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Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri – Aula 02

Aula 02 – Pessoa Jurídica: conceito; classificação; começo e fim de sua


existência legal; desconsideração.

Sumário
1- Pessoas Jurídicas ........................................................................ 3
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1.1- Conceito de Pessoa Jurídica ...................................................... 3


1.2- Classificação das pessoas jurídicas ........................................... 3
1.3- Começo da existência legal das pessoas jurídicas .................... 7
1.4- Fim da existência legal das pessoas jurídicas ........................... 9
1.5- Associações .............................................................................. 9
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1.6- Sociedades ............................................................................. 12


1.7- Das fundações ........................................................................ 13
1.8- Partidos políticos .................................................................... 17
1.9- Organizações religiosas .......................................................... 17
1.10- EIRELI: empresa individual de responsabilidade limitada ...... 17
1.11- Desconsideração da personalidade jurídica ............................ 18
1.12- Grupos despersonalizados ou despersonificados .................... 20
1.13- Representação e responsabilidade da pessoa jurídica ............ 21
2- Domicílio Civil............................................................................ 24
2.1- Domicílio da Pessoa Natural ................................................... 25
2.2- Domicílio da Pessoa Jurídica ................................................... 29
3- Questões Propostas ................................................................... 31
4- Lista de exercícios ..................................................................... 52
5- Gabarito .................................................................................... 62

Bons estudos!
"Grandes realizações não são feitas por impulso,
mas por uma soma de pequenas realizações".
Vincent Van Gogh

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1- Pessoas Jurídicas

1.1- Conceito de Pessoa Jurídica

A pessoa jurídica é o conjunto de pessoas naturais ou de


patrimônios, que visa a consecução de certos fins, reconhecida pela ordem
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jurídica como sujeito de direitos e obrigações. Para existir, são necessários três
requisitos:
1) Organização de pessoas ou de bens;
2) Licitude de propósitos ou fins; e
3) Capacidade jurídica reconhecida por norma.
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Dessa forma, para que o ser humano possa atingir seus fins e objetivos
lícitos, ele se une a outros homens formando agrupamentos. A esses grupos a
lei atribui personalidade jurídica, capacitando-os a serem sujeitos de direitos e
de obrigações.
Nesse sentido é que surgem as pessoas jurídicas, também chamadas de
pessoas morais, pessoas coletivas, pessoas abstratas, pessoas místicas,
pessoas civis ou pessoas intelectuais.

1.2- Classificação das pessoas jurídicas

Vários são os critérios adotados para a classificação das pessoas jurídicas,


para fins de concurso, destaco os que seguem abaixo:

organizadas conforme a lei


nacionais brasileira, com sede de sua
administração no país
Quanto à
nacionaldade não poderá funcionar no país
sem autorização do Poder
estrangeiras Executivo, sujeitando-se aos
tribunais brasileiros, quanto
aos atos aqui praticados

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conjunto de pessoas que,


apenas coletivamente, goza de
universitas
certos direitos e os exerce por
personarum
meio de uma vontade única. Ex:
Quanto à associações e sociedades.
estrutura
interna
patrimônio personalizado
universitas
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destinado a um fim e que lhe dá


borum
unidade. Ex: fundações.

Além dessas, temos a classificação das pessoas jurídicas quanto às funções


e capacidade: as pessoas jurídicas são de direito público (interno – art. 41
do CC - ou externo – art. 42 do CC) e de direito privado.
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Fazendo um gráfico esquemático juntando as três classificações, temos,


basicamente, o seguinte:

A seguir vamos tratar de cada uma das pessoas jurídicas citadas:


1) As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO INTERNO são aquelas
cuja atuação se restringe aos interesses e limites territoriais do país. Podem ser
da Administração Direta (União, Estados, Distrito Federal, Territórios e
Municípios) ou da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas,
associações públicas e agências reguladoras).

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Pessoas Jurídicas de
Direito Público
Interno

Estados, autarquias, demais


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Distrito inclusive entidades


União Municípios de
Federal e associações
Territórios públicas caráter
público
criadas
por lei

A seguir temos alguns exemplos:


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- AUTARQUIAS: INSS, INCRA, INPI (Instituto Nacional de Propriedade


Industrial), IPHAN (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), USP,
Embratur, SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus),
CVM (Comissão de Valores Mobiliários), CADE (Conselho Administrativo
de Defesa Econômica);
- ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS: são consórcios públicos com personalidade
jurídica de direito público, por conjugarem esforços visando atingir uma
finalidade pública. Ex: COPATI (consórcio formado por municípios
cortados pelo rio Tibagi, no Paraná, com o fim de preservar esse rio);
- FUNDAÇÕES PÚBLICAS: surgem quando a lei individualiza um
patrimônio a partir de bens pertencentes a uma pessoa jurídica de direito
público, afetando-o à realização de um fim administrativo, e dotando-o
de organização adequada. Ex: FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo), FUNARTE (Fundação Nacional das Artes),
FUNASA (Fundação Centro Brasileiro para a Infância e Adlescência);
- AGÊNCIAS REGULADORAS: são autarquias federais especiais
incumbidas de normatizar, disciplinar e fiscalizar a prestação de certos
bens e serviços de grande interesse público por agentes econômicos
públicos e privados. Ex.: ANA (Agência Nacional de Águas), ANAC
(Agência Nacional de Aviação Civil), ANCINE (Agência Nacional do
Cinema), ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquáticos), ANATEL
(Agência Nacional de Telecomunicações), etc.

2) As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO são


regulamentadas pelo direito internacional e compreendem as nações
estrangeiras (Ex.: Itália, França, Alemanha, Uruguai, etc.) e as pessoas
regidas pelo direito internacional público tal como a Santa Sé, uniões
aduaneiras com o objetivo de facilitar o comércio exterior (Ex.: MERCOSUL,

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União Européia, etc) e organismos internacionais (Ex.: ONU, OEA, UNESCO,


FMI, INTERPOL, OIT, FAO – Food and Agriculture Organization, etc.).

Pessoas Jurídicas de Estados estrangeiros


Direito Público
Externo
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todas as pessoas que forem regidas


pelo direito internacional público

3) As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO são elencadas no art. 44


do Código Civil.
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associações

sociedades

fundações
Pessoas Jurídicas de
Direito Privado
organizações religiosas

partidos políticos

empresas individuais de
responsabilidade limitada

- CORPORAÇÕES: são caracterizadas pela existência de seus membros. Toda


corporação é representada por um grupo de pessoas (naturais ou jurídicas),
sendo que o patrimônio não é essencial. No Direito Romano, as corporações
eram conhecidas como universitas personarum, por representarem um
conjunto de pessoas. Têm por objetivo sempre o bem-estar de seus membros,
ou seja, existem para beneficiar os seus membros. O gênero corporações se
subdivide em duas espécies: as associações e as sociedades.
Tratemos de cada pessoa jurídica de direito privado mais adiante!!!

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1.3- Começo da existência legal das pessoas jurídicas

Estudamos que a personalidade civil da pessoa natural começa do


nascimento com vida. Mas, e quanto às pessoas jurídicas, quando começa sua
existência?
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Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado


com:
Inscrição do
autorização /
ato
aprovação do Poder
constitutivo
Executivo
no respectivo
(quando necessário) registro
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averbando-se no
registro todas as
alterações por que
passar o ato
constitutivo

Portanto, há duas fases na constituição da pessoa jurídica:

Elaboração do Contrato social ou estatuto social ou


ato constitutivo testamento ou escritura pública
Constituição
Pessoa Jurídica RPEM-registro público das empresas
mercantis
Registro do ato
constitutivo
RCPJ-registro civil das pessoas
jurídicas

Entretanto, algumas pessoas jurídicas necessitam de autorização do


Poder Executivo para terem a constituição e o funcionamento válidos. Temos
como exemplo as sociedades estrangeiras, as agências ou estabelecimento de
seguros, as caixas econômicas, as bolsas de valores, as cooperativas, etc.
Vale notar que há diferença entre o início da existência legal da pessoa
natural e da pessoa jurídica de direito privado:

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Pessoa Natural Pessoa Jurídica

Natureza declaratória Natureza constitutiva


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Personalidade: com o
Personalidade: com o registro
nascimento e antes do registro

E, o parágrafo único do artigo 45 acrescenta que:


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das PJ de direito por defeito do ato


privado respectivo
O direito de
anular a
constituição
contando o prazo da
decai em três (3) anos publicação de sua
inscrição no registro

Obs.: Para não esquecermos jamais esse prazo, lembrem-se desta dica: A
pessoa jurídica também precisa passar por “estágio probatório” de 3 anos.
Vimos que é necessário o registro para o começo da existência das
pessoas jurídicas de direito privado, o qual deve especificar o seguinte (art. 46):

a denominação, os fins, a sede, o tempo de


duração e o fundo social, quando houver

o nome e a individualização dos fundadores ou


instituidores, e dos diretores

o modo por que se administra e representa,


ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente
O registro
declarará:
se o ato constitutivo é reformável no tocante à
administração, e de que modo

se os membros respondem, ou não,


subsidiariamente, pelas obrigações sociais

as condições de extinção da pessoa jurídica e o


destino do seu patrimônio, nesse caso

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Obs.: É entendimento jurisprudencial que a pessoas jurídica poderá sofrer dano


moral. Tanto é que temos a Súmula nº 227 do STJ: “A pessoa jurídica pode
sofrer dano moral”.

1.4- Fim da existência legal das pessoas jurídicas


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Os mesmos fatores que dão origem a uma pessoa jurídica de direito


público, também podem acarretar o seu término. Dessa forma, extinguem-se
pela ocorrência de fatos históricos, por norma constitucional, lei especial
ou tratados internacionais.
Já a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado termina
através da dissolução (ato declaratório motivado por causas supervenientes à
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constituição da sociedade, oriundo de deliberação dos sócios, do Poder Judiciário


ou de autoridade administrativa, com a finalidade de fazer cessar as atividades)
e da liquidação (objetiva a desativação operacional da sociedade e a apuração
do ativo e passivo para posterior pagamento das dívidas e partilha do patrimônio
remanescente entre os sócios). Após estar encerrada a liquidação promove-se
o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica no respectivo registro. Caso a
pessoa jurídica esteja em funcionamento decorrente de autorização do Poder
Executivo, o seu término também pode ocorrer através de um ato
governamental que cassar a autorização para o funcionamento.

Art. 51 do CC - Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a


autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação,
até que esta se conclua.
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação
de sua dissolução.
§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que
couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da
pessoa jurídica.

1.5- Associações

Surgem quando não há um fim lucrativo ou intenção de dividir o


resultado, embora tenham patrimônio, formado por contribuição de seus
membros para a obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, religiosos,
beneficentes, recreativos, morais, etc. Entretanto, não perdem a categoria de
associação mesmo que realizem negócios para manter ou aumentar o seu
patrimônio, desde que não proporcionem ganho aos associados. (Ex.: APAE,
UNE, Associação de Pais e Mestres, Associação dos Advogados de São Paulo,
etc.).

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Então, conforme o art. 53 do CC:

que se
Constituem-se as pela união de organizem
associações pessoas para fins não
econômicos
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Obs.: Enunciado nº 534 da VI Jornada de Direito de Civil: “As associações


podem desenvolver atividade econômica, desde que não haja finalidade
lucrativa”. Assim, há certa crítica ao termo “econômico” utilizado no caput do
art. 53, pois seria um termo que abrangeria tanto uma atividade apenas
produtiva, mas econômica, quanto uma atividade econômica lucrativa. O
sentido mais correto, conforme a doutrina, seria interpretar os “fins não
econômicos” no sentido de “fins não lucrativos”.
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Destacamos, ainda que o parágrafo único desse artigo ressalta que “Não
há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos”, posto que não
possuem como fim a lucratividade. Os exemplos clássicos são os clubes de
futebol.
A seguir, temos o artigo 54, que dispõe sobre o que, sob pena de
nulidade, deve constar no estatuto das associações.

a denominação, os fins e a sede da


associação

os requisitos para a admissão, demissão


e exclusão dos associados

os direitos e deveres dos associados

Sob pena de
nulidade, o as fontes de recursos para sua manutenção
estatuto das
associações conterá:
o modo de constituição e de funcionamento
dos órgãos deliberativos

as condições para a alteração das


disposições estatutárias e para a dissolução

a forma de gestão administrativa e de


aprovação das respectivas contas

É importante atentar para o artigo 55, que dispõe que “Os associados
devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com

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vantagens especiais”. Um exemplo comum ocorre com os associados


criadores que reservam para si vantagens especiais, enquanto que os demais
associados terão iguais direitos.
O artigo 56 estabelece que “A qualidade de associado é intransmissível,
se o estatuto não dispuser o contrário”. E, conforme seu parágrafo único:
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Se o associado for na atribuição da


titular de quota ou a transferência qualidade de
fração ideal do daquela não associado ao
patrimônio da importará, de per si adquirente ou
associação ao herdeiro

salvo disposição
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diversa do estatuto

Assim, conclui-se que no silêncio do estatuto a qualidade de associado é


intransmissível, seja por ato inter vivos (ex.: doação) ou causa mortis
(testamento). Entretanto, é possível a transferência de quota ou fração ideal do
patrimônio da associação.
Além disso, de acordo com o artigo 57 do Código Civil, “A exclusão do
associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos
no estatuto”.
E, o artigo 58 estabelece que “Nenhum associado poderá ser impedido
de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não
ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto”. Na sequência,
esquematizamos os artigos 59 a 61 do Código Civil:

➢ Competência privativa da AGE:

Sendo exigido
Compete privativamente
deliberação da
à assembléia geral:
assembleia
especialmente
convocada para esse
fim, cujo quorum
será o estabelecido
no estatuto, bem
destituir os alterar o como os critérios de
administradores estatuto eleição dos
administradores.
o, bem como os
critérios de eleição
dos
➢ Convocação de órgãos deliberativos: administradores.
as deliberações
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A convocação dos órgãos garantido a 1/5 (um quinto)


deliberativos far-se-á na dos associados o direito de
forma do estatuto promovê-la

➢ Dissolução da associação:
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Dissolvida a
será destinado à
associação, o
entidade de fins não
remanescente
econômicos
do seu
designada no
patrimônio
estatuto
líquido
ou, omisso este, por
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depois de deduzidas, se for o deliberação dos


caso, as quotas ou frações associados, à instituição
ideais referidas no parágrafo municipal, estadual ou
único do art. 56 federal, de fins idênticos
ou semelhantes

O § 1° acrescenta que “Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por


deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do
remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o
respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da
associação”.
E o § 2° estabelece que “Não existindo no Município, no Estado, no
Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas
condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se
devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União”.

1.6- Sociedades

A SOCIEDADE é uma pessoa jurídica de direito privado constituída


por “pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou
serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos
resultados“ (art. 981, CC). Destaca-se que as sociedades podem possuir um ou
mais negócios determinados, ou seja, não estão obrigadas a exercer
exclusivamente somente uma atividade. Determinada loja de roupas pode ser
atacadista, mas também varejista.
De sua definição podemos observar que há um elemento abstrato e
subjetivo nas sociedades que é a intenção das pessoas de se unirem em
sociedade, aceitando os riscos e os lucros inerentes à atividade econômica. A
expressão que representa esta intenção, esta vontade, é a chamada “Affectio
Societatis” (ou animus contrahendi). Ressalta-se que a finalidade econômica
e a distribuição dos lucros é o que difere a sociedade (e a EIRELI) das demais

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pessoas jurídicas de direito privado. Vejamos um esquema gráfico para


assimilarmos melhor:

SOCIEDADE
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Partilha dos
Fins Pluralidade Affectio
resultados
econômicos de sócios Societatis
(lucros)

Por fim, cabe citarmos o art. 44, § 2º do CC:


Art. 44, § 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se
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subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte


Especial deste Código.

1.7- Das fundações


Quando falamos em fundações, é importante destacar dois itens:
patrimônio e finalidade. Conforme artigo 62 do Código Civil:

Para criar • por escritura pública ou testamento


uma
fundação, o • dotação especial de bens livres
seu • especificando o fim a que se destina,
instituidor • e declarando, se quiser, a maneira de
fará administrá-la

Dessa forma, o patrimônio da fundação é um conjunto de bens


personalizado para atender uma finalidade. Em relação à finalidade da
fundação, o parágrafo único desse artigo estabelece que:

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assistência social

cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e


artístico

educação

saúde
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segurança alimentar e nutricional


A fundação
somente
poderá defesa, preservação e conservação do meio ambiente e
constituir-se promoção do desenvolvimento sustentável
para fins de:
pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias
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alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção


e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos

promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos


direitos humanos

atividades religiosas

Percebe-se que a instituição da fundação é um ato solene que depende


de escritura pública ou testamento. Tais documentos deverão conter a
dotação de bens a serem transferidos para a fundação, assim como a
finalidade a que ela se destina.
Após a escritura pública ou o testamento, deve ocorrer a elaboração do
seu estatuto. Documento este que deve ser levado à apreciação do
Ministério Público (responsável por fiscalizar a fundação) para depois ocorrer
o registro no Cartório das Pessoas Jurídicas.
Dessa forma, concluímos que a instituição de uma fundação deve
atravessar as seguintes fases: dotação de bens livres (arts. 63 e 64, CC),
elaboração do estatuto (art. 65), aprovação do Estatuto pelo Ministério
Público e registro no Cartório do Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
❖ Fase da dotação de bens livres (arts. 63 e 64):

se de outro modo não


Quando insuficientes dispuser o instituidor incorporados em
para constituir a outra fundação que se
fundação, os bens a proponha a fim igual
ela destinados serão ou semelhante

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por negócio jurídico transferir-lhe a


entre vivos propriedade, ou
Constituída outro direito real,
a fundação sobre os bens dotados
o instituidor é
obrigado a
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e, se não o fizer,
serão registrados, em
nome dela, por
mandado judicial

❖ Fase da elaboração do estatuto (art. 65): pode ser própria (feita pelo
próprio instituidor) ou fiduciária (quando fica a cargo de alguém de
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confiança do instituidor). Caso a pessoa responsável pela elaboração do


estatuto não o faça no prazo estipulado, o encargo de elaborar o estatuto
caberá ao Ministério Público nos termos do art. 65 do CC;
❖ Fase da aprovação do estatuto pelo Ministério Público: sendo
elaborado pelo próprio instituidor ou pessoa de sua confiança, a
aprovação o estatuto fica a cargo do Ministério Público (MP), entretanto,
caso o MP não aprove, poderão passar pela apreciação do Juiz da
comarca, de forma subsidiária, para que a aprovação do MP seja suprida
pelo magistrado; no entanto, se o estatuto for elaborado pelo MP, sempre
deverá passa pela aprovação do juiz. Ressalta-se que o Ministério
Público é o órgão responsável por zelar pelas fundações. Isso está
definido no artigo 66 do Código Civil e seus parágrafos:

Velará pelas • o Ministério Público do Estado onde


fundações situadas

Se funcionarem no • caberá o encargo ao Ministério


Distrito Federal ou Público do Distrito Federal e
em Território Territórios

Se estenderem a
atividade por mais • caberá o encargo, em cada um deles,
de um Estado ao respectivo Ministério Público.

❖ Fase do registro no Cartório das Pessoas Jurídicas: após


ultrapassadas as fases anteriores, a fundação deverá ser registrada no
Cartório do Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
Pois bem, o que é necessário para alterar o estatuto de uma fundação?
Essa resposta pode ser encontrada no artigo 67 do Código Civil:

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Deliberação por dois terços dos competentes para


gerir e representar a fundação

Requisitos NÃO contrarie ou desvirtue o fim da fundação


Alteração
do estatuto
da fundação APROVAÇÃO pelo findo o qual ou no caso de o
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Ministério Público Ministério Público a denegar,


no prazo máximo de poderá o juiz supri-la, a
45 dias requerimento do interessado

Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime,


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os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do


Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para
impugná-la, se quiser, em dez dias, de acordo com o artigo 68 do Código Civil.
Por fim, o artigo 69 dispõe que “Tornando-se ilícita, impossível ou inútil
a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o
órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a
extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário
no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que
se proponha a fim igual ou semelhante”. Logo, as hipóteses de extinção da
fundação são as seguintes:
1. Quando vencer o prazo de sua duração (entretanto é raro, tendo em vista
que normalmente não se dispõe prazo de duração);
2. Quando se tornar ilícita a finalidade da fundação, o Ministério Público
poderá ingressar com uma ação visando à sua extinção; e
3. Quando se tornar impossível ou inútil a sua manutenção (a causa mais
comum, nessa hipótese, é o surgimento de dificuldades financeiras).

1. (VUNESP/Analista de Promotoria-MPE-SP/2015)
Havendo a extinção de uma fundação de direito privado, seu patrimônio será
a) incorporado a outra fundação, designada por juiz, que se proponha a fim
igual ou semelhante, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou
no estatuto.
b) vendido, e o que remanescer do seu patrimônio será devolvido à Fazenda do
Estado, do Distrito Federal ou da União.
c) vendido, e o valor apurado será rateado entre seus colaboradores, salvo
disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto.

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d) incorporado ao patrimônio do Ministério Público estadual, para a obtenção


de recursos para a fiscalização de outras fundações.
e) destinado à entidade de fins não econômicos, designada no estatuto, ou,
omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal,
estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
Comentários
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Letra “a”. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a


fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público,
ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu
patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto,
em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou
semelhante (Art. 69).
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Gabarito1: A

1.8- Partidos políticos

São associações civis defensoras do interesse do regime democrático, da


autenticidade do sistema representativo e dos direitos fundamentais definidos
na Constituição Federal de 1988. Sua organização e seu funcionamento são
regulados por lei específica (Lei 9.096/95).
Art. 44, § 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão
conforme o disposto em lei específica.

1.9- Organizações religiosas

Também têm natureza de associação. Além disso, a criação, a


organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações
religiosas são livres, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento
ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
Art. 44, § 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e
o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder
público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e
necessários ao seu funcionamento.

1.10- EIRELI: empresa individual de responsabilidade limitada

A empresa individual de responsabilidade limitada, EIRELI, foi criada pela


lei nº 12.441/2011 como nova forma de organização do empresário
individual; não é um novo tipo de sociedade, ok? Ela foi inserida no art.
980-A do CC e o seu estudo é objeto do Direito Empresarial. Vejamos então,
por ora, suas características de forma esquematizada:

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Pessoa Jurídica de Inscrição no registro


Direito Privado (art. 44,CC) competente: RPEM ou RCPJ

Titular de todo o capital social


Constituída por única
pessoa
Pessoa Natural ou Jurídica
EIRELI
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Totalmente integralizado
Capital social
Não inferior a 100 salários-
mínimos vigente

Firma ou Denominação +
Nome empresarial
"EIRELI"
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1.11- Desconsideração da personalidade jurídica

Como podemos observar, a personalidade jurídica é um instituto


característico da pessoa jurídica, sendo adquirida quando da sua constituição
regular. A partir de sua personalidade jurídica, o ente jurídico pode adquirir
direitos e contrair obrigações. Desta forma, em consequência, fica caracterizado
o chamado princípio da autonomia patrimonial, pelo qual a pessoa jurídica
é detentora de patrimônio próprio, o qual não se confunde com o patrimônio
das pessoas responsáveis por suas atividades.
Todavia, no intuito de evitar o uso indevido da personalidade jurídica, em
certas circunstâncias, a regra da separação patrimonial poderá ser afastada
momentaneamente por meio da aplicação da chamada Teoria da
Desconsideração da Personalidade Jurídica ou disregard doctrine.
Assim, existem determinados casos (exceções!) aos quais poderá ser invocada
a desconsiderada a personalidade jurídica para atingir os bens dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica, conforme previsto no artigo 50 do
Código Civil.

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desvio de finalidade
caracterizado
por
confusão patrimonial
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que os efeitos de certas e


determinadas relações de
Em caso de
pode o juiz obrigações sejam estendidos
abuso da
decidir aos bens particulares dos
personalidade
administradores ou sócios
jurídica
da pessoa jurídica
a requerimento
da parte
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OU
quando lhe
do Ministério
couber intervir
Público
no processo

Em resumo, temos que:

Desvio de Finalidade (Ex.:


fundação que objetiva o lucro)
Abuso da
personalidade
Confusão Patrimonial (Ex.:
Desconsideração celebra contrato particular)
da personalidade
jurídica - CÓDIGO
CIVIL Requerimento de parte ou do
MP
Decisão
Judicial
Obrigações estendidas aos
sócios ou administradores

A teoria da desconsideração da personalidade jurídica também pode ser


conhecida como disregard doctrine. Assim, a Teoria da Desconsideração da
Personalidade Jurídica implica o afastamento temporário da personalidade
jurídica, com a finalidade de alcançar e responsabilizar diretamente os
administradores ou sócios pelas obrigações sociais e satisfazer os credores.
Vale mencionar que a teoria da desconsideração da personalidade jurídica
é uma medida de exceção, a ser utilizada apenas nas hipóteses específicas, isto
é, ela deve ser aplicada nos casos onde os sócios/administradores se
valeram da autonomia patrimonial da sociedade para a prática de atos
com abuso de poder ou fraude.

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Ressalta-se, todavia, que a aplicação da desconsideração da


personalidade jurídica não extingue a pessoa jurídica, que continuará a existir
após a adoção das medidas necessárias ao combate dos danos causados pelo
abuso da personalidade jurídica.
Por fim, a teoria da desconsideração da personalidade jurídica está positivada
nos seguintes diplomas legais, além do já tratado art. 50 do CC: Código de
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Defesa do Consumidor (Lei nº. 8.078/90), Lei nº 12.529/11 (dispõe sobre o


Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e a preservação e a repressão às
infrações contra a ordem econômica) e na Lei nº 9.605/98 (dispõe sobre as
sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente).
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1.12- Grupos despersonalizados ou despersonificados

Nem todo grupo social constituído para a execução de uma atividade é


dotado de personalidade. Apesar de alguns grupos possuírem características
peculiares à pessoa jurídica, lhes faltam requisitos indispensáveis à
personificação. Os principais são os seguintes:
- Família: apesar de ser a base da sociedade, não tem legitimidade ativa ou
passiva no campo processual;
- Espólio: é o conjunto de bens formado com a morte de alguém. Tal ente
possui legitimidade, devendo ser representado pelo inventariante, entretanto,
não deve ser considerado pessoa jurídica;
- Herança jacente ou vacante: caso a pessoa faleça e não deixe sucessores,
os seus bens serão destinados ao poder público e, da mesma forma que o
espólio, tal conjunto de bens não pode ser considerado pessoa jurídica;
- Massa falida: é o conjunto de bens formado com a decretação de falência de
uma pessoa jurídica, sendo que não constitui uma pessoa jurídica pois
representa uma simples arrecadação de coisas e direitos;
- Sociedade de fato: são empresas que não possuem estatuto ou contrato
social e, por isso, não foram registradas;
- Sociedades irregulares: é o ente constituído por uma empresa que possui
estatuto ou contrato social, entretanto tal documento não foi registrado na Junta
Comercial estadual, tal como ocorre com a sociedade em comum e a sociedade
em conta de participação;
- Condomínio: para alguns doutrinadores, o condomínio edilício constitui uma
pessoa jurídica, tanto que pode ter inscrição no CNPJ, para outros doutrinadores
não constitui pessoa jurídica.
E se cair na prova perguntando se o condomínio é ou não pessoa jurídica?
A tendência moderna tem sido aceitar o condomínio como pessoa jurídica
(com personalidade jurídica), em decorrência dos enunciados 90 e 246,
respectivamente, das I e III Jornadas de Direito Civil:

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Enunciado 90 – Art. 1.331: Deve ser reconhecida personalidade jurídica ao


condomínio edilício nas relações jurídicas inerentes às atividades de seu
peculiar interesse. (Alterado pelo En. 246 da III Jornada).
Enunciado 246 – Art. 1.331: Fica alterado o Enunciado n. 90, com
supressão da parte final: “nas relações jurídicas inerentes às atividades de
seu peculiar interesse”. Prevalece o texto: “Deve ser reconhecida
personalidade jurídica ao condomínio edilício”.
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1.13- Representação e responsabilidade da pessoa jurídica

Estudamos que a capacidade da pessoa jurídica decorre de sua


personalidade reconhecida pela ordem pública no momento de seu registro.
Entretanto, por ser uma instituição jurídica, ela necessita de uma pessoa natural
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para representá-la ativa e passivamente, exteriorizando sua vontade nos atos


judiciais e extrajudiciais que participar.
Em se tratando de pessoa jurídica de direito público interno, (art. 75 do
NCPC) temos o seguinte no que tange à representação:
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante
órgão vinculado;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do
ente federado designar;
V - a massa falida, pelo administrador judicial;
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII - o espólio, pelo inventariante;
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos
designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem
personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus
bens;
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou
administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;

No tocante às demais pessoas jurídicas em regra, o representante é


indicado no estatuto. Caso haja omissão de tal indicação a pessoa jurídica será
representada pelos seus diretores. Entretanto, os atos dos administradores,
quando exercidos dentro dos limites definidos no estatuto também obrigam a
pessoa jurídica (art. 47 do CC).
Art. 47 do CC - Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores,
exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.

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Caso tais administradores pratiquem desvio ou excesso de poder,


deverão responder pessoalmente com o seu patrimônio pelos atos lesivos
causados às pessoas com quem celebraram negócios.
Caso a pessoa jurídica tenha administração coletiva (gerência
colegiada), em regra, as decisões deverão ser tomadas por metade dos votos
dos presentes mais um, nos termos do art. 48 do CC.
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Art. 48 do CC - Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as


decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato
constitutivo dispuser de modo diverso.

Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a


que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem
eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
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Em se tratando de sociedade, serão necessários votos correspondentes a


mais da metade do capital social da empresa. Já o parágrafo único do dispositivo
acima prevê a possibilidade de anulação de decisão contrária à lei e ao estatuto,
ou eivada de vício de consentimento ou social.
Pelo fato da pessoa jurídica precisar ser representada, ativa ou
passivamente, em juízo ou fora dele, deverá ser administrada, em regra, por
quem o estatuto designar. Porém, se a administração da pessoa jurídica vier a
faltar, caracterizando uma vacância geral, então o magistrado, nos termos do
art. 49 do CC, deverá nomear um administrador provisório.
Art. 49 do CC - Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz,
a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador
provisório.

Sabe-se, porém, que independentemente da pessoa jurídica, ser


representada por seus diretores ou por quem conste em seus estatutos ou
contrato social, poderá (aquela por intermédio destes), outorgar poderes para
terceira pessoa (mandatário), praticar atos e administrar interesses em seu
nome (pessoa jurídica). No mandato, o mandatário atua por conta e ordem do
representado.
Dessa forma, a agilidade do mundo dos negócios impede muitas vezes
que os representantes legais estejam presentes a todos os atos, fazendo, na
maioria das vezes, se representar por mandatário especialmente nomeado.
Assim como a pessoa natural pode nomear mandatário para a
administração de seus bens e interesses, como, por exemplo, alguém que
passará longo período fora do país, a pessoa jurídica, com muito mais razão,
também pode usar do mesmo instituto. Há de se ressaltar que não podemos
confundir a figura da representação com a figura do preposto, apesar de que a
pessoa jurídica tem a faculdade de fazer-se representar em juízo tanto por
intermédio de preposto (funcionário credenciado), como por intermédio de
mandatário (não-funcionário).

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Sobre a responsabilização da pessoa jurídica temos que ela pode ser


penal e civil. A responsabilização penal é prevista na legislação
infraconstitucional através da Lei 9.605/1998 que trata dos crimes ambientais.
No caso em questão será responsabilizada tanto a pessoa jurídica como a
pessoa física pela qual se exteriorizou o ato danoso. Sobre a responsabilidade
civil, vamos dividi-las em duas:
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1) Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado.


No âmbito civil a responsabilidade da pessoa jurídica pode ser contratual
(decorrente de um contrato) ou extracontratual/aquiliana (decorrente de um
delito). Veremos o assunto com mais detalhes na aula de ato ilícito.
Ressalta-se que toda pessoa jurídica de direito privado, tendo ou não
finalidade lucrativa, responde pelos danos causados a terceiros, qualquer que
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seja a sua natureza e os seus fins.


2) Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público interno.
O assunto encontra-se positivado no art. 43 do CC:
Art. 43 do CC - As pessoas jurídicas de direito público interno são
civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade
causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

No artigo em questão está consagrada responsabilidade civil objetiva


onde a indenização estatal e cabível na hipótese de danos causados por
comportamentos dos funcionários, a direitos de particulares, bastando a
comprovação da existência de prejuízo.
Por força do art. 37, § 6º da CF, as pessoas jurídicas de direito público e
as de direito privado prestadoras de serviços públicos, respondem pelos danos
que seus funcionários causem a terceiro, sem distinção da categoria do ato, seja
comissivo ou omissivo; entretanto, é cabível ação regressiva contra o agente
público, quando tiver havido culpa deste, de modo a não ser o patrimônio
público desfalcado por sua conduta.

2. (CONSULPLAN/ Titular de Serviços de Notas e de


Registros – Remoção-TJ-MG/2016) Quanto ao regime da pessoa jurídica,
marque a afirmação INCORRETA.
a) As sociedades são grupos de pessoas que se reúnem para realização de
empreendimento qualquer. São, assim, pessoas colegiadas, podendo ser
simples ou empresária.
b) As fundações públicas são patrimônio público ao qual a lei confere
personalidade. São, por isso, pessoas não colegiadas.

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c) As fundações privadas são constituídas por acervo patrimonial particular, ao


qual a lei confere personalidade, daí serem pessoas não colegiadas.
d) Empresa pública tem natureza peculiar, em nenhuma hipótese aceitando a
forma não colegiada, e são pessoas jurídicas de Direito Público.
Comentários
Letra “d”. Há dois erros nesta afirmativa. O primeiro erro está em dizer que a
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empresa pública não aceita a forma não colegiada. Bem, quando dizemos que
uma pessoa jurídica tem a forma colegiada significa que ela é constituída por
mais de uma individualidade, por um grupo de pessoas que a lei atribui
personalidade jurídica. Exemplo: associação e sociedade. E, ao contrário,
quando possui a forma não colegiada significa que ela é formada apenas por
uma individualidade, por uma pessoa – é unipessoal, representando um
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conjunto de bens (patrimônio) personalizado. Exemplo: as fundações.


Assim, a empresa pública é um tipo de sociedade caracterizada pela totalidade
do capital social nas mãos do poder público (União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios). Normalmente, a empresa pública é constituída pelo capital social
pertencente apenas a uma individualidade, pessoa, ente público – é um
patrimônio personalizado. Exemplo: Caixa Econômica Federal. No entanto, é
possível que uma empresa pública pertença ao mesmo tempo à União e a um
determinado ente federado, ok? Logo, a empresa pública poderá ter a forma
colegiada ou não colegiada, podendo assumir qualquer forma jurídica, inclusive
de sociedade unipessoal. Bem, o segundo erro está em dizer que a empresa
pública é uma pessoa jurídica de direito público, quando, na verdade, é uma
pessoa jurídica de direito privado, integrante da administração indireta, criada
para a exploração de atividades econômicas ou para a prestação de serviços
públicos. No mais, segundo a definição do art. 5º, II, Decreto-lei nº 200/67, a
empresa pública é pessoa jurídica de direito privado que admite qualquer forma
societária, inclusive de sociedade unipessoal.
a) Correta. Segundo o Art. 981 do CC, “Celebram contrato de sociedade as
pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços,
para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados”.
Portanto, são pessoas colegiadas e podem ser de natureza simples ou
empresária. No entanto, vale lembrar que existe a previsão de sociedade
unipessoal, como a subsidiária integral (Art. 251, Lei nº 6.404/76).
b) e c) Corretas. Conforme os comentários na letra “d”. Lembrando, apenas,
que as fundações podem ser públicas ou privadas.
Gabarito2: D

2- Domicílio Civil

Uma das características que individualiza a pessoa é o seu domicílio. Já


estudamos conceitos e características relativos às pessoas naturais e às pessoas
jurídicas. Veremos a seguir o que constitui domicílio para cada uma delas.

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2.1- Domicílio da Pessoa Natural


O domicílio é a sede jurídica da pessoa, onde ela se presume presente
para efeitos de direito. Ou seja, é o local onde a pessoa pratica habitualmente
seus atos e negócios jurídicos e, consequentemente, onde responde por suas
obrigações.
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Para chegarmos ao conceito de domicílio é necessário entendermos a


diferença entre morada, residência e domicílio.

•é o lugar onde a pessoa é encontrada. O normal é a


Morada idéia do recolhimento. Local onde é encontrada para
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dormir ou pernoite.

•é a morada habitual. É o local onde a pessoa é


Residência encontrada habitualmente. Ex: Casa de praia.

•é a residência com ânimo definitivo (vontade de


permanecer). Não é residência eterna. É o local onde a pessoa
é encontrada habitualmente e não sabe quando vai sair. A
Domicílio pessoa pode até não ter vontade de permanecer, mas enquanto
ela permanecer de modo habitual é domicílio, (Ex.: morar em
um bairro que não gosta).

Conclui-se que o conceito de morada é menor que o de residência que é


menor que o de domicílio, podendo ser feita a seguinte representação gráfica:

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Domicílio

Residência
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Morada
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Há duas espécies de domicílio para a pessoa natural: voluntário e


necessário (ou legal).

Comum ou geral. Elementos


objetivos (residência) e subjetivo
(ânimo definitivo)
Pessoa natural

Voluntário
DOMICÍLIO

Especial - contratantes
estabelecem um local (foro) para
cumprimento de obrigações ou
para dirimir controvérsias.

Incapaz, servidor público,


Necessário ou legal
militar, marítimo, preso

Esquematizamos a seguir os artigos 70 a 73 do Código Civil, que definem


o que constitui o domicílio vonluntário para a pessoa natural.

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é o lugar onde ela estabelece a


sua residência com ânimo
Domicílio da definitivo
pessoal
natural
Se, porém, a pessoa natural tiver considerar-se-á
diversas residências onde, domicílio seu
alternadamente, viva qualquer delas
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o lugar onde
esta é
exercida

Se forem em
quanto às lugares
É também
relações diversos
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domicílio da
concernentes
pessoa natural
à profissão
cada um
deles
não tiver o lugar onde constituirá
residencia for domiícilio
habitual encontrada (para as relações
que lhe
corresponderem)

Portanto, o domicílio voluntário “...é o lugar onde ela estabelece a sua


residência com ânimo definitivo” (art. 70).
Dessa forma, se uma pessoa vai passar o mês de férias em uma casa de
praia o domicílio não estará sendo mudado, pois, como se trata de uma situação
temporária, falta a intenção de permanecer definitivamente no local.
Art. 71 do CC - Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
(PLURALIDADE DE DOMICÍLIOS)
No artigo 71, o Código Civil consagra a pluralidade domiciliar, ou seja, é
possível que uma pessoa tenha mais de um domicílio. Como exemplo, temos a
pessoa que fica durante a semana no Rio de Janeiro e todo final de semana vai
para São Paulo. Tal pessoa possui duas residências habituais e, nesse caso, a
lei estipulou que quando a pessoa possui mais de uma residência, qualquer uma
delas serve como domicílio.
Art. 72 do CC -É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações
concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. (DOMICÍLIO
PROFISSIONAL)
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada
um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
(PLURALIDADE DE DOMICÍLIOS PROFISSIONAIS)
Além do domicílio escolhido livremente pela pessoa ao fixar residência
com ânimo definitivo, no artigo 72 do Código Civil criou-se a possibilidade da

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pessoa ter como domicílio o local relacionado com o seu trabalho. A situação é
exemplificada pelas pessoas que trabalham em grandes centros e moram em
cidades satélites, tal como a pessoa que mora na cidade de São Caetano-SP e
trabalha na cidade de São Paulo-SP (capital).
Art. 73 do CC - Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha
residência habitual, o lugar onde for encontrada. (AUSÊNCIA DE
RESIDÊNCIA)
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Todos possuem domicílio, inclusive aqueles que não têm residência.


Dessa forma, o domicílio dos ciganos, dos artistas de circo (circenses) e do
cacheiro viajante é o local onde forem encontrados.
Art. 74 do CC - Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a
intenção manifesta de o mudar.
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Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às


municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais
declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a
acompanharem.

No artigo 74 do Código Civil está prevista a forma para uma pessoa mudar
o seu domicílio.
Por fim, quando ao domicílio voluntário especial, o art. 78 estabelece
que:
Art. 78 do CC - Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar
domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles
resultantes.

Existem ainda casos que o domicílio da pessoa é determinado pela lei. O


artigo 76 do Código Civil trata de quais são as pessoas que têm domicílio
necessário ou legal, e seu parágrafo único estabelece qual é o domicílio de
cada uma delas, conforme exposto a seguir.

é o do seu representante ou
incapaz
assistente

servidor lugar em que exercer


público permanentemente suas funções

onde servir, e, sendo da Marinha ou da


Domicílio Aeronáutica, a sede do comando a
necessário militar
que se encontrar imediatamente
subordinado

marítimo onde o navio estiver matriculado

preso lugar em que cumprir a sentença

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Obs.: Macete utilizado pelos “concurseiros”: SIM PM (servidor, incapaz, militar,


preso e marítimo).

De acordo com ao artigo 77, “O agente diplomático do Brasil, que,


citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no
país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último
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ponto do território brasileiro onde o teve”.

- Todas as pessoas possuem domicílio.


- O Código Civil adota a teoria da pluralidade
domiciliar.
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- Para o preso ter domicílio necessário de


haver uma sentença condenatória transitada
em julgado.

2.2- Domicílio da Pessoa Jurídica


Esquematizamos a seguir o artigo 75 do Código Civil, que define o que
constitui domicílio para as pessoas jurídicas.

da União ==> o Distrito Federal

dos Estados e Territórios ==> as respectivas capitais


Quanto às
pessoas
jurídicas, o
domicílio é: do Município ==> o lugar da administração municipal

das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem


as respectivas diretorias e administrações, ou onde
elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos
constitutivos

Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos


em lugares diferentes

cada um deles será considerado domicílio

para os atos nele praticados

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Portanto, a pessoa jurídica não possui residência, mas tem sede ou


estabelecimento que a “prende” a um determinado lugar. Trata-se do domicílio
especial da pessoa jurídica que pode ser livremente escolhido no seu ato
constitutivo. Não havendo tal escolha, o domicílio será o lugar onde funcionar
as respectivas diretorias e administrações.
Por fim, o § 2° estabelece que “Se a administração, ou diretoria, tiver a
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sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante


às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do
estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder”.
Vejamos o seguinte quadro-resumo do domicílio da pessoa jurídica:

Domicílio da pessoa jurídica de direito público interno


Cópia registrada para SILMARA CAETANO FELIPE (CPF: 048.828.513-50)

União Distrito Federal.


Estados e Territórios Respectivas capitais.
Lugar onde funcione a administração
Municípios
municipal.

Domicílio das demais pessoas jurídicas


Onde elegerem domicílio especial no
Regra
seu estatuto ou atos constitutivos.
Lugar onde funcionarem as respectivas
Na falta de domicílio especial
diretorias e administrações.

Diversos estabelecimentos Cada um deles será considerado


domicílio para os atos nele praticados.
(pluralidade domiciliar)
Se a administração ou diretoria o lugar do estabelecimento, sito no
tiver sede no estrangeiro Brasil, a que ela corresponder.

Então, pessoal! Esta foi a parte teórica da aula de hoje. A seguir, temos uma
lista de questões comentadas, ok?
Bom treino!

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3- Questões Propostas

3. (FCC/AJAJ-TRT-6ªR/2018) Pimpão é um palhaço de circo itinerante. Para


efeitos legais,
a) o domicílio de Pimpão é o endereço do sindicato ou associação que represente
sua categoria profissional.
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b) o domicílio de Pimpão é o endereço do circo constante em seu registro como


pessoa jurídica.
c) o domicílio de Pimpão é o último local em que Pimpão residiu.
d) Pimpão não possui domicílio.
e) o domicílio de Pimpão é o lugar em que Pimpão for encontrado com o circo.
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Comentários
Letra “e”. Correta, conforme o art. 73 do CC, que trata do domicílio eventual
daquele que não possui residência:
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha
residência habitual, o lugar onde for encontrada.

Gabarito3: E

4. (FCC/Analista Legislativo - SE/2018) Considere as proposições abaixo,


a respeito do tema domicílio.
I. O código Civil não admite pluralidade de domicílios.
II . No que concerne às relações atinentes à profissão, considera-se domicílio o
local em que esta é exercida.
III . Residência e domicílio são conceitos sinônimos.
IV. O domicílio da União é o Distrito Federal, assim como da pessoa natural que
não tenha residência habitual.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II .
b) I e III .
c) I e IV.
d) II e III .
e) IV.
Comentários
Letra “a”. Somente o item II está correto.
I. Incorreto, pois o Código Civil admite pluralidade de domicílios.

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Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

II. Correta, conforme o art. 72 do CC.


Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações
concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.

III. Incorreta, pois residência e domicílio NÃO são conceitos sinônimos.


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•é o lugar onde a pessoa é encontrada. O normal é a


Morada idéia do recolhimento. Local onde é encontrada para
dormir ou pernoite.
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•é a morada habitual. É o local onde a pessoa é


Residência encontrada habitualmente. Ex: Casa de praia.

•é a residência com ânimo definitivo (vontade de


permanecer). Não é residência eterna. É o local onde a pessoa
é encontrada habitualmente e não sabe quando vai sair. A
Domicílio pessoa pode até não ter vontade de permanecer, mas enquanto
ela permanecer de modo habitual é domicílio, (Ex.: morar em
um bairro que não gosta).

IV. Incorreto, conforme artigos abaixo:


Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito
Federal.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha
residência habitual, o lugar onde for encontrada.

Gabarito4: A

5. (FCC/AJAJ-TST/2017) São pessoas jurídicas de direito privado:


a) as associações, as fundações, as sociedades, as organizações religiosas e as
empresas individuais de responsabilidade limitada, enquanto a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Territórios são pessoas jurídicas de direito
público externo.

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b) as fundações, as sociedades, as organizações religiosas e as empresas


individuais de responsabilidade limitada, enquanto as autarquias, as
associações públicas e os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito
público interno.
c) as associações, os partidos políticos, as fundações, as sociedades, as
organizações religiosas e as empresas individuais de responsabilidade limitada,
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enquanto a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios são pessoas


jurídicas de direito público interno.
d) as associações, as fundações e os partidos políticos, sendo que as empresas
individuais de responsabilidade limitada não são consideradas pessoas jurídicas,
pois se confundem com pessoa natural do seu titular.
e) as associações, as sociedades e as empresas individuais de responsabilidade
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limitada, enquanto a União, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, as


autarquias e as organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito público
interno.
Comentários
Letra “c”. Correta, conforme os arts. 41 e 44 do CC.

Pessoas Jurídicas de
Direito Público
Interno

Estados, autarquias, demais


Distrito inclusive entidades
União Municípios de
Federal e associações
Territórios públicas caráter
público
criadas
por lei

associações

sociedades

fundações
Pessoas Jurídicas de
Direito Privado
organizações religiosas

partidos políticos

empresas individuais de
responsabilidade limitada

Gabarito5: C

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6. (FCC/Analista Judiciário- Área Administrativa–TRE-PB/2015) No


tocante às pessoas jurídicas, é INCORRETO afirmar:
a) A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias e as
associações públicas são pessoas jurídicas de direito público interno.
b) Não se aplica, em qualquer hipótese, a proteção dos direitos da
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personalidade tratando-se de incompatibilidade legal de institutos.


c) São de direito privado, dentre outras, as organizações religiosas, os partidos
políticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada.
d) Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
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necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo.


e) Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas
de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da
publicação de sua inscrição no registro.
Comentários
b) Incorreta. Conforme o art. 52 do CC, os direitos da personalidade são
aplicáveis no que couber às pessoas jurídicas. Por exemplo, é entendimento
jurisprudencial representado na Súmula 227 do STJ de que “A pessoa jurídica
pode sofrer dano moral”. Assim, podemos dizer que a tutela ao nome e a
imagem são exemplos da aplicabilidade dos direitos da personalidade às
pessoas jurídicas. A título de aprofundamento neste ponto, segue abaixo a
transcrição do Informativo nº do STJ:
DIREITO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL.
PESSOA JURÍDICA. HONRA OBJETIVA. VIOLAÇÃO.

Pessoa jurídica pode sofrer dano moral, mas apenas na hipótese em que
haja ferimento à sua honra objetiva, isto é, ao conceito de que goza no
meio social. Embora a Súm. n. 227/STJ preceitue que “a pessoa jurídica pode
sofrer dano moral”, a aplicação desse enunciado é restrita às hipóteses em que
há ferimento à honra objetiva da entidade, ou seja, às situações nas quais a
pessoa jurídica tenha o seu conceito social abalado pelo ato ilícito, entendendo-
se como honra também os valores morais, concernentes à reputação, ao crédito
que lhe é atribuído, qualidades essas inteiramente aplicáveis às pessoas
jurídicas, além de se tratar de bens que integram o seu patrimônio. Talvez por
isso, o art. 52 do CC, segundo o qual se aplica “às pessoas jurídicas, no que
couber, a proteção aos direitos da personalidade", tenha-se valido da expressão
"no que couber", para deixar claro que somente se protege a honra objetiva da
pessoa jurídica, destituída que é de honra subjetiva. O dano moral para a pessoa
jurídica não é, portanto, o mesmo que se pode imputar à pessoa natural, tendo
em vista que somente a pessoa natural, obviamente, tem atributos biopsíquicos.
O dano moral da pessoa jurídica, assim sendo, está associado a um "desconforto
extraordinário" que afeta o nome e a tradição de mercado, com repercussão
econômica, à honra objetiva da pessoa jurídica, vale dizer, à sua imagem,

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conceito e boa fama, não se referindo aos mesmos atributos das pessoas
naturais. Precedente citado: REsp 45.889-SP, DJ 15/8/1994. REsp 1.298.689-
RS, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 23/10/2012.

a) Correta, conforme a literalidade do art. 41 do CC, que diz que são pessoas
jurídicas de direito público interno: a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Territórios, os Municípios, as autarquias, inclusive as associações públicas e as
demais entidades de caráter público criadas por lei.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

c) Correta, conforme o art. 44 do CC, que diz que são pessoas jurídicas de
direito privado: as associações, as sociedades, as fundações, as organizações
religiosas, os partidos políticos e as empresas individuais de responsabilidade
limitada.
d) e e) Corretas, nos termos do Art. 45 do CC.
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Art. 45 CC. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito


privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro,
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder
Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o
ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado
o prazo da publicação de sua inscrição no registro.

Gabarito6: B

7. (FCC/Analista Administrativo-TRE-AP/2011) Considere as seguintes


entidades com abrangência nacional:
I. Igreja São Marcos Divino.
II. Associação Pública “Venceremos”.
III. Partido Político ABC.
IV. Autarquia XYZ.
Neste caso, são pessoas jurídicas de direito público interno, SOMENTE
a) III e IV.
b) II, III e IV.
c) II e IV.
d) I e IV.
e) I e II.
Comentários
Letra “c”. Apenas os itens II e IV estão corretos. Conforme a esquematização
abaixo, são pessoa jurídicas de direito público interno as seguintes (art. 41):

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Pessoas Jurídicas de
Direito Público
Interno

Estados, autarquias, demais


Distrito inclusive entidades
União Municípios de
Federal e associações
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Territórios públicas caráter


público
criadas
por lei

São pessoas jurídicas de direito privado (art. 44):

associações
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sociedades

fundações
Pessoas Jurídicas de
Direito Privado
organizações religiosas

partidos políticos

empresas individuais de
responsabilidade limitada

Assim, a Igreja São Marcos Divino é uma organização religiosa; A


Associação Pública “Venceremos” é uma pessoa jurídica de direito público
interno; O Partido Político ABC é uma pessoa jurídica de direito privado e A
Autarquia XYZ é uma pessoa jurídica de direito público interno.
Gabarito7: C

8. (FCC/Analista Administrativo-TRT-7ªR/2009) As associações:


a) só não poderão ter fins lucrativos se constituídas também para fins morais.
b) poderão ter fins lucrativos se constituídas também para fins religiosos.
c) poderão ter fins lucrativos se constituídas também para fins políticos.
d) jamais poderão ter fins lucrativos.
e) poderão, quando comerciais, ter fins lucrativos.
Comentários
Letra “d”. A definição para associações que está prevista no artigo 53 do Código
Civil é a seguinte:

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que se
Constituem-se as pela união de organizem
associações pessoas para fins não
econômicos

Portanto, elas jamais poderão ter fins lucrativos.


Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Gabarito8: D

9. (FCC/Técnico Administrativo-MPU/2007) A respeito das pessoas


jurídicas analise:
I. As autarquias, os partidos políticos e as organizações religiosas são pessoas
jurídicas de direito público interno.
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II. Em regra, se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se


tomarão pela maioria de votos dos presentes.
III. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento
de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
IV. As fundações somente poderão constituir-se para fins religiosos, morais,
culturais ou de assistência.
É correto o que consta APENAS em:
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) II e III.
d) II, III e IV.
e) II e IV.
Comentários
Letra “d”. Apenas o item I está incorreto. I – Incorreta. Somente as autarquias
são pessoas jurídicas de direito público interno. Os partidos políticos e as
organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito privado. II – Correta. De
acordo com o art. 48, caput, nas pessoas jurídicas com administração coletiva,
a regra é que as decisões sejam tomadas pela maioria dos votos dos
presentes. A exceção fica por conta do que dispuser o seu ato constitutivo.
Caso essa regra não são seja observada, violando lei ou estatuto, as referidas
decisões podem ser anuladas no prazo decadencial de 3 anos. III – Correta.
Se a administração da pessoa jurídica ficar vaga, o juiz, mediante requerimento
de qualquer interessado, nomeará administrador provisório, conforme previsto
no art. 49 do CC. IV – Correta. Na época, esta assertiva estava literal ao art.
62, §único do CC. Acontece que este dispositivo foi alterado e melhor detalhado
pela Lei 13.151/15. Apesar da alteração, a assertiva continua correta. Então,
vejamos quais os fins (objeto) das fundações no esquema abaixo:

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assistência social

cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e


artístico

educação

saúde
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segurança alimentar e nutricional


A fundação
somente
poderá defesa, preservação e conservação do meio ambiente e
constituir-se promoção do desenvolvimento sustentável
para fins de:
pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias
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alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção


e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos

promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos


direitos humanos

atividades religiosas

Gabarito9: D

10. (FCC - Analista Judiciário - Área Administrativa - TJPE/PE - 2012)


De acordo com o artigo 45 do Código Civil brasileiro, “começa a existência legal
das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação
do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que
passar o ato constitutivo”. O prazo para anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado de sua
inscrição no registro, é
a) prescricional de cinco anos.
b) decadencial de cinco anos.
c) decadencial de dois anos.
d) prescricional de três anos.
e) decadencial de três anos.
Comentários
Letra “e”. Conforme parágrafo único do artigo 45 do Código Civil, decai em três
anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado,
por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no
registro.

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Gabarito10: E

11. (FCC - Técnico Judiciário - Área Judiciária e Administrativa -


TJAP/AP - 2014) A empresa MMB possui seu principal estabelecimento em
Macapá, além de outros dois em Manaus e Brasília. A diretoria funciona em
Manaus. Admitir-se-á como domicílio(s) da empresa
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a) Manaus, apenas.
b) Macapá, Manaus e Brasília, independentemente do local em que tenha
sido praticado o ato.
c) Macapá, Manaus e Brasília, para os atos praticados em cada um desses
locais.
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d) Macapá e Manaus, apenas.


e) Macapá, apenas
Comentários
Letra “c”. Conforme § 1o do artigo 75 do Código Civil, tendo a pessoa jurídica
diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será
considerado domicílio para os atos nele praticados.
Gabarito11: C

12. (FCC - Analista Judiciário - Área Execução de Mandados - TRT 11ª -


2012) Considere as seguintes assertivas a respeito das Associações:
I. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto,
garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la.
II. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para
fins não econômicos. Não há, entre os associados, direitos e obrigações
recíprocos.
III. O modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos não
são obrigatórios no conteúdo do estatuto das associações.
IV. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o
contrário.
De acordo com o Código Civil brasileiro está correto o que se afirma APENAS
em
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I e IV.
d) II, III e IV.

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e) II e IV.
Comentários
Letra “b”. O item I está certo. Conforme artigo 60 do Código Civil, a convocação
dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um
quinto) dos associados o direito de promovê-la. O item II está certo. Conforme
artigo 53 do Código Civil, constituem-se as associações pela união de pessoas
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que se organizem para fins não econômicos. E, conforme parágrafo único desse
artigo, não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. O item III
está errado. Conforme inciso V do artigo 54 do Código Civil, sob pena de
nulidade, o estatuto das associações conterá: o modo de constituição e de
funcionamento dos órgãos deliberativos. O item IV está certo. Conforme artigo
56 do Código Civil, a qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não
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dispuser o contrário.

Gabarito12: B

13. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária - TRE RN - 2011) Considere


as assertivas abaixo a respeito das Associações.
I. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto,
garantido a um quinto dos associados o direito de promovê-la.
II. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir
categorias com vantagens especiais.
III. A qualidade de associado é transmissível, se o estatuto não dispuser o
contrário.
IV. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para
fins não econômicos. Há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I, II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II e IV.
Comentários
Letra “a”. O item I está certo. Conforme artigo 60 do Código Civil, a convocação
dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um

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quinto) dos associados o direito de promovê-la. O item II está certo. Conforme


artigo 55 do Código Civil, os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto
poderá instituir categorias com vantagens especiais. O item III está errado.
Conforme artigo 56 do Código Civil, a qualidade de associado é intransmissível,
se o estatuto não dispuser o contrário. O item IV está errado. Conforme artigo
53 do Código Civil, constituem-se as associações pela união de pessoas que se
organizem para fins não econômicos. E, conforme parágrafo único desse artigo,
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.


Gabarito13: A

14. (FCC - Analista Judiciário - Área Execução de Mandados - TRF 3ª –


2007) Considere os seguintes bens públicos:
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I. Rios e mares.
II. Prédio integrante do patrimônio da União.
III. Estradas.
IV. Terrenos destinados a serviço da administração estadual.
V. Ruas e praças.
VI. Edifícios destinados a instalação da administração municipal.
São bens de uso especial os indicados APENAS em:
a) I, III e V.
b) II, V e VI.
c) II e III.
d) III, IV e V.
e) IV e VI.
Comentários
Letra “e”. Conforme inciso II do artigo 99 do Código Civil, são bens públicos de
uso especial, edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas
autarquias. Portanto, terrenos destinados a serviço da administração estadual
(item IV) e edifícios destinados a instalação da administração municipal (item
VI) são bens públicos de uso especial. Os rios e mares (item I), estradas (item
III) e ruas e praças (item V) são bens de uso comum do povo, e o prédio
integrante do patrimônio da União (item II) é um bem público dominical.
Gabarito14: E

15. (FCC/Técnico Judiciário-Área Administrativa-TRT-11ªR/2012) No


Município AMOR existem duas instituições religiosas: igreja "HARMONIA" e

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paróquia "SANTA LUZIA". Há, também, uma fundação privada denominada


"MÃES DA LUZ", que recebe ajuda das duas instituições religiosas referidas e
da autarquia federal "SAÚDE". De acordo com o Código Civil brasileiro, no caso
hipotético apresentado, são pessoas jurídicas de Direito Público Interno
a) a autarquia federal SAÚDE, a igreja HARMONIA e a paróquia SANTA LUZIA.
b) o Município AMOR, a autarquia federal SAÚDE, a igreja HARMONIA e a
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

paróquia SANTA LUZIA.


c) o Município AMOR, a igreja HARMONIA, a paróquia SANTA LUZIA e a
fundação MÃES DA LUZ.
d) o Município AMOR, a autarquia federal SAÚDE e a paróquia SANTA LUZIA,
apenas.
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e) o Município AMOR e a autarquia federal SAÚDE, apenas.


Comentários

Letra “e”. De acordo com o art. 41 do CC, apenas o Município AMOR e a


autarquia federal SAÚDE são pessoas jurídicas de direito público interno. As
demais são pessoas jurídicas de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:

I - a União;

II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;

V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de


direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-
se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste
Código.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações;
II - as sociedades;

III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;

V - os partidos políticos;

VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Gabarito15: E

16. (FCC/Analista Judiciário-Área Judiciária-TRT-9ª/2015) G e R são


sócios da pessoa jurídica Tex, a qual, em razão da crise econômica, deixou de

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honrar compromissos com o fornecedor Xis, que requereu, em ação de


execução, a penhora dos bens de G e R. De acordo com o Código Civil, o pedido
deverá ser:
a) indeferido, pois a desconsideração da personalidade jurídica somente é
possível com a decretação da falência.
b) deferido, independentemente de qualquer requisito, pois os sócios
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

respondem, em regra, direta e pessoalmente pelas obrigações contraídas


pela pessoa jurídica.
c) deferido apenas se comprovado que Tex não possui recursos para
pagamento do débito.
d) indeferido, pois em nenhuma hipótese os sócios respondem pelas obrigações
contraídas pela pessoa jurídica.
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e) deferido se comprovado abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo


desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial.
Comentários
Letra “e”. A questão aborda a chamada Teoria da Desconsideração da
Personalidade Jurídica. Assim, o art. 50 do CC consagra a referida teoria nos
seguintes termos:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado
pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz
decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Vale mencionar que a teoria da desconsideração da personalidade jurídica é


uma medida de exceção, a ser utilizada apenas nas hipóteses específicas, isto
é, ela deve ser aplicada nos casos onde os sócios/administradores se
valeram da autonomia patrimonial da sociedade para a prática de atos
com abuso de poder ou fraude.
Gabarito16: E

17. (FCC/Analista Judiciário-Área Judiciário-TRE-RR/2015) No tocante


as pessoas jurídicas, considere:
I. As organizações religiosas e os partidos políticos são pessoas jurídicas de
direito privado.
II. O prazo decadencial para anular a constituição das pessoas jurídicas de
direito privado, por defeito do ato respectivo, é de dois anos a contar da
publicação de sua inscrição no registro.

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III. Em regra, se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se


tomarão pela maioria de votos dos presentes. Neste caso, o prazo decadencial
para anular as referidas decisões que violarem a lei ou estatuto é de dois anos.
IV. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da
personalidade.
Está correto o que se afirma APENAS em:
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

a) II e III
b) I e II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
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e) I e IV.
Comentários
Letra “e”.
I – Correta. Conforme o art. 44 do CC, temos:

associações

sociedades

fundações
Pessoas Jurídicas de
Direito Privado
organizações religiosas

partidos políticos

empresas individuais de
responsabilidade limitada

II – Incorreta. Conforme o art. 45 do CC:

das PJ de direito por defeito do ato


privado respectivo
O direito de
anular a
constituição
contando o prazo da
decai em três (3) anos publicação de sua
inscrição no registro

III – Incorreta, pois o prazo é de 3 anos, conforme o art. 48 do CC:


Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se
tomarão pela maioria devotos dos presentes, salvo se o ato constitutivo
dispuser de modo diverso.

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Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a


que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem
eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

IV – Correta, conforme a literalidade do Art. 52 do CC. Um bom exemplo é o


fato de que a pessoa jurídica também pode sofre dano moral, conforme
entendimento do STJ (súmula 227), no que diz respeito a sua honra objetivo.
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Gabarito17: E

18. (FCC/Analista Judiciário-Área Administrativa–TRE-PB/2015) O


servidor público e o marítimo:
a) possuem domicílio necessário, sendo o domicílio do servidor o lugar em que
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estabeleceu a sua residência com ânimo definitivo e do marítimo onde o


navio estiver matriculado.
b) não possuem domicílio necessário conforme expressamente previsto pelo
Código Civil brasileiro.
c) possuem domicílio necessário, sendo o domicílio do servidor o lugar em que
exercer permanentemente suas funções e do marítimo a sede do comando
a que se encontrar imediatamente subordinado.
d) possuem domicílio necessário, sendo o domicílio do servidor o lugar em que
exercer permanentemente suas funções e do marítimo onde o navio estiver
matriculado.
e) possuem domicílio necessário, sendo o domicílio do servidor o lugar em que
estabeleceu a sua residência com ânimo definitivo e o do marítimo a sede
do comando a que se encontrar imediatamente subordinado.
Comentários
Letra “d”, conforme o art. 76 do CC.

é o do seu representante ou
incapaz
assistente

servidor lugar em que exercer


público permanentemente suas funções

onde servir, e, sendo da Marinha ou da


Domicílio Aeronáutica, a sede do comando a
necessário militar
que se encontrar imediatamente
subordinado

marítimo onde o navio estiver matriculado

preso lugar em que cumprir a sentença

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Gabarito18: D

19. (FCC/Analista Judiciário-Área Judiciária-TRE-SE/2015) Mário é


empregado do Partido Político “X” exercendo funções administrativas de acordo
com o seu nível de escolaridade (terceiro grau completo). Seu pai, Clodoaldo, é
militar da marinha; seu tio, Fernando, é marítimo; sua mãe, Vera, é costureira
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sendo que atualmente está presa na penitenciária “W” pela prática de conduta
tipificada como criminosa pela legislação competente. Nestes casos, analisando
esta família sob os dados fornecidos, de acordo com o Código Civil brasileiro,
possuem domicílio necessário
a) Clodoaldo, Fernando e Vera, apenas.
Cópia registrada para SILMARA CAETANO FELIPE (CPF: 048.828.513-50)

b) Mário, Clodoaldo, Fernando e Vera.


c) Clodoaldo e Vera, apenas.
d) Fernando e Vera, apenas.
e) Clodoaldo e Fernando, apenas.
Comentários
Letra “a”, conforme o art. 76 do CC:

é o do seu representante ou
incapaz
assistente

servidor lugar em que exercer


público permanentemente suas funções

onde servir, e, sendo da Marinha ou da


Domicílio Aeronáutica, a sede do comando a
necessário militar
que se encontrar imediatamente
subordinado

marítimo onde o navio estiver matriculado

preso lugar em que cumprir a sentença

Obs.: Macete utilizado pelos “concurseiros”: SIM PM (servidor, incapaz, militar,


preso e marítimo).
Gabarito19: A

20. (FCC/Analista Judiciário-Área Administrativa-TRE-SP/2012) Jonas


do Amor nasceu em Campinas. Com quinze anos mudou-se com seus pais para
Sorocaba, onde casou com Sophia das Vidas e teve seu primeiro filho. Após dois
anos, Jonas mudou-se para Presidente Prudente, onde nasceu seu segundo
filho. Cinco anos após, Jonas descobriu que sua esposa estava sendo infiel e a

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assassinou dentro de sua residência. Pelo homicídio, Jonas foi processado e


condenado, e está cumprindo pena na Penitenciária de Presidente Venceslau.
Considerando que os pais de Jonas, sua esposa e filhos estão residindo
atualmente na cidade de Itu, de acordo com o Código Civil brasileiro, o Domicílio
de Jonas será em:
a) Itu.
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b) Campinas.
c) Presidente Prudente.
d) Sorocaba.
e) Presidente Venceslau.
Cópia registrada para SILMARA CAETANO FELIPE (CPF: 048.828.513-50)

Comentários

Letra “e”. Trata-se de questão acerca do domicílio do preso, no caso Jonas.


Conforme o art. 76 do CC, o domicílio necessário do preso é o lugar em que
cumprir a sentença. Logo, Presidente Venceslau.

é o do seu representante ou
incapaz
assistente

servidor lugar em que exercer


público permanentemente suas funções

onde servir, e, sendo da Marinha ou da


Domicílio Aeronáutica, a sede do comando a
necessário militar
que se encontrar imediatamente
subordinado

marítimo onde o navio estiver matriculado

preso lugar em que cumprir a sentença

Obs.: Macete utilizado pelos “concurseiros”: SIM PM (servidor, incapaz, militar,


preso e marítimo).

Por fim, ressalta-se um dado curioso nesta questão: Jonas assassinou a


esposa, mas ela está residindo atualmente em Itu. Como assim? Coisas do
mundo dos concursos!!! ☺
Gabarito20: E

21. (FCC/Analista Judiciário-Área Judiciária-TRE-AM/2010) Considere as


assertivas abaixo a respeito do domicílio.

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I. Se a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva,


considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
II. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual,
o lugar onde for encontrada.
III. O domicílio do militar da Marinha é o local onde o navio estiver matriculado.
IV. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes,
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cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.


De acordo com o Código Civil brasileiro, está correto o que se afirma APENAS
em:
a) II, III e IV.
b) I, II e III.
Cópia registrada para SILMARA CAETANO FELIPE (CPF: 048.828.513-50)

c) I, II e IV.
d) I e IV.
e) II e III.
Comentários
Letra “c”. Somente o item III está incorreto.
I - Correta. Conforme o art. 71 do CC e esquematização abaixo:

II - Correta. Conforme o art. 73 do CC e o esquema acima.


III - Incorreta, pois o domicílio do militar da marinha é a sede do comando a
que se encontrar imediatamente subordinado. É o chamado domicílio
necessário previsto no art. 76 do CC.

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IV – Correta. Em relação à pessoa jurídica, o domicílio segue a regra do art. 75:

Gabarito21: C

22. (FCC/Analista Judiciário-TRE-RN/2011) A lei do país em que for


domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. No caso de
casamento, tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade
do matrimônio a lei do:
a) primeiro domicílio conjugal.
b) último domicílio conjugal.
c) qualquer domicílio conjugal estabelecido por mais de um ano.
d) domicílio da mulher anterior ao casamento.
e) qualquer domicílio conjugal estabelecido por mais de três anos.
Comentários
Letra “a”. Esta questão se refere às regras de domicílio disciplinadas na LINDB.
O artigo 7° da LINDB estabelece que:

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A lei do país em que


domiciliada a pessoa
determina as regras sobre

o começo e o fim
os direitos de
da o nome a capacidade
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família
personalidade

Quando os nubentes tiverem domicílio diverso, regerá os casos de


invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. Então, a letra
“a” é a nossa resposta conforme o art. 7º, §3º.
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Gabarito22: A

23. (FCC/Analista Judiciário-Área Administrativa-TRE-SP/2017) Manoel


trabalha na cidade de Cajamar, reside, alternadamente, nas cidades de Jundiaí
e Campinas, com ânimo definitivo, e passa férias, ocasionalmente, na cidade de
Itatiba.
De acordo com o Código Civil, considera(m)-se domicílio(s) de Manoel:
a) Jundiaí e Campinas, apenas.
b) Cajamar, apenas.
c) Cajamar, quanto às relações concernentes à profissão, Jundiaí e Campinas,
apenas.
d) Cajamar, Jundiaí, Campinas e Itatiba.
e) Jundiaí, Campinas e Itatiba, apenas.
Comentários
Letra “c” é o gabarito. Em nosso curso, abordamos esse tema da seguinte
forma:

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Cópia registrada para SILMARA CAETANO FELIPE (CPF: 048.828.513-50)

Com esse esquema ficou fácil, certo? Pois é, os artigos envolvidos são os
seguintes:
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
(Jundiaí e Campinas).

Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações


concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. (CAJAMAR).

Gabarito23: C

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4- Lista de exercícios

1. (VUNESP/Analista de Promotoria-MPE-SP/2015) Havendo a extinção


de uma fundação de direito privado, seu patrimônio será
a) incorporado a outra fundação, designada por juiz, que se proponha a fim
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igual ou semelhante, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou


no estatuto.
b) vendido, e o que remanescer do seu patrimônio será devolvido à Fazenda do
Estado, do Distrito Federal ou da União.
c) vendido, e o valor apurado será rateado entre seus colaboradores, salvo
disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto.
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d) incorporado ao patrimônio do Ministério Público estadual, para a obtenção


de recursos para a fiscalização de outras fundações.
e) destinado à entidade de fins não econômicos, designada no estatuto, ou,
omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal,
estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.

2. (CONSULPLAN/ Titular de Serviços de Notas e de Registros –


Remoção-TJ-MG/2016) Quanto ao regime da pessoa jurídica, marque a
afirmação INCORRETA.
a) As sociedades são grupos de pessoas que se reúnem para realização de
empreendimento qualquer. São, assim, pessoas colegiadas, podendo ser
simples ou empresária.
b) As fundações públicas são patrimônio público ao qual a lei confere
personalidade. São, por isso, pessoas não colegiadas.
c) As fundações privadas são constituídas por acervo patrimonial particular, ao
qual a lei confere personalidade, daí serem pessoas não colegiadas.
d) Empresa pública tem natureza peculiar, em nenhuma hipótese aceitando a
forma não colegiada, e são pessoas jurídicas de Direito Público.

3. (FCC/AJAJ-TRT-6ªR/2018) Pimpão é um palhaço de circo itinerante. Para


efeitos legais,
a) o domicílio de Pimpão é o endereço do sindicato ou associação que represente
sua categoria profissional.
b) o domicílio de Pimpão é o endereço do circo constante em seu registro como
pessoa jurídica.
c) o domicílio de Pimpão é o último local em que Pimpão residiu.

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d) Pimpão não possui domicílio.


e) o domicílio de Pimpão é o lugar em que Pimpão for encontrado com o circo.

4. (FCC/Analista Legislativo - SE/2018) Considere as proposições abaixo,


a respeito do tema domicílio.
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I. O código Civil não admite pluralidade de domicílios.


II . No que concerne às relações atinentes à profissão, considera-se domicílio o
local em que esta é exercida.
III . Residência e domicílio são conceitos sinônimos.
IV. O domicílio da União é o Distrito Federal, assim como da pessoa natural que
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não tenha residência habitual.


Está correto o que se afirma APENAS em
a) II .
b) I e III .
c) I e IV.
d) II e III .
e) IV.

5. (FCC/AJAJ-TST/2017) São pessoas jurídicas de direito privado:


a) as associações, as fundações, as sociedades, as organizações religiosas e as
empresas individuais de responsabilidade limitada, enquanto a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Territórios são pessoas jurídicas de direito
público externo.
b) as fundações, as sociedades, as organizações religiosas e as empresas
individuais de responsabilidade limitada, enquanto as autarquias, as
associações públicas e os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito
público interno.
c) as associações, os partidos políticos, as fundações, as sociedades, as
organizações religiosas e as empresas individuais de responsabilidade limitada,
enquanto a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios são pessoas
jurídicas de direito público interno.
d) as associações, as fundações e os partidos políticos, sendo que as empresas
individuais de responsabilidade limitada não são consideradas pessoas jurídicas,
pois se confundem com pessoa natural do seu titular.
e) as associações, as sociedades e as empresas individuais de responsabilidade
limitada, enquanto a União, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, as

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autarquias e as organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito público


interno.

6. (FCC/Analista Judiciário- Área Administrativa–TRE-PB/2015) No


tocante às pessoas jurídicas, é INCORRETO afirmar:
a) A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias e as
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associações públicas são pessoas jurídicas de direito público interno.


b) Não se aplica, em qualquer hipótese, a proteção dos direitos da
personalidade tratando-se de incompatibilidade legal de institutos.
c) São de direito privado, dentre outras, as organizações religiosas, os partidos
políticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada.
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d) Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a


inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo.
e) Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas
de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da
publicação de sua inscrição no registro.

7. (FCC/Analista Administrativo-TRE-AP/2011) Considere as seguintes


entidades com abrangência nacional:
I. Igreja São Marcos Divino.
II. Associação Pública “Venceremos”.
III. Partido Político ABC.
IV. Autarquia XYZ.
Neste caso, são pessoas jurídicas de direito público interno, SOMENTE
a) III e IV.
b) II, III e IV.
c) II e IV.
d) I e IV.
e) I e II.

8. (FCC/Analista Administrativo-TRT-7ªR/2009) As associações:


a) só não poderão ter fins lucrativos se constituídas também para fins morais.
b) poderão ter fins lucrativos se constituídas também para fins religiosos.
c) poderão ter fins lucrativos se constituídas também para fins políticos.

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d) jamais poderão ter fins lucrativos.


e) poderão, quando comerciais, ter fins lucrativos.

9. (FCC/Técnico Administrativo-MPU/2007) A respeito das pessoas


jurídicas analise:
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I. As autarquias, os partidos políticos e as organizações religiosas são pessoas


jurídicas de direito público interno.
II. Em regra, se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se
tomarão pela maioria de votos dos presentes.
III. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento
de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
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IV. As fundações somente poderão constituir-se para fins religiosos, morais,


culturais ou de assistência.
É correto o que consta APENAS em:
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) II e III.
d) II, III e IV.
e) II e IV.

10. (FCC - Analista Judiciário - Área Administrativa - TJPE/PE - 2012)


De acordo com o artigo 45 do Código Civil brasileiro, “começa a existência legal
das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação
do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que
passar o ato constitutivo”. O prazo para anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado de sua
inscrição no registro, é
a) prescricional de cinco anos.
b) decadencial de cinco anos.
c) decadencial de dois anos.
d) prescricional de três anos.
e) decadencial de três anos.

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11. (FCC - Técnico Judiciário - Área Judiciária e Administrativa -


TJAP/AP - 2014) A empresa MMB possui seu principal estabelecimento em
Macapá, além de outros dois em Manaus e Brasília. A diretoria funciona em
Manaus. Admitir-se-á como domicílio(s) da empresa
a) Manaus, apenas.
b) Macapá, Manaus e Brasília, independentemente do local em que tenha
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sido praticado o ato.


c) Macapá, Manaus e Brasília, para os atos praticados em cada um desses
locais.
d) Macapá e Manaus, apenas.
e) Macapá, apenas
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12. (FCC - Analista Judiciário - Área Execução de Mandados - TRT 11ª -


2012) Considere as seguintes assertivas a respeito das Associações:
I. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto,
garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la.
II. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para
fins não econômicos. Não há, entre os associados, direitos e obrigações
recíprocos.
III. O modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos não
são obrigatórios no conteúdo do estatuto das associações.
IV. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o
contrário.
De acordo com o Código Civil brasileiro está correto o que se afirma APENAS
em
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I e IV.
d) II, III e IV.
e) II e IV.

13. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária - TRE RN - 2011) Considere


as assertivas abaixo a respeito das Associações.
I. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto,
garantido a um quinto dos associados o direito de promovê-la.
II. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir
categorias com vantagens especiais.

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III. A qualidade de associado é transmissível, se o estatuto não dispuser o


contrário.
IV. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para
fins não econômicos. Há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
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b) I, II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II e IV.
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14. (FCC - Analista Judiciário - Área Execução de Mandados - TRF 3ª –


2007) Considere os seguintes bens públicos:
I. Rios e mares.
II. Prédio integrante do patrimônio da União.
III. Estradas.
IV. Terrenos destinados a serviço da administração estadual.
V. Ruas e praças.
VI. Edifícios destinados a instalação da administração municipal.
São bens de uso especial os indicados APENAS em:
a) I, III e V.
b) II, V e VI.
c) II e III.
d) III, IV e V.
e) IV e VI.

15. (FCC/Técnico Judiciário-Área Administrativa-TRT-11ªR/2012) No


Município AMOR existem duas instituições religiosas: igreja "HARMONIA" e
paróquia "SANTA LUZIA". Há, também, uma fundação privada denominada
"MÃES DA LUZ", que recebe ajuda das duas instituições religiosas referidas e
da autarquia federal "SAÚDE". De acordo com o Código Civil brasileiro, no caso
hipotético apresentado, são pessoas jurídicas de Direito Público Interno
a) a autarquia federal SAÚDE, a igreja HARMONIA e a paróquia SANTA LUZIA.
b) o Município AMOR, a autarquia federal SAÚDE, a igreja HARMONIA e a
paróquia SANTA LUZIA.

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c) o Município AMOR, a igreja HARMONIA, a paróquia SANTA LUZIA e a


fundação MÃES DA LUZ.
d) o Município AMOR, a autarquia federal SAÚDE e a paróquia SANTA LUZIA,
apenas.
e) o Município AMOR e a autarquia federal SAÚDE, apenas.
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16. (FCC/Analista Judiciário-Área Judiciária-TRT-9ª/2015) G e R são


sócios da pessoa jurídica Tex, a qual, em razão da crise econômica, deixou de
honrar compromissos com o fornecedor Xis, que requereu, em ação de
execução, a penhora dos bens de G e R. De acordo com o Código Civil, o pedido
deverá ser:
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a) indeferido, pois a desconsideração da personalidade jurídica somente é


possível com a decretação da falência.
b) deferido, independentemente de qualquer requisito, pois os sócios
respondem, em regra, direta e pessoalmente pelas obrigações contraídas
pela pessoa jurídica.
c) deferido apenas se comprovado que Tex não possui recursos para
pagamento do débito.
d) indeferido, pois em nenhuma hipótese os sócios respondem pelas obrigações
contraídas pela pessoa jurídica.
e) deferido se comprovado abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial.

17. (FCC/Analista Judiciário-Área Judiciário-TRE-RR/2015) No tocante


as pessoas jurídicas, considere:
I. As organizações religiosas e os partidos políticos são pessoas jurídicas de
direito privado.
II. O prazo decadencial para anular a constituição das pessoas jurídicas de
direito privado, por defeito do ato respectivo, é de dois anos a contar da
publicação de sua inscrição no registro.
III. Em regra, se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se
tomarão pela maioria de votos dos presentes. Neste caso, o prazo decadencial
para anular as referidas decisões que violarem a lei ou estatuto é de dois anos.
IV. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da
personalidade.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) II e III
b) I e II e IV.

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c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I e IV.

18. (FCC/Analista Judiciário-Área Administrativa–TRE-PB/2015) O


Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

servidor público e o marítimo:


a) possuem domicílio necessário, sendo o domicílio do servidor o lugar em que
estabeleceu a sua residência com ânimo definitivo e do marítimo onde o
navio estiver matriculado.
b) não possuem domicílio necessário conforme expressamente previsto pelo
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Código Civil brasileiro.


c) possuem domicílio necessário, sendo o domicílio do servidor o lugar em que
exercer permanentemente suas funções e do marítimo a sede do comando
a que se encontrar imediatamente subordinado.
d) possuem domicílio necessário, sendo o domicílio do servidor o lugar em que
exercer permanentemente suas funções e do marítimo onde o navio estiver
matriculado.
e) possuem domicílio necessário, sendo o domicílio do servidor o lugar em que
estabeleceu a sua residência com ânimo definitivo e o do marítimo a sede
do comando a que se encontrar imediatamente subordinado.

19. (FCC/Analista Judiciário-Área Judiciária-TRE-SE/2015) Mário é


empregado do Partido Político “X” exercendo funções administrativas de acordo
com o seu nível de escolaridade (terceiro grau completo). Seu pai, Clodoaldo, é
militar da marinha; seu tio, Fernando, é marítimo; sua mãe, Vera, é costureira
sendo que atualmente está presa na penitenciária “W” pela prática de conduta
tipificada como criminosa pela legislação competente. Nestes casos, analisando
esta família sob os dados fornecidos, de acordo com o Código Civil brasileiro,
possuem domicílio necessário
a) Clodoaldo, Fernando e Vera, apenas.
b) Mário, Clodoaldo, Fernando e Vera.
c) Clodoaldo e Vera, apenas.
d) Fernando e Vera, apenas.
e) Clodoaldo e Fernando, apenas.

20. (FCC/Analista Judiciário-Área Administrativa-TRE-SP/2012) Jonas


do Amor nasceu em Campinas. Com quinze anos mudou-se com seus pais para

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Sorocaba, onde casou com Sophia das Vidas e teve seu primeiro filho. Após dois
anos, Jonas mudou-se para Presidente Prudente, onde nasceu seu segundo
filho. Cinco anos após, Jonas descobriu que sua esposa estava sendo infiel e a
assassinou dentro de sua residência. Pelo homicídio, Jonas foi processado e
condenado, e está cumprindo pena na Penitenciária de Presidente Venceslau.
Considerando que os pais de Jonas, sua esposa e filhos estão residindo
atualmente na cidade de Itu, de acordo com o Código Civil brasileiro, o Domicílio
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de Jonas será em:


a) Itu.
b) Campinas.
c) Presidente Prudente.
d) Sorocaba.
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e) Presidente Venceslau.

21. (FCC/Analista Judiciário-Área Judiciária-TRE-AM/2010) Considere as


assertivas abaixo a respeito do domicílio.
I. Se a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva,
considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
II. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual,
o lugar onde for encontrada.
III. O domicílio do militar da Marinha é o local onde o navio estiver matriculado.
IV. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes,
cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
De acordo com o Código Civil brasileiro, está correto o que se afirma APENAS
em:
a) II, III e IV.
b) I, II e III.
c) I, II e IV.
d) I e IV.
e) II e III.

22. (FCC/Analista Judiciário-TRE-RN/2011) A lei do país em que for


domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. No caso de
casamento, tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade
do matrimônio a lei do:
a) primeiro domicílio conjugal.

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b) último domicílio conjugal.


c) qualquer domicílio conjugal estabelecido por mais de um ano.
d) domicílio da mulher anterior ao casamento.
e) qualquer domicílio conjugal estabelecido por mais de três anos.
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23. (FCC/Analista Judiciário-Área Administrativa-TRE-SP/2017) Manoel


trabalha na cidade de Cajamar, reside, alternadamente, nas cidades de Jundiaí
e Campinas, com ânimo definitivo, e passa férias, ocasionalmente, na cidade de
Itatiba.
De acordo com o Código Civil, considera(m)-se domicílio(s) de Manoel:
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a) Jundiaí e Campinas, apenas.


b) Cajamar, apenas.
c) Cajamar, quanto às relações concernentes à profissão, Jundiaí e Campinas,
apenas.
d) Cajamar, Jundiaí, Campinas e Itatiba.
e) Jundiaí, Campinas e Itatiba, apenas.

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5- Gabarito

Gabarito1: A Gabarito11: C Gabarito21: C


Gabarito2: D Gabarito12: B Gabarito22: A
Gabarito3: E Gabarito13: A Gabarito23: C
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Gabarito4: A Gabarito14: E
Gabarito5: C Gabarito15: E
Gabarito6: B Gabarito16: E
Gabarito7: C Gabarito17: E
Cópia registrada para SILMARA CAETANO FELIPE (CPF: 048.828.513-50)

Gabarito8: D Gabarito18: D
Gabarito9: D Gabarito19: A
Gabarito10: E Gabarito20: E

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