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ESTRATÉGIAS DE SUSTENTABILIDADE ADOTADAS

ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA
Com o objetivo de priorizar o bem estar dos funcionários no quesito conforto
térmico, para que eles pudessem trabalhar sem que houvesse a necessidade
de usar ar condicionado e consequentemente minimizar o consumo de energia
elétrica, o projeto colocou em prática as seguintes estratégias:
• Ventilação cruzada nos ambientes com ocupação prolongada;
• Ventilação por efeito chaminé no centro do edifício;
• Blocos de concreto celular de 15cm de espessura (condutibilidade
térmica de 0,16 W/mºK) em substituição aos tradicionais tijolos de
cerâmica de 9 furos (condutibilidade térmica de 0,90 W/mºK);
• Telhado verde com horta urbana;
• Brises externos verticais e horizontais.
Foi feita uma simulação energética para verificar o desempenho dessas
estratégias adotadas, e foi constatado que os usuários teriam conforto térmico
ao longo do ano, por mais de 88% das horas de ocupação da edificação.
Essa zona de conforto adotada foi definida pela norma americana ASHRAE 55-
2010, que determina a temperatura máxima (próxima de 25ºC) e mínima
(próxima de 17ºC). Para compensar esse conforto durante o período em que
não fosse totalmente possível que os usuários desfrutassem desse bem estar,
foram instalados ventiladores de teto.
Para desenvolver os modelos dos brises, foi feita uma análise da carta solar do
terreno. Foram observados os pontos de maior insolação e os brises foram
criados de acordo com a necessidade de sombreamento de cada fachada.

A cobertura do escritório é formada, além da própria laje, por uma camada de


7cm de EPS, 5cm de contrapiso de concreto, de manta asfáltica e mais ou
menos 30cm de substrato e vegetação do terraço jardim com horta.
A garagem é composta de estrutura metálica coberta com telha termoacústica,
por cima dessa estrutura foram assentados seixos de argila expandida.
A cobertura da área de descanso e da sala de gerência é feita da mesma forma
que a do escritório, a única diferença é na espessura de mais ou menos 5cm
do seu terraço-jardim, que por sua vez, não possui horta.
Garagem

Cobertura da
Cobertura caixa d’água
do
escritório Cobertura da área
de descanso e sala
de gerência

Dentro desse contexto de sustentabilidade, foi desenvolvida a envoltória da


edificação, com o propósito de assegurar a maior inércia térmica possível,
aproveitando os materiais disponíveis na região. Para isso foi usado o bloco de
concreto celular de 60x30cm.
LOCALIZAÇÃO E TRANSPORTE

Os usuários têm acesso ao transporte público com mais facilidade, uma vez
que a edificação possui três pontos de ônibus com distância de 400m.
Outro fator que privilegia a edificação, é o fato dela estar próxima de vários
estabelecimentos comerciais, que atendem às necessidades dos usuários,
como: padarias, farmácia, escola, igrejas, supermercado, mercearia,
restaurantes, dentre outros, colaborando para a redução do uso de veículos
automotivos para deslocamento.
O projeto foi criado com infraestrutura para despertar o interesse no uso de
bicicletas, tanto para os usuários, quanto para quem frequenta a edificação.
Dispõe de bicicletários dentro e fora da edificação e também de um vestiário. A
via arterial mais próxima possui ciclovias, proporcionando mais segurança e
mobilidade para os ciclistas.
USO RACIONAL DE ÁGUA

As estratégias para redução do consumo de água foram divididas em 4 etapas:

1) Consumo interno de água;

2) Demanda de água para irrigação;

3) Monitoramento detalhado e preciso do consumo durante a operação do


edifício;

4) Busca por uma fonte alternativa de água, para minimizar o consumo de água
potável, pois esta pode ser considerada uma água nobre, que houve demanda
de energia para ser tratada.
Com isso, foi possível o abastecimento dos vasos sanitários e a irrigação da
vegetação e uma previsão de economia de água interna de 59%, segundo
simulações e cálculos feitos para a certificação LEED v4. O modelo de
referência do LEED v4 considera que este projeto teria um consumo anual
médio de 48.312 L/ano para o uso de vasos sanitários, torneira e chuveiros.
Com todas essas estratégias postas em prática o consumo de água previsto
passou para 19.897 L/ano.

O tipo de irrigação adotado, resultou em uma economia prevista de 80% da


demanda de água. Isso tornou-se possível através da escolha de espécies
vegetais que necessitam de pouca água, da irrigação por gotejamento e do
aproveitamento da água de chuva.

Foram instalados 5 hidrômetros para o controle do consumo de água de chuva.


Assim, é possível realizar a medição do consumo de irrigação, vasos
sanitários, água quente e torneiras, todos de maneira individualizada. Além
disso, este sistema também favorece a identificação de falhas e vazamentos no
sistema, acelerando a sua manutenção.

Para o paisagismo, foram escolhidas espécies vegetais que se adaptassem ao


local, que necessitassem de poucos cuidados, baixo consumo de água, pouca
manutenção e que fossem fáceis de serem encontradas na região.

O uso de forração com grama foi evitado ao máximo, justamente por este tipo
de planta consumir muita água e exigir muita manutenção. Dos 138 m² de
vegetação, apenas em 9 m² foi utilizado esse tipo de forração.
Foi instalado um sistema de irrigação subterrâneo, para evitar perda de água
por evapotranspiração e possibilitasse que as raízes das plantas absorvessem
o máximo de água. Esse sistema de irrigação é automatizado para evitar que o
solo fique encharcado ou molhado demais e isso é controlado através de um
sensor de chuva e uma central de controle, que faz com que a rega só ocorra
se a planta realmente necessitar.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Para obter um menor consumo de energia elétrica, priorizou-se a Arquitetura


Bioclimática, como já foi explicado acima, aproveitando o máximo de luz e
ventilação natural, usando materiais com baixa absorção de calor, brises,
aquecimento solar de água, sensor de presença e lâmpadas de led e o uso de
uma fonte alternativa de geração de energia, que é um sistema de placas
fotovoltaicas, que produzem 74% de toda energia consumida na empresa. A
capitalização é feita por um inversor que organiza a distribuição da energia.

Mediante análise do desempenho energético, foi percebido que 88% das horas
trabalhadas dentro do edifício, não precisariam de ar condicionado e que
apenas 12% do tempo precisariam, portanto não faria sentido um investimento
nesse tipo de ventilação apenas para essa porcentagem. Então, esses 12%
seriam supridos com ventilador de teto.

Aliada a outras soluções propostas, essa foi uma das principais características
para que o edifício conseguisse essa economia, comparado a um edifício
tradicional. Seguindo os critérios estabelecidos pelo padrão americano
ASHRAE 90.1-2010, esse modelo tem potencial para consumir 1.207,7
KW/ano, contra 10.546,4 KW/ano do modelo de referência.

O projeto luminotécnico conta com 100% de lâmpadas LED e com baixíssima


densidade de potência de iluminação (DPI), 6 W/m².

Para evitar desperdícios de energia existem sensores de presença. Eis


algumas definições destes sensores:

 Para os ambientes internos há programação para desligamento


automático de todas as lâmpadas às 20h;
 Sensores de presença controlarão as lâmpadas nos ambientes de curta
permanência, halls, banheiros e escada;
 Cada posto de trabalho possui luminária individual com dispositivo de
acionamento tipo dimmer, para regulagem ideal da intensidade de luz
pelo usuário;
 O acionamento das luzes externas é feito através de fotocélulas e o seu
desligamento é automático, programado para as 23h.

A fim de tornar os ambientes mais claros e evitar o uso de lâmpadas por longos
períodos, houve uma preocupação com as tintas a serem utilizadas na
construção. Foram definidas tintas que irão garantir uma refletância de 85%
para o teto e 75% para as paredes. A escolha da cor e material do piso, por
sua vez, irá garantir uma refletância de 34%.
O relatório de simulação energética indicou que após as estratégias passivas de
redução de consumo de energia, o edifício teria um gasto de 4.851,7 KWh/ano.
O conjunto de 8 placas fotovoltaicas será capaz de produzir cerca de 3.644
KWh/ano. Sendo assim, o projeto prevê uma redução de 65% do consumo de
energia proveniente da concessionária, resultando em um consumo de apenas
1.207,7 KWh/ano. Considerando o modelo de referência do LEED, o projeto
alcançou 88% de economia de energia.
Do alto do prédio, a economia. A fim de evitar gastos de energia para o uso dos
chuveiros elétricos, foi empregado um sistema de aquecimento solar de água,
composto por 2 coletores solares e um boiler de 300 L. Esse sistema de
aquecimento de água atende apenas aos chuveiros.

Para garantir que a energia fosse oriunda de 100% de fontes renováveis,


houve a aquisição de 133 MWh de energia gerada em uma usina hidrelétrica
no Mato Grosso do Sul, para a parcela que não é suprida pelo sistema
fotovoltaico.

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