 Formulada por autoridade competente;


 Referente a dúvida na aplicação de dispositivos legais e regulamentares que
tratem de matéria da competência do TCU;
 Indique precisamente o seu objeto, ou seja, qual é a dúvida;
 Formulada articuladamente;
 Instruída, sempre que possível, com parecer do órgão de assistência técnica ou
jurídica da autoridade consulente; e
 Não verse apenas sobre o caso concreto.

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São autoridades competentes para formular consulta ao TCU:

 Presidentes da República, do Senado Federal, da


Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal; Consulta livre sobre
matérias de
 Procurador-Geral da República; competência do TCU
 Advogado-Geral da União;

 Presidente de comissão do Congresso Nacional ou de


suas Casas;
Deverão demonstrar a
 Presidentes de tribunais superiores; pertinência temática
 Ministros de Estado ou autoridades do Poder Executivo com as respectivas
áreas de atuação
federal de nível hierárquico equivalente;
 Comandantes das Forças Armadas.

Somente as autoridades acima podem formular consulta ao


TCU. O cidadão comum não pode. O partido político também não. Nem o
presidente de empresa pública ou sociedade de economia mista. A lista
apresentada é exaustiva.
As autoridades máximas dos Poderes da União, assim como o
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União, podem
formular a consulta livremente, observando os demais requisitos de
admissibilidade. Possuem a chamada legitimação universal, que os
habilita a formular consulta relacionada a qualquer área de atuação da
administração pública federal.
Já os presidentes de comissão do Congresso ou de suas Casas, os
presidentes de tribunais superiores, os Ministros de Estado ou autoridades
do Poder Executivo federal de nível hierárquico equivalente (secretários de
Estado, presidente do Bacen etc.) e os Comandantes das Forças Armadas,
além de observar os requisitos de admissibilidade, deverão demonstrar
que o assunto da consulta é afeto às áreas de atribuição das
instituições que representam. Por exemplo, o Comandante do Exército,
ao formular consulta ao TCU, deve demonstrar que o dispositivo legal ou
regulamentar duvidoso tem aplicabilidade nas atividades administrativas
ou finalísticas do Exército.
O Relator ou o Tribunal não conhecerá, ou seja, não examinará,
consulta que não atenda aos requisitos de admissibilidade, devendo o

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processo ser arquivado após comunicação ao consulente (RI/TCU,


art. 265).
A resposta que o TCU der à consulta terá caráter normativo e
constituirá prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso
concreto (RI/TCU, art. 264, §3º). Quer dizer que o entendimento
manifestado pelo TCU na resposta à consulta deve obrigatoriamente ser
seguido pela Administração Pública quando da aplicação do dispositivo
legal ou regulamentar em questão. Em outras palavras, a resposta à
consulta é vinculante. Mas isso não afasta a possibilidade de que o
Tribunal examine, em processo específico, os casos concretos que
envolvam a aplicação do dispositivo.
Por versar sobre a aplicação, em tese, de dispositivos legais e
regulamentares, a resposta à consulta pode ser objeto de controle
concentrado de constitucionalidade, mediante ação direta de
inconstitucionalidade (ADIn) ou ação declaratória de constitucionalidade
(ADC). Pela mesma razão, não pode ser objeto de controle difuso, eis
que não cuida de casos concretos.
Por fim, vale destacar um aspecto importante relativo à apreciação
dos processos de consulta. Trata-se do §4º do art. 264 do RI/TCU, que
possui a seguinte redação:

§ 4º A decisão sobre processo de consulta somente será tomada se presentes


na sessão pelo menos sete ministros, incluindo ministros-substitutos
convocados, além do Presidente.

Portanto, para que a sessão do Plenário para decidir sobre consulta


seja instalada, o Regimento Interno exige a presença de pelo menos
sete Ministros, incluindo Ministros-Substitutos convocados e excluindo
o Presidente.

O quórum de pelos menos sete Ministros, incluindo


Ministros-Substitutos convocados, é necessário
para a realização da sessão, e não para a votação
sobre o mérito da consulta, cuja decisão poderá ser
tomada inclusive por maioria simples.

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Exemplos de resposta a consulta:


 Acórdão 1798/2009 Plenário
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de consulta formulada pelo Ministro de Estado
da Cultura (...) acerca de proposta de Projeto de Lei, que institui o Programa Nacional de
Fomento e Incentivo à Cultura - Profic e dá outras providências, a fim de que este Tribunal
se pronuncie sobre a legalidade, legitimidade e economicidade das proposições ali
dispostas.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária,
ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1. não conhecer da presente consulta com base no art. 1º, inciso XVII, da Lei nº 8.443,
de 16 de julho de 1992 c/c o art. 264, § 3º, do Regimento Interno do TCU, por ausência de
pressuposto de admissibilidade;
9.2. encaminhar cópia desta deliberação (...) ao Ministério da Cultura; e
9.3. arquivar o presente processo, nos termos do art. 265 do Regimento Interno.

 Acórdão 680/2009 Plenário


VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Consulta encaminhada pelo Gen. Div. Ítalo
Fortes Avena, Comandante da 12ª Região Militar, solicitando Parecer da viabilidade legal
acerca da realização de convênio com a Agência de Desenvolvimento Sustentável do
Amazonas (ADS) visando a viabilizar a produção agrícola nas diversas localidades onde o
Exército possui Organizações Militares, e a consequente aquisição dessa produção por meio
de inexigibilidade de licitação e de credenciamento dos produtores,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão Plenária,
em:
9.1. não conhecer da presente Consulta, tendo em vista não terem sido atendidos os
requisitos de admissibilidade previstos no art. 264 do Regimento Interno;
9.2. dar conhecimento deste acórdão, bem como do relatório e voto que o
fundamentam, ao consulente, e
9.3. arquivar o presente processo.

 Acórdão 1661/2011 Plenário


VISTOS, relatados e discutidos estes autos em que se examina consulta acerca da
obrigatoriedade da exigência de regularidade perante a Fazenda Federal, nas contratações
realizadas por dispensa de licitação, com fulcro no art. 24, incisos I e II, da Lei nº
8.666/1993.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária,
ante as razões expostas pelo Relator, em:

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9.1. conhecer da consulta formulada pelo Ministro-Presidente do Tribunal Superior do


Trabalho e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, por atender aos requisitos de
admissibilidade elencados nos arts. 1º, XVII, da Lei nº 8.443/1992, e 264, inciso V, §§ 1º e
2º, do RI/TCU;
9.2. responder ao consulente, considerando os esclarecimentos tecidos na proposta de
deliberação que conduz este acórdão, com o objetivo de melhor delinear o objeto da
consulta, que:
"A comprovação de regularidade com a Fazenda Federal, a que se refere o art. 29, III, da
Lei nº 8.666/1993, poderá ser dispensada nos casos de contratações realizadas mediante
dispensa de licitação com fulcro no art. 24, incisos I e II, dessa mesma lei."
9.3. remeter cópia desta deliberação ao Ministro-Presidente do Tribunal Superior do
Trabalho;
9.4. arquivar os autos e encerrar o presente processo.

Nos dois primeiros exemplos a consulta não foi conhecida, uma vez
que os requisitos de admissibilidade não foram preenchidos. No primeiro
caso, o objeto da consulta residiu na avaliação de proposta de Projeto de
Lei, ou seja, não versou sobre dúvida na aplicação de dispositivos legais
ou regulamentares, uma vez que a proposta de Projeto de Lei ainda não
pertence ao mundo jurídico. No segundo caso, a consulta foi formulada
por pessoa não legitimada e ainda tratou apenas de caso concreto. O
Tribunal não se manifestou sobre nenhuma das duas consultas e
determinou o arquivamento dos processos, após comunicação aos
consulentes.
Já no último exemplo, a consulta foi respondida pelo Tribunal, uma
vez atendidos os requisitos de admissibilidade. Perceba que a resposta do
Tribunal apresentou caráter geral, em tese, não tratando de caso
concreto. O entendimento manifestado deverá ser adotado por toda
Administração a partir de então.

Fiscalizar a aplicação dos recursos repassados ao COB e CPB

XXVII – fiscalizar a aplicação dos recursos repassados ao Comitê Olímpico


Brasileiro e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro por força da legislação vigente;

Por força da Lei 10.264/2001, dois por cento da arrecadação bruta de


todas as loterias federais do país devem ser repassados ao Comitê
Olímpico Brasileiro (COB) e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB). O

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repasse, a aplicação e a prestação de contas dos recursos devem


obediência às normas aplicáveis a convênios.
O mesmo diploma legal atribuiu ao TCU a competência para
fiscalizar a aplicação dos recursos da União repassados ao COB e ao
CPB, conforme reproduzido no RI/TCU.

Implementar e manter página de contas públicas na Internet

XXVIII – implementar e manter na Internet a página Contas Públicas, na


forma definida em ato normativo;

A página Contas Públicas6 foi criada e é mantida pelo TCU por força
da Lei 9.755/1998.
O objetivo da página é divulgar informações sobre arrecadação de
tributos, repasse de recursos, execução orçamentária, balanços contábeis,
resumos de instrumentos contratuais e relações mensais de compras
feitas pela administração direta e indireta, consolidando dados da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Realizar outras fiscalizações ou outras atribuições previstas em lei


XXIX – realizar outras fiscalizações ou exercer outras atribuições previstas
em lei;

O inciso deixa claro que o TCU pode realizar outras fiscalizações ou


exercer outras atribuições que não estejam dispostas expressamente no
Regimento Interno, mas que possuem previsão legal. Por exemplo:
 Enviar ao Ministério Público Eleitoral, em tempo hábil, o nome dos
responsáveis cujas contas houverem sido julgadas irregulares nos 5 anos
imediatamente anteriores à realização de cada eleição, para subsidiar a
apreciação da inelegibilidade do candidato a ser realizada pela Justiça
Eleitoral, nos termos da LC 64/1990 (LO/TCU, art. 91);
 Criar mecanismos para fiscalizar o cumprimento do art. 212 da CF, que
estabelece percentual mínimo de aplicação de recursos na manutenção e
desenvolvimento do ensino (Lei 9.394/1996 – LDB 7 , Lei 11.494/2007 –
Fundeb8);

6 http://www.contaspublicas.gov.br
7 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei Darcy Ribeiro.
8 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da

Educação.

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 Calcular e divulgar os percentuais individuais que Estados e o Distrito


Federal têm na arrecadação da Cide Combustíveis (Lei 10.866/2004);
 Designar representante para acompanhar procedimento administrativo
instaurado pela Administração para apurar ato de improbidade
(Lei 8.429/1992).

Autonomia para se organizar internamente


XXX – alterar este Regimento;
XXXI – eleger seu Presidente e seu Vice-Presidente, e dar lhes posse;
XXXII – conceder licença, férias e outros afastamentos aos ministros,
ministros-substitutos e membros do Ministério Público junto ao Tribunal,
dependendo de inspeção por junta médica a licença para tratamento de saúde por prazo
superior a seis meses;
XXXIII – organizar sua Secretaria e prover-lhe os cargos, observada a
legislação pertinente;
XXXIV – propor ao Congresso Nacional a criação, transformação e extinção
de cargos e funções do quadro de pessoal de sua Secretaria, bem como a fixação da
respectiva remuneração.

Tais incisos, oriundos da LO/TCU, art. 1º, X a XV, demonstram a


autonomia institucional e administrativa do TCU, uma vez que as medidas
necessárias à sua organização interna são decididas no âmbito da própria
Corte de Contas.
A LO/TCU acrescenta ainda a competência para o TCU elaborar seu
Regimento Interno (o RI/TCU é claro, apenas faz referência à alteração do
Regimento), bem como propor ao Congresso Nacional a fixação de
vencimento dos Ministros, Auditores (ministros-substitutos) e
membros do Ministério Público junto ao Tribunal (LO/TCU, art. 1º,
X e XIII).
Muita atenção, pois, em relação à criação, transformação e extinção
de cargos, bem como quanto à fixação dos respectivos vencimentos, o
TCU apenas propõe ao Congresso Nacional, ou seja, não o faz por si só,
visto que tais matérias devem ser objeto de Lei. O mesmo ocorre com o
orçamento do Tribunal, que é proposto ao Parlamento para a elaboração
da lei orçamentária.

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Antes de finalizar, cabe destacar a seguinte revogação ocorrida na


última revisão do RI/TCU:

Inciso revogado no RI/TCU!

X – fiscalizar a aplicação dos recursos provenientes da compensação financeira


pela exploração do petróleo, do xisto betuminoso e do gás natural, nos termos da
legislação vigente, conforme previsto no inciso IV do art. 253;

A Constituição assegura royalties, isto é, participação no resultado da


exploração de petróleo ou gás natural aos seguintes destinatários (CF,
art. 20, §1º):
(i) Estados, Distrito Federal e Municípios; e
(ii) Órgãos da administração direta da União.

Desses, porém, o TCU fiscaliza a aplicação apenas da parcela de


royalties recebida pelos órgãos da administração direta da União
(Comando da Marinha e os Ministérios do Meio Ambiente, de Ciência e
Tecnologia e de Minas e Energia), pois tais recursos são federais.
Em relação aos royalties devidos aos Estados, Distrito Federal e
Municípios, o STF9 qualificou-os como receita própria dos referidos entes,
da mesma maneira que ocorre com o FPE e FPM. Assim, a competência
para fiscalizar a aplicação desses recursos é dos respectivos tribunais de
contas estaduais ou municipais. O TCU fiscaliza apenas a entrega desse
dinheiro aos estados e municípios, a cargo dos órgãos da União, nos
termos do inciso XX do art. 1º do RI/TCU. Mas, frise-se, quem fiscaliza
a aplicação são os tribunais de contas estaduais e municipais, daí a razão
para a revogação do dispositivo.

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9 MS 24.312, DJ 19/12/2003.

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Com isso terminamos o estudo das competências mais relevantes


atribuídas ao TCU pela legislação infraconstitucional, as quais foram
reunidas nos incisos do art. 1º do RI/TCU.
Por fim, vale comentar que, para o desempenho de sua competência
institucional, o Tribunal:
 Terá irrestrito acesso a todas as fontes de informações disponíveis
em órgãos e entidades jurisdicionados, inclusive às armazenadas em
meio eletrônico, bem como àquelas que tratem de despesas de
caráter sigiloso (RI/TCU, art. 3º);
 Receberá, em cada exercício, a relação de responsáveis pelas
unidades jurisdicionadas (rol de responsáveis) e outros
documentos ou informações que considerar necessários, podendo
solicitar a Ministro de Estado ou a autoridade equivalente outros
elementos indispensáveis ao exercício de sua competência (LO/TCU,
art. 2º);
 Poderá requisitar aos órgãos e entidades federais, sem quaisquer
ônus, a prestação de serviços técnicos especializados (LO/TCU,
art. 101).

E agora...vamos resolver questões!

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BATERIA DE QUESTÕES

Segue uma bateria de questões comentadas sobre os assuntos que


vimos até aqui no curso:

1. (TCE/PB – Procurador MPTCE 2014 – Cespe) Acerca do controle da


administração pública, assinale a opção correta.
a) O TCU exerce uma função não judicial quando julga as contas dos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, nos
processos de tomada e prestação de contas anual.
b) O sistema de controle da administração pública veda a aplicação da accountability
devido à inexistência de previsão legal para tal aplicação.
c) O controle da edição do ato administrativo deve ser sempre posterior à sua
edição, quando este relacionar-se à aplicação de recursos públicos.
d) Na estrutura do sistema de controle da administração pública federal, a CGU,
órgão de controle interno, é subordinada ao TCU, órgão de controle externo.
e) O tribunal de contas do estado está subordinado ao Poder Legislativo estadual,
em decorrência de delegação da própria CF e ratificação da constituição estadual.
Comentários: Vamos analisar cada alternativa:
a) CERTA. Como já sabemos, existe certa polêmica na discussão sobre se
o TCU exerce ou não função judicial ou jurisdicional, com caráter de
definitividade (coisa julgada). A posição dominante, contudo, adotada
inclusive pelo Cespe, é que o Tribunal não exerce função judicial com força de
coisa julgada, uma vez que em nosso ordenamento jurídico impera o princípio
da inafastabilidade da tutela jurisdicional, ou sistema de jurisdição una, no
qual qualquer lesão ou ameaça a direito poderá ser levada à apreciação do
Poder Judiciário. Aliás, vale relembrar que o Tribunal de Contas é um órgão de
natureza administrativa, e não um órgão judicial. A polêmica existe porque o
art. 71, II da CF atribui ao TCU competência para “julgar” as contas dos
administradores públicos (daí é que se diz que o TCU exerce “função
judicante”). Trata-se de competência própria e privativa da Corte de Contas,
que não poderá ser exercida nem mesmo pelo Poder Judiciário. Este Poder,
em homenagem ao princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional, apenas
aprecia as formalidades da decisão da Corte de Contas e só pode se
pronunciar em caso de manifesta ilegalidade, mas nunca para julgar as contas
no lugar do TCU, e sim para anular a decisão do Tribunal. Se isso ocorrer, as
contas devem ser submetidas a novo julgamento pelo TCU.

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b) ERRADA. Accountability, de forma rápida, significa “prestar contas”. O


dever de prestar contas, ao contrário do que afirma a assertiva, está previsto
de forma expressa na Constituição Federal (art. 70, parágrafo único):
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária.
c) ERRADA. O controle pode ser prévio, concomitante ou posterior à
prática dos atos administrativos.
d) ERRADA. Os órgãos de controle interno não são subordinados aos
órgãos de controle externo. Por conseguinte, a CGU não é subordinada ao
TCU, embora o controle interno tenha a missão constitucional de apoiar o
controle externo no exercício de sua missão institucional. Entre eles há
complementariedade.
e) ERRADA. Os tribunais de contas, em qualquer nível federativo, são
órgãos autônomos e independentes, não subordinados ao Poder Legislativo e
nem mesmo a outro órgão ou Poder.
Gabarito: alternativa “a”

2. (TCE/PB – Procurador MPTCE 2014 – Cespe) As funções de controle


desempenhadas pelo TCE/PB compreendem
a) a inspeção dos atos realizados por administradores públicos da administração
direta e indireta, excluídas as sociedades de economia mista e empresas públicas,
por terem estas natureza jurídica de direito privado.
b) a fiscalização dos atos de que resulte receita ou despesa, praticados pelos
responsáveis sujeitos à sua jurisdição, realizada por meio de conferência e inspeção.
c) a execução de suas próprias decisões que impliquem imputação de débito ou
multa.
d) a decretação da anulação de atos e contratos eivados de vícios dos órgãos
jurisdicionados.
e) o exame mais amplo possível da correção e regularidade dos atos da
administração e da consonância destes com a lei e com planos e programas.
Comentários: Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. A jurisdição do Tribunal de Contas também alcança os
administradores das empresas públicas e as sociedades de economia mista.
Embora tais entidades tenham natureza jurídica de direito privado, são
constituídas preponderantemente de capital do Poder Público, sendo por este
controladas.

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b) ERRADA. O correto seria “realizada por meio de auditoria e inspeção”.


Existem ainda outros instrumentos de fiscalização, como monitoramento,
acompanhamento e levantamento, mas nenhum chamado “conferência”.
c) ERRADA. O Tribunal de Contas não possui competência para executar
suas próprias decisões. O Tribunal apenas condena o responsável ao
pagamento de débito e multa, cuja decisão possui força de título executivo
extrajudicial. Caso o responsável não honre a dívida, a execução deverá ser
feita pelo Poder Judiciário, após a propositura da ação cabível por parte das
procuradorias dos órgãos e entidades destinatários dos valores devidos.
d) ERRADA. O Tribunal de Contas não possui competência para anular
atos e contratos dos órgãos jurisdicionados. A anulação de atos e contratos
ilegais só pode ser feita pela própria Administração, no uso do seu poder de
autotutela, ou pelo Poder Judiciário, se provocado. Por outro lado, o Tribunal
de Contas possui competência para sustar atos administrativos ilegais, desde
que os responsáveis não adotem as medidas necessárias ao exato
cumprimento da lei no prazo determinado pelo Tribunal e, adicionalmente, o
Poder Legislativo e Executivo não adotem as medidas necessárias no prazo de
90 dias. Já no caso de contratos administrativos, a competência para sustar é
do Poder Legislativo, não estendida à Corte de Contas.
e) CERTA. A missão do Tribunal de Contas é realizar o controle externo
da Administração Pública, abrangendo desde a arrecadação das receitas até a
aplicação desses recursos nas diversas áreas de atuação governamental
(saúde, educação, defesa, saneamento, habitação, meio-ambiente, previdência,
sistema financeiro etc.). No seu dia-a-dia, a Corte de Contas examina atos
administrativos de diferentes características e ordens de grandeza, como
obras de rodovias, construção de submarinos, contratação de serviços de
limpeza, admissão de pessoal, etc. sempre em prol da boa e regular aplicação
dos recursos públicos. Daí a correção da assertiva.
Gabarito: alternativa “e”

3. (TCU – ACE 2005 – Cespe) O Tribunal de Contas da União (TCU) exerce


competências específicas que decorrem de comandos constitucionais e
infraconstitucionais. Nesse contexto, redija um texto dissertativo a respeito das
competências que a Constituição de 1988 e, mais recentemente, a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF) atribuíram ao TCU, abordando, necessariamente, os
seguintes aspectos (20 linhas):
 competência do TCU no exame das contas de governo da República;
 competência do TCU no exame das contas dos administradores federais,
indicando a eficácia da decisão proferida;

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 competência legal do TCU em relação aos montantes fixados para a despesa


total com pessoal e para o endividamento público;
 competência do TCU no exame das contas dos administradores de entidades
privadas responsáveis pela gestão de recursos públicos federais.
Comentário: Vamos ver o que uma boa resposta para essa questão
discursiva poderia abordar sobre cada tópico pedido.
No exame das contas de governo, compete ao TCU emitir parecer prévio em
relação às contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República (CF,
art. 71, I), ressaltando que, em relação às contas dos demais chefes de Poder,
incluindo as contas do chefe do Ministério Público, o TCU efetivamente profere
julgamento, ante a suspensão liminar pelo STF do art. 56, caput¸ da LRF.
Quanto às contas dos administradores federais, o TCU tem competência
exclusiva para julgá-las regulares, regulares com ressalva ou irregulares,
sendo o mérito da decisão insuscetível de revisão por qualquer outro órgão ou
Poder (CF, art. 71, II; LO/TCU, art. 15).
No que tange aos montantes fixados para a despesa total com pessoal e
para o endividamento público, cabe ao TCU, nos termos da LRF, alertar aos
Poderes ou órgãos da União quando constatar que eles ultrapassaram 90% do
respectivo limite (LRF, art. 59).
Por fim, o TCU possui competência para examinar e julgar as contas dos
administradores de entidades privadas responsáveis pela gestão de recursos
públicos federais, nos casos em que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte dano ao erário (CF, art. 71, II, parte final). As
entidades privadas também estão sujeitas ao julgamento do TCU quando
forem omissas ou falhas no dever de prestar contas ao órgão público
repassador acerca dos recursos federais recebidos (LO/TCU, art. 8º).
Gabarito: N/A

4. (TCDF – Auditor 2002 – Cespe) (...) redija um texto dissertativo abordando os


seguintes aspectos (20 linhas):
 Natureza dos processos que tramitam nos tribunais de contas (TCs);
 Adoção de medidas cautelares pelos TCs;
 Competências dos TCs para fiscalizar atos e contratos celebrados pela
Administração Pública;
 Executoriedade das decisões proferidas pelos TCs;
 Possibilidade de as decisões dos TCs serem revistas pelo Poder Juiciário.

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Comentário: Vejamos o que uma boa resposta para essa questão


discursiva poderia contemplar.
Face à natureza administrativa dos TCs, os processos que neles tramitam
também possuem natureza administrativa.
Aos TCs assiste o poder geral de cautela, que lhes permite adotar
medidas cautelares quando presente real ou iminente situação lesiva ao erário
ou obstrutiva ao livre exercício do controle externo. Dentre as medidas
cautelares geralmente adotadas pelo TCU, pode-se destacar a suspensão
cautelar de licitações e respectivo contrato, retenção de valores em pagamento
de contrato, suspensão de concurso público, suspensão de repasse no âmbito
de convênios etc.
Os TCs possuem competência para fiscalizar atos e contratos celebrados
pela Administração Pública, sendo-lhes facultado assinar prazo para o exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade (CF, art. 71, IX). Caso não seja
atendido, os TCs sustarão a execução do ato impugnado. Em se tratando de
contrato, a competência dos TCs para sustação é residual, adotada somente
se, no prazo de 90 dias, o Poder Legislativo ou o Poder Executivo não
efetivarem as medidas cabíveis (CF, art. 71, §§1º e 2º).
As decisões dos TCs de que resulte imputação de débito ou multa terão
eficácia de título executivo (CF, art. 71, 3º). A execução judicial das decisões,
porém, não cabe aos TCs, mas sim aos órgãos de representação judicial dos
cofres a que se destinam o débito ou a multa.
O Poder Judiciário pode apreciar as decisões do TCs e anulá-las em caso
de irregularidade formal grave ou ilegalidade manifesta. Porém, o Judiciário
não pode revê-las, isto é, proferir novo julgamento em substituição às
decisões dos TCs tomadas no exercício de suas competências próprias e
privativas.
Gabarito: N/A

5. (TCU – TEFC 2012 – Cespe) Na conjuntura vigente, um sistema centralizado para


pagamento dos servidores aposentados do Poder Executivo não poderia incluir os
servidores aposentados do TCU sem prévia autorização desse tribunal.
Comentário: O TCU, além de não fazer parte do Poder Executivo, possui
autonomia administrativa e financeira. Portanto, se os servidores aposentados
do TCU fossem incluídos no sistema previsto na assertiva, sem a autorização
do Tribunal, tal autonomia estaria sendo violada.
Gabarito: Certo

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6. (TCU – TEFC 2012 – Cespe) Ao apresentar ao TCU denúncia de irregularidade


cometida em órgão público federal, todo cidadão poderá obter certidão dos
despachos e fatos apurados, porém somente quando o processo referente à
denúncia estiver concluído ou arquivado.
Comentário: A questão está errada, pois o denunciante tem direito à
certidão ainda que o processo não tenha sido concluído ou arquivado. Com
efeito, nos termos do art. 182 do RI/TCU, a certidão dos despachos e fatos
apurados será fornecida ao denunciante em até 15 dias, se o processo estiver
concluído ou arquivado. Por outro lado, caso as apurações ainda não estejam
concluídas, a certidão também será obrigatoriamente fornecida, desde que já
tenha decorrido o prazo de 90 dias a contar da entrada da denúncia no
Tribunal.
Gabarito: Errado

7. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) A função de controle — interno e externo — é


mais ampla que a supervisão. O controle é mais definido e se aplica a situações em
que não há subordinação nem mesmo vinculação formal, administrativa, sendo
objeto do controle toda utilização ou movimentação de recursos públicos,
independentemente de seu montante e destinação.
Comentário: A assertiva está correta. Como vimos na aula 0, a supervisão
é uma espécie de controle, o controle administrativo, exercido pelos Ministros
de Estado sobre os órgãos da Administração Federal, direta e indireta,
enquadrados em sua área de competência. Quando exercida sobre a
Administração Direta, a supervisão caracteriza-se pela autotutela e pela
subordinação. Já a supervisão exercida sobre as entidades da Administração
Indireta não caracteriza subordinação hierárquica, mas tão-somente
vinculação formal para fins de controle, sendo conhecida como tutela - e não
autotutela. Por sua vez, os órgãos de controle interno e externo, pelo menos
em tese, caracterizam-se pela independência em relação aos órgãos
fiscalizados, inexistindo subordinação ou vinculação formal entre eles.
Gabarito: Certo

8. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe, adaptada) A jurisdição do TCU é a mais


ampla possível, abrangendo, inclusive, pessoas que integrem a administração da
União, mesmo fora do território nacional.
Comentário: O quesito está correto. Vimos que a jurisdição do TCU
abrange qualquer pessoa, física ou jurídica, pública ou privada, que administre
recursos do orçamento da União. Esse comando maior está previsto no
parágrafo único do art. 70 da CF. Assim, a utilização de recursos da União
coloca sob a jurisdição do TCU, por exemplo, as embaixadas brasileiras

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situadas no exterior. Outro exemplo são as agências do Banco do Brasil em


países estrangeiros, que também estão sujeitas à fiscalização do Tribunal.
Portanto, pode-se dizer que a jurisdição do TCU, em termos espaciais, pode
extrapolar os limites do território nacional, desde que haja gestão de recursos
públicos federais.
Ressalte-se que a previsão de que o TCU tem jurisdição em todo o
território nacional (art. 73, caput da CF) não pode ser interpretada como
limitadora da abrangência da ação fiscalizatória da Corte de Contas. Com
efeito, o dispositivo não diz algo como “apenas no território nacional”.
Portanto, a regrinha básica para saber se determinada pessoa está sob a
jurisdição do TCU – verificar se ela administra, de qualquer forma, recursos
públicos federais – também vale no exterior.
Gabarito: Certo

9. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) Caso tome conhecimento de que o chefe do


Poder Executivo estadual tenha cometido em determinado certame licitatório, graves
irregularidades relativas à gestão do dinheiro público, o dono de uma empresa
licitante poderá, nos termos da Constituição Federal (CF), denunciar o fato
diretamente ao tribunal de contas estadual.
Comentário: Nos termos do art. 74, §2º da CF, qualquer cidadão, partido
político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas. Assim,
o dono da empresa licitante, na qualidade de cidadão, poderá sim denunciar ao
tribunal de contas estadual as irregularidades de que tenha conhecimento na
gestão do dinheiro público. Perceba que a questão não especifica a origem do
recurso público objeto da irregularidade denunciada. Com efeito, o
Governador do Estado, em regra, gere recursos estaduais, mas também pode
ser responsável pela aplicação de recursos federais provenientes de
transferências voluntárias da União. Caso se trate de recursos estaduais, a
competência é do respectivo TCE; no caso de recursos federais, a
competência é do TCU. Não obstante, o cidadão dono da empresa licitante
possui legitimidade para denunciar perante qualquer Tribunal de Contas. O
órgão de controle externo, por sua vez, ao analisar a denúncia, irá verificar se
o assunto se insere ou não no âmbito de sua competência e jurisdição. Caso
negativo (se a licitação foi realizada com recursos federais e a denúncia foi
protocolada no TCE, por exemplo), a Corte de Contas não irá levar adiante o
processo, comunicando a decisão ao denunciante, podendo, alternativamente,
remeter o feito ao Tribunal de Contas competente.
Gabarito: Certo

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10. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) De acordo com o STF, o TCU e, dado o
princípio da simetria, os tribunais de contas estaduais detêm legitimidade para
requisitar, diretamente, informações que impliquem a quebra de sigilo bancário.
Comentário: O quesito está errado. Segundo o STF, o TCU e, por simetria,
os demais tribunais de contas, não possui legitimidade para requisitar,
diretamente, a quebra de sigilo bancário. Veja a ementa do MS 22.934-DF, de
17/4/2012:
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO.
QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. SEGURANÇA CONCEDIDA.
O Tribunal de Contas da União, a despeito da relevância das suas funções, não
está autorizado a requisitar informações que importem a quebra de sigilo
bancário, por não figurar dentre aqueles a quem o legislador conferiu essa
possibilidade, nos termos do art. 38 da Lei 4.595/1964, revogado pela Lei
Complementar 105/2001. Não há como admitir-se interpretação extensiva, por tal
implicar restrição a direito fundamental positivado no art. 5º, X, da Constituição.
Precedente do Pleno (MS 22801, rel. min. Menezes Direito, DJe-047 de 14.03.2008.)
Ordem concedida.
Gabarito: Errado

11. (TCDF – ACE 2012 – Cespe) Cabe ao controle parlamentar apreciar a


legalidade dos atos de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial do Poder Executivo, e não avaliar a economicidade de tais gastos e
contas.
Comentário: O quesito está errado, pois a avaliação da economicidade
dos gastos públicos faz parte das atribuições do controle parlamentar, nos
termos do art. 70, caput, da CF:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
Gabarito: Errado

12. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) A criação de cargos no seu quadro de pessoal e a
fixação da remuneração de suas carreiras serão propostas pelo TCU ao Congresso
Nacional.
Comentário: O quesito está correto. Refere-se à autonomia que o TCU
possui para organizar-se internamente, conforme previsto no art. 1º, XV da
LO/TCU e art. 1º, XXXIV do RI/TCU. Perceba, porém, que a criação dos cargos e
a fixação da remuneração são matérias que devem ser objeto de Lei, aprovada
mediante o devido processo legislativo no Congresso Nacional. Ou seja, não é

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o TCU quem realiza esses atos; o que o Tribunal faz é propô-los ao Congresso,
por meio do envio de projeto de lei.
Gabarito: Certo

13. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) A competência para a investigação de


irregularidades praticadas por ministros de Estado desloca-se do TCU para o
Supremo Tribunal Federal (STF) em razão de estes gozarem de foro especial.
Comentário: Qualquer pessoa que cometa irregularidades na gestão de
recursos públicos federais está sujeita à jurisdição do TCU, inclusive ministros
de Estado. Com efeito, segundo o art. 1º, VIII da LO/TCU, compete ao Tribunal
de Contas “representar ao poder competente sobre irregularidades ou abusos
apurados, indicando o ato inquinado e definindo responsabilidades, inclusive
as de Ministro de Estado ou autoridade de nível hierárquico equivalente”.
Gabarito: Errado

14. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) A responsabilidade pela manutenção da página


eletrônica Contas Públicas, implementada pelo TCU na Internet, foi transferida ao
terceiro setor.
Comentário: O quesito está errado, pois compete ao TCU implementar (o
que já foi feito) e manter (o que está sendo feito) a página Contas Públicas na
internet, por força da Lei 9.755/1998 (RI/TCU, art. 1º, XXVIII).
Gabarito: Errado

15. (TCU – ACE 2006 – ESAF) Sobre o controle de constitucionalidade exercido


pelo Tribunal de Contas da União, pode-se afirmar que:
a) o Tribunal de Contas da União tem legitimidade para entrar com uma Adin –
Ação Direta de Inconstitucionalidade – no Supremo Tribunal Federal.
b) o controle abstrato de constitucionalidade realizado pelo TCU gera efeitos ex
tunc.
c) o TCU não pode realizar controle difuso da constitucionalidade de leis.
d) o Tribunal de Contas da União, no âmbito de suas atribuições, pode examinar a
constitucionalidade de lei e declará-la inconstitucional, com o fito de afastá-la de
aplicação em um caso concreto.
e) não cabe controle incidental de constitucionalidade pelo TCU, mesmo quando
examinando aplicação de lei por órgão jurisdicionado.
Comentário: Vamos ver cada alternativa: (a) errada, pois o TCU não
aparece no rol de legitimados para propor ADIn junto ao STF, conforme
art. 103, incisos I a IX da CF; (b) errada, pois o TCU não exerce controle
abstrato de constitucionalidade, mas sim controle difuso ou incidental, no

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caso concreto, com efeitos apenas entre as partes (Súmula 347 do STF);
(c) errada, pois, de acordo com a Súmula 347 do STF, o TCU pode, no exercício
de suas atribuições, apreciar a constitucionalidade de leis e atos do Poder
Público (controle difuso); (d) certo, o TCU aprecia – não declara – a
constitucionalidade de leis e atos normativos. Caso considere a lei
inconstitucional, pode afastar a sua incidência no caso concreto; (e) errada,
pois como já dissemos, o controle de constitucionalidade exercido pelo TCU é
incidental, ou seja, na apreciação do caso concreto.
Gabarito: alternativa “d”

16. (TCU – ACE 2004 – Cespe) No âmbito do direito brasileiro, embora o controle de
constitucionalidade seja realizado eminentemente por parte do Poder Judiciário, o
TCU pode, no exercício de suas competências, reconhecer a incompatibilidade de
uma norma jurídica com a Constituição.
Comentário: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode
apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público
(Súmula 347 do STF). Portanto, a questão é correta. Porém, tome cuidado, pois
apreciar é diferente de declarar a constitucionalidade. Apreciar a
constitucionalidade é exercer controle difuso ou incidental, no caso concreto,
com efeitos entre as partes, e apenas em matérias da competência do Tribunal
de Contas. Declarar a inconstitucionalidade, por outro lado, é controle
abstrato, em tese, cuja competência é exclusiva do Poder Judiciário.
Gabarito: Certo

17. (TCU – ACE 2005 – Cespe) Compete ao TCU realizar inspeções e auditorias
requeridas pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal ou por determinadas
comissões do Legislativo federal. Todavia não há imposição expressa para que
apresente pronunciamento conclusivo de matéria cuja apreciação lhe foi solicitada
por um desses órgãos.
Comentário: A primeira frase está errada, pois compete ao TCU realizar
auditorias e inspeções requeridas pelo Congresso Nacional, suas Casas ou
por quaisquer comissões do Congresso, do Senado ou da Câmara, e não por
determinadas comissões, como está no quesito (LO/TCU, art. 1º, II; RI/TCU, art.
1º, II e art. 232, III). Embora a Constituição somente se refira às comissões
técnicas e de inquérito, a LO/TCU estende a todas as comissões do Legislativo
a faculdade de solicitar fiscalização ao TCU. Por sua vez, a segunda frase
também está errada, eis que o art. 72, §1º da CF c/c art. 1º, IV do RI/TCU,
preceitua que o TCU emite pronunciamento conclusivo sobre a matéria que lhe
seja submetida pela comissão mista permanente de deputados e senadores
referida no §1º do art. 166 da CF (CMO).
Gabarito: Errado

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18. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Um dos efeitos possíveis das decisões dos tribunais
de contas é a inelegibilidade do gestor público que tiver suas contas rejeitadas por
irregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente. Para a
eficácia desse julgamento, no que tange à inelegibilidade, a decisão da corte de
contas não precisa ser homologada pela justiça eleitoral.
Comentário: A partir da edição da LC 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) são
inelegíveis “os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou
funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato
doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão
competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder
Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes,
contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do
art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem
exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição”.
De pronto, vale salientar que não é o TCU quem declara o responsável
inelegível. O TCU apenas encaminha ao Ministério Público Eleitoral os nomes
dos responsáveis cujas contas foram julgadas irregulares nos cinco anos
anteriores à realização de cada eleição (LO/TCU, art. 91). A competência para
decidir e declarar a inelegibilidade é da Justiça Eleitoral, que pode declará-la
ou não. A questão não deixou esse procedimento claro, por isso foi anulada.
Não obstante, repare que não basta o julgamento pela irregularidade das
contas para a Justiça Eleitoral declarar a inelegibilidade. A irregularidade deve
ser insanável e, adicionalmente, decorrer de ato doloso (intencional) de
improbidade administrativa. Assim, atos culposos que tenham motivado a
irregularidade das contas, decorrentes de imperícia, imprudência ou
negligência, ainda que insanáveis, não são suficientes para macular a
elegibilidade do candidato. Apesar disso, o TCU informa os nomes de todos os
responsáveis que tiveram as contas julgadas irregulares, independente se a
irregularidade decorreu de ato doloso ou culposo.
Gabarito: Anulada

(TCU – ACE 2008 – Cespe) Um deputado estadual de Sergipe, insatisfeito com os


recursos que o estado vinha recebendo da União, resolveu apresentar um projeto de
lei estadual criando um novo imposto, incidente sobre a exploração da atividade de
lavra de petróleo nesse estado por empresas privadas e estatais.

19. Os royalties recebidos pelo estado de Sergipe são considerados como receitas
públicas originárias deste ente federativo.

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Comentário: Segundo entendimento do STF, os royalties devidos aos


Estados, Distrito Federal e Municípios, são receitas próprias e originárias dos
referidos entes, a maneira do FPE e FPM.
Gabarito: Certo

20. Na situação em apreço, compete ao TCU fiscalizar a aplicação dos recursos


recebidos a título de royalties pelo estado de Sergipe, já que esses recursos são
repassados pela União aos estados.
Comentário: Como os recursos repassados a título de royalties aos
Estados, DF e Municípios não são federais, a competência para fiscalizar a
aplicação desses recursos é dos respectivos tribunais de contas estaduais ou
municipais, e não do TCU. O TCU fiscaliza apenas o repasse efetuado pelos
órgãos competentes da União. Não esqueça, contudo, que o TCU fiscaliza a
aplicação da parcela de royalties repassada aos órgãos da administração
direta federal (Comando da Marinha e os Ministérios do Meio Ambiente, de
Ciência e Tecnologia e de Minas e Energia).
Gabarito: Errado

21. (TCU – ACE 2006 – ESAF) Sobre as competências do Tribunal de Contas da


União, não se pode afirmar que àquela Corte de Contas compete, na forma
estabelecida no seu Regimento Interno e em sua Lei Orgânica
a) fiscalizar declarações de bens e rendas apresentadas pelas autoridades e
servidores públicos, nos termos da legislação em vigor e na forma definida em atos
normativos específicos.
b) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social
a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo e
na forma estabelecida em ato normativo.
c) julgar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República, mediante
parecer a ser elaborado em noventa dias a contar do recebimento dos balanços
gerais da União e do relatório do órgão central do sistema de controle interno do
Poder Executivo sobre a execução dos orçamentos de que trata o § 5º do art. 165
da Constituição Federal, ou seja, o orçamento fiscal, o das estatais e o orçamento
da seguridade social.
d) propor ao Congresso Nacional a criação, transformação e extinção de cargos e
funções do quadro de pessoal de sua Secretaria, bem como a fixação da respectiva
remuneração.
e) representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados,
indicando o ato inquinado e definindo responsabilidades, mesmo as de ministro de
Estado ou de autoridade de nível hierárquico equivalente.

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Comentário: Vamos ver cada alternativa. A maioria delas é a literalidade


de dispositivos: (a) certo, conforme RI/TCU, art. 1º, XXIII (redação antiga);
(b) correto, conforme CF, art. 71, V e RI/TCU, art. 1º, XVIII. A parte que diz “na
forma estabelecida em ato normativo” está prevista no art. 249, II do RI/TCU;
(c) errado, pois em relação às contas do Presidente da República o TCU emite
parecer prévio (CF, art. 71, I), sendo o Congresso Nacional responsável pelo
julgamento (CF, art. 49, IX); (d) certo, conforme LO/TCU, art. 1º, XV e RI/TCU,
art. 1º, XXXIV; (e) certo, conforme LO/TCU, art. 1º, VIII e RI/TCU, art. 1º, XVI.
Gabarito: alternativa “c”

22. (TCU – ACE 2006 – ESAF) Indique, entre as opções apresentadas abaixo, qual
autoridade não tem legitimidade para formular consulta ao TCU, quanto à dúvida
suscitada na aplicação de dispositivos legais e regulamentares concernentes a
matéria de sua competência.
a) Advogado-Geral da União.
b) Presidente da República.
c) Ministros de Estado ou autoridades do Poder Executivo federal de nível
hierárquico equivalente.
d) Comandantes das Forças Armadas.
e) Procurador-Geral da Fazenda Nacional.
Comentário: O art. 264 do RI/TCU informa o rol de legitimados a formular
consulta ao TCU. O Procurador-Geral da Fazenda Nacional não está entre eles,
ao contrário de todos os demais mencionados na questão.
Gabarito: alternativa “e”

23. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe, adaptada) Conforme a doutrina majoritária, a


natureza jurídica do TCU é administrativa.
Comentário: O TCU, apesar de ser um “Tribunal” e possuir a competência
para julgar as contas dos responsáveis por recursos públicos federais, não é
órgão judicial. A doutrina majoritária considera que a natureza do TCU é
administrativa.
Gabarito: Certo

24. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe, adaptada) As decisões do TCU que importem
em multa equivalerão a título executório.
Comentário: Perceberam o detalhe? Na hora da prova a atenção deve ser
total! As decisões do TCU que importem em multa equivalerão a título
executivo, e não executório.

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Em pesquisa a dicionários jurídicos atuais, encontrei que título executivo


e título executório possuem o mesmo significado, isto é, são instrumentos
hábeis a desencadear o processo de execução judicial de uma dívida líquida e
certa. Porém, pesquisando na internet, pode-se encontrar significados
diferentes para os dois termos, sendo título executório proveniente de decisão
judicial e título executivo não necessariamente formado em juízo. Essa
diferenciação estaria positivada no antigo Código de Processo Civil e,
portanto, ultrapassada.
Não obstante, o Cespe considerou a presente questão errada,
provavelmente por conta dessa abordagem que associa título executório ao
Poder Judiciário, visto que as decisões do Tribunal de Contas que resultem em
débito ou multa equivalem a título executivo extrajudicial. Então, para efeitos
de prova, é melhor entendermos que não são a mesma coisa, ok?
Gabarito: Errado

25. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe, adaptada) Competem ao TCU as decisões


sobre consultas pertinentes a matéria de sua competência, as quais terão caráter
normativo e consultivo e constituirão prejulgamento da tese ou do caso concreto.
Comentário: É certo que compete ao TCU decidir sobre consulta
pertinente a matéria de sua competência e que suas decisões, nesse caso,
terão caráter consultivo e normativo. Porém, a resposta à consulta constitui
prejulgamento da tese, mas não do caso concreto, daí o erro da questão
(LO/TCU, art. 1º, XVII e §2º). Lembrando que o TCU somente responde a
consulta que lhe seja formulada pelas autoridades competentes.
Gabarito: Errado

26. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe, adaptada) O TCU pode representar ao poder
competente sobre irregularidades e abusos apurados, indicando o ato inquinado,
inclusive os praticados por Ministro de Estado. Entretanto, não cabe ao tribunal a
definição de responsabilidades, cuja competência é do titular do controle externo.
Comentário: O TCU possui competência para representar ao Poder
competente sobre irregularidades ou abusos apurados. Ao fazer isso, o TCU:
(i) indica o ato inquinado; e (ii) define responsabilidades, ou seja, indica o
autor do ato irregular (LO/TCU, art. 1º, VIII).
Gabarito: Errado

27. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe) Considerando as funções dos tribunais de


contas, assinale a opção correta.
a) A função opinativa dos tribunais de contas se reveste de conteúdo vinculativo.

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b) A função sancionadora ocorre quando os tribunais de contas, por exemplo,


efetuam recolhimento da multa proporcional ao débito imputado.
c) A função de fiscalização dos tribunais de contas compreende as ações relativas
ao exame e à realização de diligências relacionadas a recursos de alienação dos
ativos.
d) O julgamento das contas dos responsáveis por bens e valores públicos constitui
função corretiva dos tribunais de contas.
e) Assiste aos tribunais de contas o poder regulamentar, também chamado de
normativo, que, em certos casos, pode ir além de sua competência e jurisdição.
Comentário: Vamos ver cada alternativa:
(a) errada, pois a função opinativa dos tribunais de contas, como no
parecer prévio sobre as contas do Chefe do Executivo, não possui conteúdo
vinculativo;
(b) errada, pois a função sancionadora ocorre na aplicação da multa.
Quem a recolhe é o responsável, não o Tribunal!
(c) certa, tendo como exemplo a fiscalização exercida pelo TCU nos
processos de privatização de instituições federais, em que ocorre a alienação
de ativos para a iniciativa privada;
(d) errada, pois o julgamento de contas é inerente à função judicante. A
função corretiva, por sua vez, é exercida quando da emissão de determinações
para corrigir falhas ou impropriedades, na fixação de prazo para o exato
cumprimento da lei ou, ainda, na sustação de ato impugnado;
(e) errada, pois o poder regulamentar que assiste ao Tribunal de Contas
apenas pode ser exercido no âmbito de sua competência e jurisdição (LO/TCU,
art. 3º).
Gabarito: alternativa “c”

28. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe) A Constituição Federal e, em simetria, as


constituições estaduais estabelecem que a fiscalização será exercida pelo
Congresso Nacional, com o auxílio do TCU, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder. Considerando as normas constitucionais
e legais relativas aos sistemas de controle interno e externo, é correto afirmar que
a) avaliar o cumprimento de metas previstas no PPA, bem como a execução dos
programas de governo, é função do controle externo.
b) é função do controle interno fiscalizar a aplicação de subvenções e a renúncia de
receitas.

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c) compete ao controle interno apreciar representações apresentadas pelas câmaras


municipais acerca da não-comunicação da liberação de recursos federais.
d) constituem objetos de exames realizados pelo controle externo os processos de
tomadas de contas especial, sindicância, inquéritos administrativos e outros atos
administrativos de caráter apuratório, nos órgãos da administração direta ou indireta.
e) o procedimento ordinário de realização do controle externo dá-se pelos processos
de tomada e prestação de contas, que são analisadas sob os aspectos de
legalidade, economicidade, eficiência e eficácia e depois são julgadas, e o sistema
de controle interno presta orientação aos administradores de bens e recursos
públicos.
Comentário: Mais uma questão que exigiu o conhecimento da literalidade
dos dispositivos constitucionais e legais. Vamos ver:
(a) errado, pois é função do controle interno (CF, art. 74, I). Ressalte-se,
contudo, que o controle externo também pode exercer tais atribuições, afetas
às auditorias de natureza operacional;
(b) alternativa interessante que, se não fosse uma questão de múltipla
escolha, certamente causaria polêmica. À primeira, vista, poderíamos
considerá-la certa, ante o teor do art. 70, caput, da CF. Contudo, há um detalhe
que merece destaque. Na classificação das técnicas de controle adotada no
TCU, fiscalização é gênero, sendo auditoria uma das suas espécies,
juntamente com inspeção, monitoramento, levantamento e acompanhamento.
Ao contrário, no âmbito do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
Federal, auditoria e fiscalização são duas técnicas de controle distintas. Sendo
assim, o Decreto 3.591/2000 informa que compete à Secretaria Federal de
Controle Interno realizar auditorias sobre a aplicação de subvenções e
renúncia de receitas (art. 11, XXII). Portanto, a alternativa é errada, pois fala em
fiscalização;
(c) errado, pois tal atribuição é do TCU, de acordo com a Lei 9.452/1997
(RI/TCU, art. 1º, XXVI);
(d) errado, pois os processos mencionados são objeto de exame do
controle interno, à exceção dos processos de tomada de contas especial, cujo
destinatário é o TCU;
(e) certo, com destaque para a atribuição inerente ao controle interno de,
no âmbito de suas atribuições, prestar orientação aos administradores de bens
e recursos públicos (Decreto 3.591/2000, art. 6º). Assim, o controle interno não
presta assessoria jurídica, mas orienta os gestores sobre a forma de prestar
contas, por exemplo.
Gabarito: alternativa “e”

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29. (TCE/PE – Procurador Consultivo 2004 – Cespe) Considerando que a


contratação de pessoas, por parte do IBGE, para a realização de determinado
censo, é ato por tempo determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público, tal ato não deve ter a legalidade apreciada, para fins
de registro, pelo tribunal de contas.
Comentário: O TCU aprecia, para fins de registro, a legalidade dos atos de
admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta (CF,
art. 71, III), incluindo as contratações temporárias, que também se submetem a
determinadas normas legais. Em relação aos atos de admissão, o TCU
somente não aprecia, para fins de registro, as nomeações para cargo de
provimento em comissão, estando tais nomeações, porém, sujeitas às demais
formas de fiscalização efetuadas pelo Tribunal.
Gabarito: Errado

30. (TCE/PE – Procurador Consultivo 2004 – Cespe) Segundo pacífico


entendimento jurisprudencial, os tribunais de contas detêm competências
expressamente fixadas pela Constituição Federal e, por conseguinte, não podem
sofrer limitações constitucionais implícitas nem exercer competência que decorra
tão-somente de norma infraconstitucional.
Comentário: Obviamente, se a Constituição atribui competências ao TCU,
da mesma forma pode limitá-las, daí o erro. Um exemplo é a possibilidade de
que as decisões do Tribunal sejam examinadas pelo Poder Judiciário,
decorrente do princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional (CF, art. 5º,
XXXV). O que não pode é a legislação infraconstitucional pretender limitar as
competências atribuídas ao TCU pela Constituição. Todavia, as atribuições do
Tribunal de Contas podem ser ampliadas por essa via, como os vários
exemplos que vimos na Aula, de modo que ele pode sim exercer competência
que decorra tão somente de norma infraconstitucional. Mas vejam que tais
competências infraconstitucionais não podem se afastar do balizamento
conferido pela Constituição. Elas funcionam mais como uma espécie de
detalhamento ou regulamentação das competências constitucionais do
Tribunal.
Gabarito: Errado

31. (TCE/PE – Procurador Consultivo 2004 – Cespe, adaptada) É competência do


TCU efetuar os cálculos dos limites com despesa de pessoal na administração
pública federal.
Comentário: Compete ao TCU verificar - não efetuar - o cálculo dos limites
da despesa total com pessoal da esfera federal, compreendendo os Poderes e

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órgãos, alertando-os quando o montante da despesa total com pessoal


ultrapassar 90% do limite (LRF, art. 59).
Gabarito: Errado

32. (TCE/RN – Assessor Técnico 2009 – Cespe) A respeito da LRF e dos TCs,
julgue o item a seguir: Cabe ao TCE determinar a suspensão das obras com indícios
de irregularidades.
Comentário: De acordo com o art. 59 da LRF, os Tribunais de Contas
alertarão os órgãos dos respectivos Poderes sobre indícios de irregularidades
na gestão orçamentária.
No que tange à fiscalização de obras públicas na esfera federal, vale
lembrar que as LDO, nos últimos anos, têm determinado que o TCU encaminhe
ao Congresso Nacional a relação de obras e serviços financiados com
recursos da União nos quais tenha encontrado indícios de irregularidades
graves. Assim, a execução física, orçamentária e financeira dos contratos,
convênios, parcelas ou subtrechos em que foram identificados os indícios
ficará condicionada à adoção de medidas saneadoras pelo órgão ou entidade
responsável, sujeitas à prévia deliberação da CMO, embora a respectiva LOA
possa contemplar subtítulos relativos a essas obras e serviços.
Mas, ao constatar indício de irregularidade, pode o TCU determinar, por si
só, a suspensão cautelar da obra? Sim, com base no seu poder geral de
cautela, em caso de urgência, de fundado receio de grave lesão ao erário, ao
interesse público, ou de risco de ineficácia da decisão de mérito, até que o
Tribunal decida sobre a matéria (RI/TCU, art. 276). A comunicação enviada ao
Congresso, por determinação da LDO, tem por objetivo subsidiar a elaboração
da LOA, podendo o Legislativo, por intermédio da CMO, suspender a execução
das obras com indícios de irregularidades, cortando o recurso na “fonte”.
Porém, como a questão pede julgamento com base na LRF, que apenas
preceitua o “alerta” aos órgãos responsáveis, então está errada.
Gabarito: Errado

33. (TCE/RN – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) O TCU emite parecer sobre
consultas que lhe são formuladas para interpretação de disposições legais e
regulamentares relativas ao controle externo. Podem formular consultas os chefes
dos Poderes, os Ministros de Estado ou titulares de órgãos equivalentes e os
dirigentes de entidades da administração indireta.
Comentário: A primeira frase contém uma impropriedade, pois o TCU
decide – não emite parecer – sobre consultas que lhe são formuladas para
interpretação de disposições legais e regulamentares relativas a matérias de
sua competência. Quanto à segunda frase, lembre-se que as únicas

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autoridades legitimadas a formular consultas ao TCU são aquelas listadas no


art. 264 do RI/TCU, dentre as quais não se incluem os dirigentes de entidades
da administração indireta, daí o erro.
Gabarito: Errado

34. (TCE/RN – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) São atos sujeitos a registro, entre
outros, a admissão e a concessão de aposentadoria de servidores civis da
administração federal direta, autárquica e fundacional, incluindo as melhorias
posteriores que alterem o fundamento legal do respectivo ato.
Comentário: A questão está correta, de acordo com o art. 71, III da CF.
Lembrar que o TCU não aprecia, para fins de registro, a aposentadoria dos
empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista, bem
como do servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão, visto que
são concedidas à conta do Regime Geral de Previdência Social. Também não
aprecia as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do
respectivo ato.
Gabarito: Certo

35. (TCE/RN – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) É lícito ao TCU, a qualquer


tempo, por iniciativa de Ministro ou do Ministério Público junto àquele Tribunal, rever
a interpretação adotada na solução de consulta, baixando, para tanto, resolução
normativa. No entanto, a mudança de interpretação jurídica acarreta a revisão ou
anulação dos atos praticados de acordo com a interpretação anterior.
Comentário: Nada impede que o TCU reveja a interpretação adotada na
solução de consulta. A evolução da jurisprudência ocorre normalmente, em
função das próprias transformações da sociedade, as quais se refletem no
ordenamento jurídico. Contudo, a aplicação da nova interpretação não deve
ser retroativa, em atenção ao princípio da segurança jurídica.
Gabarito: Errado

36. (TCE/RN – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) Qualquer cidadão, autoridade,


partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar ao TCU
irregularidades ou ilegalidades de que tiver notícia, atribuídas a administrador ou
responsável sujeito à jurisdição desse Tribunal.
Comentário: Essa questão contém uma “pegadinha”, pois “autoridade”
não aparece expressamente no art. 74, §2º da CF como um dos legitimados a
denunciar irregularidades ao TCU. Todavia, perceba que toda autoridade, antes
de tudo, é um cidadão, de modo que, por essa condição, pode apresentar a
denúncia.
Gabarito: Certo

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37. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe) Considere a seguinte situação hipotética.


Em decorrência de convênio celebrado entre a União e o Distrito Federal (DF) para a
execução de obra pública, foi definido que aquela entraria com 80% dos recursos
necessários à execução do objeto do convênio, cabendo ao DF apenas completar a
diferença. Nessa situação, haja vista a evidente competência do TCU, ficará
afastada a competência do TCDF para exercer processos de fiscalização ou
instaurar processos de contas.
Comentário: Nesse caso, a competência do TCU fica restrita aos 80%
repassados pela União, o que não afasta, de forma alguma, a competência do
TCDF em relação aos recursos distritais aportados na obra. O TCU ou o TCDF
podem até fiscalizar a obra como um todo, pois seria de pouca efetividade um
exame parcial do empreendimento. Mas se o TCU, por exemplo, constatar
algum prejuízo, somente poderá julgar e imputar débito para exigir o
ressarcimento dos 80% repassados pela União. Em relação ao restante, a
competência é do TCDF.
Gabarito: Errado

38. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe, adaptada) A competência do TCU


restringe-se aos órgãos e entidades que integram a estrutura da União, não
alcançando, por exemplo, uma pessoa de direito privado que, por força de convênio,
receba recursos federais.
Comentário: Qualquer pessoa pública ou privada que administre recursos
federais está sob a jurisdição do TCU. No caso de entidades privadas ocorre o
seguinte: a prestação de contas dos recursos federais recebidos deverá ser
feita, primariamente, ao órgão da União repassador, cujos responsáveis terão
as contas julgadas pelo TCU. Se tudo estiver regular, o processo é assim, ou
seja, a empresa privada não presta contas diretamente ao TCU, mas apenas
indiretamente, por intermédio do órgão repassador. Porém, no caso de a
empresa privada ser omissa ou falha nesse dever de prestar contas ao órgão
federal repassador, ou havendo perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte dano ao erário, será instaurado processo de tomada de contas especial
para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do
prejuízo. O processo será submetido ao julgamento do TCU, que poderá,
então, imputar débito e multa diretamente aos responsáveis pela empresa
privada.
Gabarito: Errado

39. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe, adaptada) O TCU possui competência


para conhecer somente consultas que lhe sejam formuladas pelas autoridades
competentes, nos termos da Lei Orgânica do TCU. As respostas a essas consultas

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poderão, eventualmente, ser atacadas por meio de ação direta de


inconstitucionalidade.
Comentário: A resposta à consulta possui força de ato normativo. Por
isso, pode ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade,
mediante ação direta de inconstitucionalidade (ADIn) ou ação declaratória de
constitucionalidade (ADC). Não pode, contudo, ser objeto de controle difuso,
eis que versa sobre a aplicação, em tese, de dispositivos legais e
regulamentares, e não sobre casos concretos.
Gabarito: Certo

40. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe, adaptada) As consultas formuladas ao


TCU constituem prejulgamento de matéria de fato que venha a ser posteriormente
submetida ao Tribunal.
Comentário: A resposta à consulta constitui prejulgamento da tese, mas
não do fato ou caso concreto (LO/TCU, art. 1º, §2º). As matérias de fato devem
ser examinadas individualmente, caso a caso, por meio de outros tipos de
processo, mas não mediante consulta.
Gabarito: Errado

41. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe, adaptada) As consultas formuladas ao


TCU poderão ser revistas pelo Tribunal, caso o consulente interponha recurso de
revisão.
Comentário: O recurso de revisão, como ainda veremos, apenas pode ser
interposto contra decisão definitiva em processo de contas (RI/TCU, art. 288),
não sendo aplicável a processos de consulta.
Ademais, a rigor, respostas a consultas não se encontram sujeitas a
recursos, uma vez que apenas explicitam o entendimento do Tribunal sobre o
conteúdo de normas, e não apreciam, diretamente, quaisquer casos concretos,
vale dizer, não têm o condão de afrontar direitos individuais ou interesses
subjetivos, revelando tão somente um critério de julgamento a ser adotado
pelo Tribunal. Exatamente por isso é que não existe previsão de recursos
contra decisões prolatadas em processos do gênero, quer seja na LO/TCU, ou
no RI/TCU. Admite-se, no entanto, a oposição de embargos de declaração às
respostas de consultas (LO/TCU, art. 34), para corrigir defeitos eventualmente
existentes no texto e estrutura das respostas (omissões, obscuridades e
contradições), com vistas à sua perfeita compreensão e eficácia.
Gabarito: Errado

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42. (TCE/PE – Auditor de Contas Públicas 2004 – Cespe, adaptada) O TCU


somente pode agir mediante provocação do Ministério Público ou das demais
autoridades financeiras e orçamentárias previstas na Constituição Federal.
Comentário: A Constituição assegura ao TCU a competência para realizar
fiscalizações por iniciativa própria (CF, art. 71, IV). O Tribunal também atua
mediante provocação externa oriunda de diversas fontes, e não apenas do
Ministério Público e demais autoridades financeiras e orçamentárias previstas
na CF, como nas fiscalizações realizadas por solicitação do Congresso
Nacional (CF, art. 71, IV), na apuração de denúncia apresentada por qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato (CF, art. 74, §2º) ou nas
representações apresentadas pelas pessoas legitimadas (RI/TCU, art. 237).
Gabarito: Errado

43. (TCE/PE – Auditor de Contas Públicas 2004 – Cespe, adaptada) Sujeitam-se


à jurisdição do TCU os responsáveis por entidades dotadas de personalidade
jurídica de direito privado que recebam contribuições parafiscais e prestem serviços
de interesse público ou social.
Comentário: Trata-se de transcrição do art. 5º, V da LO/TCU.
Gabarito: Certo

44. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Estão sujeitas à fiscalização do TCU as entidades
de fiscalização do exercício profissional, que são autarquias e que cobram e
dispõem sobre contribuições parafiscais.
Comentário: As entidades de fiscalização profissional enquadram-se no
art. 5º, V da LO/TCU, pois são autarquias que recebem contribuições
parafiscais. Nada obstante, lembre-se da excepcionalidade da OAB, que não
está sujeita à fiscalização do TCU, embora seja entidade de regulamentação
profissional e arrecade receitas de natureza parafiscal.
Gabarito: Certo

45. (TCU – TCE 2004 – Cespe) Não compete ao TCU realizar controle externo das
contas dos administradores do Poder Judiciário.
Comentário: A jurisdição do TCU abrange as contas dos administradores
de toda a Administração Pública Federal, direta e indireta, incluindo os
responsáveis pelos órgãos administrativos do Poder Judiciário, do Poder
Legislativo, do Ministério Público e do próprio TCU, além é claro, do Poder
Executivo (CF, art. 71, II e IV).
Gabarito: Errado

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46. (TCU – TCE 2004 – Cespe) Pelo fato de as sociedades de economia mista
serem pessoas jurídicas de direito privado, as contas dos seus administradores não
estão submetidas à fiscalização do TCU.
Comentário: A jurisdição do TCU alcança a administração direta e
indireta, incluindo as sociedades de economia mista, ainda que sejam pessoas
jurídicas de direito privado, exploradoras de atividade econômica (CF, art. 71, II
e IV).
Gabarito: Errado

47. (TCU – Procurador 2004 – Cespe) Incumbe ao TCU efetuar o cálculo das
quotas dos tributos federais a serem repassadas ao fundo de participação dos
municípios e ao fundo de participação dos estados e do Distrito Federal.
Comentário: Atenção à “pegadinha” nessa questão! As quotas dos
tributos federais (IR e IPI) a serem repassadas ao FPM e FPE já estão definidas
na Constituição (art. 159, I). Assim, o TCU - nem ninguém - efetua o cálculo das
quotas, pois seus percentuais já estão expressos na CF, daí o erro. A
competência do TCU é relativa ao cálculo das quotas de participação de cada
Estado e/ou Município no FPM e/ou FPE, considerando dados populacionais
informados pelo IBGE (CF, art. 166, parágrafo único; RI/TCU, art. 290).
Gabarito: Errado

48. (TCU – Procurador 2004 – Cespe) Atos administrativos cuja nulidade venha a
ser constatada pelo TCU devem ser por este sustados, caso recomendação nesse
sentido não seja acatada pela autoridade administrativa competente.
Comentário: Verificada nulidade em ato administrativo, o TCU assina
prazo para a adoção das providências necessárias ao exato cumprimento da
Lei que, nesse caso, seria a anulação do ato, retirando-o do mundo jurídico, e
não a sustação, daí o erro do quesito. Mas perceba que a competência do TCU
se restringe a determinar a anulação do ato eivado de ilegalidade. A anulação,
em si, somente pode ser efetuada pela própria Administração ou pelo Poder
Judiciário. O mesmo vale para os contratos administrativos. A diferença de
procedimentos entre atos e contratos ocorre a partir daí, caso a Administração
não anule o ato/contrato, pois surge a hipótese de sustação, cuja competência
primária é do TCU, quando se trata de ato administrativo, e do Congresso
Nacional, no que se refere a contrato administrativo.
Gabarito: Errado

49. (TCU – Procurador 2004 – Cespe) O julgamento de consulta por parte do TCU
constitui prejulgamento da tese jurídica que o tribunal tenha apreciado, mas não
serve como decisão de caso concreto; este deve ser objeto de processo específico.

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Comentário: Perceberam como o Cespe gosta dessas questões sobre


consulta ao TCU? A assertiva está correta, pois a resposta do TCU à consulta
formulada por autoridade competente tem caráter normativo e constitui
prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto, o qual deve ser
objeto de processo específico (LO/TCU, art. 1º, §2º).
Gabarito: Certo

50. (ANEEL – Analista Administrativo 2004 – ESAF) Segundo a Lei nº 8.443/92,


ao Tribunal de Contas da União compete, exceto,
a) julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos das unidades dos poderes da União e das entidades da
administração indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio
ou outra irregularidade de que resulte dano ao Erário.
b) proceder, por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Nacional, de suas
Casas ou das respectivas comissões, à fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial das unidades dos poderes da União e das
demais entidades referidas no inciso anterior.
c) julgar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, nos termos
do art. 36 da citada Lei.
d) acompanhar a arrecadação da receita a cargo da União, mediante inspeções e
auditorias, ou por meio de demonstrativos próprios, na forma estabelecida no
Regimento Interno.
e) apreciar, para fins de registro, na forma estabelecida no Regimento Interno, a
legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público
federal, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem
como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as
melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa à luz da Lei 8.443/92 (Lei
Orgânica do TCU – LO/TCU):
(a) Certa, pois é a transcrição literal do art. 1º, I da LO/TCU, o qual, por sua
vez, reproduz o art. 71, II da CF. Refere-se à competência do TCU de julgar as
contas de gestão dos responsáveis por administrar recursos públicos.
(b) Certa, pois é a transcrição literal do art. 1º, II da LO/TCU, o qual, por
sua vez, decorre do art. 71, IV da CF. As atividades de fiscalização podem
originar-se da iniciativa do próprio Tribunal, ou por solicitação do Congresso
Nacional, suas Casas ou Comissões. Além disso, podem ser resultado de
representações e denúncias. As atividades de fiscalização do TCU são

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exercidas por meio dos seguintes instrumentos de controle ou instrumentos


de fiscalização: auditorias, inspeções, levantamentos, acompanhamentos e
monitoramentos.
(c) Errada, pois o julgamento das contas prestadas pelo Presidente da
República compete exclusivamente ao Congresso Nacional (CF, art. 49, IX).
Sobre essas contas, compete ao TCU, segundo sua Lei Orgânica:
Art. 1° Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo, compete, nos
termos da Constituição Federal e na forma estabelecida nesta Lei:
III - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, nos
termos do art. 36 desta Lei;
Já o art. 36, ao qual se refere o dispositivo acima, preceitua:
Art. 36. Ao Tribunal de Contas da União compete, na forma estabelecida no Regimento
Interno, apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,
mediante parecer prévio a ser elaborado em sessenta dias a contar de seu
recebimento.
Parágrafo único. As contas consistirão nos balanços gerais da União e no relatório do
órgão central do sistema de controle interno do Poder Executivo sobre a execução
dos orçamentos de que trata o § 5° do art. 165 da Constituição Federal.
(d) Certa, pois transcreve o art. 1º, IV da LO/TCU. No acompanhamento da
arrecadação da receita, o trabalho do Tribunal consiste em verificar se as
receitas públicas arrecadadas pelos órgãos e entidades da União foram
efetivamente recolhidas aos cofres do Tesouro. Compreende, ainda, a
fiscalização das renúncias de receitas.
(e) Certa, pois é a transcrição literal do art. 1º, V da LO/TCU, o qual, por
sua vez, reproduz o art. 71, III da CF. Atenção, pois, em relação aos atos
sujeitos a registro, o TCU aprecia a legalidade, e não julga a legalidade, ok?
Gabarito: alternativa “c”

51. (SRF – ATRFB 2009 – ESAF) O controle externo da Administração Pública, no


que está afeto ao Tribunal de Contas da União (TCU), compreende
a) o julgamento das contas prestadas anualmente pelo Presidente da República.
b) a fiscalização da aplicação dos recursos financeiros repassados pela União para
os Estados, mediante convênio.
c) o julgamento das contas relativas à aplicação das cotas dos Fundos de
Participação transferidas para os Estados e Municípios.
d) o registro prévio das licitações e respectivos contratos, para compras, obras e
serviços.

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e) o registro prévio dos atos de admissão dos servidores públicos federais, bem
como o das concessões de aposentadorias, reformas e pensões.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa, buscando a que apresente
corretamente uma competência do TCU:
(a) Errada, pois o julgamento das contas prestadas anualmente pelo
Presidente da República compete ao Congresso Nacional e não ao TCU
(CF, art. 49, IX). Em relação a essas contas, o TCU apenas emite parecer
prévio, no prazo de 60 dias a contar do seu recebimento (CF, art. 71, I). O
parecer prévio do TCU deve possuir caráter conclusivo, porém não vincula o
julgamento do Congresso, vale dizer, o Parlamento não é obrigado a seguir o
entendimento manifestado no parecer prévio do TCU sobre o mérito das
contas do Presidente.
(b) Certa. Nos termos do art. 71, VI, da CF compete ao TCU:
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao
Distrito Federal ou a Município;

Vale saber que o Regimento Interno do TCU, ao tratar dessa competência


do Tribunal, também faz referência à fiscalização dos recursos repassados
pela União a qualquer pessoa, física ou jurídica, pública ou privada:
Art. 1º Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo, compete, nos
termos da Constituição Federal e na forma da legislação vigente, em especial da Lei
nº 8.443, de 16 de julho de 1992:
XIX – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União,
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a estado, ao
Distrito Federal, a município, e a qualquer outra pessoa, física ou jurídica, pública
ou privada;
É o caso, por exemplo, dos recursos repassados para ONGs e
Organizações Sociais para o desempenho de alguma atividade de interesse
público. Também abrange, por exemplo, os recursos de bolsas de estudo
concedidas pelo Governo Federal (Capes e CNPq). A aplicação desses
recursos está sujeita à fiscalização do TCU.
(c) Errada. Os recursos dos Fundos de Participação (FPE e FPM) são
receitas originárias dos Estados e Municípios, embora arrecadados e
transferidos pela União; portanto, são recursos estaduais e municipais, não
federais, de modo que o controle da sua aplicação compete aos respectivos
Tribunais de Contas Estaduais e Municipais, e não ao TCU.
(d) Errada, pois o ordenamento jurídico atual não mais prevê a
necessidade de homologação pelo Tribunal de Contas como condicionante

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para a eficácia de licitações e respectivos contratos. Isso estava previsto na


Constituição de 1946, mas não existe mais.
(e) Errada. Embora o registro do TCU seja condição necessária para a
validade dos atos de admissão de pessoal e de concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, tais atos produzem efeitos desde o
momento em que são expedidos pela Administração. Por exemplo, o servidor
aposentado começa a receber os benefícios correspondentes desde o instante
em que sua aposentadoria é publicada, não precisando aguardar o registro no
Tribunal de Contas. Na verdade, os atos são remetidos ao Tribunal para
registro somente depois de estarem produzindo efeitos. O registro apenas
confirmará ou não a legalidade do ato, ou seja, não há um registro prévio, daí o
erro do quesito. Se a Corte de Contas considerar o ato ilegal, negando o
respectivo registro, a Administração deverá fazer cessar os pagamentos
correspondentes e expedir novo ato, eivado dos vícios apontados pelo
Tribunal.
Gabarito: alternativa “b”

52. (TCE/GO – Auditor 2007 – ESAF, adaptada) A propósito das características e


atribuições do Tribunal de Contas da União, não é correto afirmar
a) que é órgão administrativo, exercendo o controle externo a cargo do legislativo.
b) que possui função judiciária, ao julgar as contas dos administradores.
c) que é competente para apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
admissão de pessoal e aposentadoria da administração direta.
d) que, ao verificar ilegalidade, assinará prazo para que o responsável adote
providências necessárias ao exato cumprimento da lei.
e) que qualquer cidadão é parte legítima para denunciar irregularidades perante o
Tribunal, que será apurada em caráter sigiloso até que se comprove sua
procedência.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa, buscando a afirmação falsa:
(a) Certa. A doutrina majoritária classifica o TCU como órgão
administrativo, autônomo e independente, não vinculado a nenhum outro
órgão ou Poder. Exerce o controle externo da Administração Pública, em
auxílio ao Poder Legislativo, o qual é representado, na esfera federal, pelo
Congresso Nacional.
(b) Errada. Na verdade, há polêmica sobre o assunto. Alguns
doutrinadores consideram que, ao julgar as contas dos administradores e
demais responsáveis por bens e dinheiros públicos, o TCU exerce função

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jurisdicional. Outros, porém, consideram que a função judiciária, no


ordenamento jurídico pátrio, é exclusiva do Poder Judiciário.
(c) Certa. Nos termos do art. 71, III da CF, compete ao TCU:
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal,
a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento
em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e
pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal
do ato concessório;

(d) Certa. Nos termos do art. 71, IX da CF, compete ao TCU:


IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

(e) Certa. Nos termos do art. 74, §2º da CF:


§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima
para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de
Contas da União.

Quanto à apuração das denúncias apresentadas ao Tribunal por qualquer


cidadão, partido político, associação ou sindicato, o art. 53, §3º da LO/TCU
dispõe:
§ 3º A denúncia será apurada em caráter sigiloso, até que se comprove a sua
procedência, e somente poderá ser arquivada após efetuadas as diligências
pertinentes, mediante despacho fundamentado do responsável.

Gabarito: alternativa “b”

53. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC) Compete ao Tribunal de Contas do Estado de


Sergipe, nos termos de sua Lei Orgânica, apreciar para fins de registro a legalidade
das
(A) denúncias apresentadas por qualquer cidadão.
(B) contas prestadas pelo dirigente de autarquia municipal.
(C) contas prestadas pelo Governador do Estado e Prefeitos Municipais.
(D) admissões temporárias de pessoal realizadas por meio de concurso público ou
processo seletivo.
(E) admissões de pessoal para cargos providos na forma comissionada.
Comentário: Os Tribunais de Contas apenas apreciam, para fins de
registro, a legalidade de atos de admissão de pessoal e de concessão de
aposentadoria, reforma e pensão. Portanto, de cara já descartamos as três
primeiras alternativas que, embora apresentem situações enquadradas nas

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competências do Tribunal de Constas Estadual, não tratam de atos sujeitos a


registro. Com efeito, o TCE/SE decide sobre a procedência de denúncias, julga
as contas de dirigente de autarquia municipal e aprecia, mediante parecer
prévio, as contas de governo prestadas pelo Governador e pelos Prefeitos.
Então, vamos analisar as duas últimas opções à luz da Lei Complementar
205/2011, que institui a Lei Orgânica do TCE/SE:
Art. 1º Ao Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, órgão de controle externo,
compete, nos termos da Constituição Estadual e na forma estabelecida nesta Lei
Complementar:
IV - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, inclusive nas fundações, empresas
públicas e sociedades instituídas e/ou mantidas pelo Poder Público Estadual e
Municipal, excetuadas as nomeações para cargo de natureza especial ou
provimento em comissão, bem como e para os mesmos fins, apreciar as
concessões de aposentadoria, disponibilidade, transferência para a reserva
remunerada, reforma e pensão, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem
o fundamento legal do ato concessório;

Como se percebe, o dispositivo praticamente reproduz o art. 71, III da CF -


o que, aliás, não poderia ser diferente, haja vista o princípio de simetria. Dessa
forma a alternativa “e” está errada, pois as admissões de pessoal para cargos
de provimento em comissão não são submetidas a registro, ao contrário das
admissões temporárias realizadas por meio de concurso público ou processo
seletivo, de modo que a alternativa “d” é o gabarito.
Gabarito: alternativa “d”

54. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC) As decisões prolatadas pelo Tribunal de


Contas do Estado de Sergipe em processos de consulta
(A) têm caráter normativo e constituem prejulgamento da tese, do fato e caso
concreto.
(B) têm caráter normativo e constituem prejulgamento da tese, mas não do fato ou
caso concreto.
(C) constituem prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto e não têm
caráter normativo.
(D) constituem prejulgamento da tese, do fato e caso concreto, mas não têm caráter
normativo.
(E) têm caráter normativo, mas não constituem prejulgamento da tese, do fato nem
do caso concreto.
Comentário: Os atributos das decisões prolatadas pelos Tribunais de
Contas, em regra, seguem o disposto na Lei Orgânica do TCU, isto é: as

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respostas a consultas têm caráter normativo e constituem prejulgamento da


tese, mas não do fato ou caso concreto. Nesse sentido preceitua a Lei
Orgânica do TCE/SE:
Art. 1º Ao Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, órgão de controle externo,
compete, nos termos da Constituição Estadual e na forma estabelecida nesta Lei
Complementar:
XX - decidir sobre consulta que lhe seja formulada por autoridade competente, a
respeito de dúvida suscitada na aplicação de dispositivos legais e regulamentares
concernentes a matéria de sua competência, na forma estabelecida nesta Lei
Complementar e no Regimento Interno;
§ 2º A resposta à consulta a que se refere o inciso XX do “caput” deste artigo
tem caráter normativo e constitui prejulgamento da tese, mas não do fato ou
caso concreto.

Portanto, correta apenas a alternativa “b”.


Gabarito: alternativa “b”

55. (TCE/CE – Analista 2008 – FCC) Em relação às competências, considere as


assertivas abaixo.
I. Compete ao Tribunal de Contas da União representar ao Poder competente sobre
irregularidades ou abusos apurados.
II. Compete ao Congresso Nacional fiscalizar as contas nacionais das empresas
supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta,
nos termos do tratado constitutivo.
III. Compete ao Congresso Nacional aplicar aos responsáveis, em caso de
ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao
erário.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) II e I.
(E) II e III.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa à luz da Constituição
Federal:
(I) Certa, nos exatos termos do art. 71, XI da CF;

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(II) Errada, pois tal competência – fiscalizar as contas nacionais das empresas
supranacionais – é do TCU, e não do Congresso Nacional, nos termos do
art. 71, V da CF;
(III) Errada, pois tal competência – aplicar sanções aos responsáveis em caso
de ilegalidade de despesas ou irregularidade de contas – é do TCU, e não
do Congresso Nacional, nos termos do art. 71, VIII da CF.
Gabarito: alternativa “a”

56. (TCE/AP – Analista 2012 – FCC) Uma entidade de assistência social, sem fins
lucrativos, recebeu recursos de um município do Estado do Amapá, a título de
subvenção social, para a realização de despesas de custeio. Quando da fiscalização
pelo Tribunal de Contas, o contabilista da Prefeitura informou que não exigiu a
prestação de contas da beneficiária pois entendeu que ela não estava obrigada a
apresentá-la. A informação prestada pelo servidor pode ser considerada
(A) correta, uma vez que a entidade é sem fins lucrativos.
(B) correta, uma vez que a entidade presta serviços na área da assistência social.
(C) incorreta, pois a beneficiária somente estaria isenta da obrigação de prestar
contas se a finalidade do repasse fosse a realização de investimentos.
(D) incorreta, pois deve prestar contas qualquer pessoa jurídica que utilize dinheiro
público.
(E) correta, uma vez que subvenção a entidades não está sujeita à prestação de
contas em razão do interesse público de suas atividades.
Comentário: Qualquer pessoa física ou jurídica beneficiária de recursos
públicos deve prestar contas da sua utilização. Não importa a finalidade dos
repasses (se para custeio, investimento ou atividade de interesse público), ou
mesmo a natureza da entidade (se sem fins lucrativos ou não): a regra é a
prestação de contas. A Constituição do Estado do Amapá, seguindo a
orientação expressa no art. 70, parágrafo único da Constituição Federal,
positivou esse princípio em seu art. 111, §2º:
§ 2º Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos
quais o Estado responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza
pecuniária.

Portanto, apenas a alternativa “d” reflete esse princípio. Na situação


apresentada no quesito, a entidade de assistência social deveria sim prestar
contas ao órgão público que lhe transferiu os recursos, ou seja, à Prefeitura do
Município.
Gabarito: alternativa “d”

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Pronto pessoal. Espero que tenham aproveitado a aula.

Força na preparação... a recompensa vale a pena!

Bons estudos!

ERICK ALVES
erickalves@estrategiaconcursos.com.br

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RESUMÃO DA AULA
 COMPETÊNCIAS INFRACONSTITUCIONAIS DO TCU

Competências reunidas no art.1º do RI/TCU Observações

Realizar auditorias operacionais em Podem solicitar: CMO ou Comissão técnica de qualquer das
projetos e programas de Governo Casas Congresso Nacional.

Não se confunde com a RFB. Verifica se os órgãos da União


Acompanhar a arrecadação da receita
recolheram as receitas ao Tesouro na forma devida.

Fiscaliza as obrigações dos demais órgãos e Poderes da União


(1)
Fiscalizar o cumprimento da LRF e possui atribuições próprias. Ex: alertar sobre a
ultrapassagem do limite com despesas de pessoal.

Processar e julgar infrações administrativas Não são crimes. Sujeitam o responsável a multa de,
contra as finanças públicas e a exatamente, 30% dos seus vencimentos anuais.
(2)
responsabilidade fiscal

Acompanhar, fiscalizar e avaliar os Controle exercido sobre as agências reguladoras, verificando


processos de desestatização e as se estão cumprindo adequadamente suas funções. O TCU
concessões, permissões e autorizações de não as substitui.
serviço público.

Poder geral de cautela. Teoria dos Poderes Implícitos.


Aplicar sanções e adotar medidas cautelares Suspensão cautelar (provisória) Sustação da execução
(irreversível).

Pode verificar a compatibilidade entre as variações


Fiscalizar as declarações de bens e rendas
patrimoniais e os rendimentos declarados.

Decide pela procedência, pela procedência parcial ou pela


Decidir sobre denúncias e representações
improcedência do fato inquinado.

Qualquer pessoa pode representar, antes, durante ou após o


Decidir sobre representações relativas a
certame. O TCU pode solicitar para exame cópia de edital já
licitações e contratos
publicado, podendo adotar suspensão cautelar da licitação.

Decidir sobre representações relativas a A Câmara Municipal é quem encaminha a representação.


notificações de liberação de recursos
federais para municípios

Quem decide é o Plenário do Tribunal. Apenas em matéria da


Decidir sobre consultas acerca da aplicação competência do TCU. Caráter normativo. Prejulgamento da
(3)
de dispositivos legais e regulamentares tese, mas não do fato concreto. Pode ser objeto do ADIn. Não
cabe recurso, exceto embargos de declaração.

Fiscalizar a aplicação dos recursos Fiscaliza a aplicação dos recursos repassados pela União.
repassados ao COB e CPB

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Competências reunidas no art.1º do RI/TCU Observações

Implementar e manter página de contas Divulgar informações consolidadas sobre as contas públicas
públicas na Internet. da União, Estados, DF e Municípios.

Realizar outras fiscalizações ou outras Ex: enviar lista de responsáveis com contas irregulares para o
atribuições previstas em lei Ministério Público Eleitoral

Elaborar o RI, organizar a Secretaria, propor ao CN criação de


Autonomia para se organizar internamente cargos e a fixação da remuneração dos servidores, ministros,
ministros-substitutos e MPTCU etc.

 Verificar o cálculo dos limites da despesa de pessoal na esfera federal;


 Acompanhar as operações do Banco Central referentes à dívida pública;
(1) Competências  Alertar aos Poderes ou órgãos da União, quando constatar:
atribuídas pela LRF  possibilidade de limitação de empenho e movimentação financeira;
 ultrapassagem de 90% dos limites de despesa com pessoal e da dívida pública;
 indícios de irregularidades na gestão orçamentária.

(2) Infrações  deixar de divulgar ou de enviar relatório de gestão fiscal;


administrativas  propor LDO sem metas fiscais;
contra as finanças  deixar de determinar limitação de empenho e movimentação financeira;
públicas  deixar de reduzir despesa com pessoal que houver excedido o limite.

(3) Autoridades competentes para formular consulta ao TCU (RI/TCU, art. 264):

 Presidentes da República, do Senado Federal, da Câmara


dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal;
Consulta livre sobre matérias
 Procurador-Geral da República; de competência do TCU

 Advogado-Geral da União;

 Presidente de comissão do Congresso Nacional ou de suas


Casas;

 Presidentes de tribunais superiores; Deverão demonstrar a


pertinência temática da consulta
 Ministros de Estado ou autoridades do Poder Executivo às respectivas áreas de atuação
federal de nível hierárquico equivalente;

 Comandantes das Forças Armadas.

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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA


1. (TCE/PB – Procurador MPTCE 2014 – Cespe) Acerca do controle da administração
pública, assinale a opção correta.
a) O TCU exerce uma função não judicial quando julga as contas dos administradores e
demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, nos processos de tomada e
prestação de contas anual.
b) O sistema de controle da administração pública veda a aplicação da accountability devido
à inexistência de previsão legal para tal aplicação.
c) O controle da edição do ato administrativo deve ser sempre posterior à sua edição,
quando este relacionar-se à aplicação de recursos públicos.
d) Na estrutura do sistema de controle da administração pública federal, a CGU, órgão de
controle interno, é subordinada ao TCU, órgão de controle externo.
e) O tribunal de contas do estado está subordinado ao Poder Legislativo estadual, em
decorrência de delegação da própria CF e ratificação da constituição estadual.

2. (TCE/PB – Procurador MPTCE 2014 – Cespe) As funções de controle desempenhadas


pelo TCE/PB compreendem
a) a inspeção dos atos realizados por administradores públicos da administração direta e
indireta, excluídas as sociedades de economia mista e empresas públicas, por terem estas
natureza jurídica de direito privado.
b) a fiscalização dos atos de que resulte receita ou despesa, praticados pelos responsáveis
sujeitos à sua jurisdição, realizada por meio de conferência e inspeção.
c) a execução de suas próprias decisões que impliquem imputação de débito ou multa.
d) a decretação da anulação de atos e contratos eivados de vícios dos órgãos
jurisdicionados.
e) o exame mais amplo possível da correção e regularidade dos atos da administração e da
consonância destes com a lei e com planos e programas.

3. (TCU - ACE 2005 - Cespe) O Tribunal de Contas da União (TCU) exerce competências
específicas que decorrem de comandos constitucionais e infraconstitucionais. Nesse
contexto, redija um texto dissertativo a respeito das competências que a Constituição de
1988 e, mais recentemente, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) atribuíram ao TCU,
abordando, necessariamente, os seguintes aspectos (20 linhas):
 competência do TCU no exame das contas de governo da República;
 competência do TCU no exame das contas dos administradores federais, indicando a
eficácia da decisão proferida;
 competência legal do TCU em relação aos montantes fixados para a despesa total
com pessoal e para o endividamento público;
 competência do TCU no exame das contas dos administradores de entidades
privadas responsáveis pela gestão de recursos públicos federais.

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4. (TCDF – Auditor 2002 – Cespe) (...) redija um texto dissertativo abordando os seguintes
aspectos (20 linhas):
 Natureza dos processos que tramitam nos tribunais de contas (TCs);
 Adoção de medidas cautelares pelos TCs;
 Competências dos TCs para fiscalizar atos e contratos celebrados pela
Administração Pública;
 Executoriedade das decisões proferidas pelos TCs;
 Possibilidade de as decisões dos TCs serem revistas pelo Poder Juiciário.

5. (TCU – TEFC 2012 – Cespe) Na conjuntura vigente, um sistema centralizado para


pagamento dos servidores aposentados do Poder Executivo não poderia incluir os
servidores aposentados do TCU sem prévia autorização desse tribunal.

6. (TCU – TEFC 2012 – Cespe) Ao apresentar ao TCU denúncia de irregularidade cometida


em órgão público federal, todo cidadão poderá obter certidão dos despachos e fatos
apurados, porém somente quando o processo referente à denúncia estiver concluído ou
arquivado.

7. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) A função de controle — interno e externo — é mais


ampla que a supervisão. O controle é mais definido e se aplica a situações em que não
há subordinação nem mesmo vinculação formal, administrativa, sendo objeto do
controle toda utilização ou movimentação de recursos públicos, independentemente de
seu montante e destinação.

8. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe, adaptada) A jurisdição do TCU é a mais ampla


possível, abrangendo, inclusive, pessoas que integrem a administração da União,
mesmo fora do território nacional.

9. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) Caso tome conhecimento de que o chefe do Poder
Executivo estadual tenha cometido em determinado certame licitatório, graves
irregularidades relativas à gestão do dinheiro público, o dono de uma empresa licitante
poderá, nos termos da Constituição Federal (CF), denunciar o fato diretamente ao
tribunal de contas estadual.

10. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) De acordo com o STF, o TCU e, dado o princípio da
simetria, os tribunais de contas estaduais detêm legitimidade para requisitar,
diretamente, informações que impliquem a quebra de sigilo bancário.

11. (TCDF – ACE 2012 – Cespe) Cabe ao controle parlamentar apreciar a legalidade dos
atos de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder
Executivo, e não avaliar a economicidade de tais gastos e contas.

12. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) A criação de cargos no seu quadro de pessoal e a fixação
da remuneração de suas carreiras serão propostas pelo TCU ao Congresso Nacional.

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13. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) A competência para a investigação de irregularidades


praticadas por ministros de Estado desloca-se do TCU para o Supremo Tribunal Federal
(STF) em razão de estes gozarem de foro especial.

14. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) A responsabilidade pela manutenção da página eletrônica
Contas Públicas, implementada pelo TCU na Internet, foi transferida ao terceiro setor.

15. (TCU – ACE 2006 - ESAF) Sobre o controle de constitucionalidade exercido pelo
Tribunal de Contas da União, pode-se afirmar que:
a) o Tribunal de Contas da União tem legitimidade para entrar com uma Adin – Ação Direta
de Inconstitucionalidade – no Supremo Tribunal Federal.
b) o controle abstrato de constitucionalidade realizado pelo TCU gera efeitos ex tunc.
c) o TCU não pode realizar controle difuso da constitucionalidade de leis.
d) o Tribunal de Contas da União, no âmbito de suas atribuições, pode examinar a
constitucionalidade de lei e declará-la inconstitucional, com o fito de afastá-la de
aplicação em um caso concreto.
e) não cabe controle incidental de constitucionalidade pelo TCU, mesmo quando
examinando aplicação de lei por órgão jurisdicionado.

16. (TCU – ACE 2004 – Cespe) No âmbito do direito brasileiro, embora o controle de
constitucionalidade seja realizado eminentemente por parte do Poder Judiciário, o TCU
pode, no exercício de suas competências, reconhecer a incompatibilidade de uma
norma jurídica com a Constituição.

17. (TCU – ACE 2005 – Cespe) Compete ao TCU realizar inspeções e auditorias requeridas
pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal ou por determinadas comissões do
Legislativo federal. Todavia não há imposição expressa para que apresente
pronunciamento conclusivo de matéria cuja apreciação lhe foi solicitada por um desses
órgãos.

18. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Um dos efeitos possíveis das decisões dos tribunais de
contas é a inelegibilidade do gestor público que tiver suas contas rejeitadas por
irregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente. Para a eficácia
desse julgamento, no que tange à inelegibilidade, a decisão da corte de contas não
precisa ser homologada pela justiça eleitoral.

(TCU – ACE 2008 – Cespe) Um deputado estadual de Sergipe, insatisfeito com os recursos
que o estado vinha recebendo da União, resolveu apresentar um projeto de lei estadual
criando um novo imposto, incidente sobre a exploração da atividade de lavra de petróleo
nesse estado por empresas privadas e estatais.

19. Os royalties recebidos pelo estado de Sergipe são considerados como receitas públicas
originárias deste ente federativo.

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20. Na situação em apreço, compete ao TCU fiscalizar a aplicação dos recursos recebidos a
título de royalties pelo estado de Sergipe, já que esses recursos são repassados pela
União aos estados.

21. (TCU - ACE 2006 - ESAF) Sobre as competências do Tribunal de Contas da União, não
se pode afirmar que àquela Corte de Contas compete, na forma estabelecida no seu
Regimento Interno e em sua Lei Orgânica
a) fiscalizar declarações de bens e rendas apresentadas pelas autoridades e servidores
públicos, nos termos da legislação em vigor e na forma definida em atos normativos
específicos.
b) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a
União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo e na
forma estabelecida em ato normativo.
c) julgar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República, mediante parecer
a ser elaborado em noventa dias a contar do recebimento dos balanços gerais da União
e do relatório do órgão central do sistema de controle interno do Poder Executivo sobre
a execução dos orçamentos de que trata o § 5º do art. 165 da Constituição Federal, ou
seja, o orçamento fiscal, o das estatais e o orçamento da seguridade social.
d) propor ao Congresso Nacional a criação, transformação e extinção de cargos e funções
do quadro de pessoal de sua Secretaria, bem como a fixação da respectiva
remuneração.
e) representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados, indicando
o ato inquinado e definindo responsabilidades, mesmo as de ministro de Estado ou de
autoridade de nível hierárquico equivalente.

22. (TCU - ACE 2006 - ESAF) Indique, entre as opções apresentadas abaixo, qual
autoridade não tem legitimidade para formular consulta ao TCU, quanto à dúvida suscitada
na aplicação de dispositivos legais e regulamentares concernentes a matéria de sua
competência.
a) Advogado-Geral da União.
b) Presidente da República.
c) Ministros de Estado ou autoridades do Poder Executivo federal de nível hierárquico
equivalente.
d) Comandantes das Forças Armadas.
e) Procurador-Geral da Fazenda Nacional.

23. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe, adaptada) Conforme a doutrina majoritária, a natureza
jurídica do TCU é administrativa.

24. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe, adaptada) As decisões do TCU que importem em multa
equivalerão a título executório.

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25. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe, adaptada) Competem ao TCU as decisões sobre
consultas pertinentes a matéria de sua competência, as quais terão caráter normativo e
consultivo e constituirão prejulgamento da tese ou do caso concreto.

26. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe, adaptada) O TCU pode representar ao poder
competente sobre irregularidades e abusos apurados, indicando o ato inquinado,
inclusive os praticados por Ministro de Estado. Entretanto, não cabe ao tribunal a
definição de responsabilidades, cuja competência é do titular do controle externo.

27. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe) Considerando as funções dos tribunais de contas,
assinale a opção correta.
a) A função opinativa dos tribunais de contas se reveste de conteúdo vinculativo.
b) A função sancionadora ocorre quando os tribunais de contas, por exemplo, efetuam
recolhimento da multa proporcional ao débito imputado.
c) A função de fiscalização dos tribunais de contas compreende as ações relativas ao
exame e à realização de diligências relacionadas a recursos de alienação dos ativos.
d) O julgamento das contas dos responsáveis por bens e valores públicos constitui função
corretiva dos tribunais de contas.
e) Assiste aos tribunais de contas o poder regulamentar, também chamado de normativo,
que, em certos casos, pode ir além de sua competência e jurisdição.

28. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe) A Constituição Federal e, em simetria, as constituições


estaduais estabelecem que a fiscalização será exercida pelo Congresso Nacional, com o
auxílio do TCU, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada
Poder. Considerando as normas constitucionais e legais relativas aos sistemas de controle
interno e externo, é correto afirmar que
a) avaliar o cumprimento de metas previstas no PPA, bem como a execução dos
programas de governo, é função do controle externo.
b) é função do controle interno fiscalizar a aplicação de subvenções e a renúncia de
receitas.
c) compete ao controle interno apreciar representações apresentadas pelas câmaras
municipais acerca da não-comunicação da liberação de recursos federais.
d) constituem objetos de exames realizados pelo controle externo os processos de
tomadas de contas especial, sindicância, inquéritos administrativos e outros atos
administrativos de caráter apuratório, nos órgãos da administração direta ou indireta.
e) o procedimento ordinário de realização do controle externo dá-se pelos processos de
tomada e prestação de contas, que são analisadas sob os aspectos de legalidade,
economicidade, eficiência e eficácia e depois são julgadas, e o sistema de controle
interno presta orientação aos administradores de bens e recursos públicos.

29. (TCE/PE – Procurador Consultivo 2004 – Cespe) Considerando que a contratação de


pessoas, por parte do IBGE, para a realização de determinado censo, é ato por tempo

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determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público,


tal ato não deve ter a legalidade apreciada, para fins de registro, pelo tribunal de contas.

30. (TCE/PE – Procurador Consultivo 2004 – Cespe) Segundo pacífico entendimento


jurisprudencial, os tribunais de contas detêm competências expressamente fixadas pela
Constituição Federal e, por conseguinte, não podem sofrer limitações constitucionais
implícitas nem exercer competência que decorra tão-somente de norma
infraconstitucional.

31. (TCE/PE – Procurador Consultivo 2004 – Cespe, adaptada) É competência do TCU


efetuar os cálculos dos limites com despesa de pessoal na administração pública
federal.

32. (TCE/RN – Assessor Técnico 2009 – Cespe) A respeito da LRF e dos TCs, julgue o
item a seguir: Cabe ao TCE determinar a suspensão das obras com indícios de
irregularidades.

33. (TCE/RN – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) O TCU emite parecer sobre consultas
que lhe são formuladas para interpretação de disposições legais e regulamentares
relativas ao controle externo. Podem formular consultas os chefes dos Poderes, os
Ministros de Estado ou titulares de órgãos equivalentes e os dirigentes de entidades da
administração indireta.

34. (TCE/RN – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) São atos sujeitos a registro, entre outros,
a admissão e a concessão de aposentadoria de servidores civis da administração
federal direta, autárquica e fundacional, incluindo as melhorias posteriores que alterem
o fundamento legal do respectivo ato.

35. (TCE/RN – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) É lícito ao TCU, a qualquer tempo, por
iniciativa de Ministro ou do Ministério Público junto àquele Tribunal, rever a interpretação
adotada na solução de consulta, baixando, para tanto, resolução normativa. No entanto,
a mudança de interpretação jurídica acarreta a revisão ou anulação dos atos praticados
de acordo com a interpretação anterior.

36. (TCE/RN – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) Qualquer cidadão, autoridade, partido
político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar ao TCU irregularidades
ou ilegalidades de que tiver notícia, atribuídas a administrador ou responsável sujeito à
jurisdição desse Tribunal.

37. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe) Considere a seguinte situação hipotética. Em


decorrência de convênio celebrado entre a União e o Distrito Federal (DF) para a
execução de obra pública, foi definido que aquela entraria com 80% dos recursos
necessários à execução do objeto do convênio, cabendo ao DF apenas completar a
diferença. Nessa situação, haja vista a evidente competência do TCU, ficará afastada a
competência do TCDF para exercer processos de fiscalização ou instaurar processos
de contas.

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38. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe, adaptada) A competência do TCU restringe-se aos
órgãos e entidades que integram a estrutura da União, não alcançando, por exemplo,
uma pessoa de direito privado que, por força de convênio, receba recursos federais.

39. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe, adaptada) O TCU possui competência para
conhecer somente consultas que lhe sejam formuladas pelas autoridades competentes,
nos termos da Lei Orgânica do TCU. As respostas a essas consultas poderão,
eventualmente, ser atacadas por meio de ação direta de inconstitucionalidade.

40. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe, adaptada) As consultas formuladas ao TCU


constituem prejulgamento de matéria de fato que venha a ser posteriormente submetida
ao Tribunal.

41. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe, adaptada) As consultas formuladas ao TCU


poderão ser revistas pelo Tribunal, caso o consulente interponha recurso de revisão.

42. (TCE/PE – Auditor de Contas Públicas 2004 – Cespe, adaptada) O TCU somente
pode agir mediante provocação do Ministério Público ou das demais autoridades
financeiras e orçamentárias previstas na Constituição Federal.

43. (TCE/PE – Auditor de Contas Públicas 2004 – Cespe, adaptada) Sujeitam-se à


jurisdição do TCU os responsáveis por entidades dotadas de personalidade jurídica de
direito privado que recebam contribuições parafiscais e prestem serviços de interesse
público ou social.

44. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Estão sujeitas à fiscalização do TCU as entidades de
fiscalização do exercício profissional, que são autarquias e que cobram e dispõem sobre
contribuições parafiscais.

45. (TCU – TCE 2004 – Cespe) Não compete ao TCU realizar controle externo das contas
dos administradores do Poder Judiciário.

46. (TCU – TCE 2004 – Cespe) Pelo fato de as sociedades de economia mista serem
pessoas jurídicas de direito privado, as contas dos seus administradores não estão
submetidas à fiscalização do TCU.

47. (TCU – Procurador 2004 – Cespe) Incumbe ao TCU efetuar o cálculo das quotas dos
tributos federais a serem repassadas ao fundo de participação dos municípios e ao
fundo de participação dos estados e do Distrito Federal.

48. (TCU – Procurador 2004 – Cespe) Atos administrativos cuja nulidade venha a ser
constatada pelo TCU devem ser por este sustados, caso recomendação nesse sentido
não seja acatada pela autoridade administrativa competente.

49. (TCU – Procurador 2004 – Cespe) O julgamento de consulta por parte do TCU constitui
prejulgamento da tese jurídica que o tribunal tenha apreciado, mas não serve como
decisão de caso concreto; este deve ser objeto de processo específico.

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50. (ANEEL – Analista Administrativo 2004 – ESAF) Segundo a Lei nº 8.443/92, ao


Tribunal de Contas da União compete, exceto,
a) julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos das unidades dos poderes da União e das entidades da administração indireta,
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as
contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte
dano ao Erário.
b) proceder, por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Nacional, de suas Casas
ou das respectivas comissões, à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial das unidades dos poderes da União e das demais entidades referidas no
inciso anterior.
c) julgar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, nos termos do art.
36 da citada Lei.
d) acompanhar a arrecadação da receita a cargo da União, mediante inspeções e auditorias,
ou por meio de demonstrativos próprios, na forma estabelecida no Regimento Interno.
e) apreciar, para fins de registro, na forma estabelecida no Regimento Interno, a legalidade
dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta,
incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal, excetuadas as
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem
o fundamento legal do ato concessório.

51. (SRF – ATRFB 2009 – ESAF) O controle externo da Administração Pública, no que está
afeto ao Tribunal de Contas da União (TCU), compreende
a) o julgamento das contas prestadas anualmente pelo Presidente da República.
b) a fiscalização da aplicação dos recursos financeiros repassados pela União para os
Estados, mediante convênio.
c) o julgamento das contas relativas à aplicação das cotas dos Fundos de Participação
transferidas para os Estados e Municípios.
d) o registro prévio das licitações e respectivos contratos, para compras, obras e serviços.
e) o registro prévio dos atos de admissão dos servidores públicos federais, bem como o das
concessões de aposentadorias, reformas e pensões.

52. (TCE/GO – Auditor 2007 – ESAF, adaptada) A propósito das características e


atribuições do Tribunal de Contas da União, não é correto afirmar
a) que é órgão administrativo, exercendo o controle externo a cargo do legislativo.
b) que possui função judiciária, ao julgar as contas dos administradores.
c) que é competente para apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão
de pessoal e aposentadoria da administração direta.
d) que, ao verificar ilegalidade, assinará prazo para que o responsável adote providências
necessárias ao exato cumprimento da lei.

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e) que qualquer cidadão é parte legítima para denunciar irregularidades perante o Tribunal,
que será apurada em caráter sigiloso até que se comprove sua procedência.

53. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC) Compete ao Tribunal de Contas do Estado de


Sergipe, nos termos de sua Lei Orgânica, apreciar para fins de registro a legalidade das
(A) denúncias apresentadas por qualquer cidadão.
(B) contas prestadas pelo dirigente de autarquia municipal.
(C) contas prestadas pelo Governador do Estado e Prefeitos Municipais.
(D) admissões temporárias de pessoal realizadas por meio de concurso público ou processo
seletivo.
(E) admissões de pessoal para cargos providos na forma comissionada.

54. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC) As decisões prolatadas pelo Tribunal de Contas do
Estado de Sergipe em processos de consulta
(A) têm caráter normativo e constituem prejulgamento da tese, do fato e caso concreto.
(B) têm caráter normativo e constituem prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso
concreto.
(C) constituem prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto e não têm caráter
normativo.
(D) constituem prejulgamento da tese, do fato e caso concreto, mas não têm caráter
normativo.
(E) têm caráter normativo, mas não constituem prejulgamento da tese, do fato nem do caso
concreto.

55. (TCE/CE – Analista 2008 – FCC) Em relação às competências, considere as assertivas


abaixo.
I. Compete ao Tribunal de Contas da União representar ao Poder competente sobre
irregularidades ou abusos apurados.
II. Compete ao Congresso Nacional fiscalizar as contas nacionais das empresas
supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos
termos do tratado constitutivo.
III. Compete ao Congresso Nacional aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de
despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá,
entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) II e I.

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(E) II e III.

56. (TCE/AP – Analista 2012 – FCC) Uma entidade de assistência social, sem fins
lucrativos, recebeu recursos de um município do Estado do Amapá, a título de subvenção
social, para a realização de despesas de custeio. Quando da fiscalização pelo Tribunal de
Contas, o contabilista da Prefeitura informou que não exigiu a prestação de contas da
beneficiária pois entendeu que ela não estava obrigada a apresentá-la. A informação
prestada pelo servidor pode ser considerada
(A) correta, uma vez que a entidade é sem fins lucrativos.
(B) correta, uma vez que a entidade presta serviços na área da assistência social.
(C) incorreta, pois a beneficiária somente estaria isenta da obrigação de prestar contas se a
finalidade do repasse fosse a realização de investimentos.
(D) incorreta, pois deve prestar contas qualquer pessoa jurídica que utilize dinheiro público.
(E) correta, uma vez que subvenção a entidades não está sujeita à prestação de contas em
razão do interesse público de suas atividades.

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GABARITO

1) a 2) e 3) - 4) - 5) C 6) E

7) C 8) C 9) C 10) E 11) E 12) C

13) E 14) E 15) d 16) C 17) E 18) -

19) C 20) E 21) c 22) e 23) C 24) E

25) E 26) E 27) c 28) e 29) E 30) E

31) E 32) E 33) E 34) C 35) E 36) C

37) E 38) E 39) C 40) E 41) E 42) E

43) C 44) C 45) E 46) E 47) E 48) E

49) C 50) c 51) b 52) b 53) d 54) b

55) a 56) d

*****

Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo. 13ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2007.
Almeida, G. H. de la Roque. Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União anotada:
normativos correlatos. Belo Horizonte: Fórum, 2006.
Aguiar, A. G. Aguiar, M. P. O Tribunal de Contas na ordem constitucional. 2 ed. Belo
Horizonte: Fórum, 2008.
Aguiar, U.D. Albuquerque, M.A.S. Medeiros, P.H.R. A administração Pública sob a
perspectiva do controle externo. Belo Horizonte: Fórum, 2011.
Chaves, F.E.C. Controle externo da gestão pública: a fiscalização pelo Legislativo e
pelos Tribunais de Contas. 2 ed. Niterói: Impetus, 2009.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 20ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007.
Lima, L.H. Controle externo: teoria, jurisprudência e mais de 500 questões. 4 ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2011.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 35 ed. São Paulo: Malheiros, 2009.

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