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Ao se tratar do meio ambiental e sua modificação, pensa-se, de imediato, em

uma interferência externa que abala todas as dimensões naturais e coloca em


risco a vida humana. Esta intervenção é causada pelo próprio homem que, por
suas próprias ações, influencia no andamento habitual em que a natureza se
encontra, necessitando, assim, de uma “conversão integral da pessoa”¹ para
que o mundo seja visto de uma forma humana e madura à fim de garantir uma
existência com qualidade de vida e própria para a dignidade humana.
Hábitos podem ser considerados como regras habituais que o próprio ser
impõe a si, de forma que o decurso dos dias vão influenciando nesses
costumes e, estes, fazendo parte da vida do indivíduo e da comunidade
próxima. Esta coletividade que partilha rotinas e normas pessoais acabam por
criar uma rede em que cada um interfere no modo de viver do outro. O jeito
com que cada ser, por exemplo, se comporta ao separar o lixo pode inferir na
saúde e no organizar de algum outro. Há limites que o meio social e o Estado
impõem para fazer com que as pessoas regulem ou renovem a conduta, mas
não é algo que se estabelece de forma fácil, pois, essa mudança pessoal
requer um esforço e vontade capazes de criarem tarefas úteis à vida e que,
posteriormente, cativem o resto da humanidade rumo à uma nova “revolução”
baseada no empenho mundial. Tudo isso mantêm contato com o meio
ambiente, espaço tão desestruturado por interesses de crescimento monetário
e outras riquezas. Uma árvore, que deveria ser um símbolo da vida e do
crescimento maduro de um ser, hoje é vista, apenas, como um objeto capaz de
gerar lucros e beneficiar empresas. O mundo está repleto de ganâncias e a
vida não é mais vista como dom, mas como uma passagem rápida e prazerosa
em que, para isso, deve-se desfrutar de todas os benefícios sem pensar nas
outras gerações que sucederam esses presentes. Recursos naturais são
destruídos por propensões egoístas, em que o consumo exagerado é tido
como o fim último para todo processo de extração, provocando, assim, um
descontrole no ciclo ambiental e a morte de muitas diversidades animais e
vegetais. O desperdício gerado pela produção e consumo excedente influem
cada vez mais na degradação ambiental, a qual também vivencia o mal uso do
lixo, uma ameaça para os rios, solo e para o curso habitual de cada ser nos
dias semanais. São atividades assim que contribuem para a limitação da vida
humana e da casa comum, pois cada ser, em seu vazio e individualismo,
procura saciar o ego e a imagem social, buscando, cada vez mais, crescer
sozinho e diminuir o outro.
Em suma, resta ao homem, com ajuda da política e de outros órgãos públicos,
desenvolver e aprender a praticar boas obras que sejam diárias e que
provoquem um desconforto nas mentes de todos para uma ecologia saudável e
que traga esperança. Não é falta de esforço “evitar o uso de plástico e papel,
reduzir o consumo de água, diferenciar o lixo, cozinhar apenas aquilo que
razoavelmente se poderá comer, tratar com desvelo os outros seres vivos,
[...]”(FRANCISCO,2015, p.135-136). O que se deve ter em mente é que a
mudança ecológica se dá com a ajuda mútua e com a disposição interior de
cada um, em que o amor e a empatia se aliam para “florir” aquilo que o ser
humano possui e que o melhor de si é revelado, a essência.
¹FRANCISCO, Laudato Si, 2015, Editora Intergraf Indústria Gráfica Eireli,
p.135.

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