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A obrigação de ambos os pais em dar estudo para os filhos. Prevista na Constituição, no art. 205, e
no Código Civil, no art. 1634, I). Assim, considera-se crime deixar, sem justa causa, de prover
instrução primária à filha em idade escolar.
Bem Jurídico Tutelado: Educaçã o dos filhos menores.
Sujeito
I. Ativo: somente pais e responsá veis
II. Passivo: o filho menor, e a sociedade (pois espera-se a responsabilidade por parte
dos pais, na educaçã o).
Tipo Objetivo: deixar sem justa causa (sem comprovar impossibilidade) + de prover +
instruçã o primá ria de filho em idade escolar.
Miserabilidade dos pais nã o é justa causa por si só . Deve ser em levado em conta. É atenuante
(vulnerabilidade [+pobres] e culpabilidade [do Estado]). De per si, nã o é justa causa, pois para
ser, tem que ser aliado a outro problema.
Educaçã o em casa continua sendo crime, configurando a tipicidade do art. 246, pois a Escola
proporciona acesso ao conhecimento e a socializaçã o, que sã o os pilares da educaçã o.
Crime praticado por pais, mã es ou responsá veis por crianças (até 18 anos).
Ocorre quando:
I. Deixar de fornecer ao filho, sem justa causa, educaçã o fundamental. Miserabilidade
por si só nã o se justifica, entretanto deve-se fazer uma verificaçã o no caso concreto
(ex.: indisponibilidade de transporte escolar pú blico).
II. Educaçã o Ministrada em casa, pois a educaçã o se baseia em 2 pilares:
conhecimento (técnico) e social (socializaçã o). A doutrina em sua maioria entende
que existe crime, pela falta de socializaçã o (Educaçã o Infantil)
Tipo Subjetivo: dolo. Homo Medius (pessoa mais velha, nem muito inteligente, nem muito
tonga), tem que saber que a criança tem que ir para escola. O tipo penal nã o admite forma
culposa, apesar de ser possível (princípio da taxatividade: culposo deve ter previsã o expressa).
Consumação: existem duas corrente correntes mais ou menos equiparadas.
I. Quando menor fica sem instruçã o por tempo juridicamente relevante (deve ser
definido no caso em concreto - Rogério Sanches Cunha).
II. Ú ltimo dia de matricula na escola – Rogério Greco. Essa é mais aceitá vel.
Trata-se de açã o penal publica incondicionada, pois se trata de interesse do Estado.
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Por tratar-se de crimes relacionados a profissões na área da saúde, são condutas graves.
Bem Jurídico Tutelado: A saú de pú blica
Sujeito
Ativo: 1) Aquele que exerce sem nenhuma qualificaçã o ou qualificaçã o indevida; e 2)
Aquele que exerce excedendo seus limites, exercício excessivo.
Passivo: A sociedade/Estado.
Tipo Objetivo: Exercício (atender pelo menos 1 pessoa) + ainda que gratuitamente (irrelevante,
pois se protege a saúde) + profissõ es citadas (médico, dentista e farmacêutico) + sem
autorizaçã o* ou excedendo**.
* Caso de estudante que abre consultó rio.
** Caso do clinico geral, que executa cirurgia neuroló gica (salvo em caso de necessidade, para
salvar a vida, em locais de difícil acesso, sendo assim excludente de ilicitude).
Trata-se de açã o penal publica incondicionada, pois se trata de interesse da sociedade, que é
representada pelo Ministério Pú blico.
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Substitui o antigo crime quadrilha ou bando. A partir de 2013, mudou-se para associação
criminosa.
Bem Jurídico Tutelado: A paz pú blica
Sujeito
Ativo: É um crime comum (pode ser praticado por qualquer pessoa), sendo um crime
chamado mú ltiplo (precisa de 3 ou mais pessoas para ocorrer)
Passivo: A sociedade/Estado.
Inimputá veis podem pratica-lo, desde junto deles, tenha ao menos 1 adulto.
Tipo Objetivo: Associarem-se 3 ou mais pessoas para o fim especifico de cometer
crimes. Associar-se é uma reuniã o em grupo com alguma estabilidade.
Requisitos: 1) reunir-se {estar junto} 2) em grupo 3) para determinado fim 4) com vinculaçã o
só lida 5) por tempo durá vel.
Reuniã o é diferente de concurso de pessoas (que é situaçã o momentâ nea, nã o tendo ajuste
prévio, é XXX pra o ato e momento).
Nã o há necessidade de serem crimes da mesma espécie.
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Direito Penal IV – M2 3
Se o tipo penal cita infraçã o, inclui-se contravençã o. Entretanto, cita crime, sendo que pelo
princípio da taxatividade, somente valerá para o cometimento de crime.
Tipo Subjetivo: Dolo, consistente na vontade consciente de se associarem, 3 ou mais pessoas,
para fins específicos de cometerem crime.
Consumação: Ocorre quanto aos:
Fundadores: Quando ocorre a convergência de vontades, ou seja, no momento da
adesã o de vontades.
Pó steros: Quando aderem ao crime, ou seja, quando aderem ao feito.
Segundo o STF e a doutrina, é crime de delito autô nomo.
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Desobedecer a ordem legal de funcioná rio pú blico. Este crime é considerado de resistência
pacifica.
Bem Jurídico Tutelado: Respeito ao Estado, a autoridade do Estado. Regular cumprimento da
ordem estatal.
Sujeito:
I. Ativo: aquele que desobedece a ordem. É um crime comum, podendo ser
funcioná rio pú blico que se recusa a cumprir a ordem.
II. Passivo: A Sociedade/Estado, a autoridade que expediu a ordem (juiz), o agente
cumpridor (oficial/policia).
Tipo Objetivo – Características
I. Que o funcioná rio determine uma ordem, e nã o um pedido ou solicitaçã o.
II. Essa ordem deve ser individualizada as pessoas. Pode ser para mais de uma
pessoa, desde que se consiga individualizar a pessoa.
III. Seja formalmente legal, nã o precisando necessariamente ser justa (Justiça x
legalidade – a ordem nã o precisa justa, mas tem que ser legal)
IV. Ordem emitida e executada por funcioná rio competente.
Exemplos de Desobediência
I. Recusa ao cumprimento de um mandado judicial.
II. Recusa do médico em fornecer esclarecimentos a respeito de um paciente vitima
de crime.
Delicta facto permanente: delito que deixa vestígio (lesã o corporal)
Delicta facto transeunte: delito que nã o deixa vestígio (crimes contra a honra)
Não são exemplos
I. Principio da nã o incriminaçã o – direito constitucional do cidadã o de ser tratado
como inocente. O Estado Democrá tico Constitucional de direito se baseia no
princípio da nã o culpabilidade (presunçã o de inocência), sendo o principio mais
importante. Se o agente é inocente, ele deve ser tratado como inocente. O cidadã o
inocente tem o direito de prova a inocência, e nã o a obrigaçã o. Essa obrigaçã o é do
Estado (MP). O Estado pode pedir, e nã o exigir a prova.
II. Nã o permitir produçã o de prova contra si mesmo (caso do bafô metro, cabelo,
sangue, esperma, etc.). Pode-se, mas nã o é obrigado a produzir prova. Já o estado
pode utilizar-se da prova desprezada (impressã o digital, saliva no copo do café).
Contraditório:
I. Simples: ouve-se as duas partes e depois se decide.
II. Diferido: decide-se e depois se ouve as partes. É o contraditó rio apó s o ato
(mandado de prisã o, de buscas, etc). A autoridade já tomou a decisã o e já se
efetuou o ato, sendo que o exercício do contraditó rio ocorre somente apó s o ato.
Tipo Subjetivo: Dolo. Desobediência é um crime de atitude passiva. Nã o é agressã o, pois é uma
negaçã o, ocorrendo de forma dolosa.
Consumação: com desatendimento da ordem. Exemplo: Testemunha que informa o oficial de
justiça que nã o irá a audiência, o crime só se consuma quando a testemunha nã o se apresentar
no apregoamento. O desatendimento é quando a se recusa a cumprir ordem, no momento em
que o fato ocorre. Chamaram na hora da audiência e nã o respondeu ai está consumado.
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Direito Penal IV – M2 5
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O processo é uma lide, ou seja, disputa entre as partes que tem interesses opostos. Isso gera
exaltação de ânimos. É necessário o acatamento das ordens do Estado, pois na vidae em
sociedade temos que ceder, e no caso de não ceder, ocorre o crime.
Segundo Nelson Hungria, o desacato quebra o respeito social. Segundo Zafaroni quebra-se a
expectativa de comportamento social. Convivência com um “mínimo de respeito” é esperada da
sociedade, o que deve ocorrer, pois temos 700 mil presos, num universo de 220 milhões de
habitantes.
Conceito: grosseira, falta de acatamento podendo consistir em palavras, ameaças, gestos
obscenos, gritos, etc. (NH).
Bem Jurídico Tutelado: Respeito a pessoa do servidor, e respeito a pessoa que personifica o
Estado.
Sensibilidade exagerada: mera critica não gera desacato. Critica a conduta não tipifica o crime.
Humilhar é diferente de criticar (NH). Para tipificar tem que ter a intenção de injuriar. Deve-se
diferenciar o crime de liberdade de expressão.
Sujeito
Ativo: qualquer pessoa. Servidor Pú blico pode ser sujeito ativo? Sã o três correntes:
Nã o, pois o tipo penal nã o admite somente “extraneus”, ou seja, alguém de
fora.
Sim, desde que seja servidor contra supervisor.
Sim, independente de qualquer situaçã o – essa prevalece (RS Cunha, NH e
Pierangeli)
Tipo Objetivo: Sã o elementos cumulativos: Menosprezar, humilhar, desprestigiar + servidor
pú blico (lato sensu) + por gestos, palavras, açõ es ou omissã o (LFG - recusar o cumprimento de
servidor na presença de vá rias pessoas) + em razã o ou durante o exercício da funçã o
Tipo Subjetivo: Dolo. Intençã o de humilhar o servidor é apurada no caso em concreto.
Segundo Rogério Sanches, ira ou estado de exaltaçã o nã o excluem o dolo.
Consumação: no momento em que o servidor toma conhecimento da ofensa.
Segundo Pierangeli, deve ser na presença da vítima. Seja na presença física, ou na presença
virtual, pois a vitima toma conhecimento em ambos os casos.
Tentativa: Para a maioria da doutrina, nã o cabe. Entretanto para Mirabete, cabe.
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Direito Penal IV – M2 6
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Bem Jurídico Tutelado: a família monogâ mica, oriunda da religiã o judaica cristã, que prega o
casamento fiel entre o homem e a mulher. A monogamia é arraigada na nossa cultura. Assim
protege-se o casamento monogâ mico.
Sujeito:
I. Ativo: Sã o 2 formas de acordo com Pierangeli:
Bigamia pró pria: o casado que convola novas nú pcias.
Bigamia Impropria: solteiro, viú vo, divorciado que sabendo do
impedimento, casa com ele.
II. Passivo: o cô njuge que foi enganado e traído, inocentemente, e a Sociedade (no
caso da bigamia pró pria). O estado e a sociedade no caso da bigamia impropria
Tipo Objetivo: Contrair, convolar ou contratar novas nú pcias.
Consumação: ocorre a consumaçã o quando da declaraçã o de vontades, ou seja, vontade livre e
espontâ nea (dizer sim no casamento civil). Nã o pode ter ocorrido por erro ou coaçã o.
Pressuposto Objetivo: É necessá rio ter o casamento valido anterior. Se o 1º for nulo, nã o
existe bigamia. Ocorre o sobrestamento da açã o penal, ou seja, sendo nulo, ocorre a declaraçã o
de nulidade ex-tunc. Sobrestamento é a uma espécie de suspensã o (suspende-se a açã o penal,
até a decisã o no processo civil).
Morte do cô njuge, divorcio, anulaçã o anula a açã o penal? Presume-se?
Possibilidades de presunção:
Absoluta Iuris et Jure: Nã o se pode contestar o resultado, é invencível. Ex.:
teste de paternidade que resulta positivo
Relativa Iuris Tantum: Pode ser contestada. Ex.: jornada de trabalho em que se
“quebra” as alegaçõ es do réu, com prova testemunhal.
Presunção nã o é cabível no Direito Penal, ou seja, nã o existe nessa seara. Cabível somente em
bonam parte????
Sobrestamento é a suspensã o do processo crime, até a decisã o final de anulaçã o do
casamento. Isso ocorre na resposta (defesa) do réu.
Casamento no religioso. É valido somente se registrado Cartó rio do Registro Civil.
Erro Justificável: acredita-se que a pessoa desapareceu, e que nunca mais voltará (esteja
morta). Quando o cô njuge sobrevivente está casado novamente, aquele desaparecido, ressurge.
Assim trata-se de erro justificá vel.
Para Justificar:
o Açã o judicial em que se reconhece a ausência do cô njuge, judicialmente.
o Principio da razoabilidade
Consumaçã o: Atos palpamitó rios documentais (uso de documentos falsos). Comete-se 2 crimes,
ou seja, o de bigamia e o de falsidade documental. Entretanto, pelo Principio da Consunçã o,
responde-se somente pelo crime de bigamia, pois a falsificaçã o documental é pressuposto para
o crime de bigamia.
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Erro Essencial – Art. 1557 do CC: Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I. o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o
seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge
enganado; (Ex.: Erro quanto ao sexo do cônjuge)
II. a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne
insuportável a vida conjugal; (Ex.: condenação por homicídio, estupro, etc)
III. a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não
caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por
herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
Ex.: Impotência Coeundi (Não funfa) e Impotência Generandi (Não consegue gerar
filhos)
É um vício de consentimento. Segundo WBM erro é noçã o falsa da coisa. Diferente
é a ignorâ ncia, que vem de ignorar a situaçã o (nã o saber). Para o caso só interessa
o erro, porque está no tipo penal. Erro é algo grave, e está previsto no art. 1557 do
CC.
Quando o outro contraente oculta impedimento que não seja casamento anterior e estão
ligadas as relações familiares – Art. 1521 do CC: Não podem casar: I - os ascendentes com os
descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com
quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais
ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do
adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou
tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Bem Jurídico Tutelado: Regularidade do casamento (RSC: instituiçã o do casamento e a
organizaçã o da família).
Sujeito: (Segundo livro do RSC)
Ativo: crime comum. É possível inclusive que seja praticado pelos 2 contraentes
simultaneamente, enganando um ao outro (dolo bilateral)
Passivo: o Estado e o contraente enganado de boa fé.
Tipo Objetivo: ocorre através de duas condutas:
I. Conduta referente ao art 1537 do CC. Engano sobre as qualidades da pessoa
II. Ocultar impedimento para contrair o matrimonio.
Tipo Subjetivo: Dolo
Consumação (RSC): com o casamento, nã o bastando somente o induzimento a erro ou
ocultaçã o do impedimento.
Açã o Penal Privada Personalíssima !!! O ú nico caso no direito brasileiro. A titularidade da açã o
nã o se transmite aos sucessores, sendo a ú nica existente, apó s a revogaçã o do art. 240
(adultério).
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