Você está na página 1de 44

...a vida tal como a conhecemos....

Questão central em Bioquímica:

- Como é que as células extraem energia da vizinhança


- Como é que as células sintetizam percursores, macromoléculas

METABOLISMO

Rede integrada de reacções químicas (catalisadas enzimaticamente) no


interior das células

Catabolismo  degradação  extracção de energia

Anabolismo  síntese  consumo de energia

BIOENERGÉTICA
A ACÇÃO...
A ACÇÃO...

Aminoácidos
Sacáridos simples
Ác. Gordos...

1ª fase:Digestão

Vias catabólicas

(alimentos)
Superavit de energia:
Outros processos vitais

Vias anabólicas
Aumento de biomassa
CENA DA ACÇÃO

(Síntese RNA
Replicação DNA)
(Síntese proteica)

 Citosol:
Glicólise
Gluconeogénese
Síntese ác. gordos

Catabolismo AA
Ciclo de Krebs
Fosforilação oxidativa
Oxidação ác. Gordos...
MOTIVOS CONSERVADOS NO METABOLISMO

- Reacções do mesmo tipo (lembram-se da classificação das enzimas...?)


- Coenzimas comuns

Metabolitos comuns
(Intermediários fosforilados)
Vias catabólicas Vias anabólicas
Lineares convergentes Lineares divergentes

Intermediário
comum

Vias cíclicas
“ciclo catalítico”
- Reacções termodinamicamente desfavoráveis são
acoplados a reacções favoráveis de forma a que a reacção
global seja exergónica  ∆G’ < 0 :

( ) = ∆G’º

∆G’ = ∆G’º + RT ln [C] / [A]

∆G’ < 0  reacção prossegue no


sentido da formação dos produtos
- Valor de ∆G’º
- Intermediários comuns
- Esgotamento do produto por reacção subsequente
- O sistema de nucleótidos de adenosina tri-, di- e mono-
fosfatados (ATP, ADP e AMP) têm um papel central nas
trocas energéticas

Adenina
Ribose
1-3 unidades fosfato

Adenosina monofosfato
Adenosina difosfato
Adenosina trifosfato
Base estrutural para ∆G’º < 0 na reacção ATP  ADP + Pi
Repulsão electrostática ↓↓
Estabilização dos produtos por ressonância ↑ ↑

Fosfato inorgânico Pi
Compostos fosforilados de alta energia:
∆G’ºhidrólise < -31 kJ mol-1

Fosfoenolpiruvato
Outras reacções biológicamente relevantes envolvendo o sistema
Ligações fosfoanidrido
de “alta energia”
NH 2
γ β α
N
O O O C5 N
-
O P O P O P O CH 2 N
- - - N
O O O O C1
Mg2+
OH OH

ATP + H20  ADP + Pi + H+


ADP + Pi + H+  ATP + H20
ADP + H20  AMP + Pi + H+

ATP  AMP+ PPi


PPi  2Pi
Compostos fosforilados de baixa energia:
∆G’ºhidrólise < 0 & ∆G´º hidrólise > -31 kJ mol-1

∆G’º = -20 kJ/mol ∆G’º = -13 kJ/mol ∆G’º = -9 kJ/mol


Diagrama de energias livres padrão de hidrólise de
compostos fosforilados.
O sistema ATP-ADP tem um valor intermédio
& ADP (to AMP)

R~P + H2O  R-OH + Pi

R~P~P + H2O  R~P + Pi + H+


Exemplos de acoplamento de reacções envolvendo
metabolitos fosforilados
- Os sistemas redox

NAD+/NADH  dinucleótido de nicotinamida e adenina


FAD / FADH2  dinucleótido de flavina e adenina

São transportadores universais de electrões nos processos


de degradação oxidativa (catabolismo)

Sistema redox NADP+ / NADPH


biossíntese redutiva (anabolismo)
- A coenzima A é um transportador universal de grupos
acilo (C2)
Transportadores de grupos activados:
- Os processos metabólicos são regulados

 Regulação enzimática
Controlo da síntese da enzima
Controlo da actividade da enzima (inibição &...)
Controlo do fluxo de substracto

 Compartimentação
Separação dos processos
de degradação/biossíntese
(espaço / metabolitos) Carga energética:
Potencial de fosforilação

= 0 AMP

= 1 ATP
- Há duas formas de “fabricar” ATP:

1. Fosforilação a nível de substracto

R~P + ADP  R-OH + ATP

Reacção de fosforilação do ADP acoplado c/ desfosforilação de composto fosforilado de


alta energia; processo global termodinamicamente favorável.
EXEMPLO: glicólise

2. Fosforilação associada à dissipação de gradiente de protões


(transducção de energia)

Dissipação de gradiente de protões através da


membrana (exergónico) acoplado a síntese de
ATP catalizado por ATPase (endergónico)
EXEMPLOS:
fosforilação oxidativa (respiração)
fotofosforilação
Produção de ATP por
FOSFORILAÇÃO A NÍVEL DE SUBSTRACTO

Substracto Enzyme
Fosforilado
alta energia
P P Adenosine
P
ADP

Produto P P P Adenosine

ATP

Cinase – catalisa transferência de grupo fosfato


Produção de ATP por
FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA
METABOLISMO
NO INTERIOR DAS CÉLULAS ANIMAIS

1. A energia libertada no catabolismo é conservada.


 criação (endotérmica) de ligação fosfoanidrido
SISTEMA DE MONONUCLEÓTIDOS DE ADENOSINA ATP / ADP (e outros)

 redução (endotérmica) de dinucleótidos


SISTEMA DE DINUCLEÓTIDOS FAD/FADH2 e NAD+ / NADH

criação (endotérmica)de gradiente de protões

2. Os passos termodinamicamente desfavoráveis são acoplados a reacções exotérmicas.


 Hidrólise ATP  ADP + Pi & oxidação dos dinucleótidos

3. O sistema ATP/ADP/Pi é central nas trocas energéticas


Hidrólise do ATP: a meio da tabela de energias

4. Há duas maneiras de produzir ATP:


 Acoplamento com hidrólise (exotérmica) de compostos fosfatados de alta energia
FOSFORILAÇÃO A NÍVEL DE SUBSTRACTO
(universal, mas pouco eficiente)

Acoplamento com quebra de gradiente protónico (exotérmica) através de membrana, gradiente esse
induzido por transferência direccionada de protões/electrões
FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA
(fonte principal de ATP nos organismos com CTE)

5. Os caminhos metabólicos são regulados


Catálise enzimática; compartimentação; ....
Sinopse simplificada do catabolismo nos organismos
heterotróficos aeróbicos multicelulares (ex, nós), part I
C6 H12O6 + 6 O2  6 CO2 + 6 H2O + 2800 kJ mol-1
ex: glucose
ADP ATP
Digestão (extracelular)

Glicólise &
Citosol

Ciclo de Krebs &


Matriz da mitocôndria

Respiração celular
Membrana interna da mitocôndria
Sinopse simplificada do catabolismo nos organismos
heterotróficos aeróbicos multicelulares (ex, nós), part II
Digestão
Produção de percursores

Glicólise &
- Produção de piruvato (C3)
Fosforilação a nível de substracto
Produção de ATP (pouca) 
mas pode ser a única em organismos anaeróbicos!

Ciclo de Krebs &


- Produção de dinucleótidos
reduzidos (endotérmico)
Fosforilação a nível de substracto
Produção de ATP (pouca)
Libertação de CO2

Transporte electrónico na cadeia


respiratória
-Re-oxidação de dinucleótidos
(exotérmica) acopladoa a
- produção de ATP (massiva)
Fosforilação oxidativa
Redução de O2 a H2O
BIOENERGÉTICA
Trocas energéticas envolvidas no metabolismo
Termodinâmica – funções de estado

Variação da Energia interna U numa transformação A  B:

∆U = UB – UA = (qin – qout) + (win – wout) <0

Variação da Entropia S numa transformação A  B:

∆S = (SB - SA) + (Sviz B – Sviz A) > 0

Qin Qout
sistema
Win Wout
Energia de Gibbs: função de estado independente da vizinhança

G= H – TS

∆G = ∆H - T∆S P,T constantes:

∆H = ∆U + P∆V ∆V = 0

∆G = ∆U - T∆S
Componente da energia total disponível para transformação em trabalho

Reacções químicas
Reacções redox
REACÇÕES QUÍMICAS

aA + bB  cC + dD

∆Gef = Gprodutos – Greagentes = ∆Gº + RT ln {[C]c [D]d} / {[A]a[B]b}


No equilíbrio, Gprodutos = Greagentes  ∆Gef = 0

CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS: G’ a pH = 7, H2O = 55M

∆G’ef = ∆G´º + RT ln {[Produtos]p / {[Reagentes]r}

SISTEMAS BIOLÓGICOS NÃO EQUILÍBRIO: ∆G’ef ≠ 0


...NAS CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS...

∆G’ef = 0  a reacção encontra-se em equilíbrio


a composição mantem-se inaltrada ao longo do tempo

∆G’ef < 0  a reacção ocorre expontaneamente no sentido


da formação dos produtos
Favorecida a reacção directa

∆G’ef > 0  a reacção ocorre expontaneamente no sentido


da formação dos reagentes
Favorecida a reacção inversa
∆G’º - variação da energia de Gibbs em condições padrão:

- [Reagentes] = [Produtos] = 1M
- P = 1Bar

VALORES TABELADOS

A temperatura não é uma condição padrão!!!


Quando não especificada, admite-se T = 298K (devidamente registada)
Condições padrão

∆Gº’tabelado = ∆G’ef quando [Prod] = [Reag] = 1M P = 1bar...

≈ ∆G’ef quando [Prod] = [Reag]

∆G’º = 0  quando [Prod] = [Reag], a reacção encontra-se em equilíbrio

∆G’º< 0  quando [Prod] = [Reag] a reacção ocorre expontaneamente


no sentido da formação dos produtos

∆G’º > 0  quando [Prod] = [Reag] a reacção ocorre expontaneamente


no sentido da formação dos reagentes

... A pH =7, 55M H2O


Equilíbrio: ∆G’ef = 0

∆G’ef = ∆G´º + RT ln {[Produtos]pequilíbrio / {[Reagentes]requilíbrio}

 0 = ∆G’º + RT ln {[Produtos]pequilíbrio / {[Reagentes]requilíbrio}

 ∆G´º = - RT ln Kequilíbrio
& ADP (to AMP)

R~P + H2O  R-OH + Pi

R~P~P + H2O  R~P + Pi + H+


REACÇÕES REDOX
e-

D + A  DOX + ARED
Produtos Reagentes
∆E’ef = Eprodutos – Ereagentes = ∆E’º - RT/nF ln {[Ared] [Dox] / [D] [A]}
n: nº de electrões trocados; F: constante de Faraday

...NAS CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS...

∆E’ef = 0  a reacção encontra-se em equilíbrio

∆E’ef > 0  a reacção ocorre expontaneamente no sentido directo

∆E’ef < 0  a reacção ocorre expontaneamente no sentido inverso


∆E’º - variação do potencial redox em condições padrão

Obtido a partir dos potenciais de redução em condições


padrão vs. eléctrodo padrão de hidrogénio (VALORES TABELADOS)

Dox + e  D E’ºDox / D

A + e  Ared E’ºA / Ared

E’º ↑  TENDÊNCIA PARA REDUÇÃO ↑


e-

D + A  DOX + ARED ∆E’º = E’ºA / Ared - E’ºDox / D

D  D(+) ox + e - E’ºDox / D oxida-se; troca de sinal

A + e  A(-) red E’ºA / Ared reduz-se; mantém sinal

...EM CONDIÇÕES PADRÃO & ...

∆E’º = 0  a reacção encontra-se em equilíbrio

∆E’º > 0  a reacção ocorre expontaneamente no sentido directo

∆E’º < 0  a reacção ocorre expontaneamente no sentido inverso


Equilíbrio: ∆E’ef = 0

∆E’ef = ∆E´º + RT/nF ln {[Produtos]equilíbrio / {[Reagentes]equilíbrio}

 0 = ∆E’º + RT/nF ln {[Produtos]equilíbrio / {[Reagentes]equilíbrio}

 ∆E´º = - RT/nF ln Kequilíbrio

∆G’º = -nF ∆E’º


Glucose + 6O2  6CO2 + 6H2O ∆Gº = -2840 kJ / mol
ADP + Pi  ATP + H2O ∆Gº = -30.5 kJ / mol

η ≈ 34% caminho metabólico central

Você também pode gostar