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Direito Penal IV – M2 1

ABANDONO INTELECTUAL – Art. 246

 Art. 205 da CF / Art. 1634, I do CC


 Bem Jurídico Tutelado
 Sujeito
I. Somente pais
II. Filhos em idade escolar 17796/15
III. A partir dos 4 anos
 Tipo Objetivo
I. Deixar + sem justa causa + prover instruçã o primá ria de filho
 Miserabilidade dos pais – justa causa?
 Educaçã o de menor em casa: tipicidade do art. 246.
 Tipo Objetivo: Dolo
 Consumaçã o: 2 correntes doutrinarias
I. Menor sem instruçã o por tempo juridicamente relevante (R S Cunha)
II. Ú ltimo dia de matricula da escola (R Greco)

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 A obrigação de ambos os pais em dar estudo para os filhos. Prevista na Constituição, no art. 205, e
no Código Civil, no art. 1634, I). Assim, considera-se crime deixar, sem justa causa, de prover
instrução primária à filha em idade escolar.
 Bem Jurídico Tutelado: Educaçã o dos filhos menores.
 Sujeito
I. Ativo: somente pais e responsá veis
II. Passivo: o filho menor, e a sociedade (pois espera-se a responsabilidade por parte
dos pais, na educaçã o).
 Tipo Objetivo: deixar sem justa causa (sem comprovar impossibilidade) + de prover +
instruçã o primá ria de filho em idade escolar.
 Miserabilidade dos pais nã o é justa causa por si só . Deve ser em levado em conta. É atenuante
(vulnerabilidade [+pobres] e culpabilidade [do Estado]). De per si, nã o é justa causa, pois para
ser, tem que ser aliado a outro problema.
 Educaçã o em casa continua sendo crime, configurando a tipicidade do art. 246, pois a Escola
proporciona acesso ao conhecimento e a socializaçã o, que sã o os pilares da educaçã o.
 Crime praticado por pais, mã es ou responsá veis por crianças (até 18 anos).
 Ocorre quando:
I. Deixar de fornecer ao filho, sem justa causa, educaçã o fundamental. Miserabilidade
por si só nã o se justifica, entretanto deve-se fazer uma verificaçã o no caso concreto
(ex.: indisponibilidade de transporte escolar pú blico).
II. Educaçã o Ministrada em casa, pois a educaçã o se baseia em 2 pilares:
conhecimento (técnico) e social (socializaçã o). A doutrina em sua maioria entende
que existe crime, pela falta de socializaçã o (Educaçã o Infantil)
 Tipo Subjetivo: dolo. Homo Medius (pessoa mais velha, nem muito inteligente, nem muito
tonga), tem que saber que a criança tem que ir para escola. O tipo penal nã o admite forma
culposa, apesar de ser possível (princípio da taxatividade: culposo deve ter previsã o expressa).
 Consumação: existem duas corrente correntes mais ou menos equiparadas.
I. Quando menor fica sem instruçã o por tempo juridicamente relevante (deve ser
definido no caso em concreto - Rogério Sanches Cunha).
II. Ú ltimo dia de matricula na escola – Rogério Greco. Essa é mais aceitá vel.
 Trata-se de açã o penal publica incondicionada, pois se trata de interesse do Estado.

EXERCICIO ILEGAL DA MEDICINA, ARTE DENTARIA E FARMACÊUTICA – Art. 282

 Bem Jurídico Tutelado: saú de pú blica


 Sujeito
I. Ativo: quem exerce sem qualificaçã o ou excedendo os limites
II. Passivo:

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 Tipo Objetivo: Exercer + ainda que gratuitamente + profissã o de médico, dentista ou


farmacêutico + sem autorizaçã o ou excedendo os limites.
 Exercer sem autorizaçã o: estudante que abre consultó rio médico.
 Exercer em excesso: Clinico geral que executa cirurgia neuroló gica.

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 Por tratar-se de crimes relacionados a profissões na área da saúde, são condutas graves.
 Bem Jurídico Tutelado: A saú de pú blica
 Sujeito
 Ativo: 1) Aquele que exerce sem nenhuma qualificaçã o ou qualificaçã o indevida; e 2)
Aquele que exerce excedendo seus limites, exercício excessivo.
 Passivo: A sociedade/Estado.
 Tipo Objetivo: Exercício (atender pelo menos 1 pessoa) + ainda que gratuitamente (irrelevante,
pois se protege a saúde) + profissõ es citadas (médico, dentista e farmacêutico) + sem
autorizaçã o* ou excedendo**.
 * Caso de estudante que abre consultó rio.
 ** Caso do clinico geral, que executa cirurgia neuroló gica (salvo em caso de necessidade, para
salvar a vida, em locais de difícil acesso, sendo assim excludente de ilicitude).
 Trata-se de açã o penal publica incondicionada, pois se trata de interesse da sociedade, que é
representada pelo Ministério Pú blico.

ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA – Art. 288

 Bem Jurídico Tutelado: paz pú blica


 Antigo crime de Quadrilha ou Bando
 Sujeito: Ativo / Passivo / Mínimo de 03 pessoas / inimputá veis contam?
 Tipo Objetivo: Associar-se + entre 3 ou mais pessoas + para fins específicos de cometer crime.
I. Somente da mesma espécie? Para Contravençã o ou atos imorais? Tipicidade?
 Requisitos: 1) reunir-se 2) em grupo 3) para determinado fim 4) com vinculaçã o só lida 5) por
tempo durá vel.
 Tipo Subjetivo: Dolo  Dolo específico  fim de praticar crimes
 Consumaçã o: 1) Quanto aos fundadores 2) Quanto aos pó steros.
 É delito autô nomo, bastando associar-se (STF).
 Membros Armados:
I. Basta um (Magalhã es Noronha e NH) / Maiores (Bento de Faria) / Depende desde
que cause terror (RS Cunha)
 Deleçã o Premiada Requisito: 1) deve ser integral 2) deve ser eficaz

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 Substitui o antigo crime quadrilha ou bando. A partir de 2013, mudou-se para associação
criminosa.
 Bem Jurídico Tutelado: A paz pú blica
 Sujeito
 Ativo: É um crime comum (pode ser praticado por qualquer pessoa), sendo um crime
chamado mú ltiplo (precisa de 3 ou mais pessoas para ocorrer)
 Passivo: A sociedade/Estado.
 Inimputá veis podem pratica-lo, desde junto deles, tenha ao menos 1 adulto.
 Tipo Objetivo: Associarem-se 3 ou mais pessoas para o fim especifico de cometer
crimes. Associar-se é uma reuniã o em grupo com alguma estabilidade.
 Requisitos: 1) reunir-se {estar junto} 2) em grupo 3) para determinado fim 4) com vinculaçã o
só lida 5) por tempo durá vel.
 Reuniã o é diferente de concurso de pessoas (que é situaçã o momentâ nea, nã o tendo ajuste
prévio, é XXX pra o ato e momento).
 Nã o há necessidade de serem crimes da mesma espécie.

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 Se o tipo penal cita infraçã o, inclui-se contravençã o. Entretanto, cita crime, sendo que pelo
princípio da taxatividade, somente valerá para o cometimento de crime.
 Tipo Subjetivo: Dolo, consistente na vontade consciente de se associarem, 3 ou mais pessoas,
para fins específicos de cometerem crime.
 Consumação: Ocorre quanto aos:
 Fundadores: Quando ocorre a convergência de vontades, ou seja, no momento da
adesã o de vontades.
 Pó steros: Quando aderem ao crime, ou seja, quando aderem ao feito.
 Segundo o STF e a doutrina, é crime de delito autô nomo.

RESISTÊNCIA – Art. 329

 Bem Jurídico Tutelado: Preservaçã o da autoridade. Prestigio da Administraçã o Pú blica.


 Sujeito:
I. Ativo: comum. Pode ser pessoa alheia a execuçã o do ato?
II. Passivo: Estado/Sociedade? Funcioná rio Publico.
 Tipo Objetivo:
I. Oposiçã o mediante agressã o
 Resistencia Ativa
 Exclui a Passiva
 Vis Absoluta – contra a pessoa
 Vis Absoluta – durante a execuçã o do mandado
II. Execuçã o de ato ilegal
 Ato Ilegal x ato injusto
III. Contra Funcioná rio Pú blico
 Tipo Subjetivo: Dolo. Vontade de se rebelar contra o ato legal.
 Consumaçã o: Pratica de violência para impedir realizaçã o do ato.
 Realizaçã o: exaurimento
 Resistencia Qualificada: Nã o realizaçã o do ato.

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 Bem Jurídico Tutelado: Visa proteger a preservaçã o da autoridade e o prestigio da


administraçã o pú blica, ou seja, o nome do judiciá rio. O Juiz determina o cumprimento do
mandado pelo oficial (com reforço policial, se necessá rio).
 Sujeito
 Ativo: É um crime comum (pode ser praticado por qualquer pessoa maior de 18 anos).
De acordo com LFG, terceiro alheio pode ser sujeito ativo (caso da mã e/pai que
interfere no cumprimento da ordem)
 Passivo: Funcioná rio Pú blico e Sociedade/Estado/Comunidade.
 Tipo Objetivo
 Oposição mediante agressão: tem que ser resistência ativa (agressã o física), nã o
podendo ser a passiva (fuga). Utiliza, de acordo com Nelson Hungria, Vis Absoluta,
contra a pessoa, durante a execuçã o do mandado. Apó s isso ocorrer, o crime já se
exauriu.
 Execução de ato legal: O ato tem que ser legal. Ato legal é previsto em lei, ou seja, a
autoridade competente emitiu, e esta formalmente legal. Entretanto o juiz nã o pode
emitir de oficio, dependendo de pedido do delegado ou do MP. Em caso de ato injusto,
cabe o direito do contraditó rio, de recurso, invalidando o ato. Contraditório diferido
é aquele feito apó s o ato. Contraditório simples feito durante o ato (debate no jú ri).
 Contra Funcionário Público: Designado para executar o ato.
 Abrimos mão de parte da liberdade para o Estado, o qual exerce o controle (até para prender). O
Estado dá ordens/comandos chamados mandado. Mandados podem ser cumpridos a partir das 6
horas. Ninguém pode ser compelido a produzir provas contra si mesmo. Para o ato, a presença é
facultativa. Segundo professor Ernani a Condução Coercitiva é inconstitucional.

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 1) Mandado de busca e apreensão: permite a autoridade entrar na casa da pessoa, das 6


horas, até as 18 horas. 2) Mandado de Prisão
 São cumpridos pelo agente estatal (policial/oficial de justiça), que são a longa manus do
juízo. No cumprimento do mandado, o conduzido pode não gostar da ação. Isso
desencadeia reação que pode ser educada ou agressiva. Quando ocorre de forma
exagerada, o direito tipifica. Autoridade (strito sensu), é quem dá a ordem, ou seja, o Juiz.
Autoridade (lato sensu???), seria quem cumpre a ordem, ou seja, o oficial ou policial.
 Tipo Subjetivo: Dolo. Vontade de se rebelar contra o ato legal.
 Consumação: prática da violência para impedir a realizaçã o do ato. Realizaçã o: Exaurimento.
 Resistencia qualificada: na realizaçã o do ato.

DESOBEDIÊNCIA – Art. 330

 Desobedecer a ordem legal de funcioná rio pú blico. Este crime é considerado de resistência
pacifica.
 Bem Jurídico Tutelado: Respeito ao Estado, a autoridade do Estado. Regular cumprimento da
ordem estatal.
 Sujeito:
I. Ativo: aquele que desobedece a ordem. É um crime comum, podendo ser
funcioná rio pú blico que se recusa a cumprir a ordem.
II. Passivo: A Sociedade/Estado, a autoridade que expediu a ordem (juiz), o agente
cumpridor (oficial/policia).
 Tipo Objetivo – Características
I. Que o funcioná rio determine uma ordem, e nã o um pedido ou solicitaçã o.
II. Essa ordem deve ser individualizada as pessoas. Pode ser para mais de uma
pessoa, desde que se consiga individualizar a pessoa.
III. Seja formalmente legal, nã o precisando necessariamente ser justa (Justiça x
legalidade – a ordem nã o precisa justa, mas tem que ser legal)
IV. Ordem emitida e executada por funcioná rio competente.
 Exemplos de Desobediência
I. Recusa ao cumprimento de um mandado judicial.
II. Recusa do médico em fornecer esclarecimentos a respeito de um paciente vitima
de crime.
 Delicta facto permanente: delito que deixa vestígio (lesã o corporal)
 Delicta facto transeunte: delito que nã o deixa vestígio (crimes contra a honra)
 Não são exemplos
I. Principio da nã o incriminaçã o – direito constitucional do cidadã o de ser tratado
como inocente. O Estado Democrá tico Constitucional de direito se baseia no
princípio da nã o culpabilidade (presunçã o de inocência), sendo o principio mais
importante. Se o agente é inocente, ele deve ser tratado como inocente. O cidadã o
inocente tem o direito de prova a inocência, e nã o a obrigaçã o. Essa obrigaçã o é do
Estado (MP). O Estado pode pedir, e nã o exigir a prova.
II. Nã o permitir produçã o de prova contra si mesmo (caso do bafô metro, cabelo,
sangue, esperma, etc.). Pode-se, mas nã o é obrigado a produzir prova. Já o estado
pode utilizar-se da prova desprezada (impressã o digital, saliva no copo do café).
 Contraditório:
I. Simples: ouve-se as duas partes e depois se decide.
II. Diferido: decide-se e depois se ouve as partes. É o contraditó rio apó s o ato
(mandado de prisã o, de buscas, etc). A autoridade já tomou a decisã o e já se
efetuou o ato, sendo que o exercício do contraditó rio ocorre somente apó s o ato.
 Tipo Subjetivo: Dolo. Desobediência é um crime de atitude passiva. Nã o é agressã o, pois é uma
negaçã o, ocorrendo de forma dolosa.
 Consumação: com desatendimento da ordem. Exemplo: Testemunha que informa o oficial de
justiça que nã o irá a audiência, o crime só se consuma quando a testemunha nã o se apresentar
no apregoamento. O desatendimento é quando a se recusa a cumprir ordem, no momento em
que o fato ocorre. Chamaram na hora da audiência e nã o respondeu ai está consumado.

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DESACATO – Art. 331

 Bem Jurídico Tutelado: Respeito aos servidores/estado.


 Sujeito:
I. Ativo: comum. Funcioná rio Publico pode ser sujeito ativo?
II. Passivo: Estado/Sociedade? Funcioná rio Pú blico.
 Tipo Objetivo: Menosprezar, humilhar, desprestigiar + servidor pú blico + por gestos, palavras,
etc + em razã o ou durante o exercício da funçã o.
 Tipo Subjetivo: Dolo. Intençã o de humilhar o servidor
 Consumaçã o: Momento em que o servidor toma conhecimento do ato ofensivo.
 Ira ou estado de exaltaçã o exclui o dolo?
 Deve ser na presença da vitima  tentado.
 Maioria doutrina
 Mirabete.

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 O processo é uma lide, ou seja, disputa entre as partes que tem interesses opostos. Isso gera
exaltação de ânimos. É necessário o acatamento das ordens do Estado, pois na vidae em
sociedade temos que ceder, e no caso de não ceder, ocorre o crime.
 Segundo Nelson Hungria, o desacato quebra o respeito social. Segundo Zafaroni quebra-se a
expectativa de comportamento social. Convivência com um “mínimo de respeito” é esperada da
sociedade, o que deve ocorrer, pois temos 700 mil presos, num universo de 220 milhões de
habitantes.
 Conceito: grosseira, falta de acatamento podendo consistir em palavras, ameaças, gestos
obscenos, gritos, etc. (NH).
 Bem Jurídico Tutelado: Respeito a pessoa do servidor, e respeito a pessoa que personifica o
Estado.
 Sensibilidade exagerada: mera critica não gera desacato. Critica a conduta não tipifica o crime.
Humilhar é diferente de criticar (NH). Para tipificar tem que ter a intenção de injuriar. Deve-se
diferenciar o crime de liberdade de expressão.
 Sujeito
 Ativo: qualquer pessoa. Servidor Pú blico pode ser sujeito ativo? Sã o três correntes:
 Nã o, pois o tipo penal nã o admite somente “extraneus”, ou seja, alguém de
fora.
 Sim, desde que seja servidor contra supervisor.
 Sim, independente de qualquer situaçã o – essa prevalece (RS Cunha, NH e
Pierangeli)
 Tipo Objetivo: Sã o elementos cumulativos: Menosprezar, humilhar, desprestigiar + servidor
pú blico (lato sensu) + por gestos, palavras, açõ es ou omissã o (LFG - recusar o cumprimento de
servidor na presença de vá rias pessoas) + em razã o ou durante o exercício da funçã o
 Tipo Subjetivo: Dolo. Intençã o de humilhar o servidor é apurada no caso em concreto.
 Segundo Rogério Sanches, ira ou estado de exaltaçã o nã o excluem o dolo.
 Consumação: no momento em que o servidor toma conhecimento da ofensa.
 Segundo Pierangeli, deve ser na presença da vítima. Seja na presença física, ou na presença
virtual, pois a vitima toma conhecimento em ambos os casos.
 Tentativa: Para a maioria da doutrina, nã o cabe. Entretanto para Mirabete, cabe.

BIGAMIA – Art. 235

 Bem Jurídico Tutelado: Ordem Jurídica / Casamento monogâ mico


 Sujeito:
I. Ativo: casado que convola novas nú pcias ou solteiro, viú vo, divorciado que
sabendo do impedimento, casa com ele.
II. Passivo: cô njuge inocente e a sociedade. Ou somente a sociedade

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 Tipo Objetivo: Contrair, convolar novas nú pcias


 Pressuposto objetivo: casamento anterior vá lido.
 Bigamia: Desde o 2º casamento
Se o 1º for nulo – declaraçã o de nulidade ex-tunc
 Morte do cô njuge, divó rcio, anulaçã o: possibilidade presunçã o.
 Quem deve provar? Réu ou MP?
 Casamento religioso (segundo)  bigamia
 Presunçã o: absoluta e relativa
 Tipo Subjetivo: dolo. Erro Justificá vel  excludente de tipicidade subjetiva  ô nus da prova 
Réu ou MP
 Consumaçã o: Conjunçã o carnal? Nã o. Ato libidinoso? Nã o. Declaraçã o de vontade? Sim
 Bigamia e Principio da consumaçã o: Atos palpamitó rios documentais  crime meio  bigamia
 crime fim.

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 Bem Jurídico Tutelado: a família monogâ mica, oriunda da religiã o judaica cristã, que prega o
casamento fiel entre o homem e a mulher. A monogamia é arraigada na nossa cultura. Assim
protege-se o casamento monogâ mico.
 Sujeito:
I. Ativo: Sã o 2 formas de acordo com Pierangeli:
 Bigamia pró pria: o casado que convola novas nú pcias.
 Bigamia Impropria: solteiro, viú vo, divorciado que sabendo do
impedimento, casa com ele.
II. Passivo: o cô njuge que foi enganado e traído, inocentemente, e a Sociedade (no
caso da bigamia pró pria). O estado e a sociedade no caso da bigamia impropria
 Tipo Objetivo: Contrair, convolar ou contratar novas nú pcias.
 Consumação: ocorre a consumaçã o quando da declaraçã o de vontades, ou seja, vontade livre e
espontâ nea (dizer sim no casamento civil). Nã o pode ter ocorrido por erro ou coaçã o.
 Pressuposto Objetivo: É necessá rio ter o casamento valido anterior. Se o 1º for nulo, nã o
existe bigamia. Ocorre o sobrestamento da açã o penal, ou seja, sendo nulo, ocorre a declaraçã o
de nulidade ex-tunc. Sobrestamento é a uma espécie de suspensã o (suspende-se a açã o penal,
até a decisã o no processo civil).
 Morte do cô njuge, divorcio, anulaçã o  anula a açã o penal? Presume-se?
Possibilidades de presunção:
 Absoluta Iuris et Jure: Nã o se pode contestar o resultado, é invencível. Ex.:
teste de paternidade que resulta positivo
 Relativa Iuris Tantum: Pode ser contestada. Ex.: jornada de trabalho em que se
“quebra” as alegaçõ es do réu, com prova testemunhal.
Presunção nã o é cabível no Direito Penal, ou seja, nã o existe nessa seara. Cabível somente em
bonam parte????
Sobrestamento é a suspensã o do processo crime, até a decisã o final de anulaçã o do
casamento. Isso ocorre na resposta (defesa) do réu.
 Casamento no religioso. É valido somente se registrado Cartó rio do Registro Civil.
 Erro Justificável: acredita-se que a pessoa desapareceu, e que nunca mais voltará (esteja
morta). Quando o cô njuge sobrevivente está casado novamente, aquele desaparecido, ressurge.
Assim trata-se de erro justificá vel.
Para Justificar:
o Açã o judicial em que se reconhece a ausência do cô njuge, judicialmente.
o Principio da razoabilidade
 Consumaçã o: Atos palpamitó rios documentais (uso de documentos falsos). Comete-se 2 crimes,
ou seja, o de bigamia e o de falsidade documental. Entretanto, pelo Principio da Consunçã o,
responde-se somente pelo crime de bigamia, pois a falsificaçã o documental é pressuposto para
o crime de bigamia.

INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO – Art. 236

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 Erro Essencial – Art. 1557 do CC: Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I. o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o
seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge
enganado; (Ex.: Erro quanto ao sexo do cônjuge)
II. a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne
insuportável a vida conjugal; (Ex.: condenação por homicídio, estupro, etc)
III. a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não
caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por
herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
Ex.: Impotência Coeundi (Não funfa) e Impotência Generandi (Não consegue gerar
filhos)
É um vício de consentimento. Segundo WBM erro é noçã o falsa da coisa. Diferente
é a ignorâ ncia, que vem de ignorar a situaçã o (nã o saber). Para o caso só interessa
o erro, porque está no tipo penal. Erro é algo grave, e está previsto no art. 1557 do
CC.
 Quando o outro contraente oculta impedimento que não seja casamento anterior e estão
ligadas as relações familiares – Art. 1521 do CC: Não podem casar: I - os ascendentes com os
descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com
quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais
ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do
adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou
tentativa de homicídio contra o seu consorte.
 Bem Jurídico Tutelado: Regularidade do casamento (RSC: instituiçã o do casamento e a
organizaçã o da família).
 Sujeito: (Segundo livro do RSC)
 Ativo: crime comum. É possível inclusive que seja praticado pelos 2 contraentes
simultaneamente, enganando um ao outro (dolo bilateral)
 Passivo: o Estado e o contraente enganado de boa fé.
 Tipo Objetivo: ocorre através de duas condutas:
I. Conduta referente ao art 1537 do CC. Engano sobre as qualidades da pessoa
II. Ocultar impedimento para contrair o matrimonio.
 Tipo Subjetivo: Dolo
 Consumação (RSC): com o casamento, nã o bastando somente o induzimento a erro ou
ocultaçã o do impedimento.
 Açã o Penal Privada Personalíssima !!! O ú nico caso no direito brasileiro. A titularidade da açã o
nã o se transmite aos sucessores, sendo a ú nica existente, apó s a revogaçã o do art. 240
(adultério).

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